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Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 1 Sumário • FILOSOFIA DO DIREITO ................................ História da Filosofia Ocidental Sócrates ................................................................ Platão ................................................................ Os governantes ................................ Aristóteles ................................ Constituição e formas de governo Os Desvios da Política ................................ Oligarquia e Democracia ................................ As classes sociais “Corpo” e “Alma” O regime ideal ................................ Filosofia Medieval ................................ Iluminismo ................................ Jusnaturalismo ................................ Jusnaturalismo e a edificação do conceito de “Estado de Direito” O Juspositivismo ................................ A Teoria Pura do Direito................................ Distinção entre Direito Natural e Direito Positivo Critérios de distinção entre direito natural e direito positivo Legalidade e legitimidade ................................ O conceito de legalidade................................ Legitimidade ................................ • ÉTICA, MORAL E DIREITO ÉTICA: ................................................................ MORAL ................................................................ DIREITO ................................................................ TEORIA DOS CÍRCULOS E DO MÍNIMO ÉTICO • HERMENÊUTICA ................................ Compreendendo a mim e aos outros Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com ............................................................................................. História da Filosofia Ocidental ................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ s de governo ........................................................................................... ................................................................................................ ................................................................................................ es sociais “Corpo” e “Alma” ................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................ ................................................................................................ Jusnaturalismo e a edificação do conceito de “Estado de Direito” ................................ ................................................................................................ ................................................................................................ Distinção entre Direito Natural e Direito Positivo ................................................................ Critérios de distinção entre direito natural e direito positivo ................................ ................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................ ÉTICA, MORAL E DIREITO ................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................ TEORIA DOS CÍRCULOS E DO MÍNIMO ÉTICO ................................................................ ................................................................................................ Compreendendo a mim e aos outros................................................................ Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 2 ............................. 4 ................................... 5 ...................................... 8 .......................................... 9 ................................................. 11 ................................ 11 ........................... 12 ............................................... 13 .......................................... 13 ........................................................ 14 .......................................................... 14 .................................................... 15 ................................ 18 ......................................................... 24 .................................. 25 ....................................................... 26 .................................... 29 ................................... 31 ................................................. 31 ........................................ 32 ................................... 32 ...................................................... 33 ........................................................ 36 ....................................... 36 ...................................... 38 ..................................... 39 .......................................... 40 ..................................... 42 ....................................................... 43 Validade da interpretação ................................ • UTILITARISMO ................................ Perspectiva moral e política ................................ Características gerais ................................ Princípios fundamentais ................................ Influência do utilitarismo no direito penal Consequências ................................ Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com ................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................ ................................................................................................ Influência do utilitarismo no direito penal ................................................................ ................................................................................................ Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 3 ........................................ 43 ....................................... 46 ..................................... 48 ........................................ 48 ................................... 49 ....................................... 50.................................................. 50 • FILOSOFIA DO DIREITO A Filosofia visa contribuir com a formação holística do jurista; busca oferecer um instrumental capaz de viabilizar uma melhor compreensão do universo jurídico e objetiva, enfim, instigar o jurista a pensar o Direito para além dos limites da ciência juríd A Filosofia do Direito figura como disciplina do eixo fundamental na formação do profissional do Direito, ou seja, está inserida entre os conhecimentos que constituem a base sobre a qual o jurista irá construir seu edifício jurídico. De uma forma geral os profissionais das várias carreiras jurídicas, bem como os acadêmicos de Direito, pouco se interessam pelas lições da Filosofia do Direito e a tratam como um peso ou obstáculo que precisa ser superado, já que é conteúdo obri Contudo, por detrás dessa visão predominante, há realidades que podem ser exploradas a fim de trazerem ao acadêmico ou ao profissional do Direito, grandes contribuições para uma leitura mais completa do universo jurídico. Aq racionalidade imediatista, experimentam grandes ganhos ao filosofarem sobre o Direito e percebem a importância que essa atitude tem. Tanto autores, ao escreverem suas obras, como docentes, ao elabo Filosofia do Direito, utilizam estratégias variadas e almejam objetivos diferenciados. No entanto, independente dessa diversidade, algumas semelhanças podem ser detectadas quando se pretende diagnosticar a importância da Filo Direito. Essas semelhanças aparecem nas apresentações ou introduções das obras dedicadas a esse conteúdo. Em 2008 foi sancionada a lei 11.684/08 do Ensino Médio de Escolas Públicas e Particulares de todo o país; há Universidades Públicas e Particulares cobrando conteúdos de Filosofia em suas seleções; o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), espera que o candidato domine vários conteúdos de Filosofia Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com DO DIREITO visa contribuir com a formação holística do jurista; busca oferecer um instrumental capaz de viabilizar uma melhor compreensão do universo jurídico e objetiva, enfim, instigar o para além dos limites da ciência jurídica e do Direito A Filosofia do Direito figura como disciplina do eixo fundamental na formação do profissional do Direito, ou seja, está inserida entre os conhecimentos que constituem a base sobre a qual o jurista jurídico. De uma forma geral os profissionais das várias carreiras jurídicas, bem como os acadêmicos de Direito, pouco se interessam pelas lições da Filosofia do Direito e a tratam como um peso ou obstáculo que precisa ser superado, já que é conteúdo obrigatório no currículo do curso. Contudo, por detrás dessa visão predominante, há realidades que podem ser exploradas a fim de trazerem ao acadêmico ou ao profissional do Direito, grandes contribuições para uma leitura mais completa do universo jurídico. Aqueles que conseguem ultrapassar as primeiras barreiras da racionalidade imediatista, experimentam grandes ganhos ao filosofarem sobre o Direito e percebem a importância que essa atitude tem. Tanto autores, ao escreverem suas obras, como docentes, ao elaborarem seus planos de ensino de Filosofia do Direito, utilizam estratégias variadas