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CASO FQA S.A. Material de Aula PROF. RICARDO SERRA Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra Introdução � A FQA S.A., uma empresa de copos plásticos, está a venda e o Sr. Marco Bolina, um empreendedor italiano, contratou você para assessorá-lo na compra da empresa. � Você avaliou a empresa utilizando-se da técnica fluxo de caixa para os investidores. O seu horizonte de projeção foi de 2016 a 2020 e a sua perpetuidade começou em 2021. Você entregará o trabalho, para discussão com o CFO, datado de 01/abr/2016, sendo que a data base da avaliação é 31/dez/2015. Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 1 � O trabalho foi dividido em 2 partes: (i) estimação do custo de capital e (ii) estimação do fluxo de caixa para os investidores (ou fluxo de caixa do negócio). CASO FQA – Custo de CapitalI Custo de Capital � Para determinar o custo de capital da empresa você reuniu as informações apresentadas nas Tabela 1 (YTM do Treasury bond de 10 anos), Tabela 2 (EMBI Brasil), Tabela 3 (beta, firm value e market capitalization de empresas comparáveis) e Tabela 4 (abertura do endividamento da FQA). Além disto, você sabe que a sua firma costuma usar 5,5% de prêmio de mercado. Data T-Bond (YTM) 31/03/2016 1,78 spot 1,78 30/03/2016 1,83 média 10du 1,88 29/03/2016 1,81 média 1mes 1,89 Médias T a b e l a 1 Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 3 29/03/2016 1,81 média 1mes 1,89 28/03/2016 1,89 média 3 meses 1,91 24/03/2016 1,91 média 1 ano 2,13 23/03/2016 1,88 média 2 anos 2,24 Data EMBI 31/03/2016 409 spot 409 30/03/2016 404 média 10du 415 29/03/2016 416 média 1mes 434 28/03/2016 419 média 3 meses 492 24/03/2016 427 média 1 ano 389 23/03/2016 419 média 2 anos 317 Médias T a b e l a 1 . . . . . . T a b e l a 2 . . . . . . Custo de Capital (cont.) T a b e l a 3 [R$ MM] Mkt Cap Firm Value D/(D+E) Beta Alav Empresa 1 537,1 735,8 27,0% 1,48 Empresa 2 231,3 350,5 34,0% 1,50 Empresa 3 391,8 576,2 32,0% 1,52 Empresa 4 735,5 931,0 21,0% 1,23 Empresa 5 137,4 218,1 37,0% 1,69 Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 4 T a b e l a 4 [R$ MM] Valor Custo Observ Dívida 1 80,0 12,2% em R$, venc em 2018 Dívida 2 55,0 11,8% em R$, venc em 2017 Dívida 3 22,3 11,7% em R$, venc em 2017 12,0%Média Ponderada Empresa 5 137,4 218,1 37,0% 1,69 Empresa 6 458,9 646,3 29,0% 1,45 todas brasileiras Média 30,0% CASO FQA – Fluxo de CaixaII MacroEco Cenário macro-econômico da Instituição Financeira de seu relacionamento. 2.013 2.014 2.015 2.016P 2.017P 2.018P 2.019P 2.020P IPCA 5,9% 6,4% 10,7% 7,3% 5,9% 5,5% 5,2% 4,5% PIB 3,5% 0,2% -4,1% -3,7% 0,3% 1,5% 2,0% 2,5% Histórico Projeção Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 6 PIB 3,5% 0,2% -4,1% -3,7% 0,3% 1,5% 2,0% 2,5% Selic 10,00% 11,75% 14,25% 13,50% 12,40% 11,40% 11,10% 10,70% CPI 1,8% 2,1% 2,3% 2,3% 2,1% Desval Real -4,6% -0,4% -1,9% -1,6% -1,1% Câmbio 2,36 2,66 3,95 3,97 4,10 4,15 4,20 4,25 Câmbio Médio 3,96 4,04 4,13 4,18 4,23 Histórico - DRE R$ Milhões 2.013 2.014 2.015 (=) Receita Líquida 569,0 604,0 602,1 (-) CPV (ex depreciação) (266,6) (285,2) (281,3) (=) Resultado Bruto 302,4 318,8 320,8 ...Margem Bruta 53,1% 52,8% 53,3% (-) Despesas com Vendas (23,4) (26,1) (24,8) ...