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Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 1 CUSTOS DE PRODUÇÃO DE GADO BOVINO: UM ENFOQUE DA CONTABILIDADE DE CUSTOS. laerciomelz@gmail.com Apresentação Oral-Economia e Gestão no Agronegócio LAERCIO JUAREZ MELZ; CLEITON FRANCO; ARIEL LOPES TORRES. UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO, TANGARA DA SERRA - MT - BRASIL. Aplicação do Activity Based Costing para apuração do custo de cria, recria e engorda de gado bovino: estudo de caso na fazenda Santo Antônio em Juina-MT Grupo de Pesquisa: Economia e Gestão no Agronegócio Resumo O presente trabalho tem por objetivo a contextualização da importância da determinação do custo de produção na pecuária de cria, recria e engorda, através da aplicação da metodologia do custeio por atividades. A partir desta metodologia procura avaliar a sensibilidade da mesma para a apuração dos custos reais de produção. Inicialmente foi discutida a relevância da implantação desta metodologia como suporte para as tomadas de decisão em uma fazenda de médio porte. As informações colhidas pela pesquisa conseguem apontar se existe ou não um sistema de gestão implantado na propriedade estudada. Palavras-chaves: sistema de custeio, pecuária de corte, ABC Abstract The present work has for objective the contextualization of the importance of the determination of the cost of output in the livestock farming of creates, recreates and grows fat, through the application of the methodology of the funding by activities. From this methodology seeks to evaluate the sensibility of the same one for the verification of the real costs of output. Initially it is discussed the relevance of the implementation of this methodology as support for the decision-making in a medium-sized farm. The information reaped by the research are going to aim itself exists or not a system of management implanted in the estate studied. Keywords: costing system, cut cattle breeding, ABC 1. INTRODUÇÃO O mercado atual vem modificando o cenário das propriedades rurais, fazendo com que elas se transformem em verdadeiras empresas, embora não com a mesma Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 2 complexidade que existe na gestão de empresas industriais ou comerciais. Conhecer os custos de produção e otimizá-los, pode ser o fator definitivo para a permanência desta propriedade em um mercado cada vez mais competitivo. Fatores como a administração familiar, o baixo nível de escolaridade e conhecimento do proprietário, a falta de informações corretas sobre determinado segmento de produção e o desperdício dos insumos dificultam a apuração do resultado das propriedades, que muitas vezes só descobrem tarde demais que estão operando constantemente com prejuízo. O gestor precisa buscar ferramentas que facilitem suas tomadas de decisão, e proporcionem maior eficiência do negócio em questão. A aplicação de um sistema de custeio adequado consegue apontar para onde foram direcionados os recursos gastos. Para que o produtor rural amplie seu negócio ele precisa passar a ver sua fazenda como uma verdadeira empresa. Conceição (2003, p. 12) destaca que para que isso seja possível é imprescindível a existência de relatórios que possibilitem a visão de maneira simplificada e num espaço de tempo que sejam úteis para o processo de tomada de decisões. Incluídos, entre esses, estão os relatórios de custos e os respectivos desempenhos das funções produtivas dentro da organização. Portanto, os sistemas de informações gerenciais devem estar organizados para oferecerem estas informações de forma concisa e em tempo hábil. Conhecer os custos de cada atividade desenvolvida dentro de uma propriedade, para que se consiga medir onde e de que forma foram aplicados os recursos disponíveis pode ser o caminho para o crescimento do processo produtivo do setor pecuário. A pecuária é um setor de destaque no cenário da economia nacional como fonte de empregos e renda, e dessa forma merece que faça um processo investigatório, que contribua para o desenvolvimento desta atividade econômica. De acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA, 2008), a maioria dos produtores de gado brasileiro vem, desde 2003, sofrendo com custos de produção reajustados bem acima dos preços da arroba. A recuperação verificada desde 2007 aliviou a contabilidade do produtor, mas está longe de compensar os prejuízos de anos anteriores. Assim, o pecuarista está descapitalizado, sem capacidade de investimento próprio e, ao procurar o sistema financeiro, depara-se com a aguda escassez de crédito neste período de crise. Dados da CNA (2008) mostram que, desde o início de levantamento de custos, em fevereiro de 2003, até outubro deste ano, o Custo Operacional Total, média Brasil, acumulou alta de 88%. No entanto, no mesmo período, a arroba do boi gordo subiu 56%, o que indica que o setor ainda não recuperou as perdas acumuladas. Segundo Conceição (2003, p.18) é preciso, que o produtor rural tenha acesso aos novos sistemas de informações, suporte necessário para uma administração coerente com as condições atuais da gerência empresarial, haja vista que o mercado globalizado exige essa nova postura como fator imprescindível à sobrevivência das empresas. A iniciativa deste estudo justifica-se, portanto, como mais uma ferramenta que poderá ser utilizada na recuperação financeira do setor. Com o objetivo de estudar a atividade pecuária de cria, recria e engorda, em fazendas de médio porte, testando a adequação do sistema de custeio por atividades nesse tipo de empreendimento, toma-se o caso de uma unidade de produção situada no município de Juina, estado de Mato Grosso, à qual se refere daqui para frente neste estudo de caso com Fazenda Santo Antonio. Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 3 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para se entender os sistemas de custeio é necessário o conhecimento de alguns conceitos básicos ligados à contabilidade. Nesta seção serão abordados conceitos como gasto, investimento, custo, despesa, custo de oportunidade, depreciação e perdas. Segundo Padoveze (2004, p. 311), gastos são todas as ocorrências de pagamentos ou recebimentos de ativos custos ou despesas. Segundo Martins (2003, p. 24), gasto é a compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Alguns exemplos podem ser gastos com a compra de imobilizado, gastos com a compra de matéria-prima, gastos com mão-de-obra, etc. Considera-se investimento todo o valor despendido pela empresa financiar a aquisição de bens. Marion (2004, p. 65), cita que investimentos são aplicações que nada tem a ver com a atividade da empresa. Por exemplo, a compra de ações de outras empresas, obras de arte, terrenos para futura expansão, prédios para renda. Custo refere-se ao valor dos insumos utilizados na fabricação dos produtos da empresa, divide-se em matéria-prima, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação (matérias de consumo, mão-de-obra indireta, depreciação, energia elétrica, entre outros). Conforme Martins (2003, p. 25), custo também é um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplos: a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de sua estocagem; no momento de sua utilizaçãona fabricação de um bem, surge o custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado. Despesas são valores dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa e não-identificados com a fabricação, sendo divididas em administrativa, comercial e financeira. Martins (2003, p. 25) descreve despesa como bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. As despesas são itens que reduzem o patrimônio líquido e que têm essa característica de representar sacrifício no processo de obtenção de receitas. Os custos de oportunidade são chamados também de remuneração da terra e do capital. Remuneração da terra refere-se ao montante de valor que se deixa de ganhar, por optar em investir o capital imobilizado em terras em outras atividades econômicas. Um critério comumente utilizado é o valor de arrendamento no mercado de terras da região. Remuneração do capital refere-se ao valor que o empresário receberia se esse recurso estivesse aplicado em outra atividade. Segundo Martins (2003, p. 25), o custo de oportunidade ou os juros sobre o capital próprio não são gastos, uma vez que estes não implicam a entrega de ativos por parte da empresa. A depreciação é definida como a redução do valor de um bem, devido ao desgaste pela sua utilização, obsolescência tecnológica, queda no preço de mercado ou desgaste natural (no caso de reprodutores e matrizes). Segundo Marion (2007, p. 70) existem várias metodologias de cálculo das depreciações, porém no setor agropecuário calcula-se através do método linear, onde o valor respectivo é sempre constante em relação ao valor de compra ou valor de mercado do bem de produção. Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 4 Como Perdas, consideram-se bens ou serviços, consumidos de forma anormal e involuntária, (morte de bezerros por causas naturais). Martins (2003, p. 26) cita que não se devem confundir perdas com despesa, e muito menos com o custo, exatamente por sua característica de anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com objetivo de se obter receita. Padoveze (2004, p. 312) salienta que as perdas são consideradas não operacionais e não fazem parte dos custos de produção dos produtos. 2.1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS Custos Diretos são aqueles que podem ser diretamente alocados aos produtos. Padoveze (2004, p. 328), considera que custos diretos são os que podem ser fisicamente identificados para um segmento particular sob consideração. Assim, se o que está sob consideração é uma linha de produtos, então os materiais e a mão-de-obra envolvidos em sua manufatura seriam ambos custos diretos. Martins (2003, p. 48) cita que os custos que podem ser diretamente apropriados aos produtos, com tanto que haja uma medida de consumo (quilogramas de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas de mão-de-obra e até quantidade de força consumida), são custos diretos com relação aos produtos. Custos Indiretos são os que ao contrário dos diretos, não podem ser alocados diretamente aos produtos. Conforme Martins (2003, p. 49), são custos que não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, a supervisão, as chefias etc.). Padoveze (2004, p. 328), trata os custos indiretos também como custos comuns. Custos fixos são aqueles que não variam independente da quantidade produzida. Segundo Crepaldi (2004, p. 128), os custos fixos têm algumas características como: o volume total é fixo dentro de certo intervalo de produção; diminuem unitariamente, à medida que aumenta o volume de produção e seu controle depende de níveis superiores de administração. Padoveze (2004, p. 328) trata estes custos como Custos de capacidade, que de modo geral são custos e despesas necessárias para manter um nível mínimo de atividade operacional. Custos Variáveis são aqueles que se alteram diretamente conforme o volume de produção. Crepaldi (2004, p. 128), coloca algumas características para os custos e despesas variáveis: variam no total em proporção direta ao volume de atividades; permanecem constantes do ponto de vista unitário, ainda que varie o volume de produção; podem ser apropriados com precisão aos produtos; e o controle de seu consumo e incorrência são de responsabilidade dos níveis inferiores da administração. 2.1.3 SISTEMAS DE CUSTEIO Segundo Martins (2003, p. 37), custeio significa Apropriação de Custos. Assim, existem custeio por absorção, custeio variável, ABC, RKW etc. Conforme Padoveze (2004, p. 333), o método de custeamento do produto, é o processo de identificar o custo unitário de um produto, partindo dos custos diretos e indiretos. O Sistema de Custeio por absorção de maneira simplificada usa a metodologia de que todos os custos são absorvidos pelos produtos fabricados, sendo que as despesas do período vão direto para a apuração do resultado do exercício. O método do Custeio Variável trata apenas os custos diretamente ligados ao produto, tomando com base que os Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 5 custos indiretos são considerados como despesa do período. Martins, (2003, p. 198), coloca que no custeio variável, só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado; para os estoques só vão, como conseqüência, custos variáveis. 