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ESTATÍSTICA APLICADA AULA 1 Profa. Aline Purcote 2 CONVERSA INICIAL Quando falamos em Estatística, surgem algumas perguntas: • O que é Estatística? • Onde podemos utilizá-la? • Podemos usá-la em nosso dia a dia? A Estatística está presente em nosso cotidiano, e muitas vezes sem perceber recorremos a ela para tomar decisões. Vivemos rodeados de dados e informações e não podemos deixar de pensar o quanto esta ciência é útil e como ela se configura como uma das competências mais importantes. Nesta aula estudaremos os principais conceitos de Estatística, as fases do método estatístico, os diferentes tipos de séries estatísticas e a utilização de tabelas e gráficos. CONTEXTUALIZANDO Segundo Gonçalves (2012), com a evolução da disponibilização e organização de dados e informações nas empresas, a questão que se coloca hoje não se refere mais à sua escassez, mas a como ler e interpretar estes dados e informações disponíveis. A Estatística é uma ferramenta que auxilia o gestor na procura de respostas para problemas que encontra no dia a dia, auxiliando-o nos processos decisórios da organização. Utilizar os dados armazenados na empresa para entender melhor o que acontece em seus negócios, melhorando assim a qualidade de suas decisões, entender o comportamento das vendas de produtos ou serviços, identificar causas de defeitos nos produtos, entender o comportamento dos clientes e realizar análises financeiras são algumas das aplicações da Estatística. Para entender a importância da Estatística, vamos ler um artigo relacionado ao tema: “Importância da Estatística para o Processo de Conhecimento e Tomada de Decisão”, de Sérgio Aparecido Ignácio, disponível em: 3 <http://www.ipardes.gov.br/biblioteca/docs/NT_06_importancia_estatistica_tom ada_decisao.pdf>. TEMA 1 – INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA A Estatística pode ser pensada como a ciência de aprendizagem com base em dados que fornece métodos para a coleta, organização, análise, interpretação e apresentação de dados, gerando informações para tomada de decisões. Figura 1: Estatística O objetivo da Estatística é extrair informações para obter uma melhor compreensão das situações. A informação pode ser apresentada utilizando tabelas, gráficos ou índices e utilizada em previsões, tendências e tomada de decisões, garantindo a elaboração de um planejamento com mais precisão. A Estatística tem sido fundamental nos mais diferentes ramos do conhecimento humano desde os tempos mais remotos. Atualmente, aliada aos poderosos meios da informática, é essencial para o desenvolvimento da Economia, da Medicina, da Física, da Psicologia, da Linguística etc. Ela se divide basicamente em duas áreas: Estatística Descritiva e Estatística Indutiva – também conhecida como Inferência Estatística. A Estatística Descritiva se preocupa em organizar e descrever um conjunto de observações. De acordo com Castanheira (2010), a Estatística Descritiva é um número que, sozinho, descreve uma característica de um conjunto de dados, ou seja, é um “número resumo” que possibilita reduzir os dados a proporções mais facilmente interpretáveis. 4 Ainda segundo Castanheira (2010), a Estatística Indutiva (ou Inferência Estatística), é a parte da Estatística que, baseando-se em resultados obtidos da análise de uma amostra da população, procura inferir, induzir ou estimar as leis de comportamento da população da qual a amostra foi retirada. População ou universo é um conjunto de dados que possui certa característica comum; já a amostra é um subconjunto da população, ou seja, uma pequena parte desta. Por exemplo: quando temos uma pesquisa eleitoral, a população é formada por todos os eleitores, e a amostra pode ser um grupo de eleitores de uma determinada região, cidade ou bairro. Na figura 2 temos a representação da população e da amostra. Figura 2: Universo e amostra Castanheira (2010) indica que o processo de generalização, que é característico da Estatística Indutiva, está associado a uma margem de incerteza, que ocorre devido ao fato de que não analisamos toda a população, mas apenas parte dela – uma amostra. No caso das pesquisas eleitorais, pesquisamos com base em um número limitado de pessoas de uma determinada região – uma amostra – e pela resposta observada nesta amostra generalizamos o resultado para a população. Por exemplo: se temos dois candidatos – A e B – e na amostra temos como resposta que o candidato A é favorito, então chegamos à conclusão que o candidato A é favorito para vencer as eleições. A Estatística Descritiva pode ser utilizada junto com a Estatística Indutiva para chegarmos a conclusões que vão auxiliar na tomada de decisão. A utilização das Estatísticas pode ser observada na Figura 3. 5 Figura 3: Utilização das Estatísticas TEMA 2 – FASES DO MÉTODO ESTATÍSTICO Para o tratamento de dados numéricos, utilizamos o Método Estatístico, que fornece conclusões que servirão de base para a tomada de decisão. O Método Estatístico é dividido nas seguintes fases: Definição do problema; Delimitação do problema; Planejamento; Coleta dos dados; Apuração dos dados; Apresentação dos dados; Análise dos dados; Interpretação dos dados. Castanheira (2010) indica que a definição do problema consiste em definir com clareza o que pretendemos pesquisar e o objetivo do estudo que desejamos alcançar. Já na delimitação do problema precisamos responder às seguintes perguntas: Onde será realizada a pesquisa? Com que tipo de pessoas? Em que dias e/ou horários? 6 Definido o problema, precisamos verificar como proceder para sua resolução, ou seja, é preciso planejar. Nesta etapa respondemos às seguintes perguntas: Como resolver o problema? Que dados serão necessários? Como obter? Será utilizado um questionário? Amostragem? Qual o tamanho da amostra? Qual o cronograma das atividades? Quanto gastará para realizar a pesquisa? Após a etapa do planejamento precisamos colocá-lo em prática utilizando a coleta dos dados, que consiste na obtenção dos dados por meio de observações ou de questionário, conforme definições ocorridas no planejamento. Esta fase também é chamada de fase operacional. Com os dados coletados passamos para etapa de apuração dos dados, na qual devemos criticar os dados coletados, excluindo os dados incompletos ou com erros. Castanheira (2010) indica que nesta etapa fazemos um resumo dos dados por meio de uma contagem, separação por tipo de resposta e de agrupamento de dados semelhantes, sendo conhecida também como tabulação de dados. Concluída a apuração dos dados, podemos representá-los utilizando duas formas: tabelas e/ou gráficos. A tabela é uma apresentação numérica dos dados em linhas e colunas distribuídas de modo ordenado, e os gráficos permitem uma visão rápida e clara do fenômeno estudado. Com os dados apresentados, passamos para fase de análise e interpretação, em que devemos encontrar as conclusões para o problema. A análise está essencialmente ligada ao cálculo de medidas cuja finalidade principal é descrever, com detalhes, o fenômeno que está sendo analisado. TEMA 3 – TABELAS Uma vez concluída a coleta e tabulação dos dados de uma pesquisa, devemos apresentá-los para gerar uma série de informações que podem ser 7 utilizadas na tomada de decisão. Uma boa apresentação de dados deve seguirtrês requisitos: clareza, objetividade e concisão. Para atingir este objetivo, podemos apresentar os dados utilizando tabelas que fornece uma visão geral do comportamento do fenômeno, e o máximo de esclarecimento com um mínimo de espaço e tempo. É constituída dos seguintes elementos: Título; Cabeçalho; Corpo; Fonte. O título contém a identificação de três fatores do fenômeno: A época à qual se refere: quando? O local onde ocorreu o evento: onde? O fenômeno que é descrito: o quê? Figura 4: Título da tabela O cabeçalho especifica o conteúdo das colunas, e o corpo da tabela contém as informações sobre o fenômeno observado. Por fim, a fonte indica a entidade responsável pelo levantamento dos dados. Figura 5: Cabeçalho, corpo e fonte Título Cabeçalho Corpo Fonte 8 TEMA 4 – SÉRIES ESTATÍSTICAS Série estatística é uma sequência de números que se referem a certa variável, é uma tabela na qual há um critério distinto que a especifica e diferencia. Para diferenciar as séries levamos em consideração três fatores: Época/tempo; Local; Espécie. Podemos classificar as séries estatísticas em: Séries temporais, históricas ou cronológicas: os dados são apresentados ao longo do tempo. Séries geográficas, espaciais, territoriais ou de localização: consideramos uma ou mais regiões. 