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NUTRIÇÃO PARA ATLETAS Os principais fundamentos que devem ser levados em consideração para a prescrição correta de um esquema nutricional FA C U L DA D E APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO Já é de conhecimento da maioria das pessoas que os cuidados com a Nutrição são determinantes para o melhor desempenho em qualquer a�vidade �sica. Ocorre que para que um atleta tenha uma dieta adequada e balanceada, é preciso orientação de um profissional habilitado da área de Nutrição. Afinal, a reeducação alimentar deve ser fundamentada no conhecimento cien�fico para que seja benéfica e completa. Neste e-book, a Nutricionista Renata Pires Do�o, Coordenadora de Cursos de Especialização em Nutrição da Faculdade UnYLeYa, traz os principais fundamentos que devem ser levados em consideração para a prescrição correta de um esquema nutricional para atletas. 1 FA C U L DA D E CARBOIDRATOSCARBOIDRATOS Em 1920, Krogh e Lindhardt analisaram a percepção do esforço dos atletas subme�dos a uma dieta rica em carboidratos em comparação a uma dieta rica em lipídios. Já em 1924, Levine e colaboradores testaram o consumo de carboidratos durante a maratona de Boston, constatando a prevenção da hipoglicemia severa. Christensen, em 1932, realizou o primeiro experimento que mostrou como a intensidade modula a u�lização dos carboidratos como fontes de energia. Em 1985, a ingestão média de carboidratos em atletas americanos era cerca de 41% das necessidades energé�cas. Kazapi e Zeni (1998) verificaram que os atletas de natação da cidade de Florianópolis consumiam carboidratos abaixo do recomendado tanto para a população de sedentários como para os pra�cantes de esporte. Como já se sabe, o glicogênio é a forma de depósito de carboidratos em animais, mas esse depósito é muito pequeno. Nos músculos, a reserva de carboidratos fica entre 300g a 400g. No �gado, há uma pequena reserva de cerca de 80g a 90g, e a glicose circulante, não ultrapassa 20g de carboidratos. Podemos então perceber que os estoques de glicogênio muscular e hepá�co, além da glicose circulante, representam cerca de 1.800Kcalorias, um nível que seria insuficiente para suportar o gasto calórico de um indivíduo adulto sedentário num período de 24h. Como seria então para um atleta? Eles têm de ser repostos ao longo do dia, ao longo dos treinos, antes, durante e após os esportes. A seguir, resumimos as principais recomendações quanto à distribuição percentual dos macronutrientes na dieta de despor�stas e atletas, incluindo não só os carboidratos, mas as proteínas e as gorduras, além dos micronutrientes: vitaminas, minerais e fibras. 1. Recomendações nutricionais gerais para atletas 2 FA C U L DA D E 3 1. Recomendações nutricionais gerais para atletas DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL IDEAL DE MACRONUTRIENTES NA DIETA DE DESPORTISTAS CARBOIDRATOS LÍPIDEOS PROTEÍNAS VITAMINAS / MINERAIS FIBRAS TOTAIS ÁGUA 55% – 60% 20% – 30% 0,8 a 1,2g/Kg (Tabelas DRI) 25 a 38g/dia 2,5 - 3,5 L/dia FA C U L DA D E 1. Recomendações nutricionais gerais para atletas 4 As recomendações dieté�cas de carboidratos são: » Pessoas que treinam intensamente em dias sucessivos requerem de 60% – 70% do total energé�co (COYLE, 2004). » Pessoas que se exercitam regularmente devem consumir de 55% – 60% do total energé�co (ADA, 2000). Assim, toda pessoa que pra�ca esportes deve comer alimentos fontes de carboidratos antes e após os treinos. Se os treinos durarem mais que 2 horas, também há a necessidade de se ingerir alimentos fontes desse nutriente durante o esporte, que podem ser levados em sachês contendo carboidratos de fácil digestão na forma de gel ou, ainda, em barras ou como bebidas, todas específicas para atletas. Vale a pena ressaltar que não se deve pra�car esporte sem comer, isto é, em jejum, sob a alegação que ajudaria a emagrecer e perder a gordura acumulada. Este é um engano terrível come�do