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RESENHA CRITICA DO FILME GERMINAL

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RESENHA CRITICA DO FILME GERMINAL
Em uma análise inicial, é fundamental destacar que o filme “Germinal” foi produzido em 1993, baseado no romance francês Germinal de Émile Zola, no ano de 1881. Sendo assim, o contexto em que se passa a história é uma pequena vila de trabalhadores de minas, dominada por extrema miséria econômica e muita degradação da dignidade humana. Com isso, na década de 1980 o fechamento de muitas minas de carvão da Inglaterra – principal polo de sustentação econômica em várias cidades – promoveu uma forte crise entre os trabalhadores, ou seja, provocou um clima de instabilidade social naquela região. Tal crise foi o ponto de partida em relação às tomadas de decisões, os ideais propostos que eram voltados para a massa popular, onde estavam revoltados, deixando bem claro essa verdade. Pode-se inferir, também, que o filme aborda de maneira realista a negligência social que culminou ali, sem esconder os problemas que afetam aquele grupo, ou seja, mesmo com lado fictício e artístico, a razão em mostrar aquele cenário era muito importante. Nessa ótica, os funcionários da mina sempre questionavam seus direitos perdidos, pois, para a classe burguesa, isso não possuía nenhum valor, porque seus objetivos financeiros estavam acima dos propósitos dos trabalhadores. No romance, as personagens sofrem grande influência dos intelectuais da Europa, o simples modo de vida da classe operária muda a partir dessas novas ideias que estavam sendo inseridas na sociedade. Dessa forma, a luta dos trabalhadores mineiros foi o marco inicial para aquisição de uma política de igualdade. O que prevalecia na época era a dominância de uma classe sobre outra, fator que torna explícita a questão da alienação em uma classe menos favorecida. As cenas mostram condições de trabalho precárias, sem higiene, onde crianças viviam com cólicas pela comida imunda que podiam ter, com tosses, intoxicações, falta de segurança, onde os riscos eram químicos, físicos e biológicos, com horas e horas de trabalho que impossibilitava tempo para descanso. O trabalho era visto como apenas um meio para o lucro, o proletariado era tratado de qualquer forma, com baixíssimos salários onde não podiam se sustentar, por isso todos os tipos de idade trabalhavam, crianças, mulheres, não se tinha distinção. As famílias para poderem sobreviver tinham filhos atrás do outro para que pudessem trabalhar e ajudar no alimento. A cidadania ameaçada pelas relações de produção fizeram com que um grupo  social não mais aceitasse passar necessidades e privações pela falta de igualdade. Mesma com a iniciativa de um trabalhador para luta de direitos necessários os proprietários da minas sempre arrumava uma desculpa para a condição, começaram-se greves porém nem todos reivindicavam dessa forma, pois não podiam ter esse luxo e ficar sem emprego e seu mísero salário para sustento. Com a expulsão dos trabalhadores de suas terras (os cercamentos), tais foram para os centros em busca de melhorias e empregos. Os trabalhos nas fábricas eram piores pelos riscos de segurança de trabalho que não existiam. Houve resolvas, greves, conflitos que finalizaram sem melhorias para aqueles que eram humilhados e explorados. É possível compreender, portanto, que, através das abordagens do filme, a precariedade em que se encontrava o trabalhador não é exclusiva da contemporaneidade. Mesmo em colapso temporal, tal condição ainda é existente e põe em questão os direitos e os progressos alcançados à classe trabalhadora, como as Normas Regulamentadoras, que asseguram e tentam manter a integridade do trabalhador ou da trabalhadora, principalmente, no seu ambiente de trabalho. Assim, o que se deve propor não é uma sociedade utópica, mas sim melhorias possíveis.

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