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DPC MG Medicina Legal 24.11.2017 (2)

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1 
 
 
 
 
 
Curso: Delegado de Polícia Civil de Minas Gerais 
 
Disciplina: Medicina Legal 
 
Material: Apostila de conteúdo complementar 
 
Responsáveis: Equipe acadêmica 
 
Temas abordados nessa apostila: 
 
 
MEDICINA LEGAL...................................................................................................................4 
Perícias e Peritos....................................................................................................................4 
Perícia...............................................................................................................................4 
Classificação dos Peritos...............................................................................................5 
Legislação Específica.....................................................................................................5 
Possibilidade de Recusa................................................................................................5 
Corpo de Delito x Exame de Corpo de Delito...............................................................6 
Divergências entre Peritos.............................................................................................7 
Quesitos Oficiais.............................................................................................................8 
Documentos Médico-Legais..................................................................................................9 
Conceito...........................................................................................................................9 
Espécies...........................................................................................................................9 
Crimes praticados contra mulheres e hipossuficientes............................................10 
Antropologia Médico-Legal..................................................................................................11 
Identidade e Identificação.............................................................................................11 
Métodos de Identificação.........................................................................................11 
Identidade..................................................................................................................11 
Caracterização da Raça............................................................................................12 
Sexo Médico-Legal....................................................................................................12 
Estatura......................................................................................................................12 
Idade...........................................................................................................................13 
Dentes........................................................................................................................14 
Malformações............................................................................................................14 
Características Físicas.............................................................................................14 
Características Psíquicas.........................................................................................14 
Prosopografia............................................................................................................14 
Identificação Judiciária.................................................................................................14 
 Biometria....................................................................................................................15 
 Sistema Datiloscópico de Vucetich.........................................................................16 
 Tomada de Impressões Papilares...........................................................................17 
 Elementos da Impressão Digital..............................................................................17 
 Fórmula Datiloscópica..............................................................................................18 
 Comparação da Impressão Digital..........................................................................18 
Traumatologia Médico Legal...............................................................................................18 
Conceitos Importantes..................................................................................................18 
Lesões Corporais sob o ponto de vista jurídico.........................................................18 
Tipos de Energia............................................................................................................24 
Energias de Ordem Mecânica..................................................................................24 
 Espécies de Energia Mecânica...........................................................................24 
Relação entre o corpo e o instrumento (origem da energia)...........................25 
Mecanismos de transmissão de energia cinética.............................................25 
 
2 
 
Reações aos traumas...........................................................................................25 
Classificação das lesões quanto ao critério cronológico................................25 
Classificação – Meios mecânicos e Tipos de lesão..........................................25 
Ferimentos produzidos por projeteis de armas de fogo..................................32 
Energias de Ordem Física........................................................................................36 
 Temperatura..........................................................................................................36 
Pressão Atmosférica............................................................................................37 
Eletricidade...........................................................................................................38 
Radioatividade......................................................................................................38 
Luz.........................................................................................................................38 
Som........................................................................................................................39 
Energias de Ordem Química....................................................................................39 
Energias de Ordem Fìsico-Química.........................................................................39 
Asfixiologia Forense............................................................................................39 
Enforcamento.......................................................................................................41 
Estrangulamento..................................................................................................41 
Esganadura...........................................................................................................42 
Sufocação direta...................................................................................................42 
Sufocação indireta...............................................................................................42 
Afogamento...........................................................................................................42 
Gases Irrespiráveis..............................................................................................43 
Monóxido de Carbono..........................................................................................43 
Soterramento........................................................................................................43 
Confinamento.......................................................................................................43Energias de Ordem Bioquímica...............................................................................44 
Energias de Ordem Biodinâmica e Mista................................................................44 
Tanatologia............................................................................................................................46 
Tanatognose................................................................................................................46 
Fenômenos Cadavéricos............................................................................................47 
Cronotanatognose.......................................................................................................51 
Diagnóstico Jurídico da morte...................................................................................52 
Espécies de Morte.......................................................................................................53 
 Morte Natural x Morte Violenta................................................................................53 
 Morte Suspeita...........................................................................................................53 
Encerramento do Corpo.............................................................................................55 
Exumação.....................................................................................................................56 
Necropsia.....................................................................................................................57 
Direitos sobre o Cadáver............................................................................................58 
Transplantes................................................................................................................60 
Sexologia Médico-Legal.......................................................................................................62 
 Conceito de Sexo........................................................................................................62 
Crimes contra da dignidade sexual e provas periciais............................................63 
 Estupro.......................................................................................................................63 
 Violência Sexual Mediante Fraude..........................................................................65 
 Assédio Sexual..........................................................................................................66 
Gravidez, Parto e Puerpério.......................................................................................66 
Aborto...........................................................................................................................69 
Infanticídio...................................................................................................................70 
Reprodução Assistida.................................................................................................70 
Transtornos da sexualidade e da identidade sexual...............................................71 
Psicopatologia Médico-Legal..............................................................................................74 
Imputabilidade Penal e Capacidade Civil....................................................................74 
Limites e Modificadores................................................................................................76 
Esquizofrenia.................................................................................................................76 
Transtornos Bipolares de Humor.................................................................................77 
Transtornos Delirantes..................................................................................................78 
Transtornos da Personalidade.....................................................................................78 
 
3 
 
Transtorno de Personalidade Boderline......................................................................79 
Simulação.......................................................................................................................80 
Toxicofilias............................................................................................................................80 
Dependência Química...................................................................................................80 
Classificação dos Psicotrópicos Deley e Deniker......................................................81 
Perícia Toxicológica......................................................................................................82 
Laudo de Constatação x Laudo Toxicológico............................................................82 
Tipos de Drogas.............................................................................................................83 
Considerações Legais...................................................................................................83 
Embriaguez Alcoólica...........................................................................................................84 
Alcoolismo......................................................................................................................84 
Intoxicação Alcoólica....................................................................................................85 
Embriaguez Patológica.................................................................................................85 
Diagnóstico da Embriaguez..........................................................................................86 
Observações acerca dos percentuais.........................................................................87 
Aspectos Penais............................................................................................................88 
Condução de Veículos Automotores...........................................................................88 
Exame com Etilômetro..................................................................................................90 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
MEDICINA LEGAL 
 
Perícias e Peritos 
 
Perícia 
 
Conceitualmente, é possível definir a perícia como todo exame realizado por profissional 
não-médico com o fim de ser usado como meio de prova em juízo. 
 
A perícia médico-legal compreende todos os exames realizados por profissionais da 
medicina, tanto na fase administrativa policial, quanto em juízo. 
 
De acordo com a atual redação do artigo 159 do Código de Processo Penal, dada pela lei n. 
11.689/2008, para ser perito é necessário que o profissional tenha nível superior, sendo que 
o curso superior não o vincula necessariamente à área de atuação. Depois de designado 
pela autoridade competente ele presta seus serviços de conhecimento à justiça ou à polícia 
sobre fatos, pessoas ou coisas. 
 
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por 
perito oficial, portador de diploma de curso superior. 
 
Nesse campo, têm-se as perícias médicas, as perícias não médicas e os exames, os quais 
podem ser diretos ou indiretos. 
 
O exame direto é realizado sobre o corpo de delito, que corresponde a qualquer evidência 
da prática do crime (materialidade delitiva direta). Todavia, não é sempre que o corpo de 
delito está disponível, o que enseja o exame indireto por meio de evidências, testemunhas e 
vestígios. 
 
A perícia médica, por sua vez, pode ser: psiquiátrica, necroscópica, traumológica e 
sexológica. Ao passo que há a perícia não médica contábil, de engenharia, física, química e 
a balística. 
 
Em relação à finalidade da perícia, é possível elencar três, quais sejam:i) Retratação: marcada pela narrativa (percipiendi), na qual o perito analisa a 
situação e narra em palavras suas percepções. A descrição dos fatos é feita de 
forma simples para que leigos entendam a observação técnico-científica pericial. 
 
ii) Interpretativa: marcada pelo viés científico (deducendi), é a mais comum, em que o 
perito fornece o retrato da cena e suas deduções técnicas. O fato é analisado e 
interpretado cientificamente pelo perito. 
 
iii) Opinativa: o perito, além de narrar a cena e apresentar suas deduções, expõe sua 
de forma conclusiva sua opinião científica. Vale dizer que o perito não julga, mas 
apenas apresenta sua opinião. 
 