9 Séries categóricas ou específicas: têm como característica a variação do fato. Séries mistas, conjugadas ou tabelas de dupla entrada: combinação entre as séries temporais, geográficas e específicas. Série Geográfica – Temporal Série Geográfica – Específica Tabelas de distribuição de frequências: indica a frequência de ocorrência de cada resultado obtido em uma pesquisa. Podemos apresentar uma distribuição de frequência de duas formas: 10 Tabelas sem intervalos de classe: Tabelas com intervalos de classe: TEMA 5 – GRÁFICOS Os dados estatísticos apresentados em forma de tabelas podem também ser representados em forma de gráficos. Os gráficos têm como finalidade representar os resultados de forma simples permitindo uma leitura rápida e global dos fenômenos estudados, e demonstram a evolução do fenômeno em estudo, permitindo observar a relação dos valores da série. O gráfico deve conter título, escala e exibir no rodapé a fonte que forneceu os dados. Esses elementos são importantes, pois auxiliam na interpretação dos dados sem a necessidade de inúmeras explicações. Existem várias maneiras de se representar graficamente os dados estatísticos de acordo com o tipo de série. Os principais tipos de gráficos são: Linhas: representa observações feitas ao longo do tempo e utilizadas nas chamadas séries históricas ou temporais. 11 Setores: divide em setores os termos da série e é mais utilizado para séries específicas ou geográficas com pequeno número de termos, e quando se quer salientar a proporção de cada termo em relação ao todo. Colunas: representação de uma série por retângulos verticais, ou seja, representamos a série em colunas. Barras: representação de uma série por retângulos horizontais, ou seja, representamos a série em barras. Histograma: representação utilizada nas distribuições de frequências, cujos dados foram agrupados em classes ou intervalos de mesma amplitude. 12 TROCANDO IDEIAS Vimos que a Estatística está presente no nosso cotidiano, e muitas vezes sem perceber recorremos a ela para tomar decisões. Após os temas apresentados, você se recorda de alguma situação em que tenha utilizado a Estatística como base para tomar alguma decisão em casa ou dentro de uma empresa? Comente a sua experiência. NA PRÁTICA Diversas são as aplicações práticas envolvendo os assuntos trabalhados nesta aula, por exemplo: Pesquisas utilizando o método estatístico; Análise de tabelas e gráficos para gerar informações e auxiliar na tomada de decisões; Análise do comportamento de uma variável. Com base nos assuntos trabalhados, considere a seguinte situação problema: o Grupo Uninter precisa realizar uma pesquisa de mercado na localidade onde você reside, a qual servirá como subsídio para a elaboração de uma estratégia de implantação de uma nova unidade de ensino. Os gerentes querem conhecer sua clientela: idade, grau de instrução, o desejo de cada um em fazer um curso superior, e que cursos as pessoas pretendem fazer. Como resolver este problema de pesquisa utilizando as fases do método estatístico? FINALIZANDO Nesta aula verificamos que a Estatística é dividida em Estatística Descritiva e Estatística Indutiva, e que, para gerar informações que auxiliem na tomada de decisão, podemos utilizar o Método Estatístico que é composto de diversas fases para facilitar o tratamento de dados numéricos. Após a coleta dos dados podemos apresentá-los utilizando tabelas e gráficos que facilitam a compreensão tornando as informações e decisões cada vez mais precisas. 13 REFERÊNCIAS CASTANHEIRA, N. P. Estatística aplicada a todos os níveis. Curitiba: InterSaberes, 2010. GONÇALVES, G. Estatística no mundo empresarial. Administradores. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/estatistica -no-mundo-empresarial/66653/>. Acesso em: 20 fev. 2017.
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