por pessoas desinformadas, pois os estudos cien�ficos comprovam que é exatamente a ingestão correta de alimentos ricos em carboidratos antes, durante e após o esporte que garante a preservação das proteínas do organismo. Se a quan�dade de carboidratos consumida for insuficiente, as proteínas são u�lizadas como fonte de energia, além das gorduras, o que levaria a pessoa a uma perda de massa muscular e a outros problemas como: deficiência no crescimento, caso não seja ainda adulto, falta de reparação e regeneração de células e tecidos gastos no dia, deficiências na formação de hormônios, entre outros. Exemplo de um desjejum saudável feito cerca de 30 a 45 minutos antes de pra�car esportes: » 150ml de iogurte desnatado 0% de gordura. » 2 a 3 torradas ou bolachas cream crackers, ou água e sal, ou água. » 1 pedaço de fruta macia sem cascas ou bagaços (bananinha- maçã ou banana-prata ou ½ maçã ou ½ pera etc.) Ou um shake feito com: » 150ml de leite desnatado ba�do com 2 colheres de sopa cheias de Farinha Láctea ou Neston + 1 banana pequena (maçã ou prata). FA C U L DA D E 5 Os lipídeos são as gorduras responsáveis pelo armazenamento de energia. Devem par�cipar com cerca de 20% a 30% do total energé�co da dieta de atletas ou despor�stas. Para alguns autores, como Kazapi e Tramon�, a dieta de atletas não deve exceder 20% a 25% do valor calórico total oferecido, sendo que 3% das calorias totais dos adultos, atleta ou não, devem ser dos ácidos graxos essenciais: Linoleico (ômega 6) e Linolênico (ômega 3), o que não é di�cil de conseguir nas dietas saudáveis e balanceadas. Além disso, há a recomendação de consumir na dieta 1/3 de cada �po de ácido graxo, buscando obter deles um equilíbrio para a saúde e para o metabolismo energé�co: 10% saturados, 10% poli-insaturados, 10% monoinsaturados. Em relação ao colesterol, recomenda-se sempre ingestão igual ou menor que 100mg/1.000Kcalorias da dieta. Outros estudos comprovam que podem ocorrer efeitos nega�vos no perfil lipídico sanguíneo quando a dieta oferece menos de 15% de energia lipídica. Portanto, não há mo�vo para uma dieta, mesmo para atletas de força, com menos de 20% de lipídeos. Quanto ao armazenamento de gorduras no organismo: 1o no tecido adiposo na forma de triglicerídeos, sendo esta reserva aproximadamente de 50.000 a 60.000 Kcalorias em todo o organismo. Em 2o lugar como triglicerídeos intramusculares, na forma de glóbulos na fibra muscular, colocando esta fonte de energia bem próxima dos locais de oxidação. Eles contribuem com cerca de 3.000 Kcalorias, quan�dade está bem superior aos carboidratos, que dariam, no máximo, 1.800 Kcalorias. Exercícios de resistência/endurance aumentam a oxidação das gorduras, pois desenvolvem um metabolismo mais eficiente para a obtenção de energia via aeróbica, aumentando o número de mitocôndrias musculares. Com isso, os atletas de resistência sentem menos fadiga, menos alteração no metabolismo energé�co e uma redução na u�lização do glicogênio, que vem acompanhado de aumento da u�lização de gorduras. Vários estudos foram feitos nas úl�mas décadas, com a finalidade de descobrir recursos dieté�cos para o�mizar a oxidação de lipídios no exercício �sico, como a ingestão de triacilglicerol de cadeia longa (TCL), que, se ingerido cerca de 1 a 4h antes do exercício, traria bene�cios teóricos como a redução do catabolismo do glicogênio muscular e o aumento da capacidade de endurance. Contudo, Ivy et al. (1980) e Satabin, et al. (1987) confirmaram efeitos nega�vos na ingestão suplementar de TCL. LIPÍDEOSLIPÍDEOS FA C U L DA D E PROTEÍNASPROTEÍNAS Argumenta-se que a proteína é u�lizada apenas em um grau limitado como combus�vel energé�co duranteo exercício (apenas 5% a 10 % da energia total). Na verdade, elas são u�lizadas para proporcionar os blocos formadores de aminoácidos para síntese tecidual, mas estudos demonstram que há aumento da concentração de ureia plasmá�ca, o que está acoplado a uma elevação dramá�ca da excreção de nitrogênio no suor, evidenciando o aumento da u�lização de proteína durante o exercício. Esses estudos também mostram que essa u�lização é maior em estados de depleção de glicogênio. Isso enfa�za o papel importante dos carboidratos como poupadores de proteínas e demonstra a importância da manutenção desses estoques durante o exercício. 