2.2 Custeio Baseado em Atividades – ABC (Activity Based costing) O grande foco deste método de custeio é diminuir a arbitrariedade do rateio dos custos indiretos, tomando como base, direcionadores que contribuem para que esses custos sejam atribuídos ao produto de maneira correta. Os custos diretos são tratados com no custeio por absorção e são apropriados diretamente aos produtos. Conhecido como o método que revolucionou a gestão empresarial, este sistema visa trazer informações mais precisas aos seus usuários. O primeiro passo para aplicação do método ABC é a identificação das atividades desenvolvidas na empresa. O grande diferencial deste método são as atividades. Martins (2003, p. 94), coloca que a atribuição dos custos às atividades deve ser feita com o maior nível de critério possível obedecendo a uma ordem de prioridades que segundo ele é em primeiro lugar a alocação direta dos custos. Em segundo lugar o rastreamento e por fim, se as duas primeiras alternativas não forem possíveis de serem alcançadas, faz-se então o rateio dos custos, que para fins gerencias, não deve ser feito de forma arbitrária. A identificação dos Direcionadores de Custos é o verdadeiro segredo para o sucesso do sistema. Direcionador de custos é o fator que determina o custo de uma atividade. Como as atividades exigem recursos para serem realizadas, deduz-se que o direcionador é a verdadeira causa dos seus custos. Para efeito de custeio de produtos, o direcionador deve ser o fator que determina ou influencia a maneira como os produtos “consomem” (utilizam) as atividades. Assim, o direcionador de custos será a base utilizada para atribuir os custos das atividades aos produtos. MARTINS (2003, p. 96) Recursos Atividades Objetos de custo “O que foi gasto”. Ex.: água, luz, salários, etc. “Onde foi gasto”. Ex.: manutenção, RH, O&M, etc. “Para que foi gasto”. Ex.: produto A ou B, atividade não relacionada a produto (associação, fundação) etc. Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 6 Fonte: Crepaldi (2004, p. 225) Figura 1. Esquema de custeio baseadoem atividades. Megliorini (2007, p. 153) coloca que o ABC pode ser tratado em um ou mais estágios, dependendo do nível de detalhamento de que cada empresa deseja operar. No caso do sistema de dois estágios, os custos dos recursos são apropriados às atividades no primeiro estágio, utilizando para isso os direcionadores de recursos. No segundo estágio, apropriam-se os custos das atividades aos produtos, utilizando para isso os direcionadores de atividades. Direcionadores de atividades: são aqueles que identificam como os objetos de custeio consomem as atividades, permitindo custeá-los. Sendo reconhecida cada atividade desenvolvida pela empresa, o próximo passo é medir quanto de recursos cada uma delas consome. A proposta do custeio ABC é apropriar os custos indiretos às atividades, pois, conforme a filosofia por ele apregoada, são elas as geradoras de custos. Assim, cada um dos custos indiretos deve ser relacionado às suas respectivas atividades por meio de direcionadores de recursos, que melhor representam as formas de consumo desses recursos, e, em seguida, apropriado aos produtos, serviços ou outros objetos de custeio, conforme os direcionadores de atividades mais adequados. A primeira etapa do custeio ABC é identificar as atividades executadas em cada departamento. Sugere-se identificar aquelas consideradas mais relevantes, para o que se podem utilizar diversas técnicas, tais como: entrevistas com os gestores, aplicação de questionários aos gestores e observação direta. MEGLIORINI (2007. p. 152). Seguindo as orientações de Megliorini (2007, p. 153), depois da identificação das atividades, passe-se à atribuição dos custos a cada uma delas. A apropriação deverá ser direta quando é possível identificar os custos diretos de cada atividade, na criação do gado, por exemplo, um custo direto poderia ser as vacinas, já que cada cabeça recebe exatamente uma dose da vacina. O segundo passo é fazer o rastreamento dos indicadores que servirão para a apropriação dos custos indiretos. Na criação de gado, o número de cabeças existente na propriedade, ou em um determinado lote de rezes pode servir como um desses indicadores. O rateio deve ser feito apenas quando não houver possibilidade de se fazer a apropriação direta dos custos, ou por meio de rastreamento, deve-se então usar uma base que seja adequada ao rateio. 2.2 Sistemas de Produção de Gado de Corte Segundo Silva (2006, p. 101) a introdução do gado vacum na Capitania de Mato Grosso corre por volta de 1724, quando o governador da Capitania de São Paulo, incentivou um os criadores do sertão da vila de Curitiba a conduzirem pontas de seu gado em direção ao rio Cuiabá. Neste mesmo bando autorizou pessoas que amansassem os bois e vacas encontradas nas Vacarias Sul mato-grossenses, e os encaminhassem ao povoado de Cuiabá. Cabral Camelo relata que em sua carregação monçoneira para as minas cuiabanas, em 1724, levou “quatro ou cinco novilhas pequenas” e que por volta de “1730 ficaram algumas paridas”. SILVA (2006, p. 101) Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 7 O gado de corte obedece a um sistema de produção que pode ser dividido em três fases: cria, recria ou engorda. Cada produtor pode se especializar dentro de uma única atividade, como por exemplo, cria, ou combinar duas, ou ainda as três fases, dependendo das condições da propriedade, da viabilidade local da criação, ou ainda do mercado em determinado momento. Existem três fases distintas, na atividade pecuária de corte, pelas quais passa o animal que se destina ao abate: • Cria: a atividade básica é a produção de bezerros que só serão vendidos após o desmame. Normalmente, a matriz (de boa fertilidade) produz um bezerro por ano. • Recria: a atividade básica é, a partir do bezerro adquirido, a produção e a venda do novilho magro para a engorda. • Engorda: a atividade