% Receita Líquida 4,1% 4,3% 4,1% (-) Despesas Gerais e Adm (103,9) (111,1) (112,1) Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 7 (-) Despesas Gerais e Adm (103,9) (111,1) (112,1) (=) EBITDA 175,1 181,6 183,9 ...Margem EBITDA 30,8% 30,1% 30,5% (-) Depreciação (60,7) (61,3) (66,1) (=) Resultado Operacional 114,4 120,3 117,8 ...Margem Operacional 20,1% 19,9% 19,6% (-) Despesa Financeira (17,5) (19,3) (19,9) (+) Receita Financeira 2,9 4,2 6,7 (+) Result. ñ Operac. 0,5 (1,0) 0,8 (=) LAIR 100,3 104,2 105,4 (-) IR (34,1) (35,4) (35,8) (=) Lucro Líquido 66,2 68,8 69,6 Histórico - Balanço R$ Milhões 2.013 2.014 2.015 Caixa Operacional 19,9 21,2 20,9 Excesso de Caixa 8,6 26,7 34,3 Contas a Receber 44,6 47,2 47,4 Estoque 26,0 27,5 27,3 Impostos a Compensar 15,0 15,9 16,2 Depósitos Judiciais 20,8 37,6 68,5 Ativo Fixo Bruto 735,9 828,6 933,5 Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 8 Ativo Fixo Bruto 735,9 828,6 933,5 Depreciação Acumulada (218,5) (279,8) (345,9) Total de Ativo 652,3 724,9 802,2 Contas a Pagar 20,6 22,1 21,8 Sal e Encargos a Pagar 10,5 11,4 11,2 IR a Pagar 9,7 10,0 10,3 Empr e Financ CP 45,3 46,9 45,6 Provisões Ambientais 72,7 53,7 97,9 Empr e Financ LP 100,7 128,3 111,7 Patrimônio Líquido 392,8 452,5 503,7 Total de Passivo 652,3 724,9 802,2 Premissas - Receita Líquida � Projetar reajustado pelo IPCA2 � Baseado na projeção do PIB1 e também na “elasticidade” histórica da empresaQuantidade Preço Receita Líquida Histórico Ano Δ PIB Δ Receita Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 9 1. usar o PIB do próprio ano; ou seja, o volume do ano t será baseado no PIB do ano t 2. usar o IPCA do ano anterior; ou seja, o preço do ano t será baseado no IPCA do ano t-1 Receita Líquida 2.013 2.014 2.015 Qtde Vendida (mil caixas) 6.234,3 6.249,4 5.854,7 Preço de Venda (R$/caixa) 91,27 96,65 102,84 Histórico Ano Δ PIB Δ Receita 2006 4,5% 7,4% 2007 6,1% 9,4% 2008 5,2% 6,8% 2009 -0,2% -0,2% 2010 7,8% 5,2% 2011 4,0% 5,3% 2012 2,0% 1,3% 2013 3,5% 3,1% 2014 0,2% 0,2% 2015 -4,1% -6,3% Receita Bruta - Quantidade: Premissas 2015R (t-1) 2016P (t) Qtdet-1 = 100 Qtdet = Qtdet-1 * (1 + Cresct) Δ PIB = 4,0% Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 10 Cresct Δ PIB = 4,0% (x) Elast = 1,5x (=) Cresc = 6,0% Cresc = elast * Δ PIB Y = a + b * X Y = C r e s c X = ΔPIB Cresc = a + elast * ΔPIB Premissas - EBITDA � Considerar a margem bruta média (Resultado Bruto / Receita Líquida) dos anos 2013 a 2015 para projetar todos os anos � Considerar o percentual médio (Despesa com vendas / Receita Líquida) dos anos 2013 a 2015 para projetar todos os anos � Projetar reajustadas pelo IPCA do ano anterior CPV e Resultado Bruto Despesas com Vendas Despesas Gerais e Administrativas Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 11 R$ Milhões 2.013 2.014 2.015 (=) Receita Líquida 569,0 604,0 602,1 (-) CPV (ex depreciação) (266,6) (285,2) (281,3) (=) Resultado Bruto 302,4 318,8 320,8 ...Margem Bruta 53,1% 52,8% 53,3% (-) Despesas com Vendas (23,4) (26,1) (24,8) ...