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Analise de Custos(1)

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Análise de Custos
1ª edição
2017
Análise de Custos
3
Palavras do professor
Caro aluno/cara aluna, vamos iniciar a disciplina de Análise de Custos. 
Afinal, do que se trata e qual sua importância?
A análise de custos consiste em avaliar os gastos realizados pelas empresas 
durante suas atividades operacionais, contribuído para o processo de 
tomada de decisões. 
Com a globalização, cresce a concorrência entre as empresas, assim como 
o acesso fácil à informação e uma imensa gama de opções de produtos 
e serviços, consumidores cada vez mais exigentes buscam no mercado 
por produtos de qualidade, mas que também tenham preços competi-
tivos. Neste contexto, surge a demanda pela implementação de processos 
gerenciais estratégicos de custos, que maximizem a lucratividade garan-
tindo a permanência e desenvolvimento das empresas no mercado. 
Assim, analisar e gerenciar custos é fundamental para a manutenção, 
competitividade, lucratividade e sustentabilidade das organizações, inde-
pendente do tamanho dela ou seu ramo de atuação. Dada a relevância 
do assunto, a disciplina de análise de custos e formação de preços busca 
desenvolver em você, uma visão crítica e global, com foco na gestão de 
custos e resultados. 
A partir do conteúdo abordado, você poderá compreender e identificar os 
custos, métodos de apuração, relação com o resultado e preço de venda. 
Desta forma, você será um profissional capaz de auxiliar as empresas a 
ganhar eficiência, eficácia e competitividade. 
1
4
Unidade 1
Fundamentos Básicos de Custo
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, apresentamos os conceitos básicos necessários para o 
desenvolvimento de nosso estudo, bem como uma visão geral sobre a 
gestão de custos e sua relevância. 
Objetivos de Aprendizagem
Estudando esta unidade, o aluno poderá: 
• reconhecer os principais conceitos atrelados aos custos;
• compreender os princípios básicos de custos.
Tópicos de estudo
• Abordagem introdutória; 
• Terminologias básicas;
• Fundamentos e princípios de custo; 
• Métodos de controle de estoque. 
5
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
1.1 Abordagem Introdutória 
Quando falamos em custos, um erro muito comum é acreditar que custos se resumem a produção, quando é de 
fundamental importância entender toda a cadeia de valor. Identificar as relações entre as atividades contribui de 
maneira eficaz para o melhor mapeamento e redução dos custos. Mas o que seria a cadeia de valor? Este conceito 
considera que uma empresa pode ser desmembrada em suas atividades estratégicas de maneira a possibilitar a 
compreensão do comportamento dos custos, suas fontes e potenciais de diferenciação (PORTER,1992). 
Este princípio agrega valor a um produto, assim implica em desenvolver uma ou mais atividades a um custo 
reduzido e de uma forma mais eficaz que os concorrentes. Neste processo, a empresa adquire vantagens compe-
titivas ao executar suas atividades estrategicamente importantes com menor custo possível, ou ainda, com 
custos inferiores aos dos seus concorrentes. 
Segundo Brinsom (1996, p. 18), algumas empresas, a partir do alcance de certo domínio de mercado, conside-
ravam-se invencíveis e, por isso, utilizavam-se de estratégias a fim de obter vantagens da posição no mercado. 
No entanto, a vantagem obtida pela marca unicamente não garante a longevidade de uma organização. 
Figura 1.1 Evolução do mercado.
Legenda: Fusca e Landrover.
Fonte: <https://pixabay.com/pt/auto-vw-besouro-idade-oldtimer-1986309/> e 
https://pixabay.com/pt/range-rover-carro-caminhão-2015663/.
Traçando uma linha de relação com o planejamento estratégico, atualmente, em um mundo cada vez mais 
competitivo, as empresas precisam entender que o planejamento estratégico não é mais suficiente para defi-
nição de todas as ações a longo prazo. Com os avanços das tecnologias da informação, houve uma drástica 
redução do tempo para a tomada de decisão, fazendo com que as estratégias devam ser avaliadas continua-
mente (HAMMER, 2001, p.122). 
6
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
Figura 1.2 – Concorrência.
Legenda: Jogo de tabuleiro. 
Fonte:< https://pixabay.com/pt/conselho-jogo-concorrência-761586/>. 
Mediante a volatilidade do mercado, é necessário aprimorar continuamente seus processos operacionais, a fim 
de se manter a frente da concorrência. Portanto, é de suma importância levar em consideração alguns aspectos, 
tais como:
• Os investimentos em pesquisas;
• A adoção de novos processos;
• O controle e redução de custos;
• A conquista e fidelização da clientela.
A redução de custos deve ter início na compreensão de que os recursos utilizados por uma 
organização possuem a função de produzir valor. Assim, em toda organização, ocorre a 
transformação produtiva, ou seja, o processo onde os recursos são convertidos em bens e 
serviços para os quais existe uma demanda. 
Organizações competitivas devem gerar valor para clientes e investidores; de um lado, através de bens e serviços 
pelos quais o cliente é disposto a pagar; por outro, propiciando um retorno financeiro adequado aos recursos 
investidos na empresa (MARTIN, 1999, p. 8). Portanto, é necessário entender os diferentes processos e agentes 
envolvidos nesta relação produtiva. 
7
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
Figura 1.3 - Transformação produtiva. 
Legenda: Elementos e processos da transformação produtiva.
Fonte: Adaptado de Martin, 1999, p.9.
1.2 Terminologias 
Para entendermos um pouco mais sobre análise de custos, precisamos conhecer alguns de seus termos-chave. 
Assim, observaremos a seguir algumas terminologias básicas. 
Receitas
São entradas de recursos para o patrimônio de uma empresa na forma de bens ou direitos correspondentes 
geralmente à venda de mercadorias, produtos ou serviços. Vale salientar que se entende por mercadorias a aqui-
sição de itens já prontos que serão comercializados. Já os produtos, são elementos gerados pela indústria e os 
serviços consistem na venda da mão de obra. 
As receitas também podem ser oriundas de aplicações ou operações financeiras. Por exemplo, ao aplicar um 
determinado montante na poupança, a cada período este valor será acrescido/remunerado com juros. Estes juros 
podem ser considerados como uma receita financeira. 
Gastos
Para Martins (2000, p.25), gastos são sacrifícios financeiros realizados pelas entidades, para obtenção de um produto 
ou serviço qualquer. Se o pagamento for presente (no ato), haverá um desembolso, caso contrário constitui-se uma 
dívida (passivo/exigibilidade). Os gastos podem ser divididos em despesas, custos, investimentos e perdas. 
a. Despesas 
As despesas são bens ou serviços consumidos para a geração de receitas. Podemos citar como exemplos despesas 
administrativas com pró-labore dos sócios, matérias de limpeza, gastos com telefone e internet. 
b. Custos
Define-se como custo o gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. 
8
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
c. Investimentos 
Podemos classificar como investimentos àqueles gastos realizados em função da vida útil de um bem ou de 
benefícios futuros gerados por esse gasto, por exemplo: a aquisição de imóveis, veículos, máquinas e equipa-
mentos, etc. 
d. Perdas
São consideradas perdas gastos atípicos ou involuntários, decorrentes de fatores externos, como incêndios e 
inundações, gastos com mão de obra durante um período de greve. 
Desembolso 
Consiste no pagamento resultante da obtenção de bens e serviços podem ocorrer de maneira simultânea ou 
posterior ao gasto.
Ganho 
Trata-se de um resultado líquido positivo obtido por meio de eventos e transações que não envolvem operações 
normais da empresa.Lucro e prejuízo
Refere-se à diferença entre receitas, despesas, custos, ganhos e perdas, quando positiva é lucro e quando 
negativa prejuízo.
Custeio 
Método de apropriação dos custos. 
Desperdício x esforços 
Os esforços nas organizações podem apresentar duas classificações, trabalho ou desperdício. 
1.3 Trabalho 
O trabalho pode ser dividido em trabalho que agrega valor e trabalho que não agrega valor. O trabalho que agrega 
valor é aquele composto por atividades que geram valorização dos produtos e serviços mediante o ponto de vista 
do consumidor. Geralmente referem-se à atividade de transformação que modifica fisicamente o produto. Já o 
trabalho que não agrega valor, compreende aquelas atividades que não valorizam o produto, mas que propi-
ciam suporte para o trabalho efetivo. Podemos citar como exemplo, as atividades de manutenção de máquinas e 
equipamentos. Sendo assim, Clemente (2007) conceitua desperdício como o esforço econômico que não agrega 
valor ao produto ou serviço da empresa e também não possui a finalidade de apoio do trabalho efetivo.
9
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
Figura 1.4: Trabalho que não agrega valor: manutenção de máquinas.
Legenda: Manutenção de máquinas. 
Fonte: <https://pixabay.com/pt/moagem-manuten%C3%A7%C3%A3o-trabalhista-2019392/>.
Podemos exemplificar a seguinte situação. Observe. 
A empresa ABC Brasil, normalmente trabalha com um percentual de peças defeituosas de 2%. Em um determi-
nado período, 6% dos itens produzidos foram classificados como defeituosos. Neste caso, as perdas anormais 
ocorridas equivalem a 4% e os desperdícios totalizam 6%. 
A identificação dos desperdícios normais e anormais é de suma importância, uma vez que os 
desperdícios anormais podem sem reduzidos ou eliminados em um curto espaço de tempo. 
Já os desperdícios normais demandam um prazo maior assim como a melhoria contínua do 
processo produtivo. 
10
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
1.4 Classificação dos custos 
Os custos podem ser classificados conforme sua relação aos produtos e ao volume produzido conforme 
demonstra a figura abaixo: 
Figura 1.5 – Custos em relação aos produtos e ao volume. 
