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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU – ARACAJU GLOSSÁRIO ANATOMIA PATOLÓGICA Organização: Prof. Silvan Silva de Araujo Termo Significado Mitose É o processo pelo qual as células eucarióticas dividem seus cromossomos entre duas células menores do corpo. Este processo dura, em geral, 52 a 80 minutos e é dividido em cinco fases. Prófase Estágio inicial da divisão celular, no qual os cromossomos duplicados se condensam e se tornam visíveis ao microscópio óptico. Metáfase Fase da divisão celular em que desaparece a carioteca e os cromossomos se alinham na região mediana da célula. Anáfase Fase da mitose caracterizada pela migração das cromátides em direção a polos opostos da célula. Telófase Fase final da mitose, caracterizada pela estruturação dos dois novos núcleos e pela descondensação dos cromossomos. Citocinese Fase final dos processos de divisão celular das células eucarióticas, caracterizada pela efetiva separação das duas células após a formação completa dos dois novos núcleos. Intérfase Período do ciclo celular em que a célula aumenta o seu volume, tamanho e número de organelas. Essa fase é dividida em: G1 (primeiro gap, Síntese Proteica), S (síntese de DNA) e G2 (segundo gap, Duplicação dos centríolos). Lesão celular reversível Ocorre quando a célula agredida pelo estímulo nocivo sofre alterações funcionais e morfológicas, porém mantém-se viva, recuperando-se quando o estímulo nocivo é retirado ou cessa. Lesão celular irreversível Quando a célula torna-se incapaz de recuperar-se depois de cessada a agressão, caminhando para a morte celular. Apoptose Morte celular programada e controlada intracelularmente através da ativação de enzimas que degradam o DNA nuclear e as proteínas citoplasmáticas. Necrose Caracterizada por dilatação osmótica, ruptura da membrana plasmática, liberação de conteúdo citosólico no ambiente extracelular, o qual é enzimaticamente degradado. Picnose Núcleo da célula apresenta um volume reduzido e torna-se hipercorada, tendo sua cromatina condensada. Cariorrexe Fragmentação do núcleo picnótico. A cromatina adquire uma distribuição irregular, podendo se acumular em grânulos na membrana nuclear. Cariólise Destruição, por dissolução, do núcleo da célula. Ocorre a dissolução da cromatina e a perda da coloração do núcleo, o qual desaparece completamente. Hidrólise Degradação por ação da água. Lipólise Degradação dos lipídeos. Glicogenólise Degradação do glicogênio. Infarto do Necrose de uma porção do coração causada pela morte de vários miocárdio cardiomiócitos. Cardiomiócitos Células musculares cardíacas. Necrose por coagulação Citoplasma com aspecto de substância coagulada acidófilo, granuloso e gelificado. Necrose liquefativa Zona necrosada adquire consistência mole, semifluida ou mesmo liquefeita. Comum após necrose do tecido nervoso, na glândula suprarrenal e na mucosa gástrica. Necrose caseosa É um tipo especial de necrose coagulativa que se instala no meio da reação inflamatória provocada por certas doenças, principalmente a tuberculose. Necrose gordurosa Esteatonecrose. Liberação de enzimas pancreáticas, observada na pancreatite aguda, as quais liquefazem as membranas dos adipócitos do peritônio. Necrose fibrinóide Ocorre no sistema vascular, degenerando as paredes dos vasos. A necrose fibrinóide aparece essencialmente nas doenças auto- imunes, nas paredes dos vasos e curiosamente nas úlceras pépticas. Ocorre, por exemplo, em casos de hipertensão arterial severa, em que os órgãos estão sujeitos a elevadas pressões para as quais não estão preparados. Neste caso, as células da camada íntima sofrem rápida proliferação, que geralmente leva à disrupção da parede do vaso, havendo libertação de proteínas plasmáticas para fora e para dentro da parede arteriolar. Degeneração hidrópica Acúmulo de água no meio intracelular (hiperhidratação), consequência de desequilíbrios no controle do gradiente osmótico no nível da membrama citoplasmática e nos