% Receita Líquida 4,1% 4,3% 4,1% (-) Despesas Gerais e Adm (103,9) (111,1) (112,1) (=) EBITDA 175,1 181,6 183,9 hist hist hist LíquidasVendas BrutoResultBrutaMargem = Histórico Projeção CPV e Resultado Bruto projpremproj VLBrutaMargemBrutoResult ×= Venda Líquida DRE 569,0 2010R 604,0 2011R 602,1 2012R Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 12 Venda Líquida (-) CPV (=) Resultado Bruto Margem Brutahist 569,0 (266,6) 302,4 53,1% 604,0 (285,2) 318,8 52,8% 602,1 (281,3) 320,8 53,3% Margem Brutaprem 53,1% Resutlato Brutoproj = 53,1% * Venda Líquidaproj CPVproj = Venda Líquidaproj - Resutlato Brutoproj Premissas - Capital de Giro Líquido Capital de Giro � Considerar a lógica abaixo R$ Milhões 2.013 2.014 2.015 Caixa Operacional 19,9 21,2 20,9 (Cx Operac/Receita Líquida) 3,5% 3,5% 3,5% Contas a Receber 44,6 47,2 47,4 (Ctas Receber/(RL/365)) 28,6 28,5 28,7 Estoque 26,0 27,5 27,3 (Estoque/(CPV/365)) 35,6 35,2 35,4 Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 13 (Estoque/(CPV/365)) 35,6 35,2 35,4 Impostos a Compensar 15,0 15,9 16,2 (Imp Comp/Receita Líquida) 2,6% 2,6% 2,7% (=) Capital de Giro: Ativo 105,5 111,8 111,8 Contas a Pagar 20,6 22,1 21,8 (Ctas Pagar/(CPV/365)) 28,2 28,3 28,3 Sal e Enc a Pagar10,5 11,4 11,2 (Sal e Enc a Pagar/(CPV/365)) 14,4 14,6 14,5 Impostos a Pagar 9,7 10,0 10,3 (Sal e Enc a Pagar/(RL/365)) 6,2 6,0 6,2 (=) Capital de Giro: Passivo 40,8 43,5 43,3 (=) Cap Giro Líquido (A-P) 64,7 68,3 68,5 (=) Invest Capital Giro Líq (final-inicial) = 365 LíquidasVendas ReceberCtasRecebívelDias hist hist hist Estoque Histórico Projeção Premissas - Capital de Giro ×= 365 VL RecebívelDiasReceberCtas projpremproj CPV Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 14 Observações: 1.os índices de dias podem ser convertidos em giro através de [365/índice de dias]; 2. costuma ser usado tanto 365 dias em um ano como 360; 3. como os índices misturam valores de balanço e de DRE, pode ser interessante trabalhar com valores de balanço médios (p.ex: [recebível final + recebível inicial]/2). = 365 CPV PagarCtas esFornecedorDias hist hist hist = 365 CPV EstoqueEstoqueDias hist hist hist ×= 365 CPV EstoqueDiasEstoque projpremproj ×= 365 CPV esFornecedorDiasPagarCtas projpremproj Capital de Giro Líquido - Exemplos Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 15 Fonte: Laudo de Avaliação da ALL Malha Norte elaborado pelo J Safra, datado de 24 de janeiro de 2012. Fonte: Laudo de Avaliação da Acesita S.A. elaborado pelo Unibanco, datado de 26 de janeiro de 2006. Capital de Giro Líquido - Exemplos Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 16 Fonte: Laudo de Avaliação Leco S.A. elaborado pelo BBI, datado de 06 de outubro de 2008. Fonte: Laudo de Avaliação da Santista Têxtil S.A. elaborado pelo JPMorgan, datado de 29 de junho de 2007. Premissas - CAPEX e Depreciação Depreciação � Calcular a alíquota média do último ano (Deprecperíodo/((Imob Brutofinal + Imob