e almejam objetivos diferenciados. No entanto, independente dessa diversidade, algumas semelhanças podem ser detectadas quando se pretende diagnosticar a importância da Filosofia no conjunto da formação do profissional do Direito. Essas semelhanças aparecem nas apresentações ou introduções das obras dedicadas a a lei 11.684/08 que estabelece a presença da Filosofia em todas as séries Ensino Médio de Escolas Públicas e Particulares de todo o país; há Universidades Públicas e Particulares cobrando conteúdos de Filosofia em suas seleções; o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), espera que o candidato domine vários conteúdos de Filosofia Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 4 visa contribuir com a formação holística do jurista; busca oferecer um instrumental capaz de viabilizar uma melhor compreensão do universo jurídico e objetiva, enfim, instigar o Direito Positivo. A Filosofia do Direito figura como disciplina do eixo fundamental na formação do profissional do Direito, ou seja, está inserida entre os conhecimentos que constituem a base sobre a qual o jurista De uma forma geral os profissionais das várias carreiras jurídicas, bem como os acadêmicos de Direito, pouco se interessam pelas lições da Filosofia do Direito e a tratam como um peso ou gatório no currículo do curso. Contudo, por detrás dessa visão predominante, há realidades que podem ser exploradas a fim de trazerem ao acadêmico ou ao profissional do Direito, grandes contribuições para uma leitura mais ueles que conseguem ultrapassar as primeiras barreiras da racionalidade imediatista, experimentam grandes ganhos ao filosofarem sobre o Direito e rarem seus planos de ensino de Filosofia do Direito, utilizam estratégias variadas e almejam objetivos diferenciados. No entanto, independente dessa diversidade, algumas semelhanças podem ser detectadas quando se sofia no conjunto da formação do profissional do Direito. Essas semelhanças aparecem nas apresentações ou introduções das obras dedicadas a que estabelece a presença da Filosofia em todas as séries Ensino Médio de Escolas Públicas e Particulares de todo o país; há Universidades Públicas e Particulares cobrando conteúdos de Filosofia em suas seleções; o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), espera que o candidato domine vários conteúdos de Filosofia ou que estão a ela vinculados de forma interdisciplinar ou transdisciplinar; há uma tendência, em fazer com que as provas sejam mais reflexivas e menos técnicas; o que impõe a necessidade de se ter uma compreensão que integre conhecimentos de várias áreas, tem uma missão especial nesse sentido. O Direito não fica de fora dessas tendências. Ele, por sua própria natureza, é amplo e interdisciplinar. O jurista não pode prescindir de absorver uma formação que congregue conhecimentos vindos de várias áreas, afinal, o Direito é universal e interfere, direta ou indiretamente, em todas as situações. História da Filosofia Ocidental A Filosofia nasce com o desejo de encontrar respostas capazes de satisfazer uma curiosidade humana alimentada por uma Razão inquieta. As respostas até então existentes estavam fundamentadas nas fábulas, na religiosidade e sobrenaturais e fé; não suportavam questionamentos e usavam o aparato cultural pa sentido. Ao buscar superar essa metodologia, a Filosofia enfrenta os desafios de desbravar novos caminhos; de enfrentar as tradições e chocar com as verdades já prontas e acabadas. Essas verdades eram apregoadas prioritariamente através dos mitos oralmente de geração para geração. O Mito é uma narrativa lendária, pertencente à tradição cultural de um povo, que explica através do apelo ao origem do universo, o funcionamento da naturez povo. Em outras palavras, Mito é uma história que surge no seio da cultura de um povo e que tem a finalidade de explicar as diversas dúvidas existentes, bem como organizar a vida social e possibilitar a perpetuação desse povo. Os Mitos não se preocupavam com uma explicação que pudesse ser racionalizada. Ao contrário, os Mitos se constituíam como verdades acríticas que transmitidas de geração para geração, oralmente. Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com vinculados de forma interdisciplinar ou transdisciplinar; há uma tendência, em fazer com que as provas sejam mais reflexivase menos técnicas; o que impõe a necessidade de se ter uma compreensão que integre conhecimentos de várias áreas, e há consenso em dizer que a filosofia tem uma missão especial nesse sentido. O Direito não fica de fora dessas tendências. Ele, por sua própria natureza, é amplo e interdisciplinar. O jurista não pode prescindir de absorver uma formação que congregue hecimentos vindos de várias áreas, afinal, o Direito é universal e interfere, direta ou indiretamente, em todas as situações. História da Filosofia Ocidental A Filosofia nasce com o desejo de encontrar respostas capazes de satisfazer uma curiosidade a alimentada por uma Razão inquieta. As respostas até então existentes estavam fundamentadas nas fábulas, na religiosidade e mitos e, portanto revestidas de mistérios, forças sobrenaturais e fé; não suportavam questionamentos e usavam o aparato cultural pa sentido. Ao buscar superar essa metodologia, a Filosofia enfrenta os desafios de desbravar novos caminhos; de enfrentar as tradições e chocar com as verdades já prontas e acabadas. Essas verdades eram apregoadas prioritariamente através dos mitos oralmente de geração para geração. O Mito é uma narrativa lendária, pertencente à tradição cultural de um povo, que explica através do apelo ao sobrenatural, ao divino e ao misterioso, a origem do universo, o funcionamento da natureza e a origem e os valores básicos do próprio Em outras palavras, Mito é uma história que surge no seio da cultura de um povo e que tem a finalidade de explicar as diversas dúvidas existentes, bem como organizar a vida social e ação desse povo. Os Mitos não se preocupavam com uma explicação que pudesse ser racionalizada. Ao contrário, os Mitos se constituíam como verdades acríticas que transmitidas de geração para geração, Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 5 vinculados de forma interdisciplinar ou transdisciplinar; há uma tendência, em fazer com que as provas sejam mais reflexivas e menos técnicas; o que impõe a necessidade de se ter uma e há consenso em dizer que a filosofia O Direito não fica de fora dessas tendências. Ele, por sua própria natureza, é amplo e interdisciplinar. O jurista não pode prescindir de absorver uma formação que congregue hecimentos vindos de várias áreas, afinal, o Direito é universal e interfere, direta ou A Filosofia nasce com o desejo de encontrar respostas capazes de satisfazer uma curiosidade a alimentada por uma Razão inquieta. As respostas até então existentes estavam e, portanto revestidas de mistérios, forças sobrenaturais e fé; não suportavam questionamentos e usavam o aparato cultural para terem sentido. Ao buscar superar essa metodologia, a Filosofia enfrenta os desafios de desbravar novos caminhos; de enfrentar as tradições e chocar com as verdades já prontas e acabadas. que eram transmitidos oralmente de geração para geração. O Mito é uma narrativa lendária, pertencente à tradição , ao divino e ao misterioso, a a e a origem e os valores básicos do próprio Em outras palavras, Mito é uma história que surge no seio da cultura de um povo e que tem a finalidade de explicar as diversas dúvidas existentes, bem como organizar a vida social e Os Mitos não se preocupavam com uma explicação que pudesse ser racionalizada. Ao contrário, os Mitos se constituíam como verdades acríticas que transmitidas de geração para geração, Com o aparecimento da escrita, o uso cada comerciais nas cidades-estados portuárias gregas, o germe da democracia vivenciado através dos debates nas praças públicas, entre outros fatores, os Mitos começam a se enfraquecer e, aos poucos, surge a possibilidade e a necessidade da Filosofia. A Filosofia nasce na Grécia antiga, aproximadamente no século final do século VII VI a. C. e o primeiro filósofo de que se tem notícia é Tales de Mileto. “Todas as coisas são feitas de água (umidade), teria dito Tales de Mileto; E assim começam a Filosofia e a Ciência” (RUSSELL, 2001. p. 21). Demócrito de Abdera (o Átomo); Heráclito (o Logos fogo); Parmênides eo Ser (só o ser é, o não ser não é)… Tales e seus contemporâneos praticaram uma Filosofi compreensão dos fenômenos naturais naturais, que até então eram explicados através dos mitos (forma sobrenatural). Os Filósofos da Natureza ou cosmológicos usam uma metodologia de racional, utilizando elementos da natureza como arché. Essa busca pela compreensão do que acontece no mundo natural extrapolem este mesmo mundo, de compreender o mundo natural levou os primeiros filósofos a investigarem acerca de algum elemento que desse sustentabilidade à ordem presente no mundo. Assim nasceu a busca pela arché, um elemento primordial que seria a causa de toda realidade. presente em tudo, que tivesse gerado tudo e que não tivesse sido gerado por nada. Esse princípio de tudo é insistentemente procurado pelos primeiros filósofos. Segundo