Em relação ao momento da perícia, esta pode ser retrospectiva – depois da ocorrência do 
fato –, ou prospectiva, dizendo o que pode vir a acontecer. Via de regra, a perícia será 
retrospectiva. 
 
Os objetos da perícia podem ser pessoa, cadáver, animais e coisas materiais, como 
instrumentos utilizados na prática do crime. 
 
O perito, na sua atuação, informa aquilo que ele vê e analisa, não cabendo por parte dele 
nenhum julgamento. 
 
 
5 
 
Classificação dos peritos 
 
Nesse ponto, é necessário distinguir o perito oficial do perito nomeado e estes, do assistente 
técnico. 
 
O perito oficial é funcionário público e utilizado a todo tempo pelo Estado. O perito nomeado, 
a seu turno, é demandado em casos excepcionais e nomeado de acordo com a 
necessidade. 
 
Já o assistente técnico, é um especialista buscado pelas partes para auxílio no caso 
concreto. Como ele busca atender aos interesses das partes, seus custos cabem ao 
demandante. Sua função é a de acompanhar o perito oficial, podendo elaborar quesitos. 
(Ver artigo 159, §§1º e 2º, CPP e art. 465, NCPC). 
 
Art. 159 [...] § 1
o
 Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior 
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação 
técnica relacionada com a natureza do exame. (Redação dada pela Lei 
nº 11.690, de 2008) 
§ 2
o
 Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente 
desempenhar o encargo. 
 
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de 
imediato o prazo para a entrega do laudo. 
 
Quanto à quantidade de peritos no caso concreto, basta um perito por área, porém é 
possível encontrar a pluralidade de peritos, se houver mais de uma área em comento, como, 
por exemplo, a área contábil e a área médica. Assim, cada área é restrita a 1 (um) perito, 
conforme a inteligência do art. 159, CPP (área penal); art. 465, CPC/15 (área cível); e art. 3º, 
Lei 5.584/70 (área trabalhista). 
 
Legislação Específica 
 
O regramento sobre as perícias oficiais está contido na Lei n. 12.030/90, a seguir: 
 
Art. 1
o
 Esta Lei estabelece normas gerais para as perícias oficiais de 
natureza criminal. 
Art. 2
o
 No exercício da atividade de perícia oficial de natureza criminal, é 
assegurado autonomia técnica, científica e funcional, exigido concurso 
público, com formação acadêmica específica, para o provimento do cargo de 
perito oficial. 
Art. 3
o
 Em razão do exercício das atividades de perícia oficial de natureza 
criminal, os peritos de natureza criminal estão sujeitos a regime especial de 
trabalho, observada a legislação específica de cada ente a que se encontrem 
vinculados. 
Art. 4
o
 (VETADO) 
Art. 5
o
 Observado o disposto na legislação específica de cada ente a que o 
perito se encontra vinculado, são peritos de natureza criminal os peritos 
criminais, peritos médico-legistas e peritos odontolegistas com formação 
superior específica detalhada em regulamento, de acordo com a necessidade 
de cada órgão e por área de atuação profissional. 
 
Vale dizer que o art. 2º da referida lei assegura ao perito autonomia técnica, cabendo a ele 
escolher a melhor técnica empregada no caso. E o art. 5º reforça a exigência de os peritos 
terem curso superior. 
 
Possibilidade de Recusa 
 
 
6 
 
Conforme já salientado, os peritos chamados a juízo podem ser escolhidos dentre aqueles 
que fazem parte dos quadros da Administração Pública, bem como aqueles que integram a 
iniciativa privada. Desse modo, a recusa do convite à perícia pode existir no caso de peritos 
nomeados, ou seja, aqueles que estão na iniciativa privada. 
 
Já, por parte dos peritos oficiais, a recusa embora aceitável requer a apresentação de 
justificativa (art. 468, CPC/15 e art. 277, CPP): 
 
- ausência de conhecimento técnico especializado, no prazo de 5 dias; 
- suspeição e impedimento da mesma forma que é aplicável aos magistrados, membros do 
MP e jurados (art. 105; 254 a 256; 280, todos do CPP), no prazo de 5 dias; 
- impedimento ou suspeição superveniente no decorrer do processo, no prazo de 5 dias (art. 
467, CPC/15). 
 
Art. 468. O perito pode ser substituído quando: 
I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico; 
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi 
assinado. 
 
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o 
encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa 
atendível. 
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, 
provada imediatamente: 
 a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade; 
 b) não comparecer no dia e local designados para o exame; 
 c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos 
prazos estabelecidos. 
 
Como o perito está obrigado a aceitar o encargo, se não houver justificativa relevante, no 
caso do não comparecimento sem justa causa é possível que seja determinada pelo juízo 
sua condução coercitiva, nos moldes do art. 278, CPP. 
 
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a 
autoridade poderá determinar a sua condução. 
 
Corpo de delito x Exame de corpo de delito 
 
As duas expressões embora parecidas não se confundem. O corpo de delito é a própria 
materialidade delitiva - o próprio crime tipificado, o local do fato, o instrumento utilizado. Já o 
exame do corpo de delito, embora redundante, é o exame que é realizado sobre o corpo de 
delito. 
 
Para tanto, cumpre diferenciar se o corpo de delito é delicta factis permanentis – com o 
caráter de ser permanente -, ou delicta fatis transeunteis – podendo deixar de existir 
facilmente. Neste caso, a agilidade é de suma importância para as informações não se 
perderem, sendo o exame de corpo de delito direto realizado no local, nos instrumentos e 
nas pessoas envolvidas. 
 
O art. 161, do CPP estabelece que o exame de corpo de delito possui lugar e hora, devendo 
ser realizado o quanto antes. A exceção fica a cargo da necropsia que deve ser realizada 
após 6 (seis) horas da morte no caso de ser fundamental para apurar os sinais de morte 
(art. 162, CPP). 
 
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a 
qualquer hora. 
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo 
se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita 
antes daquele prazo, o que declararão no auto. 
 
7 
 
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame 
externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando 
as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver 
necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância 
relevante. 
 
Lado outro, em caso de perecimento do corpo delito, em que ausentes os sinais da infração, 
o art. 167, CPP autoriza o exame de corpo de delito indireto, por meio de prova testemunhal 
de terceiros que conheçam do fato delitivo. 
 
 Art. 167. Não sendo possível o exame decorpo de delito, por haverem 
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
 
Nos termos do art. 158, CPP o exame de corpo de delito – direto ou indireto - é 
indispensável quando a infração deixar vestígios (crime material), não podendo supri-lo a 
confissão do acusado. 
 
 Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de 
corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do 
acusado. 
 
O exame pode, ainda, ser complementado por nova perícia após 30 (trinta) dias para 
verificar a existência de sequelas, nos termos do art. 168, CPP. Isso se revela de suma 
importância, pois a ausência de eventual perícia complementar serve tanto para 
desclassificar a lesão, quanto resultar na absolvição por falta de materialidade delitiva (art. 
386, II, CPP). 
 
 Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver 
sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da 
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério 
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 
 § 1
o
 No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo 
de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo. 
 § 2
o
 Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito 
no art. 129, § 1
o
, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo 
de 30 dias, contado da data do crime. 
 § 3
o
 A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova 
testemunhal. 
 
O prazo para entrega do laudo pericial no âmbito criminal é de 10 (dez) dias, prorrogáveis 
mediante requerimento dos peritos e a critério do juiz, conforme o art. 160, §único, CPP. No 
âmbito cível o prazo é de 20 (vinte) dias antes da realização da audiência em que o laudo 
pericial será utilizado (art. 477, caput, CPC/15). 
 
 Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão 
minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos 
formulados. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 
dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a 
requerimento dos peritos. 
 
Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo 
menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento. 
 
Divergências entre peritos 
 
Foi dito que para cada área é nomeado um perito. Porém, há a possibilidade de perícia 
complexa a depender do caso concreto que envolva mais de uma área e, 
consequentemente, a pluralidade de peritos. 
 
8 
 
 
Ocorrendo divergência entre eles, no auto do exame serão constadas as respostas em 
separado ou cada um redigirá seu laudo, cabendo ao juiz nomear um terceiro perito. Se este 
divergir de ambos, a autoridade poderá determinar a realização de novo exame com outros 
peritos. 
 