Brutoinicial)/2)) � O imobilizado bruto do ano anterior deprecia 1 ano cheio e o capex do próprio ano deprecia ½ ano Capex � Considerar R$ 30MM para 2016, R$ 100MM em 2017 e 1,3 vezes a depreciação do ano anterior para os demais anos projetados Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 17 próprio ano deprecia ½ ano R$ Milhões 2.013 2.014 2.015 Imobilizado Bruto 735,9 828,6 933,5 (-) Depreciação Acumulada (218,5) (279,8) (345,9) (=) Imobilizado Líquido 517,4 548,8 587,6 Capex Depreciação 61,3 66,1 Alíquota de Depreciação (a.a.) 7,8% 7,5% Premissas - Outras Outras � Converter o custo de equity para R$ � Projetar até 2020 e perpetuar de 2021 em diante � Ajustar fluxo de caixa base para a perpetuidade (caso seja necessário) � Crescimento na perpetuidade igual a inflação de LP (em R$) � Período de desconto no meio do respectivo ano Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 18 � Período de desconto no meio do respectivo ano � Considerar ativos e passivos não operacionais � A empresa tem 64,5 milhões de ações Considerações Gerais sobre a Avaliação Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 19 Fonte: página 21 do Laudo de Avaliação da Media Saúde elaborado pelo BTG Pactual em 18 de dezembro de 2009. AnexoA Fluxo de Caixa p/ Invest. Res. Operacional (-) Res. Operacional * t (+) Deprec (-) Capex (-) Inv Capital de Giro Líq (=) Flx Cx p/ Investidores FCD FC1 FC2 FC3 FC4 FC5 FCn Valor Residual Perpetuidade com crescimento “g” Perpn = FCn+1 / (WACC-g) + Invest. Capital de Giro Líq. CGiro Liqfinal - CGiro LiqInicial Onde, Capital de Giro Liq é: [Ativo: Cx Oper + Ctas Receber + Estoque] - [Passivo: Ctas Pagar + Sal e Encargos Pagar + IR Pagar] Fluxo de Caixa Descontado FCD (=) Firm Value (-) Dívida Líquida (=) Equity Value 1. Estrutura atual ou estrutura alvo, conforme o caso; ao CAPM podem ser incluídos outros prêmios (inclusive prêmio país: re = rf + pp + β * pm). CUIDADO: FCn+1 deve considerar o crescimento e também o investimento necessário para tanto (a primeira estimativa é FCn+1 = FCn*(1+g)). FC1 FC2 FC3 FC4 FC5 FCn Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 21 WACC = (D / (D+E)) * rd * (1 - t) + (E / (D+E)) * re Custo de Capital dos Investidores1 C G Liq Negócio S.A. Ativo Fixo Credor (D) Acionista (E) D / (D+E) E / (D+E) rd * (1 - t) re = rf + β* pm Peso Custo Visão Geral do Processo MÉTODO Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 22 Fonte: laudo de Avaliação da Vigor elaborado pelo Credit Suisse em 29 de fevereiro de 2016. Visão Geral do Processo MÉTODO Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 23 Fonte: página 38 do Laudo de Avaliação da Telemig Atenção: Lucro Líquido Desalavancado = Resultado Operacional Líquido (Resultado Operacional - IR Operacional) Custo de Capital � Existe uma estrutura ótima de capital, em que o WACC é o mínimo � Neste estrutura de capital a empresa tem o maior valor (máximo Firm Value) Prof. Dr. Ricardo Goulart Serra | p. 24 Obs.: Sem considerar outros custos de falência
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