básica é, a partir do novilho magro adquirido, a produção e a venda do novilho gordo. MARION (2007, p. 106) Cada empresário rural pode se especializar em uma determinada fase de produção de acordo com sua visão de rentabilidade de cada uma delas. Naturalmente, existirá uma diferença nos custos e preços de venda dos animais, de acordo com cada fase do processo, o que exige que a propriedade tenha controle dos insumos gastos em cada etapa, para que se possa fazer a comparação de rentabilidade de cada modalidade de criação. Quanto às combinações possíveis, Marion (2007, p. 106) afirma que “há empresas que, pelo processo de combinação das várias fases, obtêm até seis alternativas de produção (especializações): cria, recria, cria-recria, cria-recria-engorda, recria engorda e engorda”. Para escolher o ciclo com o qual trabalhará o pecuarista deve estar embasado nos controles de custos e no valor de retorno obtido na venda, devido às diferenças como o tempo de permanência dos animais no pasto e os custos de manutenção, que variam de acordo com as formas exploração. Uma prova de que os pecuaristas que colocaram a mão no bolso no ano anterior está na valorização do bezerro. O invernista, que só engorda o gado, deixou de comprar o boi magro e resolveu partir para o bezerro, que é mais barato. Assim, podemos classificar as atividades em: Cria, a atividade principal é a produção do bezerro que é vendido após o desmame (período igual ou inferior a 12 meses). Recria, a partir do bezerro desmamado (período de 13 a 23 meses), produzir e vender o novilho magro para engorda. Engorda, é a atividade denominada de invernista, que a partir do novilho magro, produz o novilho gordo para vendê-lo (o processo leva de 24 a 36 meses). CREPALDI (2005, p. 213 e 214) Dessa forma o pecuarista deve conduzir o seu negócio a partir das combinações que a atividade da pecuária de corte oferece, levando em consideração, suas condições financeiras, as condições físicas de sua propriedade, os custos de aquisição dos animais, os custos de manutenção do rebanho em questão e as expectativas do mercado consumidor, para que possa fazer a especialização de seu criatório em determinada fase do processo produtivo. Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 8 O produtor precisa analisar todos os elementos envolvidos para que possa definir em qual forma de criação se especializará, levando em consideração todos os investimentos feitos. 3 METODOLOGIA Quanto aos objetivos, esta pesquisa se classifica como qualitativa, pois visa descrever e decodificar os componentes de um sistema complexo de significados. Esta pesquisa classifica-se também com descritiva (RIBEIRO; TORRES; ROCHA, 2006). Em relação aos procedimentos técnicos, a pesquisa foi bibliográfica (GIL, 2002). O material foi constituído de publicações, livros ou artigos científicos, que no caso desta pesquisa estão todos voltados para a área da Contabilidade de Custos e da atividade rural de pecuária. A pesquisa teve procedimento técnico de pesquisa documental (GIL, 2002). Foram utilizados os valores de custos levantados pela fazenda Santo Antonio, e demais documentos relacionados a ela, obtidos através do arquivo da empresa, na qual foi realizado estudo de caso (GIL. 2002, p.54) O trabalho foi dividido em três etapas, objetivando tratar do objetivo proposto. Primeiramente foram feitos estudos sobre a contabilidade de custos, seus conceitos, métodos, principais autores e sistemas de custeio. Da mesma forma seguiu-se o estudo sobre a atividade rural de Pecuária, em propriedades com atividades de cria, recria e engorda sua fundamentação histórica, metodologia, conceitos, fases da produção e sistemas produção. Finalmente, procedeu-se o estudode caso na Fazenda Santo Antonio, onde se caracterizou a empresa em si e foram demonstrados todos os aspectos gerenciais da mesma, sua estrutura, seus processos de produção, levantamentos de estoques, sistema de gestão utilizado e atividades desenvolvidas na propriedade. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Passa-se a expor os resultados da investigação realizada, que visou adaptar o sistema de custeio por atividades à fazenda Santo Antonio, bem como, verificar sua viabilidade de utilização como ferramenta para as tomadas de decisões. O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, e a pecuária, como atividade econômica, exerce papel importante no país desde o período colonial, quando ajudou a fixar a população em diversas regiões do país, servindo como meio de comércio interno. Conforme Neves, (2006, p. 134), a cadeia do boi colabora com o sucesso do agronegócio, passando de 2 bilhões de dólares de exportação, (25% do volume de exportação mundial. Contra 9% em 1999), crescendo 80% em um ano, e exportando para mais de 150 países. Hoje o comércio de bovinos se estende pelo país. Grande parte da produção é destinada à exportação. Segundo dados da CNA Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, A União Européia é um dos maiores mercados mundiais de carne bovina in natura. Seus 27 países produzem cerca de oito milhões de toneladas e consumem cerca de 8,5 milhões. Embora o comércio de carne bovina in natura seja majoritariamente realizado na modalidade intra-bloco, a importação do produto de terceiros países vem crescendo nos Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 9 últimos anos, com destaque para o Brasil. A UE-27 importou 367,6 mil toneladas de carne bovina in natura de terceiros mercados, em 2006. Quatro países - Brasil, Argentina, Uruguai e Austrália – foram responsáveis por 95% dessas importações. Somente o Brasil forneceu 71% da carne bovina in natura importada pela União Européia naquele ano. Em 2007, as exportações brasileiras recuaram, em volume, para 195 mil toneladas, não obstante o valor tenha se mantido próximo a US$ 1,1 bilhão, o que demonstra um preço maior pela tonelada do produto. A grande produção de carne brasileira não tem sido sinal de prosperidade entre os pecuaristas. Desde 2003 até meados de 2007 o setor sofreu um longo período de desinvestimento resultante da alta dos custos e queda no preço