Legenda: Custos em relação aos produtos e ao volume.
Fonte: Adaptado de Martins, 2010. 
a. Custos Diretos 
Para Martins (2010), são considerados custos diretos aqueles que estão associados diretamente, de forma clara e 
objetiva, ao produto atividade ou departamento. Por sua vez, Clemente (2007) ressalta que os custos diretos são 
facilmente mensuráveis por unidade de produto e também não demandam critério de rateio. 
b. Custos Indiretos 
São aqueles gastos que não apresentam facilidade na contagem e confiabilidade de resultado por unidade de 
produto (CLEMENTE, 2007). Ou seja, são aqueles que não podem ser associados diretamente ao produto atividade 
ou departamento. Podemos citar como exemplo, gastos com depreciação, materiais indiretos, energia elétrica. 
Depreciação: é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida 
útil (NBC T 19.1 - Ativo Imobilizado), ou seja, o registro da redução do valor dos bens pelo 
desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. 
Rateio: é a divisão e alocação dos custos indiretos às unidades produzidas baseados na capa-
cidade normal de produção (CPC 16 R1). 
Glossário
11
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
Figura 1.6 Custos Indiretos e formas de rateio.
Legenda: Custos Indiretos e formas de rateio
Fonte: Adaptado de Clemente, 2007. 
a. Custos Fixos
Os Custos Fixos são aqueles que não variam conforme a produção ou prestação de serviço. O aluguel de uma 
unidade produtiva é um bom exemplo de Custo Fixo Total. 
 » Custos Variáveis 
São aqueles que estão diretamente ligados com a quantidade produzida, ou seja, variam à medida que 
aumenta ou reduz a atividade da empresa, como, por exemplo, matéria prima e embalagens. 
 » Custos desembolsáveis 
São pagamentos dos gastos classificáveis como custo. 
 » Custos não desembolsáveis 
São custos onde não há o desembolso em dinheiro. São exemplos destes custos depreciação, exaustão e 
amortização. 
Amortização: Amortização é a alocação sistemática do valor amortizável de ativo intangível 
ao longo da sua vida útil (CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis - 04 R1). 
Exaustão: A exaustão é um processo semelhante à depreciação e à amortização, porém 
aplicado sobre as contas que registram recursos naturais minerais ou vegetais, (CPC 04 R1). 
Glossário
12
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
1.5 Materiais Diretos 
Os materiais diretos são aqueles que integram o produto durante o processo de fabricação, como a matéria 
prima e material de embalagens. 
1.5.1 Composição de custo dos materiais 
Em conformidade com o CPC nº 1 de 2010, o custo de aquisição dos estoques é composto pelo preço de compra, 
impostos não recuperáveis, gastos com frete, e outros itens relacionados à aquisição de materiais, serviços e 
produtos. Para a correta apuração dos custos, descontos obtidos e abatimentos devem ser deduzidos. 
As empresas normalmente adquirem seus estoques através do pagamento a prazo. Este 
processo de financiamento pode acarretar em juros, os quais não irão compor o custo do 
material, pois a correta classificação é como despesa com juros, conforme determina o CPC 
nº 1 de 2010. 
1.5.2 Impostos sobre a aquisição de Materiais 
a. Impostos sobre produtos Industrializados (IPI) 
No momento da compra de materiais e produtos, normalmente as indústrias pagam o IPI. Neste momento, a 
empresa assume o papel de intermediária entre o fisco e o pagador final do imposto, uma vez que não possui 
nenhuma receita quando cobra o imposto sobre o produto que está fornecendo. 
As alíquotas aplicáveis para cálculo do IPI são várias e estão presentes na Tabela de Incidência do Imposto sobre 
Produtos Industrializados (TIPI).
b. Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS)
O ICMS como o IPI, quando pago na compra, representa um adiantamento feito pela empresa ao governo 
estadual. Este imposto incidente sobre a circulação de mercadorias e serviços é de natureza estadual e apresenta 
variação de alíquotas de acordo com cada Estado. 
13
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
1.6 Mão de obra direta 
A mão de obra direta é aquela aplicada diretamente no processo de transformação dos produtos. Martins (2010) 
observa que não devemos confundir mão de obra direta com o valor total gasto ou consumido para a produção, 
mesmo aos operários diretos. Só se deve caracterizar como tal a mão de obra aplicada diretamente sobre o 
produto. Assim, o custo da mão de obra direta varia de acordo com a produção, enquanto que a folha relativa aos 
funcionários de produção pode ser fixa. Tal distinção torna-se relevante no processo de identificação dos custos. 
O autor salienta que pode haver uma exceção onde podemos ter a mão de obra direta fixa. Esse caso, ocorre 
quando há um maquinário ou equipamento que apresenta seu volume de produção ditado por regulagem, ou 
seja, aumenta ou reduz o volume de produção, mas em contrapartida mantém o mesmo número de homens 
trabalhando. Neste caso, a mão de obra direta apresenta características de custo fixo. 
No Brasil, integra o custo da mão de obra direta todos os encargos trabalhistas e sociais, assim como os 
seguintes eventos: 
• Repouso semanal remunerado;
• Férias;
• 13º salário;
• Atrasos e ausências abonados;
• Outros direitos garantidos por convenção coletiva. 
1.7 Custos de Fabricação (CF) 
Os custos de fabricação são obtidos através da soma dos Custos da Matéria Prima (MP), Mão de Obra Direta 
(MOD) e Custos Indiretosde Produção (CIP). Assim, temos:
CF = MP + MOD + CIP
1.8 Estoques 
Podemos definir como estoque os ativos mantidos para venda nas operações normais do negócio, em processo de 
produção para a venda ou aqueles materiais que serão consumidos ou transformados no processo de produção 
ou prestação de serviços (CPC 16 R1).
Custos dos Estoques 
O custo dos estoques deve ser composto por todos os custos de aquisição ou transformação, assim como outros 
custos incorridos para a formação deste estoque (CPC 16 R1). 
Custo de Transformação 
Para apurar o custo de transformação do estoque se deve incluir os custos diretamente relacionados com as 
unidades produzidas ou com as linhas de produção, como, por exemplo, a mão de obra direta aplicada à produção. 
Também devem ser incluídos de forma sistemática os custos indiretos de fabricação fixos ou variáveis que sejam 
necessários para transformar os materiais em produtos acabados (CPC R1 2010). 
14
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
1.8.1 Métodos de controle de estoque 
O controle de estoque é fundamental para evitar acúmulos, perdas, ausência de produtos, assim como tem 
impacto direto nas finanças e na gestão do espaço físico. 
PEPS (Primeiro que Entra Primeiro que Sai)
O PEPS é o método de controle de estoque que a primeira mercadoria ou produto a entrar no estoque será 
sempre a primeira a sair.
 UEPS (Ultimo que Entra Primeiro que Sai)
O UEPS é o método de controle de estoque onde a última mercadoria ou produto a entrar no estoque é sempre 
a primeira a sair. Baseia-se na ideia que as mercadorias e os produtos mais novos na empresa são vendidos antes 
que os mais antigos. 
MPM (Média Ponderável Móvel) 
Consiste no método de controle de estoque onde a cada nova aquisição, devolução ou entrada de produto o 
cálculo do custo é refeito em função das quantidades existentes. 
A seguir apresentamos exemplos práticos da aplicação dos três métodos de controle de estoque!
Tabela 1.1 – Aplicação do método PEPS.
ENTRADAS SAIDAS SALDO
DATA QTD
VALORES R$ QTD VALORES R$ QTD VALORES R$
UNIT TOTAL UNIT TOTAL UNIT. TOTAL
28/fev 0 0 0
05/mar 30 30,00 900,00 30 30,00 900,00 
11/mar 10 30,00 300,00 20 30,00 600,00 
17/mar
30 35,00 1.050,00 20 30,00 600,00 
 30 35,00 1.050,00 
 50 1.650,00 
19/mar
 5 30,00 150,00 15 30,00 450,00 
 30 35,00 1.050,00 
 45 1.500,00 
23/mar
 15 30,00 450,00 25 35,00 875,00 
 5 35,00 175,00 
24/mar
 5 30,00 150,00 
5 30,00 150,00 25 35,00 875,00 
 30 1.025,00 
Legenda: Aplicação do Método PEPS.
Fonte: Elaborado pela autora.
15
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
Eventos demonstrados na tabela 1: 
• Em 5/03/xx – compra de 30 unidades a R$ 30,00;
• Em 11/03/xx – venda de 10 unidades; 
• Em 17/03/xx – compra de 30 unidades a R$ 35,00;
• Em 19/03/xx – venda de 5 unidades; 
• Em 23/03/xx – venda de 20 unidades;
• Em 24/03/xx – compra de 5 unidades a R$ 30,00.
• Receita Bruta em 31/03/xx – R$1500,00
Tabela 1.2 – Aplicação do método UEPS. 
ENTRADAS SAIDAS SALDO
DATA QTD
VALORES R$ QTD VALORES R$ QTD VALORES R$
UNIT TOTAL UNIT TOTAL UNIT. TOTAL
28/fev 0 0 0
05/mar 30 30,00 900,00 30 30,00 900,00 
11/mar 10 30,00 300,00 20 30,00 600,00 
17/mar
30 35,00 1.050,00 20 30,00 600,00 
 30 35,00 1.050,00 
 50 1.650,00 
19/mar
 5 35,00 175,00 20 30,00 450,00 
 25 35,00 875,00 
 45 1.325,00 
23/mar
 20 35,00 700,00 20 30,00 600,00 
 5 35,00 175,00
25 775,00
24/mar
 25 30,00 750,00 
5 30,00 150,00 5 35,00 175,00 
 30 925,00 
Legenda: Aplicação do Método UEPS. 