6 CICLO DA ALANINA Os aminoácidos dentro do músculo são transformados em glutamato e, a seguir, em alanina. A alanina liberada pelos músculos a�vos é transportada até o �gado, onde é desaminada (processo em que se re�ra da molécula o nitrogênio, restando o esqueleto de carbono). O esqueleto de carbono restante é transformado em glicose (gliconeogêse) e, posteriormente, lançado no sangue e transportado até os músculos a�vos. Os fragmentos de carbono provenientes dos aminoácidos que formam a alanina podem ser oxidados, a seguir, para a obtenção de energia dentro da célula muscular específica. Após 4 horas de exercício con�nuo de baixa intensidade, a produção hepá�ca de glicose derivada da alanina pode ser responsável por 45% da glicose total liberada pelo �gado. A energia derivada desse ciclo pode atender de 10% a 15% da necessidade total do exercício. FA C U L DA D E 7 PROTEÍNAS E EXERCÍCIOS As proteínas são os materiais que desempenham o maior número de funções nas células de todos os seres vivos. Por um lado, fazem parte da estrutura básica dos tecidos (músculos, tendões, pele, unhas etc.) e, por outro, desempenham funções metabólicas e reguladoras (assimilação de nutrientes, transporte de oxigênio e de gorduras no sangue, desa�vação de materiais tóxicos ou perigosos etc.). A ideia de que atletas precisam de uma dieta rica em proteína para construir e reparar os músculos é muito bem aceita, e também há evidências de que as necessidades proteicas estejam aumentadas em pra�cantes de a�vidade �sica. Os músculos são cons�tuídos basicamente de proteínas e seu envolvimento é fundamental para o desempenho em todos os esportes. Constatou-se, também, o fato de que o exercício regular acarreta numerosos efeitos específicos no metabolismo proteico do organismo. A oxidação de proteína contribui com cerca de 5% da produção de energia durante o exercício prolongado, o que é menos do que 10%-15% em repouso, porém a taxa absoluta de degradação proteica durante o exercício é aumentada devido ao elevado turnover de energia. Isto leva ao aumento das necessidades mínimas proteicas diárias, mas esse aumento pode ser alcançado se uma dieta balanceada for consumida para atender ao aumento do gasto energé�co diário. A principal contribuição das proteínas dieté�cas consiste em fornecer aminoácidos para vários processos anabólicos. A proteína representa de 12% a 15% da massa corporal. O conteúdo proteico do músculo esquelé�co, que é aproximadamente 65% da proteína total do organismo, pode ser dras�camente aumentado com a aplicação de exercícios. Há evidências de que à medida que o exercício progride, aumenta a quan�dade de ureia plasmá�ca no suor. Dessa forma, há desintegração proteica durante o exercício. FA C U L DA D E 8 RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNAS PARA PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA E ATLETAS A prá�ca regular de exercícios pode aumentar a necessidade de proteínas e aminoácidos. Esse aumento, causado pelo treinamento, pode ocorrer de forma direta, devido às mudanças do metabolismo de aminoácidos, ou indireta, como resultado do consumo insuficiente de energia, como citado anteriormente. Pesquisas indicam que, quando a ingestão energé�ca é adequada, a ingestão proteica de 1,2 – 1,4g/kg/ dia seria o adequado para indivíduos que pra�cam exercícios de resistência moderada e regularmente (5 a 6 vezes por semana durante 1 hora). Já atletas de resistência de elite devem consumir 1,6g/kg/ dia de proteínas. Os indivíduos que pra�cam a�vidades de modo recrea�vo (4 a 5 vezes por semana durante 30 minutos com