O artigo 342 do CP trata do crime de falso testemunho ou falsa perícia. A penalidade 
prevista no Código Penal é aplicada com a inabilitação do perito pelo prazo de 2 a 5 anos 
(art. 158, CPC). 
 
Cumpre destacar, que para fins penais no exercício da função os peritos privados nomeados 
são considerados funcionários públicos, conforme o art. 327, CP. 
 
Pontua-se, também, que o perito presta o depoimento oral. Ao prestar seu depoimento, ele o 
faz sob pena de falsa perícia, inclusive se silenciar sobre algo que deveria declarar, 
conforme o supracitado art. 342, CP. Ele deve ser intimado a comparecer com 5 (cinco) dias 
de antecedência da data de realização da audiência e sua ausência importa em condução 
coercitiva. 
 
Falso testemunho ou falsa perícia 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como 
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou 
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei 
nº 10.268, de 28.8.2001) 
 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação 
dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) 
 § 1
o
 As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é 
praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova 
destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que 
for parte entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada 
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
 § 2
o
 O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em 
que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada 
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
 
Quesitos Oficiais 
 
Os quesitos oficiais são aqueles previamente estabelecidos na lei, como por exemplo, nos 
artigos 121 a 129 do Código Penal. O exemplo mais emblemático pode ser extraído da 
lesão corporal e suas variantes leve, grave e gravíssima, que requerem a análise do 
estabelecido em lei para configuração. 
 
 Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 Lesão corporal de natureza grave 
 § 1º Se resulta: 
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
 II - perigo de vida; 
 III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
 IV - aceleração de parto: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
 § 2° Se resulta: 
 I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
 II - enfermidade incuravel; 
 III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
 IV - deformidade permanente; 
 V - aborto: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
 
9 
 
Cumpre observar que no caso de aborto o exame cadavérico deve ser feito no concepto a 
fim de buscar a materialidade e a causa da morte. 
 
 
Documentos médico-legais 
 
Conceito 
 
Documentos médico-legais consistem na “exposição verbal e os instrumentos escritos por 
médicos que visam elucidar questões de relevância policial ou judicial, servindo como meio 
de prova” (Delton Croce). 
 
Os documentos médico-legais podem ser escritos ou verbais. O depoimento oral consiste na 
declaração tomada ou não a termo em audiências de instrução e julgamento sobre fatos 
obscuros ou conflitantes. 
 
Espécies 
 
Os documentos médico-legais que interessam à justiça são: notificações, atestados, 
prontuários, relatórios e pareceres. 
: 
1) Notificações: corresponde à comunicação do médico, na qual ele precisa notificar sobre 
assuntos de relevância jurídica ou atendimento de um caso de paciente com doença 
infectocontagiosa, apesar do dever de sigilo. A não notificação é passível da 
penalidade do art. 269, do CP. 
 
 Omissão de notificação de doença 
 Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja 
notificação é compulsória: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
A Lei 6.259/75 estendeu essa obrigação de notificação para os funcionários da saúde e 
para os responsáveis por estabelecimentos públicos e privados de saúde e ensino. 
Porém, a figura do tipo penal é restrita ao médico. 
 
2) Atestados: podem ser de três tipos, a seguir: 
 
- Oficioso: aquele para afastamento laboral  não é considerado documento médico-
legal. 
 
- Administrativo: aquele requerido por autoridade pública para concessão de licenças, 
por exemplo  não é considerado documento médico-legal. 
 
- Judiciário: aquele solicitado por autoridades judiciárias  único atestado que é 
considerado médico-legal. 
 
O atestado é um instrumento objetivo que busca firmar a veracidade de um fato, 
reproduzindo com idoneidade específica manifestação do pensamento. 
 
3) Atestados de Óbito: são imprescindíveis para constatar o óbito,a causa do óbito e 
autorizar a liberação do corpo. 
 
Sua disciplina está contida na Resolução n. 1.290/89 do Conselho Federal de 
Medicina, a qual estabelece que somente o médico pode atestar o óbito após verificá-lo 
pessoalmente e que o médico que acompanhava o paciente deve atestar o óbito 
mesmo que este ocorra fora do hospital. Caso a morte se dê em hospital e se verifique 
 
10 
 
motivo de violência, nenhum dos médicos podem atestar o óbito, devendo o corpo ser 
encaminhado ao médico legista no Instituto Médico Legal. 
 
4) Relatório do Médico-Legal: documento genérico que possui o resultado das atuações 
de um profissional médico. Será na forma de auto, quando médico narrar as 
conclusões para um escrivão que irá reduzi-las a termo perante testemunhas. Será na 
forma de laudo, quando o próprio profissional redige suas conclusões e entrega para a 
autoridade competente. 
 
Consiste na descrição mais minuciosa de uma perícia médica a fim de responder à 
solicitação das autoridades judiciária ou policial. O relatório é composto por 7 (sete) 
partes, quais sejam: 
 
- preâmbulo: contém o registro da qualificação dos peritos; 
 
- quesitos: contém as questões que serão respondidas, as quais já constam 
em formulário impresso do órgão oficial e podem ser acrescidas por outros 
quesitos encaminhados pelas partes; 
 
- comemorativo: é a reunião pelo perito de todas as informações recebidas, 
cuja responsabilidade é dos declarantes; 
 
- descrição: contém o vusyn et repercutum, isto é, o registro de tudo que o 
perito recebeu; 
 
- discussão: ponto em que o perito narra sua opinião técnica; 
 
- conclusão: o perito conclui a síntese do diagnóstico, baseado na descrição e 
na discussão. 
 
- respostas aos quesitos: todos os quesitos propostos devem ser respondidos, 
a não ser que o quesito não se relacione com a matéria, ou, seja prejudicado. 
 
5) Parecer de médico-legal: compreende o esclarecimento prestado por outro especialista 
médico ou por comissão médica que não tenha participado da perícia oficial, diante de 
laudo que suscite dúvidas e em hipótese de perecimento do corpo de delito, haja vista 
a prerrogativa do juízo de não ficar adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo 
(art. 182, CPP). 
 
Crimes praticados com violência contra mulheres e hipossuficientes 
 
Nesse tópico serão tratados os documentos médico-legais nos crimes praticados com 
violência contra mulheres e hipossuficientes. 
 
Em relação aos crimes violentos contra as mulheres, a Lei n. 10.778/2003 no seu art. 1º 
estabelece a obrigatoriedade de notificação compulsória por parte de serviços de saúde 
públicos ou privados no caso de constatada a violência contra a mulher. 
 
O art. 13 da Lei 8.069/90 preceitua que nos crimes contra as crianças, em todo atendimento 
em que haja suspeita de maus tratos contra criança ou adolescente o Conselho Tutelar deve 
ser comunicado, sob pena de sanção ao servidor que omitir a referida comunicação. 
 
A Lei n. 10.741/03 estabelece que nos crimes contra idosos a comunicação é obrigatória por 
parte dos profissionais de saúde que constatarem maus-tratos. A comunicação pode ser 
feita ao Ministério Público, às autoridades policiais e aos Conselhos Municipais, Estaduais 
ou Nacional do Idoso (art. 19). 
 
 
11 
 
Antropologia Médico-Legal 
 
Trata-se de ramo da Medicina Legal que cuida da identidade e a da identificação. A 
identidade corresponde ao conjunto de características que distingue um individuo de um 
grupo. Já a identificação consiste no processo por meio do qual é possível individualizar a 
pessoa dentro do grupo. 
 
Identidade e Identificação 
 
Métodos de Identificação 
 
Os métodos de identificação exigem a observância de requisitos técnicos, quais sejam: 
 
i) Unicidade: corresponde à escolha de critérios únicos que somente a pessoa a ser 
identificada possui. 
 
ii) Imutabilidade: corresponde à escolha de parâmetro que não se alterará com o tempo. 
 
iii) Perenidade: o critério escolhido, que será sempre o mesmo, deve ficar com a pessoa 
durante sua vida inteira. 
 
iv) Praticabilidade: significa que os critérios devem ser escolhidos de forma prática, não 
podendo ser invasivos, nem vexatórios. 
 
v) Classificabilidade: significa que o método deve permitir que os dados obtidos sejam 
arquivados de forma fácil, de modo que não requeira grandes especialistas para a 
realização do procedimento e forneça acesso simples quando necessário. 
 