Fonte: Elaborado pela autora.
16
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
Eventos demonstrados na tabela 2: 
• Em 5/03/xx – compra de 30 unidades a R$ 30,00;
• Em 11/03/xx – venda de 10 unidades; 
• Em 17/03/xx – compra de 30 unidades a R$ 35,00;
• Em 19/03/xx – venda de 5 unidades; 
• Em 23/03/xx – venda de 20 unidades;
• Em 24/03/xx – compra de 5 unidades a R$ 30,00.
• Receita Bruta em 31/03/xx – R$1500,00
Tabela 1.3 – Aplicação do Método MPM. 
ENTRADAS SAIDAS SALDO
DATA QTD
VALORES R$ QTD VALORES R$ QTD VALORES R$
UNIT TOTAL UNIT TOTAL UNIT. TOTAL
28/fev 0 0 0
05/mar 30 30,00 900,00 30 30,00 900,00 
11/mar 10 30,00 300,00 20 30,00 600,00 
17/mar 30 35,00 1.050,00 50 33,00 1.650,00
19/mar 5 33,00 165,00 45 33,00 1.485,00
23/mar 20 33,00 660,00 25 33,00 825,00 
24/mar 5 30,00 150,00 30 32,50 975,00
Legenda: Aplicação do Método MPM
Fonte: Elaborado pela autora.
Eventos demonstrados na tabela 3: 
• Em 5/03/xx – compra de 30 unidades a R$ 30,00;
• Em 11/03/xx – venda de 10 unidades; 
• Em 17/03/xx – compra de 30 unidades a R$ 35,00;
• Em 19/03/xx – venda de 5 unidades; 
• Em 23/03/xx – venda de 20 unidades;
• Em 24/03/xx – compra de 5 unidades a R$ 30,00.
• Receita Bruta em 31/03/xx – R$1500,00
17
Análise de Custos | Unidade de Estudo 1 – Fundamentos Básicos de Custo
Tabela 1.4- Quadro comparativo dos métodos de controle de estoque.
COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS
 PEPS UEPS MPM 
Receita Bruta 1500 1500 1500
(-) Custos das Mercadorias Vendidas (CMV) 1075 1175 1125
Lucro Bruto 425 325 375
Estoque Final 1025 925 975
Legenda: Quadro comparativo dos métodos de controle de estoque.
Fonte: Elaborado pela autora.
Receita Bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens por conta 
própria RIR/99. 
Glossário
Entretanto, é importante observar que o custo dos estoques, que não for controlado através de método de custo 
específico, deve ser mensurado através da aplicação de critérios de custo do Médio Ponderado ou através do 
PEPS. As organizações deverão utilizar o mesmo método de custeio para todos os estoques de mesma natureza. 
Para estoques que apresentem outra natureza ou finalidade, podemos utilizar diferentes critérios de mensuração 
(CPC nº 1 /2010).
Referências bibliográficas
18
BRIMSON, James A. Contabilidade por atividades: uma abordagem de 
custeio baseado em atividade. São Paulo: Atlas, 1996. 
CLEMENTE, Ademir; SOUZA, Alceu. Gestão de custos: aplicações opera-
cionais e estratégicas. São Paulo: Atlas, 2007. 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPC 16 R1, 2010. 
CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de supri-
mentos: estratégias para a redução de custos e melhoria dos serviços. 
São Paulo: Pioneira, 1997.
_______. A Logística do marketing. São Paulo: Futura, 1999. 
CHURCHILL JR., Gilbert A; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para o 
cliente. São Paulo: Saraiva, 2000.
HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne M. Gestão de custos: contabilidade 
e controle. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
MARTINS. Eliseu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PORTER, M.E., Vantagem Competitiva: criando e sustentando um 
desempenho superior, 7. ed. RJ:Campos,1992.
Brasil – Regulamento do Imposto de Renda RIR – 1999. 
2
20
Unidade 2
Princípios e nomenclaturas 
de custo
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, apresentamos os conceitos básicos necessários para o 
desenvolvimento de nosso estudo, bem como uma visão geral sobre a 
gestão de custos e sua relevância.
Objetivos de Aprendizagem
Estudando esta unidade, o aluno poderá 
• reconhecer os principais conceitos atrelados aos custos; e
• compreender os princípios básicos de custos.
Tópicos de estudo
Esta unidade está composta dos seguintes tópicos:
• Histórico da contabilidade de custos;
• Objetivos da contabilidade de custos;
• Principais usuários da contabilidade gerencial e de custos;• Sistemas de custo em uma visão geral;
• Princípios contábeis aplicados à contabilidade de custos;
• Algumas nomenclaturas para a classificação de custos;
• Fases do custeio industrial; e 
• Alguns exemplos da apuração de custos. 
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
2.1 Histórico da contabilidade de custos
Figura 2.1: Revolução Industrial.
Legenda: Fábricas em atividade.
Fonte: <http://tinyurl.com/jm5phm9>.
A contabilidade de custos é um ramo da Contabilidade que visa levantar, analisar e produzir informações geren-
ciais precisas para a tomada de decisões nos diversos níveis de uma organização. Essa vertente contábil surgiu 
a partir da Revolução Industrial, em meados do século XVIII, antes da qual os registros contábeis enfatizavam 
somente a contabilidade financeira. Com efeito, os levantamentos e o controle de estoques eram realizados de 
uma forma bastante simples em que os registros de estoque eram feitos a partir apenas do valor da compra. 
Com o início da Era Industrial, os processos de produção foram se tornando cada vez mais rápidos e complexos, 
demandando novas ferramentas de controle e gestão. Assim surgiu a contabilidade de custos, com a finalidade 
de melhorar as formas de mensuração dos estoques e a apuração dos resultados das empresas. Nesse sentido, 
Martins (2010) enfatiza que a contabilidade de custos possui, por sua vez, duas funções básicas: auxiliar o controle 
e também a tomada de decisão. No que diz respeito ao controle, sua função visa fornecer dados para o estabeleci-
mento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão. Já no que se refere à tomada de decisões, sua missão 
é gerar informações relevantes para medidas como descontinuidade de produtos e formação de preços de venda. 
Atualmente, com a crescente competitividade do mercado, seja nas áreas da indústria, do comércio ou de 
serviços, a gestão dos custos torna-se imensamente relevante, uma vez que, para se manter no mercado, uma 
empresa precisa conservar seus preços compatíveis com os de seus concorrentes sem perder sua rentabilidade. 
Com a evolução da contabilidade de custos, essa passou a ser aplicada em outros ramos de atividade, e não somente 
nas indústrias. Até mesmo prestadoras de serviços passaram a adotar práticas relativas à contabilidade de custos 
para a avaliação de estoques de materiais e insumos consumidos na prestação de serviços. Desse modo, podemos 
deduzir que a Contabilidade precisa ser constantemente aperfeiçoada em seus procedimentos e métodos a fim de 
acompanhar a dinâmica das empresas, em um contexto de globalização e crescimento da competitividade.
22
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
2.2 Objetivos da contabilidade de custos 
Como vimos, a contabilidade de custos surgiu inicialmente com a finalidade de resolver problemas com a mensu-
ração de estoques das indústrias; porém, no decorrer do tempo, foi evoluindo e tomando espaço no dia a dia 
empresarial, rompendo os muros da indústria e se lançando em direção a outros ramos de atividade. De maneira 
geral, os objetivos da Contabilidade podem ser traçados em abordagens distintas, conforme pressupõe Iudícibus 
(2000, p. 19): 
[...] o estabelecimento dos objetivos da contabilidade pode ser feito na base de duas abordagens 
distintas: ou consideramos que o objetivo da contabilidade é fornecer aos usuários, independen-
temente de sua natureza, um conjunto básico de informações que, presumivelmente, deveria 
atender igualmente bem a todos os tipos de usuários, ou a contabilidade deveria ser capaz e 
responsável pela apresentação de cadastros de informações totalmente diferenciados, para cada 
tipo de usuário.
Em termos específicos, podemos dizer que essa vertente contábil possui os seguintes objetivos: 
• mensuração e avaliação de estoques; 
• cumprimento de exigências legais e fiscais;
• apuração do resultado; 
• planejamento estratégico e controle; 
• subsídios para a tomada de decisão; 
• formação de preços de venda; e
• dados para o orçamento.
2.3 Principais usuários da contabilidade gerencial e de custos 
Podemos dizer que a contabilidade gerencial e financeira, assim como seus desdobramentos como a contabili-
dade de custos possuem vários usuários, que podem ser internos ou externos à empresa. Os usuários externos 
são todos os fornecedores de insumos, serviços ou capital que precisam mensurar a capacidade financeira da 
empresa para fins de concessão de crédito. Temos, por exemplo, o governo como um usuário externo das infor-
mações contábeis, pois através dessas é que se estabelecem estatísticas e políticas fiscais. 
Já os usuários internos são os gestores, os proprietários e os empregados das empresas que buscam informações 
sobre rentabilidade, capacidade de pagamento, crescimento, redução de custos e consequente maximização de 
lucros. Vale ressaltar que as informações geradas pela Contabilidade devem fornecer informações seguras para 
os seus usuários, conforme determina a legislação: 
As informações geradas pela Contabilidade devem propiciar aos seus usuários base segura às 
suas decisões pela compreensão do estado em que se encontra a entidade ou a empresa, seu 
desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades que oferecem. (CFC, 2008).