intensidade inferior a 55% do VO2max) devem ingerir a mesma quan�dade recomendada para indivíduos sedentários de 0,8g a 1,2g/kg/dia. Para quem está iniciando um programa de treinamento de força rigoroso, o consumo recomendado de proteínas é de 1,6-1,8g/kg/dia. Para atletas com longo período de treinamento e que precisam manter a massa muscular, diminui-se para 1,2g/kg/dia. Para indivíduos que estão treinando força e que não são atletas, a ingestão recomendada é de 0,9g/kg/dia. Em relação ao Valor Calórico Total oferecido, as proteínas devem representar aproximadamente 12% -15% (American College ou Sports Medicine, 2000). É importante ressaltar que a ingestão em excesso de proteínas não implica maior síntese proteica. Contudo, a síntese proteica aumenta durante aproximadamente 48h depois de uma sessão de exercício de força (PHILLIP, 2004). O aumento de massa magra, obviamente, é o resultado de um balanço nitrogenado posi�vo e crônico (TIPTON, 2003). As fontes de proteínas completas incluem ovos, leite, carnes, peixes e aves. Essas proteínas proporcionam a mistura ideal de aminoácidos essenciais entre as fontes alimentares, sendo classificadas como de alto valor biológico. FA C U L DA D E VITAMINAS E MINERAISVITAMINAS E MINERAIS 9 As vitaminas e os minerais são nutrientes essenciais para o funcionamento do nosso corpo. Além de regular enzimas e hormônios, par�cipam da manutenção do ritmo cardíaco, da contração muscular, do funcionamento cerebral e do equilíbrio do organismo como um todo. São denominados de micronutrientes, pois suas quan�dades u�lizadas normalmente estão na faixa dos miligramas, ou microgramas. Dos 90 elementos existentes na Terra, reconhecem-se cada vez mais os minerais como essenciais à vida. Alguns minerais podem ser destacados para pra�cantes de a�vidade �sica, visto que tal deficiência poderia prejudicar a saúde e o desempenho, quando não adequados e equilibrados na dieta. CÁLCIO E FÓSFORO Normalmente são apresentados e absorvidos juntos. Mantêm a integridade dos ossos e, portanto, a integridade para a locomoção, além de par�cipar da coagulação sanguínea, excitabilidade neuromuscular, controle da contração e relaxamento muscular (favorecendo câimbras), parte integrante da ATP e dos fosfolipídios etc. MAGNÉSIO Par�cipa do metabolismo energé�co, da síntese proteica, da contração muscular, em parceria com o cálcio, atua na taxa metabólica basal etc. FA C U L DA D E VITAMINAS E MINERAISVITAMINAS E MINERAIS 10 FERRO: O FERRO NA ALIMENTAÇÃO DE ATLETAS O ferro cumpre um importante papel no desempenho �sico de atletas e espor�stas em geral. Como componente da hemoglobina nas hemácias (células vermelhas do sangue), o ferro permite o transporte do oxigênio para o músculo durante o exercício, por isso está envolvido na geração desse gás tão importante no esporte, e assim atua diretamente no processo de produção de energia. Diversas são as causas para a deficiência de ferro em atletas, e a mais frequente é a inadequada ingestão deste mineral na dieta. Isso quer dizer que a anemia poderia ser facilmente controlada pela maior ingestão de alimentos ricos em ferro. Os atletas apresentam grande dificuldade em a�ngir as recomendações nutricionais de ferro, especialmente as mulheres, que têm de repor o ferro perdido por meio da menstruação. Um dos aspectos que determinam a baixa ingestão de ferro é ouso de dietas hipocalóricas (abaixo de 2.000 kcal) e também em decorrencia da alimentação vegetariana. Além disso, a modalidade espor�va pra�cada também pode estar facilitando a perda de ferro, uma vez que esportes que exigem impacto constante com o solo, como a corrida, o basquete e o tênis, aumentam a chamada “hemólise por impacto”, que favorece a perda de sangue pelo trato gastrointes�nal. Do ponto de vista nutricional, temos um grande problema para a�ngir as recomendações de ferro: apenas uma média de 10% do ferro ingerido será propriamente absorvida. As melhores fontes alimentares de