Desse modo, com os critérios acima é possível utilizar alguns parâmetros, como os dados 
gerais – idade, raça, sexo - que podem ser aproveitados para criar o método de 
identificação. Porém, os dados gerais são insuficientes, vez que resultam na divisão de 
grandes grupos, não alcançando o indivíduo. Assim, faz-se necessário a busca de outras 
características específicas do indivíduo, como peso, estatura e sinais particulares. 
 
Identidade 
 
A doutrina divide a identidade em dois grandes grupos: identidade médico-legal e identidade 
policial ou judiciária. 
 
A identidade-médico legal leva em conta as características específicas do indivíduo que 
permitem sua distinção do grupo, como já mencionado, a raça, o sexo, a estatura, 
malformações, tipo sanguíneo, tatuagens, caráter psíquico, marcas individuais, dentre 
outros. 
 
A seu turno, a identidade policial ou judiciária é composta pela antropometria, a qual 
corresponde ao conjunto de medidas do ser humano, retrato falado, fotografia sinaléptica e 
impressões digitais. Tais elementos formam o chamado “método bertillonage”. Destaca-se, 
ainda, a existência de outro método denominado de datiloscopia. 
 
O método utilizado na identidade médico-legal precisa fornecer uma informação que sirva 
para uma pessoa viva ou morta; cadáver ou ossada. 
 
Nesse sentido, existem critérios, como a medida do crânio que auxiliam na determinação do 
tipo étnico do indivíduo. O exame de DNA, se comparado com outros critérios, também é 
bastante útil, porém nem sempre é possível fazer a comparação entre materiais genéticos. 
 
 
 
12 
 
Caracterização da raça 
 
No aspecto da caracterização da raça os critérios de medida são bastante relevantes. As 
técnicas relacionadas aos critérios de medida têm sua origem histórica no século IX. Sua 
aplicação até os dias de hoje se dá em razão da simples utilização e no auxílio para os 
critérios positivo e negativo. 
 
Os índices cefálicos auxiliam na identificação da raça, sendo que existem o índice cefálico 
horizontal, o índice cefálico vertical e o índice transverso. O índice cefálico horizontal 
demonstra se um crânio é mais alongado ou mais encurtado. O índice cefálico vertical indica 
se um crânio é mais elevado ou mais achatado, vez que se analisa o perfil. E o índice 
cefálico transverso diferencia o formato do crânio, se mais arredondado ou mais oval, pois 
corresponde a uma visão por trás. 
 
Também, destaca-se o índice nasal, que mostra se o crânio tinha nariz mais alargado ou 
mais estrito. 
 
Existe, ainda, a medida da capacidade do crânio, cuja diferenciação se dá através da 
medida do volume craniano. Esse critério não se relaciona com a capacidade intelectual. 
Para realizar o cálculo se utiliza a quantitas plumbem, procedimento que consiste em fechar 
todos os orifícios do crânio e enchê-los com pequenas esferas de chumbo. Após o 
enchimento, as esferas são derrubadas em um copo e a medida é obtida. 
 
O ângulo facial, por sua vez, é usado para saber acerca da implantação da mandíbula – se 
estria mais atrás ou na frente. A partir disso, os indivíduos são divididos em ortognatas, 
mesognatas ou prognatas. 
 
As dimensões da face servem à diferenciação das raças, como asiáticos, negros e 
caucasianos, cujas características são de face mais arredondada, mais oval e mais estreita, 
respectivamente. 
 
Avançando,a envergadura - distância dos braços abertos de uma extremidade à outra – 
quando for maior que a estatura é forte indicativo que se trata de ossada de pessoa da raça 
negra. 
 
O cabelo, por sua vez, serve para diferenciar se o cabelo pertencia a ser humano ou a 
animal. Também se o fio foi arrancado ou se caiu naturalmente. Ainda, na apuração de 
incêndios criminosos é importante, pois se estiver calcinado serve para determinar a 
temperatura a que foi exposto. 
 
Sexo médico-legal 
 
O perito é capaz de identificar o sexo, ainda que seja a partir de apenas um osso. 
Entretanto, vale dizer que nem sempre tal identificação é fácil, como nos casos de vítimas 
carbonizadas e de ossadas incompletas. 
 
O osso do quadril, chamado de bacia óssea, é bastante utilizado para se apurar o sexo da 
ossada, haja vista que a bacia feminina é mais arredondada do que a masculina, 
caracterizada por ser angular. 
 
Estatura 
 
A variação da estatura está ligada ao grupo étnico, idade, sexo, influências hormonais, 
dentre outros elementos do indivíduo. 
 
Além disso, revela-se critério identificado de suma importância, pois a partir da estatura 
procurada é possível descartar as demais. 
 
13 
 
 
A estatura é medida na criança, no adulto, no idoso, no cadáver e na ossada. Todas essas 
medidas são diferentes entre si. Por exemplo, no cadáver a perda da umidade tende a 
ressecá-lo o que diminui a estatura em até 1,5 cm, rememorando que a estatura do adulto é 
maior do que a do idoso. 
 
Além disso, o osso longo também é útil para fornecer a estatura da pessoa a partir da 
chamada “Tabua osteomérica de broca”, a qual fornece valores que se multiplicado pela 
medida do comprimento do osso, fornecem o valor aproximado da estatura. Veja: 
 
- Fêmur: 3,66 (homem); 3,71 (mulher). 
- Tíbia: 4,53 (homem); 4,61 (mulher). 
- Fíbula: 4,58 (homem); 4,66 (mulher). 
- Úmero: 5,06 (homem); 5,22 (mulher). 
- Rádio: 6,86 (homem); 7,16 (mulher). 
- Ulna: 6,41 (homem); 6,66 (mulher). 
 
Ainda, há a tabela de Étienne-Rolle que já apresenta os cálculos prontos e afere a estatura 
do indivíduo, a partir da medida individual dos ossos longos. 
 
Idade 
 
O elemento idade é imprescindível nos foros cível e criminal. A determinação quando não 
for possível pelo aspecto exterior do indivíduo é feita de acordo com o tamanho e 
desenvolvimento dos ossos. 
 
Assim, a diferenciação por meio do critério idade exige o conhecimento sobre as fases da 
vida: 
 
- concepção; 
- união da célula reprodutora de ambos os sexos; 
- até o 3º mês é chamado de embrião; 
- do 3º mês até o parto é chamado de feto; 
- após o nascimento, antes da separação da mãe é chamado de infante nascido; 
- depois de nascido é chamado de recém-nascido; 
- até os 7 anos é a primeira infância; 
- dos 7 aos 12 anos é a segunda infância; 
- dos 12 aos 18 anos é a adolescência; 
- dos 18 aos 21 anos é a mocidade; 
- dos 22 aos 59 anos é adulto; 
- dos 60 aos 80 anos é velhice; 
- acima dos 80 anos é senilidade. 
 
O estudo radiológico permite a determinação da idade, a partir da aplicação de tabelas que 
observam: os pontos de ossificação primitivos (POP) que determinam a idade 
fetal/embrionária; e pontos de ossificação complementares (POC) que determinam a idade 
extrauterina. Vale dizer que esse estudo é válido para quaisquer ossos e não apenas os 
longos. 
 
Desse modo, por se tratar de osso, o dente é capaz fornecer a diferenciação entre humano 
e animal, além de dizer a idade aproximada do indivíduo, à medida que em crianças há 
pontos de ossificação, vez que a arcada dentária ainda não nasceu. Também, os pontos de 
ossificação permitem o descobrimento da idade aproximada do indivíduo. 
 
A tabela de Sarno foi produzida a partir de estudo radiológico feito nos ossos do punho e da 
mão de pessoas vivas para estimar a idade, demonstrando o desenvolvimento ósseo e a 
expectativa de crescimento. 
 
14 
 
Dentes/Arcada dentária 
 
Quando existe uma vítima não identificada é necessário proceder à identificação da arcada 
dentária, a qual permite chegar à identidade. Para tanto, é preciso um grupo de vítimas 
possíveis e o exame é feito através de fotografia e da impressão de uma mordedura. 
 
A arcada dentária permite diferenciar dentes humanos de dentes animais, bem como 
identificar a faixa etária. 
 