mecanismos de absorção, eliminação de água e eletrólitos intracelulares (deficiência da bomba de Na+/K+) Degeneração gordurosa É o acúmulo excessivo de triglicerídeos no citoplasma de células parenquimatosas, formando vacúolos que podem ser pequenos e múltiplos ou coalescentes e volumosos, deslocam o núcleo para a periferia, e de limites nítidos, dando à célula um aspecto pálido e esponjoso, dependendo do órgão em que está localizada. Degeneração Glicogênica Acúmulo anormal de glicogênio nas células, decorrente de distúrbios metabólicos. Nos hepatócitos, ocorre por hiperglicemia, doença metabólica induzida por fármacos (ex: corticosteróides); deficiência enzimática relacionada a doenças de armazenamento de glicogênio, ou por tumores hepatocelulares. Degeneração hialina O acúmulo de proteínas na célula lhe confere um aspecto translúcido, homogêneo e eosinofílico, por isso também é conhecida por degeneração hialina. Proteínas acumuladas podem ser intracelulares ou extracelulares. As principais causas de acúmulos intracelulares são a reabsorção de proteínas pelo epitélio tubular renal, produção excessiva de proteínas normais e por defeitos no dobramento das proteínas. Pigmentações A pigmentação patológica pode ser exógena, cujos pigmentos são de origem externa ao organismo, ou endógena, formada a partir de pigmentos naturais do corpo. Antracose Pigmentação por sais de carbono. Comum sua passagem pelas vias aéreas, chegando aos alvéolos pulmonares e ao linfonodos regionais por intermédio da fagocitose do pigmento. A antracose em si não gera grandes problemas, mas sua evolução pode originar disfunções pulmonares graves, principalmente em profissionais que constantemente entram em contato com a poeira de carvão. Cor: varia do amarelo-escuro ao negro. Siderose Pigmentação por óxido de ferro. Cor: ferrugem. Argiria Pigmentação por sais de prata. Geralmente é oriunda por contaminação sistêmica por medicação, manifestando-se principalmente na pele e na mucosa bucal. Cor: acinzentada a azul- escuro e enegrecida se a prata sofrer redução. Tatuagem Pigmentação por sais de enxofre, mercúrio, ferro e outros corantes. A fagocitose, feita por macrófagos, desses pigmentos pode provocar a transferência destes para linfonodos regionais. Cor: varia conforme o tipo de pigmento presente. Pigmentos hemáticos ou hemoglobinógen os Endógena. Se originam da hemoglobina, proteína composta por quatro cadeias polipeptídicas e quatro grupos heme com ferro no estado ferroso (Fe++). A lise dessa estrutura origina os pigmentos denominados de hemossiderina e bilirrubina. Hemossiderina A hemossiderina é uma espécie de armazenagem do íon ferro cristalizado. Este se acumula nas células, principalmente do retículo endotelial. É originada da lise de hemácias, de dieta rica em ferro ou da hemocromatose idiopática (alteração da concentração da hemoglobina nos eritrócitos). Sua cor é amarelo-acastanhado. Bilirrubina É o produto da lise do anel pirrólico, sem a presença de ferro. Conjugada ao ácido glucurônico pelo hepatócito, a bilirrubina torna-se mais difusível, não se concentrando nas células que fagocitam hemáceas, o que provoca um aumento generalizado desse pigmento, denominado de icterícia. Tem sua origem nos casos de lise hemática, de doença hepatocítica ou de obstrução das vias biliares. Pigmentos melânicos Produzida por melanoblastos, a melanina tem cor castanho- enegrecida, sendo responsável pela coloração das mucosas, pele, globo ocular, retina, neurônios etc. O excesso de melanina pode se dar por distúrbios hormonais hipofisários e hipotalâmicos. Calcificação patológica Constitui um processo mórbido de origem nas alterações metabólicascelulares. Essas alterações induzem a uma deposição anormal de sais de cálcio e outros sais minerais heterotopicamente, ou seja, em locais onde não é comum a sua deposição. Em outras palavras, a calcificação patológica é assim definida por se localizar fora do tecido ósseo ou dental, em situações de alteração da homeostase e da