ferro são as carnes vermelhas e o �gado. Frango e peixe também contêm quan�dades apreciáveis deste mineral, e alimentos como feijão, len�lha e espinafre apresentam boas quan�dades de ferro, porém não é muito bem absorvido nestes alimentos. A eficiência na absorção do ferro é determinada também pelos alimentos que são consumidos na mesma refeição. Por exemplo, os alimentos que contêm ácido ascórbico (vitamina C) são ó�mos “facilitadores” da absorção intes�nal do ferro. Dessa forma, sempre que um alimento fonte de ferro for ingerido, uma fruta ácida, rica em vitamina C, deve ser ingerida conjuntamente. No entanto, deve-se atentar para os alimentos que contenham fitatos e taninos (chás em geral; café; Coca-Cola), pois tais substâncias se ligam ao ferro, prejudicando a sua absorção. Alimentos que contenham cálcio também não são indicados para serem ingeridos com fontes de ferro. Isto porque ocorre a “união” entre os dois minerais, prejudicando a absorção de ambos. Os alimentos fontes de cálcio são, principalmente, os leites, queijos e seus derivados. FA C U L DA D E VITAMINAS E MINERAISVITAMINAS E MINERAIS 11 ZINCO: A IMPORTÂNCIA DO ZINCO PARA ATLETAS É notório que o exercício �sico traz muitos bene�cios e que é realizado por muitas pessoas como uma forma para se desenvolver uma melhor qualidade de vida, ou, em muitos casos, profissionalmente. Porém, os efeitos benéficos que o exercício �sico traz podem ser opostos caso uma associação adequada entre treino, descanso e alimentação não seja seguida, podendo trazer efeitos nega�vos. Com o exercício �sico, o metabolismo aeróbio é aumentado, elevando assim a produção de radicais livres e deixando as defesas naturais do organismo mais suscep�veis a doenças. Para combater os radicais livres, é essencial o consumo de an�oxidantes na dieta, que tem como função bloquear o efeito danoso dos radicais. Um importante micronutriente que atua contra os radicais livres (an�oxidante) é o zinco, um mineral presente em mais de 200 enzimas diferentes, demonstrando, desse modo, a sua importância para o bom funcionamento do metabolismo, dos processos fisiológicos, do crescimento e do desenvolvimento. O consumo maior de energia necessário para a prá�ca de a�vidade �sica não é garan�a do consumo adequado de zinco e o seu papel como an�oxidante pode ser prejudicado pela baixa ingestão desse nutriente na dieta. Dessa forma, a saúde e a performance do atleta podem sofrer alterações. Nos alimentos, o zinco está presente em maiores quan�dades nas ostras (a maior fonte deste nutriente), seguidas das carnes vermelhas. Outros alimentos, como os ovos, a carne de frango, o leite e derivados, as frutas oleaginosas e os cereais integrais são, também, ó�mas fontes. A recomendação de zinco u�lizada é a mesma para a população em geral: 8mg/dia para mulheres e 11mg/dia para homens. FA C U L DA D E 12 SELÊNIO O selênio é um mineral essencial a várias espécies e ao homem. Suas funções só puderam ser descritas depois de demonstrada sua incorporação à enzima gluta�ona peroxidase. Entre suas funções, a mais importante é ser an�oxidante, além de ser necessária na produção de enzimas que neutralizam os radicais livres e protegem contra a peroxidação lipídica das membranas celulares. Alimentos fontes de selênio: castanha-do-Pará, �gado, frango, frutos do mar, atum, leite, cereais integrais, gema de ovo, brócolis, aipo, alho, cebola, cogumelos.Quanto à vitaminas, as quan�dades a serem ingeridas seguem as recomendações das DRIs, de forma geral. Estudos de consumo demostram que os atletas não apresentam ingestão abaixo da DRI, portanto, se esses indivíduos ingerirem uma dieta que apresente variedade de alimentos vegetais e animais, estariam a�ngindo a dose recomendada, não sendo necessária a suplementação. De forma diferente, megadoses de vitaminas eram recomendadas a determinados atletas. No entanto, o profissional nutricionista deve inves�gar a alimentação desses atletas, pois, se megadoses