Reale (1990a, p. 30), arché pode ser entendido como “a) a fonte todas as coisas; c) o sustentáculo permanente que mantém todas as coisas (a ‘substância’, poderíamos dizer, usando um termo posterior). Em suma, o “princípio” pode ser definido como aquilo do qual provêm, aquilo no qual se concluem e aquilo pelo qual existem e subsistem todas as coisas”. Evidentemente a busca por um elemento primordial se faz dentro de um contexto que leva em Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com Com o aparecimento da escrita, o uso cada vez mais intenso da moeda, o aumento das relações estados portuárias gregas, o germe da democracia vivenciado através dos debates nas praças públicas, entre outros fatores, os Mitos começam a se enfraquecer e, aos sibilidade e a necessidade da Filosofia. A Filosofia nasce na Grécia antiga, aproximadamente no século final do século VII VI a. C. e o primeiro filósofo de que se tem notícia é Tales de Mileto. “Todas as coisas são feitas de ade), teria dito Tales de Mileto; E assim começam a Filosofia e a Ciência” (RUSSELL, 2001. p. 21). Demócrito de Abdera (o Átomo); Heráclito (o Logos fogo); Parmênides eo Ser (só o ser é, o não ser não é)… Tales e seus contemporâneos praticaram uma Filosofi fenômenos naturais (Filosofia pré-socrática). Buscaram explicar os fenômenos naturais, que até então eram explicados através dos mitos (forma sobrenatural). Os Filósofos da Natureza ou cosmológicos usam uma metodologia de cunho predominantemente racional, utilizando elementos da natureza como arché. Essa busca pela compreensão do que acontece no mundo natural sem se valer de explicações, que extrapolem este mesmo mundo, é a mais importante marca dos primeiros filósofos de compreender o mundo natural levou os primeiros filósofos a investigarem acerca de algum elemento que desse sustentabilidade à ordem presente no mundo. Assim nasceu a busca pela , um elemento primordial que seria a causa de toda realidade. Um elemento que tivesse presente em tudo, que tivesse gerado tudo e que não tivesse sido gerado por nada. Esse princípio é insistentemente procurado pelos primeiros filósofos. Segundo Reale (1990a, p. 30), pode ser entendido como “a) a fonte e origem de todas as coisas; b) o termo último de todas as coisas; c) o sustentáculo permanente que mantém todas as coisas (a ‘substância’, poderíamos dizer, usando um termo posterior). Em suma, o “princípio” pode ser definido como aquilo no qual se concluem e aquilo pelo qual existem e subsistem todas Evidentemente a busca por um elemento primordial se faz dentro de um contexto que leva em Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 6 vez mais intenso da moeda, o aumento das relações estados portuárias gregas,o germe da democracia vivenciado através dos debates nas praças públicas, entre outros fatores, os Mitos começam a se enfraquecer e, aos A Filosofia nasce na Grécia antiga, aproximadamente no século final do século VII - início do século VI a. C. e o primeiro filósofo de que se tem notícia é Tales de Mileto. “Todas as coisas são feitas de ade), teria dito Tales de Mileto; E assim começam a Filosofia e a Ciência” (RUSSELL, 2001. p. 21). Demócrito de Abdera (o Átomo); Heráclito (o Logos fogo); Parmênides eo Ser (só o ser é, o não ser não é)… Tales e seus contemporâneos praticaram uma Filosofia voltada para a socrática). Buscaram explicar os fenômenos naturais, que até então eram explicados através dos mitos (forma sobrenatural). cunho predominantemente sem se valer de explicações, que é a mais importante marca dos primeiros filósofos. Esse desejo de compreender o mundo natural levou os primeiros filósofos a investigarem acerca de algum elemento que desse sustentabilidade à ordem presente no mundo. Assim nasceu a busca pela Um elemento que tivesse presente em tudo, que tivesse gerado tudo e que não tivesse sido gerado por nada. Esse princípio é insistentemente procurado pelos primeiros filósofos. Segundo Reale (1990a, p. 30), e origem de todas as coisas; b) o termo último de todas as coisas; c) o sustentáculo permanente que mantém todas as coisas (a ‘substância’, poderíamos dizer, usando um termo posterior). Em suma, o “princípio” pode ser definido como aquilo no qual se concluem e aquilo pelo qual existem e subsistem todas Evidentemente a busca por um elemento primordial se faz dentro de um contexto que leva em conta outros pressupostos, tais como o compromisso com o logos (razão informadora racional); a convicção de que a ordem presente no cosmos era acessível à racionalidade humana. Levando-se em conta esses e outros fatores, a humanidade, representada pelos gregos, abre uma nova forma de compreender e interpretar a vida, a soci posteriormente será chamado de Filosofia (amante da sabedoria). Depois dessa fase introdutória da Filosofia Sócrates que inaugura um período novo chamado de as figuras de Sócrates em permanente oposição aos visão metafísica de realidade; e rrealista). Para Russell (2001, p. 66) Filosofia Grega”. A Filosofia Clássica debate amplamente sobre a questão ontológica, metafísica e gnosiológica. ONTOLOGIA: significa “estudo do ser” e consiste em uma parte da filosofia que estuda a natureza do ser, a existência e a realidade. A palavra logos (estudo, discurso). Ontologia jurídica: é uma expressão do âmbito do explicar a essência do Direito, as suas particularidades e como o Direito está relacionado com o ser humano. METAFÍSICA: A palavra metafísica é de origem grega onde Meta significa além e Physis significa: Natureza; Universo; Física. Metafísica é uma área do conhecimento que faz parte da Filosofia. Estuda os princípios da realidade para além das ciências tradicionais (Física, Química, Biologia, Psicologia, etc). A metafísica busca também dar explicações sobre mundo. Outro campo de análise da Metafísica são as relações e interações dos seres humanos Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com conta outros pressupostos, tais como o compromisso com o logos (razão informadora racional); a convicção de que a ordem presente no cosmos era acessível à racionalidade humana. se em conta esses e outros fatores, a humanidade, representada pelos gregos, abre uma nova forma de compreender e interpretar a vida, a sociedade e o mundo. Surge, assim, o que posteriormente será chamado de Filosofia (amante da sabedoria). Depois dessa fase introdutória da Filosofia, surge no cenário grego a emblemática figura de que inaugura um período novo chamado de Período Clássico. Nesse período aparecem as figuras de Sócrates em permanente oposição aos Sofistas; Platão, idealista, fundador de uma visão metafísica de realidade; e Aristóteles, valorizador do materialismo e da experiência (um rrealista). Para Russell (2001, p. 66), Sócrates, Platão e Aristóteles são as “três maiores figuras da A Filosofia Clássica debate amplamente sobre a questão ontológica, metafísica e gnosiológica. significa “estudo do ser” e consiste em uma parte da filosofia que estuda a natureza do ser, a existência e a realidade. A palavra é formada através dos termos gregos ontos (ser) e : é uma expressão do âmbito do direito, que tem como objetivo entender e explicar a essência do Direito, as suas particularidades e como o Direito está relacionado com o ser A palavra metafísica é de origem grega onde Meta significa além e Physis significa: Metafísica é uma área do conhecimento que faz parte da Filosofia. Estuda os princípios da realidade para além das ciências tradicionais (Física, Química, Biologia, Psicologia, etc). A metafísica busca também dar explicações sobre a essência dos seres e as razões de estarmos no mundo. Outro campo de análise da Metafísica são as relações e interações dos seres humanos Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 7 conta outros pressupostos, tais como o compromisso com o logos (razão informadora do discurso racional); a convicção de que a ordem presente no cosmos era acessível à racionalidade humana. se em conta esses e outros fatores, a humanidade, representada pelos gregos, abre uma edade e o mundo. Surge, assim, o que , surge no cenário grego a emblemática figura de . Nesse período aparecem , idealista, fundador de uma , valorizador do materialismo e da experiência (um , Sócrates, Platão e Aristóteles são as “três maiores figuras da A Filosofia Clássica debate amplamente sobre a questão ontológica, metafísica e gnosiológica. significa “estudo do ser” e consiste em uma parte da filosofia que estuda a natureza formada através dos termos gregos ontos (ser) e direito, que tem como objetivo entender e explicar a essência do Direito, as suas particularidades e como o Direito está relacionado com o ser A palavra metafísica é de origem grega onde Meta significa além e Physis significa: Metafísica é uma área do conhecimento que faz parte da Filosofia. Estuda os princípios da realidade para além das ciências tradicionais (Física, Química, Biologia, Psicologia, etc). a essência dos seres e as razões de estarmos no mundo. Outro campo de análise da Metafísica são as relações e interações dos seres humanos com o Universo. O grego Aristóteles foi o filósofo que pensou e produziu mais conhecimentos