morfostase. Calcificação distrófica Se relaciona com áreas que sofreram agressões e que apresentam estágios avançados de lesões celulares irreversíveis ou já necrosadas. Nesse último caso, por exemplo, é comum observar calcificações distróficas nas paredes vasculares de indivíduos senis com ateroesclerose, cujo processo se caracteriza por presença de necrose no endotélio vascular devido à deposição de placas de ateroma. Calcificação metastática Originada de uma hipercalcemia. Essa situação pode ser devida à remoção de cálcio dos ossos ou à dieta excessivamente rica desse íon. A precipitação do íon Ca++ e do fosfato calcifica metastaticamente os tecidos como pulmão, vasos sanguíneos, fígado e mucosa gástrica. Calculose ou litíase Sua particularidade reside no fato de se localizar em estruturas tubulares diferentes dos vasos sanguíneos, mantendo a característica de heterotopia inerente às calcificações patológicas. A calculose pode levar à obstrução, à lesão ou à infecção de ductos, principalmente do pâncreas, da glândula salivar, da próstata e dos tratos urinário e biliar. Agenesia Ausência do órgão por ausência do broto embrionário. Ausência de iniciação do desenvolvimento total do órgão ou de parte dele. Aplasia Ausência do órgão e presença do broto embrionário. Atresia Ausência de orifício ou perfuração. A estrutura se forma, porém não apresenta luz. Hipoplasia Deficiência na formação. O órgão é menor e com função reduzida. O desenvolvimento é incompleto. Hiperplasia Aumento do número de células (número de mitoses) por aumento da demanda funcional (adaptação) ou por aumento de estímulos tróficos (hormonais). Hipertrofia Aumento de volume de um órgão por aumento da demanda funcional (adaptação) ou por aumento dos estímulos tróficos. Metaplasia Alteração reversível quando uma célula adulta (diferenciada), seja epitelial ou mesenquimal, é substituída por outra de outro tipo celular. Pode ser interpretado como uma tentativa do organismo de substituir um tipo celular exposto a um estresse a um tipo celular mais apto a suportá-lo. o epitélio pseudoestratificado colunar ciliar do trato respiratório, submetido cronicamente a irritação pela fumaça do cigarro, passa a ser do estratificado pavimentoso. Inflamação aguda É uma resposta rápida aos agentes agressores mandando mediadores de defesa, como leucócitos e proteínas plasmáticas para o local da injúria. A inflamação aguda possui três grandes características: alteração no calibre vascular, que leva ao aumento do fluxo sanguíneo; mudança na estrutura microvascular, que permite que as proteínas do plasma e os leucócitos deixem a circulação; emigração dos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo no foco da injúria, e sua ativação para eliminar o agente agressor. Inflamação crônica É entendida segundo seu critério cronológico, ou seja, é o tipo de inflamação que perdura por longo tempo, não sendo visíveis os sinais cardinais de dor, tumor, calor, rubor e perda de função. Existe ainda o critério biológico, em que se classifica uma inflamação crônica segundo seus elementos teciduais, quais sejam fibroblastos, linfócitos, macrófagos (células ditas do sistema mononuclear macrofágico) e pouca quantidade ou ausência de fenômenos exsudativos plasmáticos. Carcinoma Tumor maligno desenvolvido a partir de células epiteliais ou glandulares (Adenocarcinoma), que tende a invadir tecidos circulares originando metasases. Sarcoma É um cancro tumor/Neoplasia maligna do osso, cartilagem, gordura, musculo, vasos sanguineos, ou de tecidos moles. O termo advém do termo grego que significa "crescimento carnoso". Os tumores ósseos também são chamados de sarcomas embora estejam noutra categoria devido às suas características clínicas, microscópicas e por terem um tipo de tratamento diferente. Fontes Bibliográficas Franco, M. Patologia. Processos Gerais. Atheneu 2010. Mitchell, R.N. Robins & Cotran. Fundamentos de Patologia Elsevier 2012. PATOARTE GERAL. http://143.107.240.24/lido/patoartegeral/patoartegeral2.htm