de venda dos produtos. Segundo dados da CNA, a partir do segundo semestre de 2007 a valorização da arroba do boi gordo deu novo ânimo à produção dentro da porteira da fazenda. Porém os resultados de 2007 ainda não são suficientes para ressarcir as perdas dos quatro anos anteriores. No acumulado de março de 2003 a dezembro de 2007, o Custo Operacional Total (COT) subiu 47,5% e a arroba 23,1%, na média ponderada dos Estados pesquisados. Todos estes dados revelam o quanto é importante a preocupação do produtor em apurar seus custos, e consequentemente a rentabilidade de seu negócio. O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea), da Esalq/USP, com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), começou o segundo semestre de 2008 em ritmo menor do que o verificado no primeiro semestre do ano, quando acumulou 6,00%. Cresceu 0,90%, em julho, registrando ligeira aceleração em relação a junho, quando o crescimento foi de 0,87%. Nos sete primeiros meses de 2008, o PIB do agronegócio acumula expansão de 6,79%. Conforme reportagem do jornal mato-grossense Primeira Mão (2008), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2007. Pelos dados da pesquisa, a quantidade de cabeças e gado no país diminuiu 3%, entre 2006 e 2007. O número que era de aproximadamente de 205,886 milhões caiu para 199,752 milhões de cabeças de gado. Número de estabelecimentos agropecuários 114.148 estabelecimentos Área dos estabelecimentos agropecuários 48.355.569 hectare Número de estabelecimentos com pastagens naturais 97.023 estabelecimentos Área de pastagens naturais 22.809.021 hectare Número de estabelecimentos com matas e florestas 75.968 estabelecimentos Área de matas e florestas 17.758.922 hectare Total de pessoal ocupado com laço de parentesco com o produtor 273.756 pessoas Total de pessoal ocupado sem laço de parentesco com o produtor 89.139 pessoas Número de estabelecimentos agropecuários com tratore 18.084 estabelecimentos Número de tratores existentes nos estabelecimentos agropecuários 40.657 tratores Número de estabelecimentos com bovinos 80.884 estabelecimentos Número de cabeças de bovinos 19.582.504 cabeças Fonte: IBGE (2006). Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 10 Quadro 1. Dados da pecuária de corte para Mato Grosso. A redução é conseqüência, principalmente, da descapitalização dos produtores e do abatimento de matrizes. Na região da Amazônia Legal (que abrange toda a região norte e parte do Maranhão e de Mato Grosso) a queda foi de 5%. Entretanto a quantidade de cabeças de gado nessa área cresceu 78% na comparação 2007-1997, com destaque para o sul do Pará, norte de Mato Grosso e Rondônia. Em 2007, 35% do rebanho bovino nacional estava na Amazônia Legal. Os maiores rebanhos bovinos estão em Mato Grosso, com 25.683.031 cabeças de gado, que representam 12,9% do gado nacional. Em segundo lugar vem Minas Gerais com 11,3% (pouco mais de 22,5 milhões de animais) e Mato Grosso do Sul com 10,9% (21,8 milhões). A participação no valor total dos produtos da agropecuária (leite, ovos de galinha e de codorna, mel, casulos de bicho-da-seda e lã) foi de R$ 20,2 milhões em 2007, tendo Minas como líder (26,1%), seguida de São Paulo (10,8%) e do Rio Grande do Sul (10,0%). Durante o período analisado, Minas Gerais, que ao contrário da maioria das outras regiões apresentou crescimento no rebanho do gado bovino (1,7%), deixou a posição de 3º lugar em rebanhos de bois e ultrapassou o de Mato Grosso do Sul, estado que segundo dados das pesquisas anteriores vem perdendo cabeças de gado nos últimos três anos. A Companhia Nacional de Abastecimento – Conab coloca que os custos de produção que devem ser assumidos pelo produtor, desde as fases iniciais de correção e preparo do solo e da pastagem, até a fase inicial de comercialização do produto. Dessa forma o produtor deve contabilizar os gastos que envolvem toda a formação do gado, desde o momento da aquisição da matriz ou do reprodutor até o momento da venda do produto, que poderá ser o bezerro, o boi magro ou o boi gordo. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA O proprietário da fazenda mudou-se do interior o Paraná para a cidade de Juina, no ano de 1980, em busca de melhores condições de vida para si e para sua família. O primeiro negocio da família foi uma oficina mecânica, da qual eram tirados todos os recursos para o sustento dos mesmos. Porém a aquisição de uma propriedade para criação de gado era o grande sonho do chefe desta família. No ano de 1982, seu proprietário adquiriu o primeiro lote de terras, com uma área total, de mata nativa, de 221 hectares. A propriedade se localiza a 60 km do município, em uma localidade denominada Linha 03, no distrito de Terra Roxa. Nesta época, com incentivos do INTERMAT Instituto de Terras de Mato Grosso, as propriedades rurais tinham obrigação de manter apenas 50% de sua área coberta pela floresta, e assim com muito esforço iniciou-se a derrubada da mata para formação de pastagem. A madeira retirada servia para construção de cercas e para custear os outros insumos necessários, como semente,mão-de-obra e outros. O acesso á propriedade era difícil, já que a estrada principal passava distante 15 km da fazenda, isso dificultava a chegada dos insumos ao local. Durante o período de formação, a fazenda era atividade secundária da família. As primeiras cabeças de gado foram adquiridas no ano de 1986, e foram compradas no município de Barra do Bugres. Juina não contava ainda com rebanho para atender a demanda dos novos criadores que estavam surgindo, e assim era necessária a compra em Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 11 outras cidades da redondeza. O rebanho da fazenda Santo Antonio iniciou-se com 20 (vinte) bezerras fêmeas com idade entre oito e doze meses e com um reprodutor, todos os animais da raça nelore. O investimento se seguiu durante os anos seguintes quando foram adquiridos novos lotes de terra e mais algumas cabeças de gado. Para melhorar a qualidade do rebanho o proprietário investiu em reprodutores com carga genética superior. A partir de 1996 a fazenda passou a ser única fonte de renda