O estudo dos dentes pode ser: direto (nos suportes em que marcas são deixadas); por 
descrição; desenho; fotografia; radiografia. 
 
As rugosidades e dimensões da arcada dentária e da abóbada palatina (céu da boca) 
também permitem a identificação. 
 
Alguns desgastes são característicos da profissão e dos hábitos de alguns indivíduos, como 
sopradores de vidro, sapateiros, músicos e fumantes de cachimbo. 
 
Malformações 
 
São úteis na identificação de pessoas com características bastante individuais. Ex.: lábio 
leporino. 
Características físicas 
 
São as características físicas naturais, como impressões papilares, tipo sanguíneo, DNA, 
formato das orelhas, verrugas, cicatrizes e tatuagens, estas duas últimas são consideradas 
características adquiridas. 
 
Características psíquicas 
 
Observa-se que as características psíquicas, em sua maioria, não servem para 
individualização por ausência dos requisitos técnicos de método, como a imutabilidade e a 
praticabilidade. 
 
Prosopografia 
 
Também conhecida como retrato falado, corresponde à descrição registrada da face, 
podendo ser feita a partir da superposição de imagens tiradas em vida sobre as do crânio. 
 
Sua serventia está ligada à investigação e à medicina legal. Todavia, não possui aceitação 
em juízo. 
 
O exame prosopométrico consiste na mensuração das regiões e dos pontos anatômicos da 
face. 
 
 
Identificação Judiciária 
 
No passado histórico, a identificação judiciária se confundia com a punição, como a feitura 
de marcações com ferro e brasa, a fim de identificar o condenado e gerar sua segregação 
social. 
 
Ao longo do tempo foram elaborados métodos relevantes para a identificação, tais como: 
 
- Assinalamento sucinto ou sumário: proposta de fazer um relatório, no qual seriam 
anotadas as características da pessoa. Sua utilização ocorre até os dias de hoje no boletim 
de identificação criminal. 
 
15 
 
 
- Sistema demográfico de Bentham: propunha que todo recém-nascido recebesse uma 
tatuagem de identificação. 
 
- Sistema de Icard: propunha que toda pessoa deveria receber uma injeção de parafina no 
pescoço e no braço, pois deixaria cicatrizes no caso de retirada, 
 
- Sistema craniográfico de Afonsso: buscava a identificação a partir das medidas do crânio. 
O óbice a esse método é em relação à praticidade, pois requer a medição por especialista. 
 
- Sistema otométrico de Frigério: propunha a identificação pelo formato da orelha, por ela 
ser única. Tal sistema também não possui aplicação prática. 
 
- Sistema oftométrico de Capdeville: identificação a partir da cor e da distância entre os 
olhos. 
 
- Sistema oftalmoscópio de Levinsohn: identificação a partir do fundo do olho. Aplicação 
prática nos dias atuais. 
 
- Sistema radiológico de Levinsohn: identificação da medida do osso carpo por meio de 
raios-x. não possui aplicação prática. 
 
- Sistema onfalográfico de Bert e Viamay: identificação a partir do formato do umbigo. 
 
- Sistema palmar de Stockes e Wild: identificação através das medidas das linhas das mãos. 
Embora não seja comum, é utilizado para identificação pela datiloscopia como complemento 
das impressões digitais. 
 
- Sistema flebográfico de Tamassia: identificação a partir dos desenhos das veias das mãos. 
Não possui aplicabilidade prática. 
 
- Sistema flebográfico de Ameuille: utilização dos desenhos que aparecem na testa. 
 
- Sistema antropométrico de Bertillon: utilização de coleções de sinaise marcas para fins de 
identificação, tanto em indivíduos, quanto em cadáveres. Aplicação prática até os dias de 
hoje. 
 
- Sistema odontológico de Amoedo: identificação através da arcada dentária. É empregado 
nos dias de hoje, porém exige uma lista de suspeitos. 
 
- Sistema geométrico de Matheios: propõe a sobreposição de imagens para identifica um 
indivíduo que desapareceu em idade infantil com a imagem de indivíduo adulto, a fim de 
apurar se trata da mesma pessoa. 
 
- Sistema poroscópio de Locard: serve de complementação para a identificação 
datiloscópica, à medida que a identificação ocorre por meio da localização dos poros da 
pele. 
 
- Sistema datiloscópico de Vucetich: utilizado no Brasil desde 1930 corresponde à análise 
das impressões digitais. 
 
Atualmente existem métodos recentes, como a fotografia. Todavia, chama-se atenção para 
o perigo no que tange à alteração da realidade, vez que as pessoas mudam com o passar 
do tempo e existem programas que fazem a edição de imagens. 
 
Destaque para a fotografia sinaléptica de Bertillon usada atualmente que busca identificar o 
criminoso de frente e de perfil com uma régua no fundo, a fim de demonstrar sua estatura. 
 
16 
 
 
E para a Prosopografia – método crânio-foto-comparativo ou de Fiocentino – que 
compreende a superposição por transparência de imagens tiradas em vida sobre o crânio à 
procura de correspondências que levem à investigação. 
 
Quanto ao exame de DNA, este pode ser obtido para identificação e exames, podendo ser 
extraído por meio de anexos cutâneos ou por partes de cadáver. Mas, só irá resultar na 
identificação se houver comparação com outro material genético. 
 
Biometria 
 
A biometria é o conjunto de parâmetros físicos e comportamentais utilizados para a 
identificação de um indivíduo, não se restringindo somente ao reconhecimento de 
impressões digitais. 
 
Sua importância se revela à medida que tem como características a unicidade, a 
imutabilidade, a perenidade, a praticabilidade e a classificabilidade. Quanto à performance, 
a biometria é precisa, veloz, robusta e confiável. 
 
Além disso, é marcada pela universalidade pelo fato de ser uma característica comum a 
todos os seres humanos. Pela aceitação, por não violar a privacidade e possuir mínimo grau 
de intrusão. E também é notada a segurança desse método, haja vista a dificuldade para 
burlar. 
 
Sistema datiloscópico de Vucetich 
 
Sistema criado por Juan Vucetich em 1891, que estuda impressões digitais, conceituadas 
como os vestígios deixados pelas polpas dos dedos nos suportes. 
 
As características desse sistema perpassam pela praticidade, simplicidade, eficiência e 
segurança. 
 
Todos os indivíduos são dotados de impressões digitais a partir do sexto mês de gestação. 
Ao longo da vida, o desenho é mantido, apenas tem seu tamanho alterado. As digitais se 
regeneram no caso de tentativa de lixamento e de queimadura de segundo grau. As marcas 
digitais podem ser visíveis ou latentes, neste último caso são utilizados reveladores, como 
pó magnético. 
 
Quando da criação do sistema datiloscópico houve problema acerca da transmissão de 
dados, pois como eram imagens havia demora para se identificar o autor de um delito. 
 
Existem duas figuras a do pesquisador datiloscópico ou papiloscópico, que procura não só 
as digitais, mas as impressões papilares nos locais de crime; e a do datiloscopista ou 
papiloscopista que tem a função de descobrir de quem é a impressão, comparando e 
classificando os dados, a fim de elaborar laudos ao final. 
 
Cumpre esclarecer que não são apenas as pontas dos dedos que apresentam desenhos 
característicos com linhas e sulcos. Há também impressões palmares e plantares, que 
correspondem às mãos e aos pés, respectivamente. 
 
O desenho papilar é encontrado nos sulcos e cristas da epiderme. 
 
A impressão papilar é o reverso do desenho e sua obtenção depende do suporte que a 
marca foi deixada. Com base nisso, as impressões se dizem visíveis quando podem ser 
visualizadas a olho nu e fotografadas diretamente ou mostradas com pigmentos. Já as 
impressões moldadas ou modeladas são as deixadas sobre suporte com plasticidade, sendo 
que na superfície os sulcos correspondem às cristas e vice-versa. E as impressões latentes, 
 
17 
 
por sua vez, não podem ser visualizadas a olho nu e sua descoberta é possível geralmente 
após a incidência de feixe de luz sobre o suporte ou com o uso de reveladores, que variam 
conforme o suporte. 
 
Tomada de impressões papilares 
 
A obtenção da impressão digital é útil para o vivo e para o cadáver. Ela ocorre por meio da 
técnica mais clássica em que se utiliza rolo de tinta, tinta e papel. 
 