Desse modo, temos que a Contabilidade pode ser considerada um sistema de informação que visa suprir 
seus usuários com informações precisas e fidedignas. Esse sistema deve ser capaz de produzir periodica-
mente informações padronizadas e, acima de tudo, úteis para aqueles que irão utilizá-las, conforme argu-
menta Oliveira (2007): 
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
A informação contábil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e eqüitativa de forma a satisfazer 
às necessidades comuns a um grande número de diferentes usuários, não podendo privilegiar 
deliberadamente nenhum deles, pelo fato desses interesses não serem sempre coincidentes.
Figura 2.2: Alguns usuários das informações contábeis.
FORNECEDORES
GESTORES EMPRESA GOVERNO
INVESTIDORES
Legenda: Usuários das informações contáveis.
Fonte: Elaborada pela autora.
2.4 Sistemas de custo em uma visão geral
Como vimos, com a necessidade de informações para controle e tomada de decisão, algumas empresas adotam 
o sistema de custos, mas não se atentam a algumas questões que são imprescindíveis. Para Martins (2010), o 
sucesso de um sistema de informações depende integralmente das pessoas que estão responsáveis por sua 
alimentação. Nesse contexto, o sistema é um mero acumulador de dados, encontrando-se o maior desafio na 
qualificação das pessoas que irão alimentar e conduzir o processamento. Outro problema que podemos encon-
trar, de acordo com o mesmo autor, refere-se à burocratização e à padronização dos processos, uma vez que as 
informações deverão seguir um ciclo padronizado e claro para a geração dos resultados esperados. 
Figura 2.3: Processamento de dados.
Legenda: Sistema de informação. 
Fonte: <https://pixabay.com/en/computer-computer-keyboard-gaming-1844996/>.
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
2.5 Princípios contábeis aplicados à contabilidade de custos 
2.5.1 Princípio da realização das receitas 
Este princípio determina que o reconhecimento contábil dos lucros ou dos prejuízos deve ser realizado somente 
quando a receita for efetivamente realizada, ou seja, quando há efetiva transferência do bem ou do serviço para 
terceiros. Isso faz com que os gastos relativos ao processo de fabricação se acumulem na forma de estoque, 
sendo esses somente efetivados enquanto despesas ou custos futuramente. 
No entanto, existem algumas exceções, como no caso da industrialização por encomenda, que geralmente 
ocorre em longo prazo e, sendo assim,registra-se a receita antes da entrega para terceiros. Nesse caso, os custos 
também serão reconhecidos antecipadamente. 
2.5.2 Princípio da competência ou confrontação entre receitas e despesas
Determina a forma com a qual deverão ser reconhecidas as despesas. Em conformidade com o princípio anterior, 
fica estipulado que ocorrerá no momento da realização da receita. Nesse sentido, são classificados dois grupos 
de despesas: 
1. despesas atreladas às receitas que estão sendo reconhecidas; e
2. despesas atreladas a outras receitas diversas daquelas que estão sendo reconhecidas. 
Tomemos um exemplo: 
Despesas Primeiro Grupo Comissões sobre vendas
Despesas Segundo Grupo Propaganda e publicidade
Seguindo o previsto, devemos, então, reconhecer primeiramente as receitas em função de sua realização e fazer 
na sequência a dedução de todos os gastos diretamente relacionados a essa receita. Posteriormente, deverão ser 
deduzidas as despesas que não possuem relação direta com a receita realizada. 
2.5.3 Princípio do custo histórico com base no valor 
Caracteriza-se por determinar o registro contábil dos ativos pelo valor original de aquisição, ou seja, o valor histó-
rico. No entanto, este princípio pode trazer algumas alterações significantes no momento da venda devido à 
inflação, conforme observa Martins (2010, p. 32):
Quando há problemas de inflação, o uso de valores históricos deixa muito a desejar. Ao somarmos 
todos os custos de produção de determinado item, estocá-lo e levá-lo a balanço pelo valor 
original, acabamos por ter um ativo que diz quanto custou produzi-lo na época em que foi elabo-
rado; pode nada ter a ver com o valor histórico inflacionado (deflacionado) e muito menos ainda 
com seu valor de venda.
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
2.5.4 Princípio da consistência e uniformidade 
Figura 2.4: Escolhas e consistência.
Legenda: Escolhas e consistência.
Fonte: <https://pixabay.com/en/doors-choices-choose-open-decision-1767563/>.
De acordo com este princípio, no caso de haver duas ou mais alternativas válidas para o registro contábil de 
determinado evento, deve-se optar por uma das alternativas, a qual, uma vez escolhida, será utilizada sempre 
para o reconhecimento do evento. 
2.5.5 Conservadorismo e prudência
Figura 2.5: Prudência.
Legenda: Bandeira amarela.
Fonte: <https://pixabay.com/en/flag-beach-coast-shore-waves-846086/>.
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
No caso de dúvidas em relação a algum gasto ou evento que impacte no resultado ou no patrimônio líquido, o 
Princípio da precaução deve ser adotado quando, por exemplo, houver dúvida quanto a um recebimento ativado. 
Nesse caso, esse deve ser baixado para o resultado por meio de provisão. 
Provisão: estimativas de obrigações ou perda de ativos. Ativo: grupo contábil formado por 
bens e direitos (aplicação de recursos). Passivo: grupo contábil formado por obrigações 
(origens de recursos). 
Glossário
Este princípio influencia diretamente a avaliação dos estoques e o tratamento de alguns custos de fabricação 
(MARTINS, 2010). Por exemplo, na dúvida em classificar alguns gastos como custo de produção ou despesa, 
utiliza-se o conservadorismo, lançando o valor como despesa e não ativando na forma de estoque.
2.5.6 Materialidade e relevância 
Trata-se de uma regra contábil relevante para a composição dos custos, pois desobriga a rigorosidade no trata-
mento de gastos pequenos em relação aos gastos totais. No entanto, é preciso ter cuidado de não ocorrer o 
acúmulo de vários desses gastos. A princípio irrisórios, quando somados podem apresentar um valor material 
significativo e, por conseguinte, um tratamento mais rigoroso precisará ser aplicado para o registro. 
2.6 Algumas nomenclaturas para a classificação dos custos
Um processo importante para a implantação de um bom sistema de custos é a classificação correta dos itens, 
identificando aquilo que integra ou não o produto, a mercadoria ou o serviço. Sendo assim, retomaremos alguns 
conceitos básicos que nos acompanharão no decorrer do curso. 
CUSTO E CUSTEIO
Custo: é o valor do gasto incorrido, indispensável à obtenção do bem ou serviço gerador de renda, 
enquanto o custeio é o método utilizado para a apuração dos custos. 
DIFERENÇA ENTRE CUSTO E DESPESA 
Despesas: são bens ou serviços consumidos para a geração de receita. 
Custo: gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. 
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
Os custos ainda podem ser classificados de acordo com o
• processo de produção;
• volume; e
• objeto.
Vejamos a seguir a classificação dos custos conforme o processo de produção. 
a. Custos primários
Estão diretamente relacionados aos produtos, como exemplo podemos citar a mão de obra direta e a 
matéria-prima. 
b. Custos secundários 
São os custos recebidos de outros departamentos através de rateio. 
c. Custos de transformação
São obtidos através da soma de todos os custos de produção, mão de obra direta e demais custos indi-
retos de fabricação. 
Além disso, os custos podem ser classificados de acordo com o volume de produção.
a. Custos fixos 
São os custos que não variam conforme o nível de produção ou prestação de serviços. Veja no gráfico: 
Gráfico 2.1: Comportamento dos custos fixos.
C
us
to
 ($
)
Volume de produção
Legenda: Comportamento dos custos fixos.
Fonte: Veiga e Santos (2012).
28
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
b. Custos variáveis 
São aqueles custos que variam de acordo com o nível de produção ou serviço. É o exemplo da matéria-prima: 
quanto mais se produz, mais matéria-prima é consumida. Veja no gráfico: 
Gráfico 2.2: Comportamento dos custos variáveis.
C
us
to
 ($
)
Volume de produção
Legenda: Comportamento dos custos variáveis.
Fonte: Veiga e Santos (2012).
Os custos fixos unitários (CFU) são inversamente proporcionais à quantidade produzida, ou 
seja, quanto mais se produz, menor será o custo fixo unitário. Adotemos o seguinte exemplo: 
A empresa Camisas Brasil possui um custo fixo (CF) relativo ao aluguel da unidade produ-
tiva de R$ 20.000,00 mês: mensalmente, sua produção é de 25.000 camisas, sendo seu 
custo fixo unitário apropriado referente ao aluguel de 0,80. Em determinado mês, teve um 
aumento na demanda e produziu 40.000 camisas, nesse caso seu custo fixo unitário foi de 
0,50 centavos. No exemplo apresentado, o custo fixo unitário foi obtido através do rateio do 
custo fixo total (CFT) pela quantidade de unidades produzidas. Em gestão de custos, além 
de a otimização da capacidade produtiva ser importante, deve-se considerar a demanda do 
mercado, a capacidade de estocagem e os desembolsos financeiros.
29
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
2.7 Fases do custeio industrial
Os materiais diretamente consumidos adicionados à mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação 
formam os custos de produção do período. 
CPP = MAT + MOD + CIF
Onde: 
CPP = Custos de produção no período
MAT = Materiais diretos utilizados na produção
MOD = Mão de obra direta
CIF = Custos indiretos de fabricação/produção
Para apurar os custos da produção acabada, é preciso identificar qual foi o custo de produção no período. 
O custo de produção acabada refere-se ao estoque inicial de produtos em produção, adicionado o custo da 
produção no período e subtraídos os estoques finais de produtos em elaboração. 