sobre metafísica na antiguidade. Já na época Moderna, podemos destacar os estudos do matemático e filósofo frânces René Descartes. As principais questões levantadas e analisadas pela metafísica são: O que é real?; liberdade?; O que é sobrenatural? O que fazemos no nosso planeta? Existe uma causa primária de todas as coisas? GNOSIOLOGIA (ou gnoseologia): formada a partir do termo grego “ “doutrina, teoria, verbo, razão, palavra, conceito”. Pode ser entendida como a teoria geral do conhecimento, na qual se reflete sobre a concordância do pensamento entre sujeito e objeto. Nesse contexto, obje espírito, uma ideia, um fenômeno, um conceito, etc., mas visto de forma consciente pelo sujeito. O objetivo da gnosiologia é refletir sobre a origem, essência e limites do conhecimento, do ato cognitivo (ação de conhecer). Epistemologia é também uma teoria do conhecimento mas distingue associada ao conhecimento científico (episteme) ou seja, às pesquisas científicas e todos os princípios, leis e hipóteses relacionadas. A Filosofia Clássica discute construção de umasociedade justa e solidária sobre o conceito de justiça, o papel dos agentes detentores do poder político e até dão orientações sobre os princípios fundamentais da vida social. Sócrates Método Maiêutico Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com O grego Aristóteles foi o filósofo que pensou e produziu mais conhecimentos sobre metafísica na tiguidade. Já na época Moderna, podemos destacar os estudos do matemático e filósofo frânces As principais questões levantadas e analisadas pela metafísica são: O que é real?; liberdade?; O que é sobrenatural? O que fazemos no nosso planeta? Existe uma causa primária de (ou gnoseologia): é a parte da Filosofia que estuda o conhecimento humano. É formada a partir do termo grego “gnosis” que significa “conhecimento” e “ “doutrina, teoria, verbo, razão, palavra, conceito”. Pode ser entendida como a teoria geral do conhecimento, na qual se reflete sobre a concordância do pensamento entre sujeito e objeto. Nesse contexto, objeto é qualquer coisa exterior ao espírito, uma ideia, um fenômeno, um conceito, etc., mas visto de forma consciente pelo sujeito. O objetivo da gnosiologia é refletir sobre a origem, essência e limites do conhecimento, do ato é também uma teoria do conhecimento mas distingue-se da gnosiologia por estar associada ao conhecimento científico (episteme) ou seja, às pesquisas científicas e todos os princípios, leis e hipóteses relacionadas. também sobre os valores que devem ser considerados para a construção de uma sociedade justa e solidária. Nesse ponto, os filósofos se posicionam claramente sobre o conceito de justiça, o papel dos agentes detentores do poder político e até dão sobre os princípios fundamentais da vida social. Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 8 O grego Aristóteles foi o filósofo que pensou e produziu mais conhecimentos sobre metafísica na tiguidade. Já na época Moderna, podemos destacar os estudos do matemático e filósofo frânces As principais questões levantadas e analisadas pela metafísica são: O que é real?; O que é liberdade?; O que é sobrenatural? O que fazemos no nosso planeta? Existe uma causa primária de é a parte da Filosofia que estuda o conhecimento humano. É significa “conhecimento” e “logos” que significa Pode ser entendida como a teoria geral do conhecimento, na qual se reflete sobre a concordância to é qualquer coisa exterior ao espírito, uma ideia, um fenômeno, um conceito, etc., mas visto de forma consciente pelo sujeito. O objetivo da gnosiologia é refletir sobre a origem, essência e limites do conhecimento, do ato se da gnosiologia por estar associada ao conhecimento científico (episteme) ou seja, às pesquisas científicas e todos os também sobre os valores que devem ser considerados para a . Nesse ponto, os filósofos se posicionam claramente sobre o conceito de justiça, o papel dos agentes detentores do poder político e até dão Platão Mundo sensível (dos sentidos) Mundo das idéias (inteligível) O filósofo Platão (428- Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que ele conheceu de perto. da aversão dele à democracia deveu areópago o seu velho mestre, o sábio Sócrates impiedade (desprezo pela tradição) e de ter corrompido a juventude ateniense, educando suspeição dos deuses da cidade. Caso célebre acontecido no ano de 399 a.C. e que culminou com Sócrates sendo obrigado a beber a cicuta (veneno ofic em Atenas). Esse crime jurídico dedicar, entre outras coisas, possibilidade de reproduzir-se u A Justiça O debate é no sentido de determinar como constituir uma sociedade justa. existe na realidade, os participantes se dispõe então a imaginá organização, governo e a qualidade dos seus governantes. o ponto de partida e principal instrumento de seleção e avaliação das aptidões de cada um. a alma humana (psikê) um composto de três partes: • o apetite, • a coragem e • a razão. Todos nascem com essa combinação, só que uma delas predomina sobre as demais • Se alguém deixa envolver- apetite, termina pertencendo às classes inferiores; • por outro lado, se manifesta um espírito corajoso e resoluto, seguramente irá fazer parte da classe dos guardiões, dos soldados, responsáveis pela segurança da coletividade e pelas guerras; Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com Mundo sensível (dos sentidos). Mundo das idéias (inteligível). -347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que ele conheceu de perto. da aversão dele à democracia deveu-se ao julgamento e condenação a que foi submetido no areópago o seu velho mestre, o sábio Sócrates. Como é sabido, foi injusta impiedade (desprezo pela tradição) e de ter corrompido a juventude ateniense, educando suspeição dos deuses da cidade. Caso célebre acontecido no ano de 399 a.C. e que culminou com Sócrates sendo obrigado a beber a cicuta (veneno oficial com que se executavam os condenados Esse crime jurídico que vitimou o amável ancião fez com que ele passasse a se , entre outras coisas, à busca de um regime político ideal, que evitasse para sempre a se uma injustiça como a que vitimou o velho sábio. O debate é no sentido de determinar como constituir uma sociedade justa. existe na realidade, os participantes se dispõe então a imaginá-la, bem como determinar sua rno e a qualidade dos seus governantes. Para Platão, a educação (paidéia) seria o ponto de partida e principal instrumento de seleção e avaliação das aptidões de cada um. a alma humana (psikê) um composto de três partes: Todos nascem com essa combinação, só que uma delas predomina sobre as demais -se apenas pelas impressões geradas pelas sensações motivadas pelo apetite, termina pertencendo às classes inferiores; ifesta um espírito corajoso e resoluto, seguramente irá fazer parte da classe dos guardiões, dos soldados, responsáveis pela segurança da coletividade e pelas Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 9 foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que ele conheceu de perto. O fator decisivo se ao julgamento e condenação a que foi submetido no . Como é sabido, foi injustamente acusado de impiedade (desprezo pela tradição) e de ter corrompido a juventude ateniense, educando-a na suspeição dos deuses da cidade. Caso célebre acontecido no ano de 399 a.C. e que culminou com ial com que se executavam os condenados fez com que ele passasse a se que evitasse para sempre a ma injustiça como a que vitimou o velho sábio. O debate é no sentido de determinar como constituir uma sociedade justa. Como tal não la, bem como determinar sua Para Platão, a educação (paidéia) seria o ponto de partida e principal instrumento de seleção e avaliação das aptidões de cada um. Sendo Todos nascem com essa combinação, só que uma delas predomina sobre as demais: se apenas pelas impressões geradas pelas sensações motivadas pelo ifesta um espírito corajoso e resoluto, seguramente irá fazer parte da classe dos guardiões, dos soldados, responsáveis pela segurança da coletividade e pelas • finalmente, se o indivíduo deixa melhores condições para integrar A alma e as classes Partes da Alma Concupiscível - Apetitiva Sensitiva – Irascível Racional – Logística A justiça é feita Desta forma, com cada indivíduo ocupando o espaço que lhe é devido, a justiça está feita. A Justiça (dikê) é aqui entendida não como uma distribuição equânime da igualdademodernamente se entende, mas como sociedade segundo a natureza das coisas e não tente ocupar o espaço que pertence a outro. Concepção que lembra muito a teoria cósmica de Aristóteles, exposta na corpos mais densos ocupam os lugares centrais enquanto que os mais leves flutuam ao seu redor. Platão, neste seu entendimento da justiça, manifesta um espírito eminentemente conservador ao pretender que cada classe social se conf alterá-la ou subvertê-la. Fazendo jamais poderiam reivindicar o poder político pois esse deve pertencer exclusivamente aos mais instruídos e mais sábios. Como se vê, o filósofo não pretende abolir as classes sociais muitos dos seus intérpretes afirmavam. Bem ao contrário. de classes estabelecido pelas diferenças de renda e patrimônio comuns na maioria das épocas históricas, naturais com que cada um é dotado (razão, coragem, apetite). Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com finalmente, se o indivíduo deixa-se guiar pela sabedoria e pela razão é obvio que apres melhores condições para integrar-se nos setores dirigentes dessa almejada sociedade. Virtude Classes sociais Temperança Trabalhadores Coragem Guardiões Prudência Governantes Desta forma, com cada indivíduo ocupando o espaço que lhe é devido, a justiça está feita. A Justiça (dikê) é aqui entendida não como uma distribuição equânime da igualdade modernamente se entende, mas como a necessidade de que cada um reconheça o seu lugar na segundo a natureza das coisas e não tente ocupar o espaço que pertence a outro. Concepção que lembra muito a teoria cósmica de Aristóteles, exposta na corpos mais densos ocupam os lugares centrais enquanto que os mais leves flutuam ao seu redor. Platão, neste seu entendimento da justiça, manifesta um espírito eminentemente conservador ao pretender que cada classe social se conforme com a situação que ocupa na la. Fazendo-se uma leitura moderna dessas conclusões, os trabalhadores jamais poderiam reivindicar o poder político pois esse deve pertencer exclusivamente aos mais Como se vê, o filósofo não pretende abolir as classes sociais muitos dos seus intérpretes afirmavam. Bem ao contrário. A intenção dele foi reformar o sistema de classes estabelecido pelas diferenças de renda e patrimônio (ricos, pobres e reme comuns na maioria das épocas históricas, substituindo-o por um outro baseado nas atribuições naturais com que cada um é dotado (razão, coragem, apetite). Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 10 se guiar pela sabedoria e pela razão é obvio que apresenta as se nos setores dirigentes dessa almejada sociedade. Classes sociais Trabalhadores Guardiões Governantes Desta forma, com cada indivíduo ocupando o espaço que lhe é devido, a justiça está feita. A Justiça (dikê) é aqui entendida não como uma distribuição equânime da igualdade, como a necessidade de que cada um reconheça o seu lugar na segundo a natureza das coisas e não tente ocupar o espaço que pertence a outro. Concepção que lembra muito a teoria cósmica de Aristóteles, exposta na Física, segundo a qual os corpos mais densos ocupam os lugares centrais enquanto que os mais leves flutuam ao seu redor. Platão, neste seu entendimento da justiça, manifesta um espírito eminentemente conservador ao orme com a situação que ocupa na pólis e não tente se uma leitura moderna dessas conclusões, os trabalhadores jamais poderiam reivindicar o poder político pois esse deve pertencer exclusivamente aos mais Como se vê, o filósofo não pretende abolir as classes sociais, como A intenção dele foi reformar o sistema (ricos, pobres e remediados), o por um outro baseado nas atribuições Os governantes Um dos aspectos mais conhecidos e polêmicos da filosofia de Platão é o que (arcontes), pois para ele a sociedade ideal deveria ser governada pelos filósofos, ou pelo filósofo rei, porque somente o homem sábio tem a inteira idéia do bem, do belo e da justiça. Consequentemente, ele terá menos inclinação para c impedindo os governados de se rebelarem contra a ordem social. Aristóteles Aristóteles escreveu sobre ética, metafísica, lógica, vários tratados políticos e etc. classificou a política como pertencente "às c visando a felicidade e o bem- Na Politéia (Política), ele expôs detalhadamente a diversidade dos regimes políticos da sua época. Entre os quais as suas impressões sobre a democracia. A política Aristóteles compôs dois grandes trabalhos sobre a política: • "Política" (Politéia) que provavelmente alunos; e • a "Constituição de Atenas", que registra as várias formas e alterações constitucionais pelas quais Atenas passou por obra dos seus grandes legisladores, tais como Pisístrato, Clístenes e Péricles cidade. Enquanto seu professor Platão inclinou sociais imaginárias, utópicas, por projeções sobre qual o melhor futuro da hum Aristóteles, seu aluno mais famoso, estudo das plantas, dos animais, dos sistemas políticos existentes na sua época. classificá-los, definindo suas características mais proe pervertidos. Desta forma, enquanto Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com Um dos aspectos mais conhecidos e polêmicos da filosofia de Platão é o que a sociedade ideal deveria ser governada pelos filósofos, ou pelo filósofo rei, porque somente o homem sábio tem a inteira idéia do bem, do belo e da justiça. Consequentemente, ele terá menos inclinação para cometer injustiças ou de praticar o mal, impedindo os governados de se rebelarem contra a ordem social. Aristóteles escreveu sobre ética, metafísica, lógica, vários tratados políticos e etc. classificou a política como pertencente "às ciências práticas", aquelas que nos ajudam a agir -estar dos homens e, portanto, merecedora de um estudo especial. (Política), ele expôs detalhadamente a diversidade dos regimes políticos da sua época. Entre os quais as suas impressões sobre a democracia. Aristóteles compôs dois grandes trabalhos sobre a política: "Política" (Politéia) que provavelmente eram lições dadas no Liceu e registradas por seus a "Constituição de Atenas", que registra as várias formas e alterações constitucionais pelas quais Atenas passou por obra dos seus grandes legisladores, tais como tenes e Péricles e que também pode ser lida como uma história política da Enquanto seu professor Platão inclinou-se preferencialmente por fazer desenhos de construções sociais imaginárias, utópicas, por projeções sobre qual o melhor futuro da hum , seu aluno mais famoso, procurou tratar das coisas reais, da ética, da astronomia, do estudo das plantas, dos animais, dos sistemas políticos existentes na sua época. los, definindo suas características mais proeminentes, separando pervertidos. Desta forma, enquanto Platão inspirou revolucionários e doutrinários da sociedade Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 11 Um dos aspectos mais conhecidos e polêmicos da filosofia de Platão é o que trata dos governantes a sociedade ideal deveria ser governada pelos filósofos, ou pelo filósofo- rei, porque somente o homem sábio tem a inteira idéia do bem, do belo e da justiça. ometer injustiças ou de praticar o mal, Aristóteles escreveu sobre ética, metafísica, lógica, vários tratados políticos e etc. O sábio iências práticas", aquelas que nos ajudam a agir estar dos homens e, portanto, merecedora de um estudo especial. (Política), ele expôs detalhadamente a diversidade dos regimes políticos da sua época. eram lições dadas no Liceu e registradas por seus a "Constituição de Atenas", que registra as várias formas e alteraçõesconstitucionais pelas quais Atenas passou por obra dos seus grandes legisladores, tais como Drácon, Sólon, e que também pode ser lida como uma história política da se preferencialmente por fazer desenhos de construções sociais imaginárias, utópicas, por projeções sobre qual o melhor futuro da humanidade, procurou tratar das coisas reais, da ética, da astronomia, do estudo das plantas, dos animais, dos sistemas políticos existentes na sua época. Atentou por minentes, separando-os em puros ou inspirou revolucionários e doutrinários da sociedade perfeita, Aristóteles foi o mentor dos grandes juristas e dos pensadores políticos mais inclinados ciência e ao realismo. Constituição e formas de governo Segundo o estagirita, governo e constituição significam a mesma coisa, pode ser exercido de três maneiras diferentes; • por um só: a monárquia; • por poucos: a aristocracia; • por muitos: a politia ou timocracia. Se tais governos têm como objetivo puras. Por outro lado, se os poderes forem exercidos para satisfazer o interesse privado de um só, de um grupo ou de apenas uma classe social, essa constituição está desvirtuada, depravou Essas formas, no entanto, estão sujeitas a serem degradadas dos homens, sofrendo alterações na sua essência. exemplo, são deformações da monarquia, da aristocracia e da politia, que terminam por beneficiar interesses particulares, o do tirano, do grupo que detém o poder e da grande massa (sem conhecimento), marginalizando o bem público. estabelecida pelo conflito de interesses contrários: o dos pobres (pró (a favor da oligarquia). A política como ciência Aristóteles utiliza-se do termo felicidade consistiria numa certa maneira de viver, no meio que circunda o homem, nos costumes e nas instituições adotadas pela comunidade à qual pertence. • O objetivo da política é, primeiro, descobrir a maneira de viver que leva à felici isto é, sua situação material de a assegurarem; • as relações sociais e seus preceitos se obtém pelo estudo das constituições das cidades Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com foi o mentor dos grandes juristas e dos pensadores políticos mais inclinados Constituição e formas de governo governo e constituição significam a mesma coisa, pode ser exercido de três maneiras diferentes; por poucos: a aristocracia; por muitos: a politia ou timocracia. têm como objetivo o bem comum, podemos dizer que são constituições se os poderes forem exercidos para satisfazer o interesse privado de um só, uma classe social, essa constituição está desvirtuada, depravou estão sujeitas a serem degradadas pelos interesses privados e pessoais dos homens, sofrendo alterações na sua essência. A tirania, a oligarquia e a democracia, exemplo, são deformações da monarquia, da aristocracia e da politia, que terminam por beneficiar interesses particulares, o do tirano, do grupo que detém o poder e da grande massa (sem conhecimento), marginalizando o bem público. A polarização das forças na vida da cidade é estabelecida pelo conflito de interesses contrários: o dos pobres (pró-democráticos) e o dos ricos A política como ciência se do termo política para um assunto único: a ciência da feli felicidade consistiria numa certa maneira de viver, no meio que circunda o homem, nos costumes e nas instituições adotadas pela comunidade à qual pertence. é, primeiro, descobrir a maneira de viver que leva à felici situação material, e, depois, a forma de governo e as instituições sociais capazes e seus preceitos são tratados pela ética, enquanto que a forma de governo se obtém pelo estudo das constituições das cidades-estados, matéria pertinente à política. Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 12 foi o mentor dos grandes juristas e dos pensadores políticos mais inclinados à governo e constituição significam a mesma coisa, sendo que o governo , podemos dizer que são constituições retas, ou se os poderes forem exercidos para satisfazer o interesse privado de um só, uma classe social, essa constituição está desvirtuada, depravou-se. pelos interesses privados e pessoais A tirania, a oligarquia e a democracia, por exemplo, são deformações da monarquia, da aristocracia e da politia, que terminam por beneficiar interesses particulares, o do tirano, do grupo que detém o poder e da grande massa (sem ças na vida da cidade é democráticos) e o dos ricos a ciência da felicidade humana. A felicidade consistiria numa certa maneira de viver, no meio que circunda o homem, nos costumes é, primeiro, descobrir a maneira de viver que leva à felicidade humana, a forma de governo e as instituições sociais capazes , enquanto que a forma de governo estados, matéria pertinente à política. Em todas as artes e ciências", disse ele, "o fim é um bem, e o maior dos bens e bem em mais alto grau se acha principalmente na ci esta ciência é a política, e o bem em política comum. Os Desvios da Política Aristóteles acreditava que os regimes políticos se comparavam com a regularidade dos ventos. Existe uma constância no sopr formas políticas. Podemos imaginar que algumas delas que são permanentes outras desviantes. Formas puras / permanentes Monarquia: governo de um só homem, de caráter hereditário ou perpétuo, que visa o bem comum, como a obediência as leis e às tradições Aristocracia: governo dos melhores homens da república, selecionados pelo consenso dos seus cidadãos e que governa a cidade procurando o beneficio de toda a coletividade Politia: governo do povo, da maioria, que exerce o respeito às leis e que beneficia to os cidadãos indistintamente, sem fazer nenhum tipo de discriminação. Oligarquia e Democracia Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com Em todas as artes e ciências", disse ele, "o fim é um bem, e o maior dos bens e bem em mais alto grau se acha principalmente na ci esta ciência é a política, e o bem em política é a justiça, ou seja, o interesse . Aristóteles acreditava que os regimes políticos se comparavam com a regularidade dos ventos. Existe uma constância no soprar deles. Há porém desvios de toda ordem. Assim se dá com as formas políticas. Podemos imaginar que algumas delas que são permanentes outras desviantes. Formas puras / permanentes Formas pervertidas / desviantes governo de um só homem, de caráter hereditário ou perpétuo, que visa o bem comum, como a obediência as leis e às Tirania: governo de um só homem que ascende ao poder por meios ilegais, violentos e ilegítimos e que governa pela intimidação, manip aberta repressão, infringindo constantemente as leis e a tradição governo dos melhores homens da república, selecionados pelo consenso dos seus cidadãos e que governa a cidade procurando o beneficio de toda a Oligarquia: governo de um grupo economicamente poderoso que rege os destinos da cidade, procurando favorecer a facção que se encontra no poder em detrimento dos demais governo do povo, da maioria, que exerce o respeito às leis e que beneficia todos os cidadãos indistintamente, sem fazer nenhum tipo de discriminação. Democracia: governo do povo, da maioria, que exerce o poder favorecendo preferencialmente os pobres, causando sistemático constrangimento aos ricos. Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 13 Em todas as artes e ciências", disse ele, "o fim é um bem, e o maior dos bens e bem em mais alto grau se acha principalmentena ciência todo-poderosa; é a justiça, ou seja, o interesse Aristóteles acreditava que os regimes políticos se comparavam com a regularidade dos ventos. ar deles. Há porém desvios de toda ordem. Assim se dá com as formas políticas. Podemos imaginar que algumas delas que são permanentes outras desviantes. Formas pervertidas / desviantes governo de um só homem que ascende ao poder por meios ilegais, violentos e ilegítimos e que governa pela intimidação, manipulação ou pela aberta repressão, infringindo constantemente as governo de um grupo economicamente poderoso que rege os destinos da cidade, procurando favorecer a facção que se encontra no poder em governo do povo, da maioria, que exerce o poder favorecendo preferencialmente os pobres, causando sistemático constrangimento aos ricos. Aristóteles se opõe a oligarquia (o governo dos ricos) e à democracia (o governo dos homens livres), como os desviantes mais eloquentes da soberania das massas. Tanto um como outro são legitimados pelas maioria, havendo porém uma distinção fundamental: • na oligarquia é um grupo reduzido de ricos que exerce diretamente o poder; • enquanto na democracia democracia como um valor universal. tipo de regime, da mesma maneira que os seres humanos podem ser inclinados a conduzirem se como "escravos por natureza". Porém não basta dizer que a democracia é o regime dos homens livres, mas sim que é o regime onde os homens livres são a maioria, definindo nascidos, que são sempre uns poucos, governam a cidade. As classes sociais “Corpo” e “Alma” O sistema de classes, segundo Aristóteles, decorre da duplicidade da organização social que estrutura-se bem de acordo com a configuração do próprio homem, separado entre a alma: • Para atender as necessidades do corpo da cidade, suas necessidades agricultores, os comerciantes e atacadistas, os artífices e demais trabalhadores braçais, entregues ao labor diário para prover os habitantes da • num lado superior, estão os que formam protegem: os guerreiros, os magistrados, os funcionários, os administradores e governantes, os "homens de qualidades". O regime ideal Para obter uma sociedade estável, ele considera que equilibre a força dos ricos com o número dos pobres. Para ele a sociedade baseada na mediania, que, ao mesmo tempo em que, a presença de uma poderosa classe média, atenua os conflitos entre ricos e pobres, dando estabilidade à organiz definia como timocracia (timé = honra), onde o poder político seria exercido pelos cidadãos proprietários de algum patrimônio (que não dependeriam do Estado) e que Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com Aristóteles se opõe a oligarquia (o governo dos ricos) e à democracia (o governo dos homens livres), como os desviantes mais eloquentes da soberania das massas. Tanto um como outro são legitimados pelas maioria, havendo porém uma distinção fundamental: é um grupo reduzido de ricos que exerce diretamente o poder; na democracia são os homens livres quem a controlam. democracia como um valor universal. Existem povos, digamos, vocacionados a um ou outro e, da mesma maneira que os seres humanos podem ser inclinados a conduzirem se como "escravos por natureza". Porém não basta dizer que a democracia é o regime dos homens livres, mas sim que é o regime onde os homens livres são a maioria, definindo-se uma oligarquia quando os ricos e bem nascidos, que são sempre uns poucos, governam a cidade. As classes sociais “Corpo” e “Alma” O sistema de classes, segundo Aristóteles, decorre da duplicidade da organização social se bem de acordo com a configuração do próprio homem, separado entre as necessidades do corpo da cidade, suas necessidades agricultores, os comerciantes e atacadistas, os artífices e demais trabalhadores braçais, entregues ao labor diário para prover os habitantes da polis; num lado superior, estão os que formam a alma da cidade, aqueles que a dirigem e que a protegem: os guerreiros, os magistrados, os funcionários, os administradores e governantes, os "homens de qualidades". Para obter uma sociedade estável, ele considera que o regime mais adequado é o misto equilibre a força dos ricos com o número dos pobres. Para ele a sociedade , que, ao mesmo tempo em que, a presença de uma poderosa classe média, atenua os conflitos entre ricos e