Digitofotograma: é a impressão produzida sobre chapas radiográficas veladas pelos dedos 
embebidos em revelador radiológico. Existe uma tendência de substitui-los por scanners. 
 
O procedimento de obtenção de digitais em pessoas mortas, embora possível, apresenta 
complicações, pois em razão do desenvolvimento da putrefação ocorre a maceração da pele 
que modifica o desenho da digital, o que exige a injeção de parafina sob a pele para permitir 
a leitura da digital. O risco consiste no fato de que o preenchimento pode resultar no 
rompimento da pele. Para solucionar o problema, houve a criação do método da luva 
cadavérica, no qual se retira a pele do cadáver e o perito veste as referidas peles usando 
uma luva, para que ele possa obter as digitais. 
 
Elementos da impressão digital 
 
São elementos da impressão digital: cristas papilares; sulcos papilares; linhas 
albodatiloscópicas; poros e deltas. 
 
As linhas albodatiloscópicas são existem sempre. São linhas transversais - linhas brancas, 
que significam produtos de traumatismo que resultam em marcas. Elas não acompanham as 
cristas papilares. Tais marcas não podem ser usadas como parâmetros de identificação, 
pois estão sujeitas ao desaparecimento com o passar do tempo. 
 
Os poros são aberturas dos canais. O sistema datiloscópico diferencia os poros na pele das 
digitais. Há 94 (noventa e quatro) poros em cada centímetro de pele, os quais se localizam 
de forma única em cada indivíduo. São de grande auxílio no caso de obtenção de 
impressões digitais parciais. 
 
Os deltas são triângulos formados pelas peles cristais papilares. A partir deles são definidos 
os sistemas de linhas do datilograma, que são o sistema marginal, o sistema basilar e o 
sistema nuclear. 
 
Embora o desenho papilar seja único em cada individuo, existem características comuns a 
todos em relação ao seu posicionamento. Linhas diretrizes de prolongamentos imaginários 
ou reais do delta delimitam os três sistemas citados. Dessa forma, há uma parte do desenho 
na parte superior que forma uma borda – sistema marginal -, outra parte que fica na base – 
sistema basilar – e outra parte situada no meio – sistema nuclear. 
 
OBS.: a contagem dos dedos é feitas a partir da posição anatômica e o polegar recebe a 
nomenclatura de dedo (um), cabendo aos demais a nomenclatura subsequente. 
 
A análise da digital é feita de acordo com os sistemas marginal, basear e nuclear do 
desenho papilar. 
 
Há formatos padrão no desenho papilar: cada dedo possui linhas diretrizes – que são 
prolongamentos imaginários dos deltas, os quais correspondem às pontas que fecham os 
desenhos papilares. 
 
Com base nisso, os tipos fundamentais de classificação das impressões digitais de Vucetih 
são delimitados: 
 
18 
 
 
- Formato de verticilo: representa o fechamento por dois deltas; 
- Modelo de presilha externa: só há um delta fechando o lado esquerdo e uma 
abertura no lado direito. 
- Modelo de presilha interna: no qual o fechamento por um delta ocorre do lado 
direito e há uma abertura do lado esquerdo; 
- Formato de arco: não há deltas e ambos os lados são abertos no sistema nuclear.Vale dizer que todos os dedos das mãos podem ter os quatro formatos diferentes. 
 
Fórmula datiloscópica 
 
O polegar é o dedo mais importante nesta fórmula, pois sendo maior favorece a visibilidade, 
bem como exerce função de pinça, diferindo os humanos dos animais. 
 
Consiste em associar uma letra para os polegares e um número para os demais dedos. As 
amputações recebem o número 0 e os dedos defeituosos e cicatrizes recebem um x, a 
seguir: 
 
Tipo fundamental Polegar Demais dedos 
Verticilo V 4 
Presilha externa E 3 
Presilha interna I 2 
Arco A 1 
Dedos defeituosos e cicatrizes X X 
Amputações 0 0 
 
Como resultado de tais associações, tem-se a fórmula datiloscópica usada atualmente: 
 
I 2333 
 
E 2222 
 
Da fórmula, depreende-se que o indivíduo possui no polegar direito uma presilha interna; no 
indicador uma presilha interna e nos demais presilhas externas. Já na mão esquerda, uma 
presilha externa no polegar e nos demais presilhas internas. 
 
A fórmula representou importante facilitador da transmissão dos dados, que não precisaria 
ser pelas imagens das impressões digitais, bastando o repasse oralmente, que propiciava 
às autoridades uma base para manter o suspeito preso até a conferência da impressão 
digital de fato. 
 
Comparação da impressão digital 
 
A leitura da impressão digital, conforme já esclarecido é feita por papiloscopista, o qual 
realiza uma varredura da impressão sempre no mesmo sentido, olhando os mesmos pontos 
de referência, a fim de apurar quantas coincidências existem e se a identificação foi 
legitimada/confirmada. 
 
Assim, a comparação é feita por meio de pontos característicos que estabelecem a 
identidade quando encontrados no desenho: na mesma posição; no mesmo sentido; e em 
número significativo. 
 
A comparação é feita com o uso de pontos referenciais, os quais totalizam 12 (doze) no 
Brasil. 
 
 
19 
 
Na hipótese de comprometimento parcial do desenho, a análise é complementada com os 
poros e as linhas da palma da mão. 
 
No caso de crianças, a identificação ocorre nos moldes do art. 10 do ECA, visto que os 
estabelecimentos de saúde identificam os recém-nascidos por meio do registro de sua 
impressão plantar. Fora esse caso, as impressões palmares, bem como as palmares não 
são muito utilizadas. 
 
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de 
gestantes, públicos e part 
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e 
digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas 
normatizadas pela autoridade administrativa competente; 
 
 
Traumatologia Médico-Legal 
 
Traumatologia forense é o capítulo da medicina legal no qual se estudam as lesões 
corporais resultantes de traumatismos de ordem material ou moral danosos ao corpo ou à 
saúde física ou mental (Delton Croce). 
 
Segundo Genival Veloso de França, Traumatologia ou Lesionologia é o ramo da Medicina 
Legal que vai estudar as lesões e estados patológicos, imediatos ou tardios, produzidos por 
violência, sobre o corpo humano. Trata também das diversas modalidades de energia 
causadoras desses danos. 
 
Conceitos importantes: 
 
- Trauma: é uma energia física, química, biológica ou mista que quando transferida para o 
corpo é capaz de alterar seu estado fisiológico ou orgânico causando lesão. 
 
- Lesão: é uma alteração morfológica, fisiológica ou mista, que ocorre no organismo, 
causada pela ação de certa quantidade de energia de ordem física, química, biológica ou 
mista, chamada genericamente de trauma. 
 
- Pele: maior órgão do corpo humano. Composto por duas camadas, a epiderme (camada 
mais externa) e a derme (camada mais interna). A epiderme é dividida em 5 subcamadas 
(córnea, lúcida, granulosa, espinhosa e camada basal), sendo as mais importantes para o 
estudo a camada córnea e a camada basal. 
 A córnea é constituída por células mortas, sem núcleo e completamente achatadas 
em forma de lâminas. As lâminas se sobrepõem formando uma estrutura rígida e hidrófila 
exercendo as funções de proteção contra agentes físicos, químicos e biológicos, além de 
impedir a evaporação de água. Nesta camada, ocorre o desprendimento constante dos 
queratinócitos e consequentemente uma renovação constante da epiderme. 
 A camada basal ou germinativa é a camada mais profunda da epiderme que faz 
contato direto com a derme. É formada por uma única fileira de células prismáticas, ou seja, 
composta por células vivas. É a camada onde ocorre intensa divisão celular, responsável 
pela renovação da epiderme. 
A epiderme não tem vasos sanguíneos. A derme já possui vasos. Logo, uma lesão 
que atinge a derme sangra. 
 
Lesões corporais sob o ponto de vista jurídico 
 
Segundo as lições de Genival Veloso de França, as lesões corporais quando estudadas no 
tocante à avaliação quantitativa e qualitativa do dano, de natureza penal, têm o significado 
médico-jurídico de caracterizar, no dolo ou na culpa, um ato ilícito contra a integridade física 
ou a saúde da pessoa, como proteção da ordem pública e social. 
 