CPA = EIPE + CPP - EFPE
Onde: 
CPV = Custo dos produtos vendidos 
EIPAC = Estoques iniciais de produtos acabados 
CPA = Custo dos produtos acabados 
EFPAC = Estoque final deprodutos acabados 
A próxima etapa consiste em vender o que foi produzido; portanto, deve que ser calculado o custo do produto 
vendido. Para isso, é necessário apurar os estoques, uma vez que, para levantar o CPV, precisamos do estoque 
inicial de produtos acabados para adicionar ao custo dos produtos acabados e subtrair os estoques finais de 
produtos acabados. 
CPV = EIPAC + CPA - EFPAC
Onde: 
CPV = Custo dos produtos vendidos 
EIPAC = Estoque inicial de produtos acabados 
CPA = Custo dos produtos acabados 
EFPAC = Estoque final dos produtos acabados 
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
2.8 Alguns exemplos de apuração de custos
Quando ocorre a realização das receitas, os custos atrelados a ela devem ser baixados dos estoques e apro-
priados como 
• custo das mercadorias vendidas (CMV); 
• custo dos produtos vendidos (CPV); ou 
• custos dos serviços prestados (CSP). 
Para a apuração do custo das mercadorias vendidas, pode ser utilizada a seguinte equação, segundo Veiga e 
Santos (2012):
CMV = EI + C + II + FC + S – DC - EF
Onde: 
CMV = Custo da mercadoria vendida
C = Compras
FC = Frete sobre compras 
EF = Estoque final
EI = Estoque inicial 
II = Imposto de importação
S = Seguro sobre compra 
DC = Devolução de compras 
Vejamos um exemplo prático: 
A apuração do CMV da Cia Alfa Comercial possuía em 31/12/x0 R$ 1,00 de estoque (estoque final) e em 31/12/
x1 R$ 124,00 de estoque. O total das compras em x1 foi de R$ 6.000,00, as devoluções no período foram de R$ 
294,00 e o valor do frete sobre compras foi de R$ 391,00, ainda em x1 o frete sobre venda foi de R$ 501,00 e o 
total das vendas foi de R$ 9.000,00, tendo havido devolução de vendas no valor de R$ 500,00. 
Então: 
CMV: ?
C = 6.000,00
FC = 391,00
EI = 1,00
EF = 124,00
FV = 501,00
31
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
Cálculo:
CMV = EI + C + II + FC + S (-) DC (-) EF
CMV= 1,00 + 6.000,00 + 0 + 391,00 + 0 - 294,00 - 124,00
CMV = 5.974,00
Segue o Demonstrativo de Resultado – DR (relatório contábil financeiro que demonstra a receita menos a dedução 
de todos os gastos, provisões e impostos).
DR EM X1
Receitas 9.000,00 
(-) Devolução de vendas -500,00 
(=) Vendas líquidas 8.500,00 
(-) CMV -5.974,00 
(=) Lucro Bruto 2.525,00 
(-) Despesa comercial -501,00 
(=) Lucro operacional 2.024,00 
Vejamos mais um exemplo prático: 
Figura 2.6: Produção de calças.
Legenda: Calças jeans.
Fonte: <https://pixabay.com/en/jeans-pants-blue-shop-shopping-428614/>.
32
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
Apuração do CPV da Cia Alfa Industrial, sendo as operações ocorridas em x1 e produzidas 1.000 calças. 
• Matéria-prima consumida: R$ 10.000,00.
• Embalagens consumidas: R$ 3.000,00.
• Mão de obra: R$ 8.000,00.
• Depreciação de equipamentos industriais: R$ 5.000,00.
• Aluguel de barracão industrial: R$ 3.000,00.
• Despesas administrativas: R$ 1.000,00 (não compõe o custo dos produtos). 
• Vendas em x1, 700 calças a R$ 45,00.
Total de custos: R$ 29.000,00
Total das despesas: R$ 1.000,00
Custo unitário = 29.000/1.000 (calças)
Custo unitário por calça = R$ 29,00
Total das receitas: 700 (unidades) x 45,00 (valor unitário)
Receita = R$ 31.500,00
CPV total = custo unitário x unidades vendidas 
CPV = 29,00 x 700
CPV = R$ 20.300,00
Segue o Demonstrativo de Resultado. 
DR EM X1
Receitas 31.500,00 
(-) Devolução de vendas 0,00 
(=) Vendas líquidas 31.500,00 
(-) CPV 20.300,00 
(=) Lucro bruto 11.200,00 
(-) Despesa adm. 1.000,00 
(=) Lucro operacional 2.024,00 
33
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
O valor da diferença entre o CPV e o custo total da produção já se encontra registrado no 
estoque de produtos acabados. A apuração do resultado do período independe se a receita 
foi efetivamente recebida ou se as despesas foram realmente pagas, pois trata-se de uma 
apuração econômica contábil pelo regime de competência.
Figura 2.7: Livro de Contabilidade.
Legenda: Registro e contabilidade.
Fonte: <https://pixabay.com/en/ledger-accounting-business-money-1428230/>.
A apuração correta de custos é essencial para a formação dos preços e a apuração 
do lucro real obtido com as vendas. Veja outros exemplos de como fazer a 
apuração do custo de produtos e serviços em: <http://blog.mahagestao.com.br/
apuracao-do-custo-de-produtos-e-servicos/>.
Encerramos esta unidade reforçando que a contabilidade de custos, com os seus princípios e métodos, vem 
contribuindo de forma significativa para a melhoria das empresas em termos de gestão e processo decisório. 
Em tempos de globalização e concorrência acirrada, sobressaem-se aqueles profissionais que dominam ferra-
mentas como a contabilidade de custos, que, quando bem aplicada, amplia a eficiência, a eficácia e a efetivi-
dade das organizações. 
34
Considerações finais
A contabilidade de custos é um ramo da Contabilidade que visa levantar, 
analisar e produzir informações gerenciais precisas para a tomada de 
decisões nos diversos níveis de uma organização. Nesta unidade, vimos 
um breve histórico da contabilidade de custos e quais os seus obje-
tivos. Analisando os principais objetivos da contabilidade gerencial e 
de custos, você pôde aprender sobre o sistema de custo em uma visão 
geral, os princípios contábeis aplicados à contabilidade de custos, além 
de algumas nomenclaturas para a classificação de custos e exemplos da 
apuração de custos.
Referências bibliográficas
35
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC n. 1.121, de 28 
de março de 2008. Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/
legislacao/resolucaocfc1121_2008.htm>. Acesso em: 10 fev. 2017.
IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARION, J. C. Contabilidade empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
OLIVEIRA, A. A. de, SANTOS, C. A. dos, ALVES, E. L., MOREIRA, S. Sistemas 
de informações no processo de gestão das operadoras. Disponível 
em: http://www.classecontabil.com.br/artigos/sistemas-de-informa-
coes-no-processo-de-gestao-das-operadoras Acesso em 01.mar.2017
VEIGA, W. E.; SANTOS, F. de A. Contabilidade de custos: gestão em 
serviços, comércio e indústria. São Paulo: Atlas, 2012.
3
37
Unidade 3
O processo de classificação de 
custos e despesas e seus demais 
desdobramentos
Para iniciar seus estudos
Vamos conhecer agora as variações entre custos e despesas e seus desdo-
bramentos, para que em seguida possamos aplicá-los na composição de 
cálculos relacionados aos produtos.
Objetivos de Aprendizagem
• Identificar detalhes assertivos a respeito dos custos e despesas;
• Conhecer os desdobramentos de custos e despesas: direto, indireto 
variável e fixo; 
• Compreender a composição do cálculo do custo do produto 
vendido, da produção acabada e da produção do período.
Tópicos de estudo
• Classificação de custos e despesas;
• Desdobramentos de custos;
• Diretos e indiretos;
• Esquema básico da contabilidade de custos;
• Fixos e variáveis;
• Composição de cálculos de custos da produção.
38
Análise de Custos | Unidade de Estudo 3 – O processo de classificação de custos e despesas e seus 
demais desdobramentos
3.1 Classificação dos custos e despesas
Saber classificar corretamente os custos e as despesas é essencial para a saúde financeira das empresas, pois é 
com base nesta classificação que se obtém dados importantes para a atribuição de valores, tais como preço de 
venda de produtos e serviços, e, consequentemente, na determinação do lucro auferido pela empresa coma 
comercialização do produto ou prestação do serviço.
Mas você pode estar se perguntando: mas custos e despesas não são as mesmas coisas? Ambos não representam 
saída de dinheiro, gastos da empresa? 
A resposta é sim, do ponto de vista de fluxo de caixa, pois nessa demonstração são contabilizadas apenas as 
entradas e saídas de recursos, mas não do ponto de vista contábil, em que é preciso saber exatamente se a saída 
do recurso tem a finalidade de gerar os produtos e serviços (que são os custos) ou se a saída de recurso é utilizada 
para manter a estrutura administrativa e para obtenção de receitas de vendas (que são as despesas).
Vamos analisar um caso prático para que esta separação dos gastos entre custos e despesas fique mais clara.
Imagine que um agricultor produza grãos orgânicos. Sua plantação possui uma grande extensão, mas para a 
redução dos gastos com pessoal, ele resolve locar uma máquina que semeia toda a área de plantio, dispensando 
assim os três funcionários que tinha para este trabalho e mantendo igual produtividade. Os gastos do agricultor 
atualmente são: o seu pró-labore, o salário do funcionário responsável pela colheita, o salário do funcionário 
responsável por controlar a máquina semeadora e os pontos de irrigação, água, energia elétrica e telefone.
Uma pergunta simples a se fazer e que permite classificar os gastos entre custos e despesas é: se eu eliminar este 
gasto dentro do processo da empresa, a obtenção de produtos ou serviços seria diretamente afetada?