da família. Hoje a propriedade conta com uma área total de 1200 hectares, sendo 600 hectares de pastagem dividida em 20 piquetes de 30 hectares cada. A pastagem atual utilizada para o gado bovino é a brachiaria brizantha, sendo que uma pequena porcentagem destinada aos eqüinos e muares é de brachiaria humidicola. A estrutura física da propriedade conta com curral para manejo dos bovinos, com tronco e balança eletrônica instalados no local. Nos piquetes existem cochos para colocação de suplemento mineral que fazem parte da alimentação do rebanho. Cada piquete possuiu uma aguada natural. A fazenda possui animais de boa linhagem genética, matrizes e reprodutores puro sangue nelore, os quais são utilizados para produção de novos reprodutores para venda e para substituição dos existentes. O rebanho da propriedade é de 1500 cabeças de gado bovino, sendo 600 matrizes, 400 matrizes em formação, 25 reprodutores, 200 bezerras fêmeas 0 a 12 meses, 150 bezerros machos de 0 a 12 meses, 70 machos de 12 a 24 meses e um lote de 45 cabeças sendo 40 matrizes e 05 reprodutores puro sangue. Durante os meses de estiagem quando o pasto se torna escasso, a fazenda aluga propriedades próximas a ela para colação do gado excedente. 4.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Através de levantamentos na propriedade e entrevista com o proprietário e funcionários, foram identificadas as atividades desenvolvidas no dia-a-dia da fazenda. O quadro 2 descreve as principais atividades da fazenda Santo Antonio. 1. Curar Bezerros 2. Marcar Bezerros 3. Desmamar Bezerros 4. Apartar os lotes de gado conforme a idade ou categoria 5. Castrar novilhos 6. Classificar matrizes para monta 7. Descartar matrizes para o abate 8. Vacinar o gado 9. Abastecer os cochos com sal mineral 10. Pesar os bois considerados prontos para o abate 11. Vermifugação do gado 12. Roçar os pastos 13. Passar veneno nos pastos 14. Fazer a manutenção das cercas Cura dos Bezerros: A atividade curar bezerros consiste em logo depois do nascimento utilizar uma solução de iodo ou outro medicamento específico para que haja a Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 12 desidratação do coto umbilical, evitando desta forma uma infecção no local. A cura pode ser feita no próprio pasto ou dentro do curral. Marcação dos Bezerros: Passados trinta dias do nascimento dos bezerros, os mesmo são levados ao curral onde receberão uma marca com o mês e o ano do nascimento para se identificar a idade dos animais. Desmame dos Bezerros: Por volta dos oito meses os bezerros são desmamados. Este procedimento consiste em separar os bezerros das matrizes, colocando-os em pastos específicos para lotes desta idade. Apartação dos lotes por idade: Assim como os bezerros são apartados das matrizes, os demais lotes também são separados conforme a idade. Isso acontece, por exemplo, com as novilhas que estão em ponto de enxerto, e com os novilhos que estão em ponto de serem castrados. Castração dos novilhos: A castração dos novilhos é feita entre 18 e 24 meses, quando é feito um procedimento cirúrgico de retirada dos testículos dos animais. A castração é feita para que o animal ganhe maior peso corporal. O procedimento é feito dentro de um tronco no qual o animal fica imobilizado. Classificação das matrizes para monta: As novilhas a partir dos 24 meses são apartadas em lotes. Cada lote de 30 novilhas recebe um reprodutor que será responsável pelo enxerto das mesmas. A classificação das novilhas é feita por idade conforme o mês e ano de nascimento. A partir da segunda cria, as matrizes são colocadas junto com os reprodutores um mês após o nascimento dos bezerros. Descarte de matrizes para abate: A estação de monta dura em torno de três meses. Após este período as novilhas e matrizes passam por um procedimento de palpação, pelo qual é possível se identificar a gestação. Neste período há mais uma apartação do lote. São separadas as novilhas e matrizes prenhes das que não estão prenhes. As novilhas e matrizes que não estão prenhes são submetidas a mais uma estação de monta de 30 dias. Depois deste período é feita uma nova palpação, sendo que as novilhas e matrizes que não estiverem enxertadas serão descartadas e vendidas para o abate. Vacinação do Gado: O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso – Indea MT, normatiza que devem ser feitas três aplicações de vacina contra febre aftosa por ano. O Indea coloca que a Febre Aftosa é um enfermidade altamente contagiosa, acomete os animais biungulados (casco fendido), bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos, cervideos, suideos entre outros. Caracteriza-se pela formação de vesículas (bolhas) e ulceras (erosões) na mucosa oral e nasal, na teta e entre os cascos. A enfermidade é causada por um vírus que se dissemina rapidamente pelo meio ambiente, através do contato com objetos (ferramentas, botas, veículos, ar e água.) e animais infectados. Na fazenda o procedimento de vacinação é sistêmico e acontece nos meses de fevereiro, maio e novembro. No mês de fevereiro são vacinados os animais de 0 a 12 meses, no mês de maio os animais de 0 a 24 meses e no mês de novembro todos os animais do rebanho são vacinados. A vacinação é feita no curral da fazenda. Abastecimento dos cochos com sal mineral: Todos os pastos da fazenda possuem cochos cobertos apropriados para a colocação do suplemento mineral. O sal mineral ajuda no desenvolvimento do gado e supre as necessidades de vitamina que não são atendidas pelo consumo de pastagem. A colocação do sal acontece uma vez por semana, regularmente todos os cochos são abastecidos e o transporte do sal mineral é feito por meio do trator de pneus que a fazenda tem disponível. Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 13 Pesagem dos bois para o abate: Por volta dos 36 meses os bois castrados estão prontos para o abate. Neste período é feita a pesagem, por meio de balança eletrônica instalada no curral da fazenda. Conforme atingem o peso desejado, os bois são vendidos para frigoríficos locais. Aplicação de Vermífugos: A vermifugação do gado é feita juntamente com o período de vacinação, sendo que os bezerros recém nascidos recebem uma dose do medicamento no ato da cura do umbigo ou da marcação do mês de nascimento. Passar veneno nos pastos: Esta atividade é desenvolvida com o intuito de limpar os pastos de possíveis pragas que nasçam em meio a pastagem. A aplicação do veneno é feita de forma manual, com pulverizador costal, ou através de aplicação mecânica ondesão utilizados um trator e um canhão pulverizador responsável pela distribuição do veneno. Essa prática é feita para a manutenção das roçadas. Roçar os pastos: Esta atividade consiste em se cortar o caule de plantas que estejam em meio à pastagem. A roçada se dá quando o nível de empraguejamento dos pastos está em um nível em que apenas o veneno não consegue limpar as pastagens. Manutenção das cercas: A manutenção das cercas é feita constantemente e consiste em fazer consertos nas cercas que se desgastam. O funcionários vão até os locais onde os consertos são necessários transportados pelo trator da fazenda e utilizam arame liso na maioria das vezes para fazer o trabalho. Durante a pesquisa levantou-se do imobilizado da empresa para que se pudesse conhecer as ferramentas e equipamentos utilizados no dia-a-dia da fazenda. Pelo fato de não haverem registros anteriores o valor contábil é desconhecido. Através de pesquisa foi levantado o valor de mercado dos bens, o que para fins gerenciais é mais interessante já que a empresa trabalha com valores reais e atualizados em seu sistema de custeio. Quant. Descrição Valor contábil Valor de mercado 01 Trator de Pneus com grade, concha, furadeira e roçadeira 135.000,00 01 Trator de Esteira 42.000,00 01 Curral de Madeira com barracão coberto 82.000,00 01 Tronco de Contenção 7.000,00 01 Balança Eletrônica 1.800,00 01 Casa Sede da Fazenda 50.000,00 01 Casa para funcionários 30.000,00 01 Tulha para conservação de milho e suplemento mineral 12.000,00 01 Barracão garagem para tratores e ferramentas 18.000,00 01 Carrinho de tração animal 2.500,00 20 Cochos de madeira cobertos 24.000,00 01 Canhão Pulverizador 7.800,00 Total do Imobilizado 412.100,00 Quadro 3. Valores de imobilizado da fazenda. Mediante o valor de mercado apurado, segue o quadro com os valores de depreciação dos bens do ativo imobilizado da empresa, que serão usados como parte do Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 14 valor que compõe o custo de cada atividade. As taxas de depreciação utilizadas no estudo seguem o que diz Marion (2006, p. 77, 78 e 79). Item Taxa de Depreciação Anual Parede de madeira coberta de telha 6,67% Cerca de arame 10% Trator de rodas 10% Trator de esteira 10% Carroça 10% Grade de discos 6,67% Carreta de pneus 6,67% Pulverizador 10% Roçadeira 10% Casa alvenaria 4% Curral 4% Cochos cobertos 6,67% Fonte: Adaptado Marion (2006). Quadro 4. Taxa de depreciação dos imobilizados da fazenda. Segundo dados do fabricante, o Tronco de contenção tem vida útil estimada em 20 anos, o que proporciona uma depreciação anual de 5%, e a balança eletrônica tem vida útil de até 12 anos, sendo proporcionalmente depreciada à taxa de 8,34% ao ano. A partir das taxas de depreciação foi possível o levantamento do custo mensal da depreciação de cada um dos itens. Item Quant. Valor Taxa Dep. Dep. Total Dep. Mês Trator de Pneus com grade, concha, furadeira e roçadeira 01 135.000,00 10% 13.500,00 1.125,00 Trator de Esteira 01 42.000,00 10% 4.200,00 350,00 Curral de Madeira com barracão coberto 01 82.000,00 4% 3.280,00 273,33 Tronco de Contenção 01 7.000,00 5% 350,00 29,17 Balança Eletrônica 01 1.800,00 8,34% 150,12 12,51 Casa Sede da Fazenda 01 50.000,00 4% 2.000,00 166,67 Casa para funcionários 01 30.000,00 6,67% 2.001,00 166,75 Barracão garagem para tratores e ferramentas 01 18.000,00 6,67% 1.200,60 100,05 Tulha para conservação de milho e suplemento mineral 01 12.000,00 6,67% 800,40 66,70 Carrinho de tração animal 01 2.500,00 10% 250,00 20,83 Cochos de madeira cobertos 20 24.000,00 6,67% 1.600,80 133,40 Canhão Pulverizador 01 7.800,00 10% 780,00 65,00 Total Depreciação Mensal 2.509,41 Fonte: o autor Quadro 5. Valor das depreciações do imobilizado. Outro levantamento feito apontou quantas vezes as atividades acontecem durante um mês de trabalho na fazenda. Estes dados foram colhidos através de tabela entregue aos funcionários, na qual eram feitas anotações do tempo gasto em cada atividade. As anotações foram feitas durante o mês de novembro, onde acontece a campanha de vacinação contra febre aftosa. O quadro 6 mostra sugestão de modelo de quadro, para Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 15 verificação das horas por atividade, usado pelos funcionários da fazenda durante a pesquisa. Atividade: Nome do Funcionário Valor da hora c/ encargos Quantidade de horas Valor total das horas Total mão-de-obra da atividade: Fonte: Adaptado de Conceição (2003) Quadro 6. Cálculo da mão-de-obra das atividades A partir dos dados coletados através do quadro 6, foram feitas as somas das horas gastas em cada atividade. Atividade Horas trabalhadas 1. Curar Bezerros 15 horas 2. Marcar Bezerros 24 horas 3. Desmamar Bezerros 08 horas 4. Apartar os lotes de gado conforme a idade ou categoria 08 horas 5. Castrar novilhos 08 horas 6. Classificar matrizes para monta 16 horas 7. Descartar matrizes para o abate 32 horas 8. Vacinar o gado 32 horas 9. Abastecer os cochos com sal mineral 16 horas 10. Pesar os bois considerados prontos para o abate 06 horas 11. Vermifugação do gado 12 horas 12. Roçar os pastos 20 horas 13. Passar veneno nos pastos 48 horas 14. Fazer a manutenção das cercas 08 horas Fonte: o autor Quadro 7. Total das horas por atividade realizada. A fazenda possui em seu quadro três funcionários que fazem todas as atividades relacionadas em conjunto. O valor dos salários e dos encargos é de R$ 2.580,00 (dois mil quinhentos e oitenta reais). Esse valor foi distribuído para cada atividade tendo em vista o número de horas gastas para se realizar cada uma delas no período de um mês. O valor do combustível gasto no trator, foi rateado pelo número de horas de uso do trator em cada atividade, sendo que durante o mês houve um consumo de 