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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓ ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E JURÍDICAS CURSO DE DIREITO – 2º período COMPONENTE CURRICULAR – CIÊNCIA POLÍTICA (TEORIA DO ESTADO) PROFESSOR: LICERIO DE OLIVEIRA ACADÊMICO: GUSTAVO LAURO HENN Síntese do texto: “Os Sentidos da Democracia e da Participação” Participação e democracia: Atores, práticas e discursos. Lilian Celiberti O texto aborda os processos de reconstrução democrática na América Latina após as rupturas institucionais dos anos 70. Mostra as feridas sociais e políticas que ainda não foram fechadas depois de sairmos do regime ditatorial. Na América Central as guerras revolucionárias e contrarrevolucionárias trouxeram profundas devastações sociais, por exemplo, a guerra na Colômbia, a pobreza e autoritarismo no Haiti, a pobreza e marginalização de milhões de pessoas, os indígenas deixados para trás, o racismo e discriminação dos afros descendentes, desabrigados, as desigualdades de gênero e ausência de oportunidades para milhões de meninos e meninas denunciam o déficit democrático e de cidadania na América Latina. A América Latina deixou de ser um continente de regimes com supremacia militar para transitar em direção a sistemas direitos e regimes pluralistas, mas enfrentam profundos desafios políticos, culturais e econômicos. A exclusão social de milhões, a marginalização e o atraso econômico e social das populações da América Latina é o principal obstáculo para a consolidação democrática. Uma pesquisa de opinião realizada pela PNUD (Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento) revelou que: “A preferência dos cidadãos pela democracia é relativamente baixa. Grande parte dos latino-americanos e latino-americanas valoriza mais o desenvolvimento do que a democracia e tiraria seu apoio a um governo democrático se este fora incapaz de resolver os problemas econômicos”. Isso nos traz o principal debate democrático da região. Como estabelecer novas dimensões de justiça econômicas, social, cultural e política? No estudo do PNUD, é afirmado que hoje existem democracias eleitorais na região que ainda não conseguiram superar as barreiras que impedem a entrada de novos atores na competição eleitoral; representação baixa na população indígena e afro descendente, Por exemplo. Segundo outro relatório do PNUD, “os sistemas de partidos tendem a ser instrumentais e operacionais, enquanto que o que se necessita é fortalecê-lo para ampliar a eficácia, a transparência e a responsabilidade. Está é na opinião do relatório, a melhor maneira de reafirmar o papel indispensável de representação da sociedade que eles expressam. Neste sentido, os partidos políticos teriam que compreender melhor as mudanças nas sociedades contemporâneas, propor novos projetos de sociedade e promover debates públicos”. A democracia representativa, a democracia eleitoral, tal como existe, é incapaz de sustentar toda a democracia como sistema, senão articulada com uma forte participação cidadã e, portanto com uma democracia participativa que amplie o debate sobre as prioridades e urgências da agenda social e econômica dos cidadãos e cidadãs. Democratizar a democracia é uma tarefa que requer muitas iniciativas, que vão desde os âmbitos de reprodução e afetividade, à comunidade e à arquitetura internacional. As novas subjetividades colocam também novas exigências democráticas tanto no plano institucional como no político e social, em que a classe, a etnia, o gênero, a idade e muitas outras categorias sejam eixos válidos e reconhecíveis de diferenciação, mas não de desigualdade, entrando em intersecção e interação entre si para construir novas subjetividades, e novas culturas democráticas que supõem, tanto hoje como ontem, intolerância à injustiça, à exclusão e à discriminação, seja esta econômica, social, racial, de gênero ou cultural.
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