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1 Aplicação da Lei Processual Penal DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL • Neste curso, serão tratadas as partes específicas do Processo Penal Militar. • O Código de Processo Penal Militar é o Decreto-Lei n. 1.002/1969 e não foi reformulado. 1. PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO (TÍTULO I) 1.1. PROCESSO PENAL • Conceito: “Conjunto de atos que são praticados para que o estado, no exer- cício da jurisdição, resolva e componha conflitos de interesses, dando a cada um o que é seu, mediante a aplicação do direito objetivo”. (Frederico Marques) • O Direito Processual Penal Militar é uma interface de comunicação entre os operadores de direito e o Estado-Juiz, ou seja, é o modo pelo qual se instiga o Estado para que ele preste a jurisdição no Processo Penal, com relação à lei substantiva penal. • Assim, o Processo Penal é o meio pelo qual o Ministério Público Militar propõe uma ação penal e a parte tem direito de se contrapor à ação penal iniciada pelo MP. 1.2. FONTES DO CPPM 1.2.1. A CONSTITUIÇÃO E O CPPM • Como a CF é posterior ao CPPM, é necessário fazer algumas interpreta- ções observando a regra constitucional, a qual prevalece sobre os disposi- tivos que estão em desacordo com ela. • Para prestar a jurisdição, é necessário que se tenha um juiz natural ou juiz legal pré-existente ao fato que se pretenda impor a determinado agente. • A justiça militar está prevista na CF/1988, nos arts. 122 (Justiça Militar Federal) e 125, § 4º (Justiça Militar Estadual). Há previsão de duas justi- ças militares, uma estadual e outra federal, as quais não se encontram no mesmo ramo do Poder Judiciário. 2 Aplicação da Lei Processual Penal DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR www.grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online • A Justiça Militar Estadual está abaixo dos tribunais de justiça militar dos Estados, dos tribunais de justiça e do STJ. Já a Justiça Militar Federal tem, em sua primeira instância, as auditorias da Justiça Militar e, em segunda instância, o Superior Tribunal Militar (tribunal de apelação). • A Justiça Militar Estadual vai julgar os policiais e bombeiros militares esta- duais se praticarem crimes militares. Já a Justiça Militar Federal vai julgar os crimes militares definidos em lei, mesmo que praticados por civis. • Segundo a CF, é vedada a prisão pela autoridade de polícia judiciária mili- tar, nos crimes impropriamente militares. Assim, o legislador constitucio- nal previu a possibilidade de a autoridade prender um agente que pratica crime propriamente militar. OOb..:� segundo a doutrina, crime propriamente militar é um crime praticado por militar no exercício de sua atividade. Exemplos: deserção, insubordina- ção, recusa à obediência etc. • Segundo o Código de Processo Penal Militar, a ação penal militar é pública e incondicionada. No entanto, a CF, em seu art. 5º, prevê a ação penal pri- vada subsidiária da pública. Por isso, é necessário entender que a ação penal privada subsidiária da pública também é exercida na Justiça Militar. • A ação penal militar é uma ação penal pública e incondicionada, ou seja, o titular da ação penal militar é o Ministério Público Militar. Assim, há a titula- ridade exclusiva do MP, para propor a ação penal pública. 1.2.2. O PROCESSO PENAL MILITAR (ART. 1º) Art. 1º O Processo Penal Militar reger-se-á pelas normas contidas no CPPM, assim em tempo de paz como em tempo de guerra, salvo legislação especial que lhe for aplicável. • A Lei n. 8.457/1992 tem aplicação nas normas de direito do CPPM. • Cada Estado da Federação terá uma lei especial a ser aplicada no Pro- cesso Penal Militar, pois cada um terá uma Lei de Organização Judiciária. AN O TAÇ Õ ES 3 Aplicação da Lei Processual Penal DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online • Divergência de normas: Art. 1º, § 1º Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas pro- cessuais e as de convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalece- rão àb últimab. – O Código dispôs que prevalecem as normas das convenções ou tratados de que o Brasil é signatário, pois trata-se de um direito de guerra. • Aplicação subsidiária: Art. 1º, § 2º Aplicam-se, subsidiariamente, as normas deste Código aos processos regulados em leis especiais. – Ou seja, o CPPM pode ser utilizado pelo Código de Processo Penal Comum, por exemplo. 1.3. LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR – INTERPRETAÇÃO • Normalmente, interpretam-se as leis processuais penais no sentido literal das palavras. Assim, a literalidade é a regra. • No Direito Processual Penal Militar ocorre o mesmo: Art. 2º A Lei Processual Penal Militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões. § 1º Admite-se a interpretação extensiva (compreensiva) e a restritiva. – Extensiva (compreensiva) – A lei usa uma palavra estreita, que não cor- responde ao que ela pretende dizer. Por isso, é necessário complemen- tar quando se vai interpretar. – Restritiva – Nos casos em que a admissão do sentido literal da norma a poria em contradição com outra ou consigo mesma (o legislador diz mais do que deveria). O aplicador da lei deve restringir o alcance da interpre- tação da norma. 4 Aplicação da Lei Processual Penal DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online OOb..:� não será admissível qualquer das interpretações mencionadas, se cer- cearem a defeba do acubado, se prejudicarem ou alterarem o curbo normal do procebbo, ou lhe debvirtuarem a natureza, se desfigurarem de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo (art. 2º, § 2º). 1.4. CASOS OMISSOS DO CPPM • O legislador não consegue imaginar todos os aspetos da vida que pre- cisariam de uma norma reguladora. Por isso, quando há casos omissos, utilizam-se determinados dispositivos processuais. • No art. 3º, do Código, o legislador indica como suprir os casos omissos: a) Pela Legislação Processual Penal Comum (CPP); b) Pela jurisprudência; c) Pelos usos e costumes militares; d) Pelos princípios gerais de direito; e e) Pela analogia. ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Alexandre Quintas.
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