Se a resposta for positiva, indica que o gasto deve ser classificado como custo e não como despesa. Com base no 
caso prático acima teríamos então:
• Os gastos com os dois funcionários, a água e a energia elétrica classificados como custos, pois, caso os 
eliminássemos, a produção dos grãos seria comprometida;
• Os gastos com o pró-labore do agricultor e o telefone, classificados como despesas, pois a eliminação 
destas não afeta diretamente a produção.
Agora, imagine que este agricultor resolva deixar a fazenda para o filho e abrir uma barraca para a comerciali-
zação dos grãos, levando consigo os dois funcionários, sendo que um deles vai administrar os negócios e o outro 
fará artesanalmente as embalagens de tecido em que os grãos serão armazenados e vendidos. Além destes, há 
também os gastos com a compra dos grãos orgânicos, água e tecidos. Os gastos que ele já tinha anteriormente, 
que são dois funcionários e água, podem ser classificados da mesma forma que na situação anterior? 
Neste caso não, pois a atividade fim agora é a comercialização dos grãos e, sendo assim, a água deixa de ser 
essencial para a realização do comércio, passando a ser classificada como despesa. O mesmo pode ser dito do 
funcionário da administração, pois não está diretamente ligado à comercialização dos grãos. Portanto, apenas o 
gasto com o funcionário que produz artesanalmente as embalagens de tecido, continua sendo classificado como 
custo e, somado a este, também serão considerados custos a compra dos grãos e tecidos.
As situações demonstradas salientam a importância de ter em mente que não é o tipo do gasto que vai deter-
minar se ele será classificado como custos ou despesas, mas sim a atividade fim da empresa analisada. Em suma, 
se o gasto estiver diretamente ligado à produção, comercialização ou prestação do serviço, ele é um custo, e os 
gastos administrativos e da estrutura empresarial serão despesas.
39
Análise de Custos | Unidade de Estudo 3 – O processo de classificação de custos e despesas e seus 
demais desdobramentos
Observe o quadro comparativo dos gastos que devem ser classificados como custos nos diferentes ramos de atividade.
Figura 3.1 - Quadro comparativo de custos por atividade.
Legenda: Custos por atividade.
Fonte: Elaborado pela autora.
No que se refere às despesas, não há separações entre as atividades empresariais e, podemos citar os mesmos 
tipos de despesas em todas elas, como, por exemplo: salários da administração, honorários da diretoria, material 
de escritório, comissão de vendedores, propaganda e publicidade, etc. Mas, mesmo não havendo distinção 
entre as atividades, a classificação destes gastos pode se tornar mais complexa em algumas situações, quando 
departamentos de administração, recursos humanos, compras, almoxarifado realizam atividades tanto para a 
produção como para a administração. Neste caso, pode ser realizado o rateio dos gastos entre despesas e custos. 
No entanto, algumas considerações devem ser feitas e existem situações em que não é recomendado o rateio 
nos casos a seguir: 
• Se os valores forem irrelevantes se comparados aos gastos totais da empresa; 
• Se os valores forem relevantes, mas que se repetem a cada período e que numa eventual divisão teriam 
sua maior parte considerada como despesa; 
• Em valores cujo rateio é extremamente arbitrário como em honorários da diretoria, pois raramente será 
possível levantar separadamente o tempo e esforço que cada diretor dedicou à administração e à produção.
Um valor de despesas muito elevado pode indicar que a empresa possui uma estrutura 
muito superior ao volume de vendas e precisa ou alavancar suas vendas, ou reestruturar o 
seu negócio.
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 3 – O processo de classificação de custos e despesas e seus 
demais desdobramentos
3.2 Desdobramentos de custos
Após o conhecer a distinção dos gastos entre despesas e custos, é importante saber que, ainda, é possível ter uma 
visão mais analítica destes gastos, classificando-os quanto ao produto, ou quanto ao volume.
Quanto aos produtos os custos podem ser classificados em diretos ou indiretos, já quanto ao volume, a classifi-
cação se divide entre fixos ou variáveis.
3.2.1 Diretos e indiretos
Muitas empresas baseiam a sua gestão em uma visão muito sintética, limitando-se a cruzar quanto teve de 
faturamento e quanto teve de gastos no período. Tendo nessa operação um resultado positivo, avaliam que a 
empresa está economicamente saudável. De alguma forma, isso pode funcionar e não deixa de ser uma maneira 
de gerir os negócios. No entanto, essa visão puramente global da situação talvez limite a percepção do gestor em 
entender as possibilidades de melhorias no desempenho, precificação e competitividade. Por isso, é de extrema 
importância que os gestores se façam esta pergunta: consigo identificar exatamente quanto eu gasto para 
produzir, quanto gasto para comprar os produtos que comercializo, ou quanto gasto para prestar o meu serviço?
É possível responder a esta pergunta através da classificação dos custos em diretos ou indiretos. Os custos diretos 
são aqueles que podem ser alocados diretamente a cada produto ou serviço, com uma proporção preestabele-
cida e conhecida. São perfeitamente mensuráveis de uma forma objetiva, como por exemplo, a matéria prima e 
embalagem que podem ser medidas em quantidade utilizada para cada produto, e a mão de obra direta que é o 
valor do salário e encargos do funcionário diretamente ligado à produção.
Já os custos indiretos são aqueles em que não se pode conhecer a quantidade exata destinada à elaboração do 
produto ou serviço ou que não estão diretamente alocados no produto, como por exemplo, manutenção de 
equipamentos da fábrica, salário dos supervisores da fábrica, aluguel do prédio.
Imagine uma fábrica que produz dois modelos de smartphones, instalada em um galpão alugado, com 20 operá-
rios de máquinas que acoplam a tela ao aparelho (10 na linha de produção do modelo A e 10 para o modelo B), 
10 operários que inserem a bateria ao aparelho (sendo 5 na produção do A e 5 para o B), 2 supervisores um para 
cada turno e uma recepcionista. Todos eles serão classificados como custos, pois são funcionários da fábrica. 
No entanto, podemos ter uma visão mais analítica separando-os entre custos diretos e indiretos. Desta forma, 
teremos, então: 
• Os 30 operáriosalocados nos custos diretos, pois é possível mensurar o valor de cada um deles de forma 
objetiva e segregada por produto; 
• Os supervisores e a recepcionista alocados nos custos indiretos, pois não é possível medir quanto tempo 
os mesmos dedicaram para um e outro produto, 
• O aluguel do galpão alocado como custo indireto, pois não é possível medir diretamente quanto pertence 
a cada produto.
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demais desdobramentos
3.2.2 Esquema Básico da Contabilidade de Custos
O esquema básico da contabilidade de custos consiste em três passos: separação de custos e despesas, apropriação 
dos custos diretos e apropriação dos custos indiretos. Vamos analisar um caso prático para melhor entendimento.
Passo 1 – Separação entre custos e despesas
Observe a lista de gastos da empresa ABC, já classificada custos e despesas.
Custos de produção
Salários de fábrica $ 120.000
Matéria-prima consumida $ 350.000
Depreciação na fábrica $ 60.000
Seguros da fábrica $ 10.000
Materiais diversos fábrica $15.000
Energia Elétrica Fábrica $ 85.000
Manutenção Fábrica $ 70.000
= Total $ 710.000
Despesas Administrativas
Salários da administração $ 90.000
Telefone $ 5.000
= Total $ 95.000
Despesas de Vendas
Comissões $ 80.000
Despesas de entrega $ 45.000
= Total $125.000
Passo 2 – Apropriação dos custos diretos
A empresa ABC produz três cores de canetas esferográficas (azul, preta e vermelha). O segundo passo consiste 
então em distribuir os custos diretos de produção aos três produtos.
O grande desafio agora é saber quanto da matéria-prima total, quanto de mão de obra direta e quanto de energia 
elétrica direta foi aplicado em cada produto.
O consumo de matéria prima é controlado na empresa por um sistema de requisições e, desta forma, foram iden-
tificados os valores utilizados por cada produto conforme segue:
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 3 – O processo de classificação de custos e despesas e seus 
demais desdobramentos
Matéria-prima
Caneta Preta $ 75.000
Caneta Vermelha $ 135.000
Caneta Azul $ 140.000
= Total $ 350.000
Para a mão de obra da fábrica há um valor total de $120.000 e, para alocar este custo entre direto e indireto, a 
empresa consegue verificar através de um sistema de horas trabalhadas quanto cada funcionário trabalhou em 
cada um dos produtos e obteve a seguinte distribuição:
Mão de obra
Indireta $ 30.000
Direta
 Caneta Preta $ 22.000
 Caneta Vermelha $ 47.000
 Caneta Azul $ 21.000
Total $ 120.000
Nas máquinas em que é possível medir o consumo, o valor de energia elétrica foi correspondente a $ 45.000 e nas 
demais máquinas o consumo foi de $ 40.000
Energia Elétrica
Indireta $ 40.000
Direta
 Caneta Preta $ 18.000
 Caneta Vermelha $ 20.000
 Caneta Azul $ 7.000
Total $ 85.000
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demais desdobramentos
Figura 3.2 – Apropriação dos custos diretos.
Legenda: Apropriação dos custos diretos.
Fonte: MARTINS, Eliseu. 2010, p. 55.
Passo 3 – Apropriação dos custos indiretos
De acordo com os dados acima, o valor total de custos indiretos é de $ 225.000. Vejamos nos quadros a seguir três 
formas de alocá-los: com base nos custos diretos, na matéria prima e, por fim, na mão de obra direta. Para cada 
um foi obtido o percentual de participação do produto em relação ao total utilizado como base.
Figura 3.3 - Cálculo dos percentuais de rateio.