não melhoram, as deficiências, sim, atrapalham. A deficiência das vitaminas A, E, Ác. Fólico, B6, B12 e C pode diminuir a função imune e a resistência corporal contra infecções (CALDER et al., 2002). Da mesma forma, o excesso dos minerais ferro e zinco também pode diminuir a capacidade de ação do sistema imune (CHANDRA, 1984; SHERMAN, 1992; GLEESON, 2000). Não há comprovação sobre os efeitos ergogênicos das superdosagens de vitaminas C e E. A ingestão de doses levemente acima das normais, porém associadas, dessas duas vitaminas, parece ser a prescrição dieté�ca mais adequada (NIEMAN, 2002). Seria 10-15mg de vitamina E, 65- 100mg de vitamina C. Estudos com megadoses de vitamina E, como a administração de 600mg de vitamina E cerca de 2 meses antes do Ironman, apresentaram resultados indesejáveis: aumentou de estresse oxida�vo e da quan�dade de citocinas pró-inflamatórias em comparação com o grupo placebo (GLEESON, 2004). O ácido ascórbico (vitamina C) é encontrado em altas concentrações em leucócitos (GLEESON, 2004). Contudo, as necessidades de vitamina C no esporte de alto rendimento merecem destaque. A vitamina C oferece proteção contra a queda de imunidade provocada pelo cor�sol na a�vidade �sica. Também favorece a inibição do crescimento viral. FA C U L DA D E 13 ÁGUA Os pra�cantes de a�vidade �sica devem se hidratar com sabedoria. É muito importante se manter hidratado ao pra�car esportes, mas deve-se saber o que tomar e em que momento. A regra é simples: quem pra�ca esportes até 1 hora ou 1 hora e 15 minutos deve tomar apenas água bem fresca (com temperatura da geladeira: entre 4 e 6ºC), levando-a em garrafas térmicas para mantê-la fria, sempre tomando de 3 a 4 goles grandes a cada 15 ou 20 minutos. Quem pra�ca esportes entre 1 e 2 horas incompletas pode, além da água, tomar água de coco gelada como complemento isotônico para repor sais. Siga a mesma regra: de 3 a 4 goles a cada 15 ou 20 minutos, pois é o tempo que o estômago esvazia para esses líquidos. Já quem pra�ca esportes de longa duração, na 1a hora, deve tomar somente água fria, mas a par�r da 2a hora deve tomar hidratantes com soluções semelhantes ao soro sanguíneo, que são as bebidas para atletas (�po Gatorade, Sport Drink etc.), sempre bem geladas, de 3 a 4 goles a cada 15 ou 20 minutos. Renata Pires Dotto é nutricionista, mestre em Biociências pela UFMT, doutoranda em Ciências pela UNIFESP, e coordenadora de cursos de especialização em Nutrição na Faculdade UnYLeYa desde 2011. Possui experiência com Sequenciamento de Sanger e MLPA para diagnóstico molecular de Diabetes MODY. RENATA PIRES DOTTO FA C U L DA D E Quem Somos A Faculdade UnYLeYa é uma instituição de ensino superior com 20 anos de tradição na oferta de cursos de Graduação e Pós-Graduação Distância. Com nota cinco no ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e nota quatro no IGC (índice Geral de Cursos), a instituição propõe levar ensino de qualidade, com valores acessíveis a todos os cantos do país. Entendendo a educação a distância como uma alternativa de ensino-aprendizagem, está amparada por uma equipe de docentes especializados que tem investido com competência na implementação de cursos de pós-graduação e graduação a distância de qualidade. O corpo docente é formado por mestres e doutores e a metodologia diferenciada possibilita total aproveitamento por parte dos estudantes. Todos os cursos são reconhecidos pelo MEC e contemplam as principais exigências do mercado de trabalho capacitando seus estudantes para o pleno desempenho de suas atribuições na carreira escolhida. Os cursos (Pós, Bacharelado, Tecnológico e Licenciatura) utilizam plataforma de ensino moderna e de fácil utilização, além de aplicativo para smartphones para que o estudante possa estudar onde e quando quiser. A tecnologia é a principal aliada da Faculdade UnYLeYa para formar profissionais com excelência. FA C U L DA D E
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