pobres, dando estabilidade à organização social. Esse governo, ele definia como timocracia (timé = honra), onde o poder político seria exercido pelos cidadãos proprietários de algum patrimônio (que não dependeriam do Estado) e que Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 14 Aristóteles se opõe a oligarquia (o governo dos ricos) e à democracia (o governo dos homens livres), como os desviantes mais eloquentes da soberania das massas. Tanto um como outro são é um grupo reduzido de ricos que exerce diretamente o poder; são os homens livres quem a controlam. O filósofo não vê a Existem povos, digamos, vocacionados a um ou outro e, da mesma maneira que os seres humanos podem ser inclinados a conduzirem- Porém não basta dizer que a democracia é o regime dos homens livres, mas sim que é o ligarquia quando os ricos e bem O sistema de classes, segundo Aristóteles, decorre da duplicidade da organização social se bem de acordo com a configuração do próprio homem, separado entre o corpo e as necessidades do corpo da cidade, suas necessidades materiais, existem os agricultores, os comerciantes e atacadistas, os artífices e demais trabalhadores braçais, , aqueles que a dirigem e que a protegem: os guerreiros, os magistrados, os funcionários, os administradores e governantes, o regime mais adequado é o misto, que equilibre a força dos ricos com o número dos pobres. Para ele a sociedade ideal seria aquela , que, ao mesmo tempo em que, a presença de uma poderosa classe média, ação social. Esse governo, ele definia como timocracia (timé = honra), onde o poder político seria exercido pelos cidadãos proprietários de algum patrimônio (que não dependeriam do Estado) e que governariam para o bem comum. Em outros momentos este regime regido por homens selecionados segundo o seu conhecimento e sua renda), que ele classifica entre as constituições retas. Dos seguidores do pensamento socrático, podemos extrair duas tendências oriundas do pró Sócrates: a metafísica e as difíceis preocupações com o ensina doutrinas (Aristóteles). Platão se destaca como filósofo Ideia é o caminho que leva ao conhecimento da realidade, da verdade; valoriza o conhecimento de natureza sensível, material, um realista filósofos estabeleceram as bases sobres as quais a Filosofia Ocidental construiu todo seu edifício teórico. Os gregos lançaram as bases (fundamentos) de um Estado democrático, baseados em três pilares: a) isonomia, b) isotimia e c) isagoria. a) Igualdade de todos perante a Lei. b) Igualdade de acesso as funções públicas. c) Igualdade para falar nas assembléias (liberdade de expressão). É fundamental nesse sentido o pensamento de Sócrates baseado na Ética, na Educação, na Virtude (sinônimo de agir com base no conhecimento; oposto “Conhece-te a ti mesmo”. (Escrito nos umbrais do templo de Delfos) Filosofia Medieval Encerrado o período áureo da Filosofia Grega, o grande movimento filosófico que o sucede é a chamada Filosofia Medieval de caráter cristão. Os medievais, imersos na atmosfera cristã e envolvidos nos novos cenários de organização sócio predominantemente dos temas cristãos. Não há dúvida das riquezas dessa época, mas a Exame de OrdemFilosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com . Em outros momentos este regime é chamado de politia (governo da maioria, mas regido por homens selecionados segundo o seu conhecimento e sua renda), que ele classifica Dos seguidores do pensamento socrático, podemos extrair duas tendências oriundas do pró Sócrates: a metafísica e as difíceis preocupações com o ser (Platão) e a postura de um filósofo que ensina doutrinas (Aristóteles). filósofo de perspectiva idealista. Para ele, a compreensão Racional da Ideia é o caminho que leva ao conhecimento da realidade, da verdade; conhecimento de natureza sensível, material, um realista. Pode s bases sobres as quais a Filosofia Ocidental construiu todo seu edifício Os gregos lançaram as bases (fundamentos) de um Estado democrático, baseados em três pilares: a) isonomia, b) isotimia e c) isagoria. a) Igualdade de todos perante a Lei. ) Igualdade de acesso as funções públicas. c) Igualdade para falar nas assembléias (liberdade de expressão). É fundamental nesse sentido o pensamento de Sócrates baseado na Ética, na Educação, na Virtude (sinônimo de agir com base no conhecimento; oposto ao vício) e na Obediência as leis. . (Escrito nos umbrais do templo de Delfos) Encerrado o período áureo da Filosofia Grega, o grande movimento filosófico que o sucede é a chamada Filosofia Medieval de caráter cristão. Os medievais, imersos na atmosfera cristã e envolvidos nos novos cenários de organização sócio-política-econômica vi predominantemente dos temas cristãos. Não há dúvida das riquezas dessa época, mas a Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 15 (governo da maioria, mas regido por homens selecionados segundo o seu conhecimento e sua renda), que ele classifica Dos seguidores do pensamento socrático, podemos extrair duas tendências oriundas do próprio (Platão) e a postura de um filósofo que . Para ele, a compreensão Racional da Ideia é o caminho que leva ao conhecimento da realidade, da verdade; Aristóteles, por sua vez, . Pode-se dizer que esses dois s bases sobres as quais a Filosofia Ocidental construiu todo seu edifício Os gregos lançaram as bases (fundamentos) de um Estado democrático, baseados em três É fundamental nesse sentido o pensamento de Sócrates baseado na Ética, na Educação, na ao vício) e na Obediência as leis. Encerrado o período áureo da Filosofia Grega, o grande movimento filosófico que o sucede é a chamada Filosofia Medieval de caráter cristão. Os medievais, imersos na atmosfera cristã e econômica vigentes, se ocuparam predominantemente dos temas cristãos. Não há dúvida das riquezas dessa época, mas a diversidade temática não foi marcante. Russell (2001, p. 170) não faz rodeios para dizer que “ filosofia se converteu num ramo do saber destinado a jus A característica mais marcante da Filosofia Medieval foi, em função da força da instituição religiosa cristã, o teocentrismo. Pode filosófica que parte de Deus, passa por Deus e de algum modo chega a Deus. “A filosofia que se produziu durante toda a Idade Média está intimamente ligada, em suas origens à expansão do cristianismo. Os maiores representantes do pensamento medieval foram cristãos fervorosos [...] que procuraram conciliar os métodos filosóficos dos gregos aos ensinamentos da fé cristã, para refletir sobre o mundo e o ser humano dentro de uma perspectiva (CHALITA, 2005, p. 99)”. Dois grandes movimentos marcaram a Filosofia Medieval: a Patr pode ser ilustrada pela figura de Santo Agostinho “que sistematizou todo o pensamento católico que vinha sendo construído” (INCONTRI e BIGHETO, 2008, p. 375). Na Filosofia Patrística se destaca a defesa da doutrina cr (1996, p. 208) pode-se ler: “A Patrística surge quando o cristianismo se difunde e se consolida como religião de importância social e política, e a Igreja se firma como instituição, formando então a base filosófica da doutrina cristã, especialmente na medida em que esta se opõe ao paganismo e às heresias que ameaçam sua própria unidade interna. Predominam assim os textos apologéticos em defesa do cristianismo”. A Escolástica “caracteriza-se principalmente pela verdades reveladas nas Sagradas Escrituras com as doutrinas filosóficas clássicas” (JAPIASSÚ e MARCONDES, 1996, p. 87). O principal representante da Escolástica é Santo Tomás de Aquino. É comum se dizer que Santo Agostinho cristianizou o pensamento de Platão, enquanto Santo Tomás de Aquino cuidou de fazer o mesmo com Aristóteles. Vale registrar os dizeres de Rezende Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com diversidade temática não foi marcante. Russell (2001, p. 170) não faz rodeios para dizer que “ filosofia se converteu num ramo do saber destinado a justificar o domínio do cristianismo A característica mais marcante da Filosofia Medieval foi, em função da força da instituição religiosa cristã, o teocentrismo. Pode-se dizer que o filósofo medieval pratica uma reflexão , passa por Deus e de algum modo chega a Deus. “A filosofia que se produziu durante toda a Idade Média está intimamente ligada, em suas origens à expansão do cristianismo. Os maiores representantes do pensamento medieval foram cristãos e procuraram conciliar os métodos filosóficos dos gregos aos ensinamentos da fé cristã, para refletir sobre o mundo e o ser humano dentro de uma perspectiva Dois grandes movimentos marcaram a Filosofia Medieval: a Patrística e a Escolástica. A Patrística pode ser ilustrada pela figura de Santo Agostinho “que sistematizou todo o pensamento católico que vinha sendo construído” (INCONTRI e BIGHETO, 2008, p. 375). Na Filosofia Patrística se destaca a defesa da doutrina cristã, nas palavras de Japiassú e Marcondes se ler: “A Patrística surge quando o cristianismo se difunde e se consolida como religião de importância social e política, e a Igreja se firma como instituição, formando fica da doutrina cristã, especialmente na medida em que esta se opõe ao paganismo e às heresias que ameaçam sua própria unidade interna. Predominam assim os textos apologéticos em defesa do cristianismo”. se principalmente pela tentativa de conciliar os dogmas da fé cristã e as verdades reveladas nas Sagradas Escrituras com as doutrinas filosóficas clássicas” (JAPIASSÚ e O principal representante da Escolástica é Santo Tomás de Aquino. que Santo Agostinho cristianizou o pensamento de Platão, enquanto Santo Tomás de Aquino cuidou de fazer o mesmo com Aristóteles. Vale registrar os dizeres de Rezende Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 16 diversidade temática não foi marcante. Russell (2001, p. 170) não faz rodeios para dizer que “a tificar o domínio do cristianismo [...]”