Legenda: Cálculo dos percentuais de rateio.
Fonte: Adaptado de MARTINS, Eliseu. 2010, p. 56.
Para cada critério de rateio foi encontrado um percentual correspondente. Estes percentuais foram obtidos encon-
trando a proporção de participação de um produto em relação ao total, por exemplo, no cálculo com base em custos 
diretos, o percentual de rateio para a caneta preta será 23,71% pois este é o resultado da divisão de seus custos 
diretos (115.000) pelo total de custos diretos (485.000) e multiplicados por 100. Após terem sido encontrados estes 
percentuais, os mesmos serão as bases para a alocação dos custos indiretos aos produtos, conforme abaixo:
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demais desdobramentos
Figura 3.4 - Apropriação dos custos indiretos.
Legenda: Apropriação dos custos indiretos.
Fonte: Adaptado de MARTINS, Eliseu. 2010, p. 56.
No quadro acima temos, então, a aplicação de todos os percentuais encontrados anteriormente. Observe que 
para a caneta azul o valor de custo indireto alocado foi de $ 77.940 que é o resultado obtido ao calcular 34,64% de 
$ 225.000, valor referente ao total dos custos indiretos. E da mesma forma foi efetuado para os demais produtos 
e demais bases de rateio.
Considerando a produção total de cada um dos produtos, caso o preço de venda máximo 
desta produção fosse de $ 180.000 para a caneta preta, $315.000 para a caneta vermelha e 
$ 250.000 para a caneta azul, qual seria o critério de rateio mais adequado? 
Observe que há distorções nos custos totais de cada produto em função do percentual de rateio encontrado 
em cada critério utilizado. Para escolher o melhor método, deve ser analisada a estrutura de cada empresa para 
que os valores encontrados sejam os que melhor reflitam o real custo do produto. Com efeito, a análise e a apro-
priação incorreta destes custos pode desencadear uma série de outros valores calculados posteriormente que 
não reflitam a situação da empresa como, por exemplo, o preço de venda, a margem de contribuição e o ponto 
de equilíbrio, que veremos em outro momento. 
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 3 – O processo de classificação de custos e despesas e seus 
demais desdobramentos
Conheça um pouco mais sobre Critério de Rateio dos Custos Indiretos e entenda como 
podem ser analisados os diversos fatores a se considerar nesta escolha, fazendo a leitura do 
capítulo 7 de Contabilidade de Custos, de Eliseu Martins. 
3.2.3 Fixos e variáveis
Já vimos anteriormente, a classificação dos custos em diretos e indiretos e agora veremos uma segunda forma de 
classificá-los. Saber distinguir os gastos de uma empresa entre fixos e variáveis é essencial para controlar melhor as 
saídas de recursos, manipular a margem de lucro e estimar de forma mais assertiva o retorno sobre o investimento.
Podemos chamar a primeira de classificação quanto à apropriação, pois serão diretos os custos diretamente 
apropriados aos produtos e serviços, e indiretos os custos que serão apropriados indiretamente, através de rateio 
e distribuição.
A segunda pode ser identificada de classificação quanto ao volume, sendo que o que vai diferenciar um gasto 
fixo do variável é se este aumenta ou diminui com base no volume de produção, comercialização ou prestação 
do serviço.
A primeira classificação somente se aplica aos custos, ou seja, gastos ligados à atividade fim da empresa, já a 
segunda pode ser utilizada tanto para custos como para despesas.
Então vamos às diferenças. Os custos e despesas fixas são aqueles que existem independentemente de haver 
produção, comercialização ou prestação de serviço. Estes gastos não variam em função do faturamento ou 
produtividade da empresa. São exemplos de custos fixos aluguel da fábrica e depreciação, e são exemplos de 
despesas fixas telefone e salários da administração. São assim considerados, pois independentemente do quanto 
será produzido, estes gastos serão consumidos mensalmente. É importante entender que o conceito de “fixo” 
não significa que determinado valor é imutável, uma despesa fixa como telefone, por exemplo, pode ter variações 
mensais nos valores da fatura. No entanto, isso não mudaa sua classificação, pois a variação do valor não foi em 
função do faturamento como ocorre nas despesas variáveis.
Observe o gráfico representativo da evolução de um custo fixo na produção.
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 3 – O processo de classificação de custos e despesas e seus 
demais desdobramentos
Figura 3.5 – Custo Fixo.
Legenda: Custo Fixo.
Fonte: PADOVEZE, Clóvis Luís. 2010. p. 275.
Já os custos variáveis são aqueles que irão variar em função da produção, ou seja, quanto mais eu produzo, vendo 
ou presto serviço, maiores serão os gastos variáveis e o inverso também é verdadeiro. Se a produção, comer-
cialização ou prestação caem, os custos variáveis irão também diminuir proporcionalmente. São exemplos de 
custos variáveis as embalagens utilizadas para armazenamento no estoque e o custo da mercadoria vendida, e 
são exemplos de despesas variáveis as comissões sobre vendas e os impostos.
Veja no gráfico a representação da variação do custo em função do aumento da produção.
Figura 3.6 – Custo Variável.
Legenda: Custo Variável.
Fonte: PADOVEZE, Clóvis Luís. 2010, p. 274.
Como já mencionamos anteriormente, as despesas apenas podem ser classificadas quanto ao volume de vendas, 
ou seja, fixas ou variáveis. Mas no que diz respeito aos custos, eles podem ser classificados ao mesmo tempo 
quanto ao volume de produção e apropriação, ou seja, em diretos ou indiretos e fixos ou variáveis, veja:
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 3 – O processo de classificação de custos e despesas e seus 
demais desdobramentos
Figura 3.7 – Classificação conjunta.
1 - Quando consumida por mês e não depende do volume de produção do período. 
2 - Quando consumida por produção ou por peça.
Legenda: Classificação conjunta.
Fonte: Elaborada pela autora.
Podemos afirmar que os custos de natureza variável, como via de regra, serão classificados como diretos, porque, 
já que sua variação é de acordo com a produção indica que estão diretamente ligados a ela. Ou seja, serão diretos. 
No entanto, podem existir situações em que a empresa decide tratá-los como indiretos por terem valores irre-
levantes, como é o caso de alguns materiais de consumo como, por exemplo, os lubrificantes das máquinas de 
produção, por serem valores muito pequenos para associá-los a cada produto.
Agora vamos analisar um determinado gasto e ver que, além de direto para indireto como descrito anterior-
mente, o mesmo tipo de gasto pode ser classificado também entre despesa e custo e entre variável e fixo, depen-
dendo da atividade da empresa. Imagine que um médico veterinário abre um consultório. Dentre outros custos 
e despesas, ele tem a água, que para esta atividade é classificada como uma despesa fixa. Neste caso, a água é 
despesa, pois não está diretamente relacionada com o serviço prestado e é fixa porque não varia em função da 
quantidade de atendimentos prestados pelo veterinário. Vamos supor que, anos depois, o veterinário decide se 
aposentar e converte o espaço do consultório em um pet shop para que o filho, estudante de medicina veteri-
nária, trabalhe enquanto não termina sua graduação. O pet shop oferece os serviços de hospedagem e banho e 
tosa e, para esta atividade, o mesmo gasto analisado anteriormente passa a ter uma nova classificação. A água 
deixa de ser despesa fixa e se torna um custo variável. Neste novo contexto, a água é custo, pois está diretamente 
relacionado à prestação do serviço de banho e é variável, pois irá variar em função da quantidade de prestação de 
serviço. Ou seja, quanto mais serviços de banho ele prestar, maior será o seu custo com a água.
De modo geral a classificação entre fixos e variáveis é realizada para curto e médio prazo, pois quando avaliamos 
no longo prazo todas as despesas e custos são considerados variáveis já que o crescimento contínuo nas vendas 
requer um aumento na estrutura do negócio. Porém, esta classificação deve ser muito bem avaliada, pois pode 
fazer com que não se tenha uma visão real dos custos fixos. Esta visão é de suma importância para que se possa 
gerenciá-los permanentemente de modo que eles não cresçam demasiadamente e não saiam do controle. Para 
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 3 – O processo de classificação de custos e despesas e seus 
demais desdobramentos
tanto, o ideal é que a parcela de custos fixos seja pequena em relação aos custos totais, sendo que neste caso a 
manutenção da empresa é baixa, tornando-a mais resistente a eventuais períodos de recessão. 
Durante os tópicos desta unidade, tivemos um enfoque maior na atividade de produção 
que historicamente serviu como base para o desenvolvimento da contabilidade de 
custos. No entanto, é importante saber que esta disciplina também se aplica igualmente 
ao comércio e serviços. Acesse esta cartilha informativa e veja a utilização de custos para 
estas outras atividades: <https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/cartilha-saiba-
mais-custos-na-prestacao-de-servicos,6670b88efc047410VgnVCM2000003c74010a
RCRD>. 
3.3 Composição dos cálculos de custos da produção
Conhecemos nos tópicos anteriores os detalhes e desdobramentos acerca de custos e despesas e já sabemos 
quais custos estão ligados à produção. Agora veremos como aplicá-los em cálculos importantes para a gestão das 
empresas, sendo estes: custo do produto vendido, custo da produção acabada e custo da produção do período.
O custo do produto vendido, também conhecido pela sigla “CPV”, é obtido pela soma dos custos incorridos na 
produção de bens e serviços e que estão sendo vendidos naquele período. O que será considerado, no entanto, é 
realmente o período da venda e não o período em que foi produzido. Por exemplo, um produto que foi produzido 
no mês de janeiro, mas vendido em fevereiro, só fará parte do CPV no mês de fevereiro. A partir do cálculo do CPV, a 
empresa pode enxergar se possui gastos exagerados em determinada operação ou até mesmo em seu custo total. 