20 
 
 
O objetivo fundamental do estudo médico-pericial das lesões corporais é a caracterização 
de sua extensão, de sua gravidade ou de sua perenidade (quantidade e qualidade). 
 
Lesão: qualquer alteração ou desordem ou perturbação da normalidade, de origem externa 
e violenta, capaz de provocar um dano à saúde física, mental ou de qualquer natureza em 
decorrência de culpa, dolo, acidente ou autolesão. 
 
Violência: não simplesmente a ação mecânica, mas qualquer resultado pelo mais diversos 
meios causadores de dano: físicos, químicos, físico-químicos, bioquímicos, biodinâmicos ou 
mistos. 
 
Causa x Concausa: causa é o que leva resultados imediatos e responsáveis por 
determinadas lesões, suscitando sempre relação de causa e efeito. Concausa corresponde 
ao conjunto de fatores, preexistentes ou supervenientes, suscetíveis de modificar o curso 
natural do resultado, fatores esses que o agente desconhecia ou não podia evitar. São 
fatores anatômicos, fisiológicos ou patológicos. 
 
Ainda, entende-se que entre as concausas preexistente e a superveniente existe uma 
eventualidade denominada de lesão agravada pelo resultado, cujas causas não seriam nem 
anteriores, nem posteriores, mas ocorreriam durante o próprio evento. 
 
Previsão legal: Art. 129, Código Penal, no Título I dos Crimes Contra a Pessoa. 
 
 Lesão corporal 
 Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 Lesão corporal de natureza grave 
 § 1º Se resulta: 
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
 II - perigo de vida; 
 III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
 IV - aceleração de parto: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
 § 2° Se resulta: 
 I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
 II - enfermidade incuravel; 
 III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
 IV - deformidade permanente; 
 V - aborto: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 Lesão corporal seguida de morte 
 § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não 
quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: 
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 Diminuição de pena 
 § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor 
social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a 
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um 
terço. 
 Substituição da pena 
 § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de 
detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
 II - se as lesões são recíprocas. 
 Lesão corporal culposa 
 § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
 Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
 Aumento de pena 
 
21 
 
 § 7
o
 Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das 
hipóteses dos §§ 4
o
 e 6
o
 do art. 121 deste Código. (Redação dada pela 
Lei nº 12.720, de 2012) 
 § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação 
dada pela Lei nº 8.069, de 1990) 
 Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) 
 § 9
o
 Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, 
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, 
ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou 
de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei 
nº 11.340, de 2006) 
 § 10. Nos casos previstos nos §§ 1
o
 a 3
o
 deste artigo, se as 
circunstâncias são as indicadas no § 9
o
 deste artigo, aumenta-se a pena em 
1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) 
 § 11. Na hipótese do § 9
o
 deste artigo, a pena será aumentada de um 
terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de 
deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006) 
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da 
Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em 
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é 
aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) 
 
Lesões leves: conceito por exclusão, não apresentam nenhum requisito específico nos §§1º 
e 2º do art. 129. Em geral, são representadas por pequenos danos superficiais, 
comprometendo apenas a pele, a tela subcutânea e pequenos vasos sanguíneos. São de 
pouca repercussão orgânica e de recuperação rápida. 
 
A tendência legispericial é afastar da lesão corporal, sob o ponto de vista jurídico, o que se 
poderia chamar de “lesão insignificante”. Desse modo, mesmo tratando-se de lesão de 
natureza leve, para refletir uma infração ela deve retratar um dano estrutural ou funcional 
capaz de alterar as condições orgânicas da vítima. 
 
Lesões graves: §1º, art. 129, CP. Caracterizam-se diante das seguintes eventualidades. 
 
- Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias: o conceito atual 
não se limita tão somente à profissão, mas a qualquer atividade funcional habitual. A 
incapacidade não precisa ser total, bastando o comprometimento de uma ocupação habitual 
que incapacite a vítima, mesmo parcialmente, afastando-a, física ou psiquicamente de suas 
atividades. 
 
- Perigo de vida: conjunto de sinais e sintomas clinicamente demonstrável de uma 
condição concreta de morte iminente, ou seja, ameaça imediata de êxito letal. Não pode ser 
condicionada a possíveis resultados, isto é, exige-se uma realidade palpável, demonstrando 
de maneira atual e iminente que a vítima esteja ou tenha estado em perigo de vida. O perigo 
de vida é um diagnóstico demonstrado por sintomas e sinais indiscutíveis de grandes 
repercussões sobre a vida. Circunstâncias que em regra ensejam perigo de vida: ferimentos 
das grandes cavidades com graves lesões viscerais; coma; asfixia; hemorragias agudas; 
fratura alta da coluna vertebral; traumatismo cranioencefálico com sinais e sintomas de 
comprometimento do sistema nervoso central; choque e queimaduras em mais da metade 
da superfície corporal. 
 
- Debilidade permanente de membro, sentido ou função: debilidade corresponde 
ao enfraquecimento ou redução da capacidade funcional ou de uso. A debilidade transitória 
não caracteriza tal situação, isto é, deve ser de caráter permanente. Membros: são os 
quatro apêndices do corpo, os superiores e os inferiores. Sentido: é a faculdade pela qual 
 
22 
 
percebemos as manifestações da vida. Função: é o mecanismo de atuação dos órgãos, 
aparelhos e sistemas. Vale dizer que o conceito de membro, órgão e sentido deve ter um 
significado funcional e não anatômico. 
 
Quanto ao percentual da debilidade, nem toda debilidade de membro, sentido ou 
função deve ser rotulada como lesão grave. Se ela não chega a 3% de redução da 
capacidade funcional, considerando o indivíduo como um todo, é lesão leve. Lado outro, se 
a debilidade permanente ultrapassa o limite teórico de 70%, deve ser considerada como 
perda ou inutilização, devendo ser vista como uma lesão gravíssima. 
 
- Aceleração do parto: melhores termos seriam antecipação do parto ou 
prematuridade do parto. Hipótese de expulsão do feto com vida antes do tempo normal, 
motivada pela agressão física ou psíquica à parturiente, continuando a viver fora do álveo 
materno. É uma situação de difícil caracterização. 
 
Lesões gravíssimas: §2º, art. 129, CP. São caracterizadas se a lesão resultar em: 
 
- Incapacidade permanente para o trabalho: situação definitiva em que o indivíduo 
fica privado de exercer qualquer atividade lucrativa. Por invalidez são considerados danos 
graves permanentes e incapacitantes, que impedem o servidor ou o trabalhador de exercer 
qualquer atividade laborativa e ainda podem o onerar pela dependência de terceiros para 
atos essenciais da vida e da sua sobrevivência. Vale destacar que a lei se refere ao trabalho 
genérico, aquele exercido por todas as pessoas independentemente de especialização. 
 
- Enfermidade incurável: é necessário que o dano resulte em enfermidade grave e 
de caráter incurável. É preciso que fique demonstrada a incurabilidade da enfermidade, bem 
como distúrbio ou perturbação que repercuta de maneira intensa sobre uma ou mais 
funções orgânicas, comprometendo a saúde e exigindo cuidados especiais, além de ter sido 
provocada por ação dolosa. 
 
- Perda ou inutilização de membro, sentido ou função: trata-se de contingência 
séria que acarreta em dano em grau muito elevado ou máximo em sua funcionalidade, não é 
simples debilidade. Se a debilidade excede o limite teórico de 70% da função, já se 
considera perdida ou inutilizada. Perda: ablação. Inutilidade: presença do órgão, mas ele se 
mostra em inaptidão ou em insignificante funcionamento. 
 
OBS.: a perda de um dos órgãos duplos são caracteriza lesão gravíssima, mas lesão 
grave. 
 
- Deformidade permanente: toda alteração estética grave capaz de reduzir, de 
forma acentuada a estética individual. É a perda do aspecto habitual. O dano estético é 
antes de tudo um dano moral. São considerados elementos para a deformidade: a face, a 
qualidade e a quantidade da deformação e a sua permanência. Porém, a deformidade não 
se restringe ao rosto, podendo ser em outra parte do corpo. Por deformação, admitem a 
grave repercussão sobre a estética, a ponto de chamar a atenção, de constranger, e magoar 
a quem olha e a quem é visto. Quanto à permanência, caracteriza-se lesão grave ainda que 
o defeito seja corrigível por cirurgia plástica. 
 