. A característica mais marcante da Filosofia Medieval foi, em função da força da instituição se dizer que o filósofo medieval pratica uma reflexão , passa por Deus e de algum modo chega a Deus. “A filosofia que se produziu durante toda a Idade Média está intimamente ligada, em suas origens à expansão do cristianismo. Os maiores representantes do pensamento medieval foram cristãos e procuraram conciliar os métodos filosóficos dos gregos aos ensinamentos da fé cristã, para refletir sobre o mundo e o ser humano dentro de uma perspectiva teocêntrica ística e a Escolástica. A Patrística pode ser ilustrada pela figura de Santo Agostinho “que sistematizou todo o pensamento católico istã, nas palavras de Japiassú e Marcondes se ler: “A Patrística surge quando o cristianismo se difunde e se consolida como religião de importância social e política, e a Igreja se firma como instituição, formando-sefica da doutrina cristã, especialmente na medida em que esta se opõe ao paganismo e às heresias que ameaçam sua própria unidade interna. Predominam assim os textos tentativa de conciliar os dogmas da fé cristã e as verdades reveladas nas Sagradas Escrituras com as doutrinas filosóficas clássicas” (JAPIASSÚ e O principal representante da Escolástica é Santo Tomás de Aquino. que Santo Agostinho cristianizou o pensamento de Platão, enquanto Santo Tomás de Aquino cuidou de fazer o mesmo com Aristóteles. Vale registrar os dizeres de Rezende (2002, p. 96) quando aborda essa relação dos pensadores medievais com os gregos clássicos: “Enquanto Platão foi o filósofo que mais diretamente influiu no pensamento de Santo Agostinho, a presença marcante da filosofia de Aristóteles é o que caracteriza o pensamento de Santo Tomás. O mesmo trabalho realizado por Santo Agostinho ao cristianizar Santo Tomás em relação à filosofia aristotélica”. Do ponto de vista histórico, a Idade Média durou em torno de um milênio fatores levou ao enfraquecimento das estruturas constituídas e construídas ao tempo e, a partir do século XIV, várias transformações levaram ao fim do império medieval e possibilitaram o surgimento de novas concepções de mundo e de homem No lugar do teocentrismo, característica marcante do pensamento medieval, supervalorização do homem, que passa a ocupar o centro das atenções. E esse homem é de uma Razão confiável o bastante para poder harmonizava com as ideias e com os Para Lamanna, [s. d.] citado por Mondim (1982b, p. 8) pode nascia com o final do pensamento medieval: “ autonomia e supremacia da evidência racional na procura da absoluto da pessoa humana e afirmação do seu poder soberano sobre o mundo”. Entre outras, podem ser citadas duas temáticas marcantes da Filosofia Moderna: a busca de compreensão da origem social do homem e a consequente lógi do poder político – tema trabalhado pelos contratualistas; e o problema do conhecimento forma pode o homem chegar ao conhecimento da verdade: através da Razão ou da Experiência? Esse tema é trabalhado por racion inicialmente na Filosofia, duas vertentes sobre a questão do conhecimento: o racionalismo e o empirismo. O Racionalismo e o Empirismo expressam em comum a preocupação fundamental face aos problemas do conhecimento, ponto de referência básico da Filosofia Moderna (MEIRO, 2011, p. 01)”. Exame de Ordem Filosofia do Direito Prof. Adilson Brandão redejuris.com (2002, p. 96) quando aborda essa relação dos pensadores medievais com os gregos clássicos: “Enquanto Platão foi o filósofo que mais diretamente influiu no pensamento de Santo Agostinho, a presença marcante da filosofia de Aristóteles é o que caracteriza o pensamento de Santo Tomás. O mesmo trabalho realizado por Santo Agostinho ao cristianizar a filosofia platônica foi feito por Santo Tomás em relação à filosofia aristotélica”. Do ponto de vista histórico, a Idade Média durou em torno de um milênio fatores levou ao enfraquecimento das estruturas constituídas e construídas ao a partir do século XIV, várias transformações levaram ao fim do império medieval e possibilitaram o surgimento de novas concepções de mundo e de homem. , característica marcante do pensamento medieval, , que passa a ocupar o centro das atenções. E esse homem é confiável o bastante para poder descartar toda e qualquer realidade que não se harmonizava com as ideias e com os valores encampados por essa Razão. citado por Mondim (1982b, p. 8) pode-se dizer que a Modernidade que nascia com o final do pensamento medieval: “O mundo moderno caracteriza autonomia e supremacia da evidência racional na procura da verdade; consciência do valor absoluto da pessoa humana e afirmação do seu poder soberano sobre o mundo”. podem ser citadas duas temáticas marcantes da Filosofia Moderna: a busca de compreensão da origem social do homem e a consequente lógica que poderia legitimar o exercício tema trabalhado pelos contratualistas; e o problema do conhecimento forma pode o homem chegar ao conhecimento da verdade: através da Razão ou da Experiência? Esse tema é trabalhado por racionalistas e empiristas, conforme se lê no texto abaixo: “Há, inicialmente na Filosofia, duas vertentes sobre a questão do conhecimento: o racionalismo e o empirismo. O Racionalismo e o Empirismo expressam em comum a preocupação fundamental face do conhecimento, ponto de referência básico da Filosofia Moderna (MEIRO, 2011, Exame de Ordem Filosofia do Direito . Adilson Brandão 17 (2002, p. 96) quando aborda essa relação dos pensadores medievais com os gregos clássicos: “Enquanto Platão foi o filósofo que mais diretamente influiu no pensamento de Santo Agostinho, a presença marcante da filosofia de Aristóteles é o que caracteriza o pensamento de Santo Tomás. a filosofia platônica foi feito por Do ponto de vista histórico, a Idade Média durou em torno de um milênio, mas um conjunto de fatores levou ao enfraquecimento das estruturas constituídas e construídas ao longo de todo esse a partir do século XIV, várias transformações levaram ao fim do império medieval e . , característica marcante do pensamento medieval, surge uma forte , que passa a ocupar o centro das atenções. E esse homem é portador descartar toda e qualquer realidade que não se . se dizer que a Modernidade que O mundo moderno caracteriza-se justamente pela verdade; consciência do valor absoluto da pessoa humana e afirmação do seu poder soberano sobre o mundo”. podem ser citadas duas temáticas marcantes da Filosofia Moderna: a busca de ca que poderia legitimar o exercício tema trabalhado pelos contratualistas; e o problema do conhecimento. De que forma pode o homem chegar ao conhecimento da verdade: através da Razão ou da Experiência? alistas e empiristas, conforme se lê no texto abaixo: “Há, inicialmente na Filosofia, duas vertentes sobre a questão do conhecimento: o racionalismo e o empirismo. O Racionalismo e o Empirismo expressam em comum a preocupação fundamental face do conhecimento, ponto de referência básico da Filosofia Moderna (MEIRO, 2011, Todos os esforços Modernos encontram seu ápice no os ideais da Revolução Francesa, que serve como referência para a compree elementos presentes nas organizações sociopolíticas atuais. Iluminismo O Iluminismo ou século das luzes, foi um movimento que se estendeu dos últimos decênios do século XVII aos últimos decênios do século XVIII. Este movimento foi fato ascensão da burguesia e o processo de “transformação” da sociedade, onde, com o comércio, modificaram-se as relações econômicas entre os homens que, de rural, passa a ser mercantil e promove a ascensão de uma nova classe social, a bu intelectual também traduzido como revolucionários preconizados pela burguesia e retrata a busca por se fazer uso da própria razão sem a tutela do dogma religioso, ou de qualquer outro tipo. Os princípios iluministas apoiaram a derrubada do antigo regime que tinha no sistema feudal de produção, na monarquia absolutista, na autoridade da Igreja e no dogma religioso seu ponto de apoio. Liberdade, Igualdade, para todos, enfim, os ideais democráticos e de pesquisas científicas passaram a ser lemas dos dias. O Iluminismo promove a defesa da ciência e da racionalidade crítica contra a fé, a superstição e o dogma religioso; defesa das liberdades e o abuso do poder, e tem Kant como seu principal representante. Segundo análise de Lucien Goldman, os valores fundamentais defendidos pelo Iluminismo podem ser relacionados com a principal ativ São eles: 1) Igualdade Jurídica – No ato de comércio,
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