O custo da produção acabada, conhecido pela sigla “CPA”, refere-se à soma dos custos de toda a produção 
acabada no período e também será considerado o que foi efetivamente acabado dentro daquele período. Por 
exemplo, se determinado produto entrou em produção em janeiro, mas finalizou em fevereiro, será contabilizado 
no CPA de fevereiro.
Por fim, o custo da produção do período, conhecido pela sigla “CPP”, refere-se à soma dos custos incorridos na 
fábrica em determinado período, englobando realmente tudo o que foi produzido, independentemente de estar 
acabado ou não.
Vamos analisar um exemplo apenas para melhor ilustrar o que foi descrito acima.
Imagine um produto que é constituído de quatro partes. Cada parte custa $ 10.00, e o produto pronto por 
completo custa $ 40.00, que são valores referentes aos gastos com matéria-prima, mão de obra direta e custos 
indiretos de fabricação.
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demais desdobramentos
Figura 3.8 – Produto. 
Legenda: Produto.
Fonte: Elaborada pela autora.
Abaixo está a representação dos produtos elaborados e dos gastos realizados em cada mês de produção, são 
considerados produtos acabados apenas os que possuem valores nos quatro quadrantes e os quadrantes desta-
cados se referem à parte do produto que já foi iniciada no mês anterior.
Figura 3.9 – Gastos na produção e produtos acabados. 
Legenda: Gastos na produção e produtos acabados.
Fonte: Elaborado pela autora.
Vamos considerar que a primeira venda da empresa ocorreu no mês de abril, quando vendeu 7 unidades do produto.
E agora observe abaixo os valores que correspondem a cada custo de acordo com a imagem acima.
Janeiro: Valor Quantidade
Custo da produção do período = $ 90,00 2,25
Custo do produto acabado = $ 80,00 2,00
Custo do Produto vendido = $ 0,00 0,00
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Análisede Custos | Unidade de Estudo 3 – O processo de classificação de custos e despesas e seus 
demais desdobramentos
Fevereiro: Valor Quantidade
Custo da produção do período = $ 130,00 3,25
Custo do produto acabado = $ 120,00 3,00
Custo do Produto vendido = $ 0,00 0,00
Março: Valor Quantidade
Custo da produção do período = $ 90,00 2,25
Custo do produto acabado = $ 80,00 2,00
Custo do Produto vendido = $ 0,00 0,00
Abril: Valor Quantidade
Custo da produção do período = $ 100,00 2,50
Custo do produto acabado = $ 120,00 3,00
Custo do Produto vendido = $ 280,00 7,00
Você pôde então observar que:
• Todo valor existente no mês é considerado como custo da produção do período; 
• Os valores constantes nas linhas completas são considerados como custo da produção acabada indepen-
dentemente de ter iniciado no período em questão ou não;
• O custo dos produtos vendidos é a quantidade vendida multiplicada pelo custo de cada produto completo 
e se refere à quantidade de produção acabada de janeiro a março.
Agora, vamos analisar os custos em outro exemplo e calculá-los através da montagem de uma demonstração 
mais analítica. Iremos demonstrar os custos e as vendas dos meses de janeiro, fevereiro e março e a demons-
tração analítica em cada um deles.
Para melhor elucidar o caso prático, consideremos uma indústria que não possui estoques iniciais e sua linha de 
produção se refere à um único produto.
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demais desdobramentos
Figura 3.10 – Custos janeiro.
Legenda: Custos janeiro.
Fonte: MARTINS, Eliseu. 2010, p. 44.
Na figura acima podemos observar que o custo total da produção no mês de janeiro foi de $ 15.000. Para obter 
o custo unitário, este valor será dividido pela quantidade produzida no mês, e o custo unitário encontrado será 
utilizado para obter o custo dos produtos vendidos conforme vemos abaixo:
Figura 3.11 – Dados de cálculo em janeiro.
Legenda: dos de cálculo em janeiro.
Fonte: MARTINS, Eliseu. 2010, p. 44.
Com base nos dados visualizados, teremos a demonstração analítica assim:
Vendas (12 unid. x $ 1.200 $ 14.400
 (-) Custos dos produtos vendidos 
 Matéria-prima $ 9.000
 Mão de obra $ 4.500
 Energia Elétrica $ 1.500
 (=) Custo de produção do período $ 15.000
 (-) Estoque final de produto acabado ($ 3.000) ($ 12.000)
Lucro Bruto $2.400
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 3 – O processo de classificação de custos e despesas e seus 
demais desdobramentos
A demonstração analítica permite que se faça uma análise mais minuciosa e um controle mais rigoroso, pois 
sabemos exatamente qual a parcela que cada tipo de custo contribui para o total gasto.
Neste exemplo, e nos posteriores, finalizamos a demonstração no lucro bruto, pois já é possível visualizar os 
custos a serem abordados nesta unidade. No entanto, é importante saber que após o lucro bruto ainda devem 
ser deduzidos despesas e impostos.
Agora, vejamos quais foram os custos incorridos no mês de fevereiro. Os valores apresentados na figura repre-
sentam os custos de toda a produção do período, independentemente de ter sido acabada ou não.
Figura 3.12 – Custos fevereiro.
Legenda: Custos fevereiro.
Fonte: MARTINS, Eliseu. 2010, p. 45.
No mês de fevereiro, existe uma unidade que ficou em elaboração, pois foi produzida apenas até sua quarta 
parte. Desta forma, diferentemente do mês de janeiro em que o custo da produção do período é igual ao custo 
da produção acabada, agora teremos uma distinção entre estes custos e será necessário separá-los na demons-
tração analítica. Veja a seguir:
Figura 3.13 – Dados de cálculo em fevereiro. 
Legenda: Dados de cálculo em fevereiro.
Fonte: MARTINS, Eliseu. 2010. p. 45.
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 3 – O processo de classificação de custos e despesas e seus 
demais desdobramentos
Figura 3.14 – Estoque de produtos acabados.
Legenda: Estoque de produtos acabados.
Fonte: MARTINS, Eliseu. 2010, p. 49.
Nesta demonstração, podemos verificar que do custo da produção do período foi deduzido $250, que é referente 
à quarta parte do produto que se mantém em elaboração. Observe abaixo:
Vendas $ 20.400
(-) Custo dos produtos vendidos
 Custo de produção no período $ 18.250
 (-) Estoque final de produtos em elaboração ($ 250)
 (=) Custo das unidades acabadas $ 18.000
 (+) Estoque inicial de produtos acabados $ 3.000
 (=) Custo dos produtos disponíveis $ 21.000
 (-) Estoque final de produtos acabados ($ 4.000) ($ 17.000)
(=) Lucro bruto $ 3.400
Por fim, no mês de março, foi finalizada a unidade iniciada no mês anterior ¾ (0,75). Porém, há no mês uma 
unidade elaborada até a metade, conforme veremos na segunda figura da sequência a seguir:
Figura 3.15 – Custos março.
Legenda: Custos março.
Fonte: MARTINS, Eliseu. 2010. p. 46.
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Figura 3.16 – Dados de cálculo março.
Legenda: Dados de cálculo março.
Fonte: MARTINS, Eliseu. 2010, p. 50.
Observe acima que para o mês de março foi preciso incluir no custo de produção do período o valor de $ 750 
correspondentes a uma unidade iniciada em fevereiro. Desta forma, teremos na demonstração analítica do 
mês de março um exemplo completo com os três tipos de custos abordados neste tópico: custos dos produtos 
vendidos, custo de produção do período e custo da produção acabada.
Vendas $ 21.600
(-) Custo dos produtos vendidos
 Custo de produção no período $ 17.250
 (+) Estoque inicial produtos em elaboração $ 250
 Soma $ 17.500
 (-) Estoque final de produtos em elaboração ($ 500)
 (=) Custo produção acabada no período $ 17.000
 (+) Estoque inicial de produtos acabados $ 4.000
 (=) Custo dos produtos disponíveis $ 21.000
 (-) Estoque final de produtos acabados ($ 3.000) ($ 18.000)
(=) Lucro bruto $ 3.600
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demais desdobramentos
A forma analítica como foram montadas as demonstrações são mais utilizadas internamente na empresa ou 
em um controle específico de produção. De forma geral, estes dados são apresentados sinteticamente, consi-
derando apenas os seus totais o que permite a utilização de fórmulas e até mesmo de sistemas de informação.
Figura 3.17 - Canetas.
Legenda: Canetas e contabilidade.
Fonte: <https://pixabay.com/en/coins-currency-investment-insurance-948603/>.
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Considerações finais
Nesta unidade, abordamos os seguintes conceitos importantes da disci-
plina Análise de Custos. Estes servirão de base para o aprofundamento 
neste tipo de análise e são imprescindíveis para que se possa evoluir nas 
demais unidades, ao decorrer das quais serão abordados demais cálculos, 
métodos de custeio e formação de preços:
• Classificação dos custos e despesas: separação dos gastos entre 
custos e despesas e como podem transitar entre as classificações 
de acordo com a atividade da empresa;
• Custos por tipo de atividade empresarial: a classificação dos custos 
por produção, comércio e serviços;
• Custos diretos e indiretos: conceito e aplicação dos custos diretos 
e indiretos e a importância de diferenciá-los;
• Apropriação de custos diretos: atribuição dos custos diretamente 
ligados à produção em seus produtos;
• Apropriação dos custos indiretos: cálculo dos percentuais de 
rateio para apropriação dos custos indiretos;
• Critérios de rateio: distribuição dos custos indiretos com base nos 
percentuais de custos diretos, mão de obra direta e matéria-prima;
• Custos e

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