OBS.: as condições da vítima, no que diz respeito à idade, ao sexo, à profissão, ou 
ao estado social, não devem ter nenhum relevo quanto à caracterização da deformidade sob 
a ótica do Direito Penal, como também não podem ficar condicionadas à impressão que 
alguém tem de si mesmo, mas sim ao que pode despertar nos outros. 
 
Dano estético no cível: a avaliação do dano corpóreo de interesse cível, no que 
tange ao prejuízo estético, leva em conta, além da lesão e de sua localização e 
permanência, fatores extrínsecos ligados às condições pessoais da vítima, os quais 
determinarãomaior ou menor dano patrimonial. Na personalização do dano, destacam-se a 
 
23 
 
profissão e o comportamento da vítima em relação ao dano estético (valoração do dano de 
caráter qualitativo). 
 
- Aborto: a lesão corporal seguida de aborto, quando a gravidez é conhecida ou 
manifesta, classifica a ofensa como lesão corporal de natureza gravíssima, qualquer que 
seja a idade do feto. 
 
Lesões culposas: quando o agente lhe deu causa por imprudência, negligência ou imperícia. 
São objetivos periciais no caso de lesão culposa: considerar o dano; estabelecer a relação 
de causalidade; caracterizar a previsibilidade do dano (o elemento subjetivo é a culpa); 
respostas aos quesitos (o que interessa é a intensidade da culpa). 
 
Lesões corporais seguidas de morte: nesse caso o agente alheio ao dolo, lesa a vítima, 
produzindo-lhe a morte. E as circunstâncias evidenciam que ele não assumiu o risco do 
desfecho nem o quis. A ação é dolosa, mas o resultado morte é culposo (o dano produzido 
não está relacionado com a vontade do agente). 
 
Exame Complementar: art. 168, CPP – em determinadas circunstâncias os peritos podem 
não ter condições no primeiro exame de precisar com mais exatidão a quantidade ou a 
qualidade da lesão examinadas, sendo fundamental a realização do exame complementar 
ou da sanidade. Desse modo, o exame é solicitado tanto nos casos em que ficou manifesta 
a carência ou a precariedade do primeiro exame, como naqueles em que se estabeleça a 
incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias e fique em dúvida a 
condição de tal hipótese. Lado outro, pode acontece também de lesões que, a princípio, 
pareciam ser de natureza leve, com o passar dos dias, agravam-se necessitando de nova 
apreciação médico-legal. Nesse caso, o exame deve ser feito logo que decorrer o prazo de 
30 dias, contados da data do crime. 
 
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido 
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da 
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério 
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 
 § 1
o
 No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo 
de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo. 
 § 2
o
 Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito 
no art. 129, § 1
o
, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo 
de 30 dias, contado da data do crime. 
 § 3
o
 A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova 
testemunhal. 
 
Dano corporal de natureza cível: busca-se reparar os bens pessoais - patrimonial e 
extrapatrimonial - por meio de montante indenizatório, levando em consideração a 
quantificação das perdas econômicas e não econômicas decorrentes de um prejuízo à 
integridade física, funcional ou psíquica sofrido pela vítima, capaz de comprometer sua 
situação de vida, dificuldade de ganho e mal-estar da vítima. Quanto à perícia, importante 
dizer que essa não deve se prender apenas ao dano corporal, mas também às 
consequências que esse dano traz sobre a vida relacional da vítima, na exata medida em 
que os diversos parâmetros apontam. Assim, deve-se avaliar o dano corporal decorrente da 
lesão, notadamente no que se refere à incapacidade temporária, ao quantum doloris, à 
incapacidade permanente ao dano estético e ao prejuízo de afirmação pessoal e ao prejuízo 
futuro. 
 
Dano corporal de natureza trabalhista: estão incluídos nesse estudo todos os danos 
corporais e psíquicos oriundos do acidente do trabalho, das doenças do trabalho e das 
doenças profissionais, os quais em face de sua qualidade e quantidade podem ser avaliados 
e reparados. Nexo causal: a causa da origem do dano ou seu agravamento dever ser o 
trabalho, o ambiente do trabalho ou as circunstâncias de sua forma de exercício. 
 
 
24 
 
Tipos de Energias 
 
O meio ambiente pode impor ao ser humano, as mais diversificadas formas de energias 
causadoras de danos pessoais. Essas energias podem ser de ordem: mecânica; física; 
química; físico-química; biodinâmica; e mista. A seguir, iniciaremos o estudo de cada uma 
delas. 
 
ENERGIA 
FÍSICA QUÍMICA 
Cinética Biológica Físico-química 
Elétrica – eletroplessão ou eletrofulguração 
Térmica – calor e frio 
Barométrica – pressão 
Radiante – radiação solar 
Bactérias e vírus Asfixias 
 
Energia vulnerante: trata-se da energia que causa lesão. As energias vulnerantes podem ser 
classificadas em energia física (mecânicas e não mecânicas); química (ácidos e alcalinos); 
biológicas (vírus, bactérias e protozoários); e mistas (fisioquímicos, bioquímicos, biofísicos, 
biodinâmicos). 
 
Energias de Ordem Mecânica 
 
São aquelas energias capazes de modificar o estado de repouso ou movimento de um 
corpo, produzindo lesões em parte ou no todo. 
 
Os meios mecânicos classificam-se em: perfurantes; cortantes; contundentes; 
perfurocortantes; perfurocontundentes; cortocontundentes. Produzem, respectivamente, 
feridas: puntiformes; cortantes; contusas; perfurocortantes; perfurocontusas; e 
cortocontusas. 
 
OBS.: Energia não mecânica é aquela que não precisa de movimento. 
 
OBS.: a produção de lesões também depende da extensão da área sobre a qual atua um 
agente mecânico. A pressão por um corpo sobre uma superfície é diretamente proporcional 
à sua força e inversamente proporcional à sua extensão da área com que entre em contato. 
Logo, quanto menor a área de contato, maior a pressão. 
 
Espécies de Energia Mecânica 
 
As energias mecânicas podem ser: 
 
 Armas: 
 Naturais: defesas naturais do próprio corpo (membros do corpo). 
 Propriamente ditas: instrumentos fabricados para serem armas, como as armas 
de fogo e as armas brancas. 
 Eventuais: instrumentos que não foram produzidos para ser arma, mas que em 
determinado momento desempenham tal papel. Ex.: cadeira, pedaço de madeira, 
tesoura (o fato de ser instrumento cortante não faz da tesoura arma branca, pois 
não foi produzida para tal fim). 
 
 Maquinismos e peças de máquinas 
 Animais 
 Outros meios 
 
 
25 
 
Relação entre o corpo e o instrumento (origem da energia) 
 
 Meio ativo (ação ativa): impacto de um objeto em movimento contra o corpo 
humano (o instrumento vai em direção ao corpo). 
 
 Meio passivo (ação passiva): instrumento encontra-se imóvel e o corpo humano 
em movimento (o corpo vai em direção ao instrumento). 
 
 Meio misto (ação mista): os dois se acham em movimento indo um contra o outro 
(corpo e instrumento entram em rota de colisão). 
 
Mecanismos de transmissão de energia cinética dos agentes vulnerantes 
 
 Pressão 
 Sucção 
 Compressão: o agente incide diretamente sobre a superfície e comprime os tecidos. 
 Tração: parte do corpo é presa e puxa por alguma engrenagem. Pode ocorrer o escalpe. 
Exemplo de lesão em escalpe é o arranchamento do couro cabeludo. 
 Torção: torção articular provoca lesão por força da tração exercida sobre os ligamentos 
da face oposta à flexão ou extensão exagerada. 
 Flexão: ocorre fratura óssea (lesão em galho verde), mas não tem o completo 
destacamento do osso. Comumente ocorre em crianças, em que os ossos não estão 
completamente calcificados. 
 Cisalhamento: emprego de duas forças em mesmo ponto em sentidos contrários. 
 Deslizamento: ocorre em razão do atrito entre o agente e a pele. Ex.: escoriações. 
 
Reações aos traumas 
 
O organismo responde a qualquer forma de traumatismo, independentemente de sua 
natureza ou intensidade. A resposta depende da capacidade de adaptação do organismo, 
bem como compreende uma resposta local e outra resposta geral que envolve o organismo 
como um todo. 
 
Reação Local: as lesões locais resultam da transferência

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