1.196 litros de óleo diesel, gerando um custo a ser rateado no valor de R$ 3.001, 96. Além do combustível foram utilizados três galões de veneno que somaram um valor de R$ 4.260,00. Outro gasto incorrido foi com o arame liso utilizado para manutenção das cercas, que durante o mês somou um valor de R$ 270,00. Tendo em mãos os valores referentes à depreciação de cada bem e tomando como direcionador também o número de horas de utilização de cada um desses bens, chegou-se ao percentual dos custos indiretos de cada atividade. ATIVIDADE RECURSO UTILIZADO QUANTITATIVO (%) Curar Bezerros Depreciação do curral 9,32% Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 16 Mão-de-obra indireta + encargos 5,93% Marcar Bezerros Depreciação do curral Mão-de-obra indireta + encargos 14,90% 9,49% Desmamar Bezerros Depreciação do curral Mão-de-obra indireta + encargos 4,96% 3,16% Apartar os lotes por idade Depreciação do curral Mão-de-obra indireta + encargos 4,96% 3,16% Castrar novilhos Depreciação do curral Mão-de-obra indireta + encargos Depreciação do tronco de contenção 4,96% 3,16% 11,11% Apartar novilhas para estação de monta Depreciação do curral Mão-de-obra indireta + encargos 9,93% 6,32% Descartar matrizes para o abate Depreciação do curral Mão-de-obra indireta + encargos Depreciação do tronco de contenção 19,87% 12,65% 44,44% Vacinar o gado Depreciação do curral Mão-de-obra indireta + encargos Depreciação do tronco de contenção 19,87% 12,65% 44,44%Abastecer os cochos com sal mineral Depreciação do carrinho de tração animal Mão-de-obra indireta + encargos Depreciação dos cochos Depreciação da tulha 100,00% 6,32% 100,00% 100,00% Pesar os bois para o abate Depreciação do curral Mão-de-obra indireta + encargos Depreciação da balança eletrônica 3,72% 2,37% 100,00% Vermifugar o gado Depreciação do curral Mão-de-obra indireta + encargos 7,51% 4,74% Roçar os pastos Mão-de-obra indireta + encargos Depreciação do trator e da roçadeira Combustível do trator 7,91% 26,31% 26,31% Passar veneno nos pastos Mão-de-obra indireta + encargos Depreciação do trator Depreciação do pulverizador Combustível do trator Veneno plenum 18,97% 63,15% 100,00% 63,15% 100,00% Fazer manutenção das cercas Mão-de-obra indireta + encargos Depreciação do trator Combustível do trator Arame liso 3,16% 10,53% 10,53% 100,00% Fonte: o autor Quadro 8. Atividades realizadas na fazenda. Além do valor das depreciações, outro custo importante que deve ser agregado é o da exaustão das pastagens. Segundo Marion (2003, p. 73) exaurir significa esgotar completamente, em termos contábeis, a exaustão se relaciona com a perda de valor dos bens ou direitos do ativo, ao longo do tempo, decorrentes de sua exploração. Ainda segundo Marion (2003, p. 79) a exaustão das pastagens deve ser feita em 05 anos a um percentual de 20% ao ano. A fazenda tem seus pastos formados pela espécie Brachiaria Brizantha, que segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é nativa da África Tropical, e se propaga por sementes. Ainda segundo a Embrapa, no centro-oeste o método de pastejo mais usado é o contínuo, variando a lotação do pasto conforme a estação do ano. Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 17 Nesse sistema, além da variação na lotação, adota-se também, sobretudo na seca, a alternância de pastos, para proporcionar descanso àqueles mais intensamente pastejados. Essa prática não caracteriza propriamente uma rotação de pastagens, sendo apenas uma variação do sistema de pastejo contínuo. Durante a pesquisa e entrevista com o proprietário, verificou-se que a fazenda realmente utiliza o método citado. Para se chegar ao valor da exaustão mensal das pastagens foram considerados os custos para formação de 1 hectare de brachiaria brizantha, e também o número de cabeças de gado por hectare praticado pela fazenda. Os valores foram levantados no mês de novembro de 2008. O quadro 9 traz a demonstração do cálculo de exaustão mensal das pastagens. Hec. Vlr/Hec. Vlr. Total Exaustão/Ano 20% Exaustão/Mês Exaustão/Mês/Animal 600 1.000,00 R$ 600.000,00 R$ 120.000,00 R$ 10.000,00 R$ 6,90 Fonte: o autor Quadro 9. Valor da exaustão das pastagens. Os insumos gastos na fazenda foram apontados e tiveram seus custos baseados nos valores de compra em novembro/2008. No quadro 10 esses insumos estão expostos em valores unitários. PRODUTO CUSTO DIRETO UNIDADE VALOR UNITARIO Gado Sal mineral SC R$ 26,70 Vacina aftosa DOSE R$ 1,00 Vermífugo DOSE R$ 1,10 Vacina Carbúnculo DOSE R$ 0,68 Vacina Brucelose DOSE R$ 1,89 Mata bicheira UND R$ 25,00 Arame Liso BOLA R$ 270,00 Veneno – Plenum 20 LT GL R$ 1.420,00 Óleo Diesel LT R$ 2,56 Fonte: o autor Quadro 10. Custos diretos do gado. Com a verificação dos custos por atividade e também dos custos diretos do rebanho é possível a apuração do custo por animal produzido na fazenda. O quadro 11 demonstra o exemplo colocado para uso da Fazenda Santo Antonio durante a pesquisa. Descrição Valores R$ Total R$ Bezerros Animais de cria e recria Custos diretos Machos Fêmeas Machos Fêmeas Sal mineral 231,00 306,00 153,00 1.535,00 2.225,00 Vacinas 252,00 336,00 100,00 1.000,00 1688,00 Vermífugos 165,00 220,00 110,00 1.100,00 1595,00 Mata Bicheira 10,72 14,28 25,00 Honorários do veterinário 600,00 600,00 Exaustão das Pastagens 1.030,00 1.380,00 690,00 6.900,00 10.000,00 Sub-total 1688,72 2256,28 1053 11135 16133 Quantidade de animais 150 200 100 1000 1450 Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 18 Custo direto por animal 11,26 11,28 10,53 11,14 11,13 Custos indiretos Atividade Curar Bezerros 71,38 107,08 178,46 Marcar Bezerros 114,23 171,34 285,57 Desmamar Bezerros 38,02 57,03 95,05 Apartar os lotes por idade 14,26 80,79 95,05 Castrar novilhos 98,33 98,33 Apartar novilhas para estação de monta 190,20 190,20 Descartar matrizes para o abate 393,64 393,64 Vacinar o gado 36,72 55,10 26,27 275,54 393,64 Abastecer os cochos com sal mineral 35,82 53,75 25,62 268,78 383,98 Pesar os bois para o abate 83,81 83,81 Vermifugar o gado 12,85 19,99 10,01 99,96 142,81 Roçar os pastos 101,85 158,43 79,22 792,16 1.131,66 Passar veneno nos pastos 667,80 1.038,80 519,40 5.194,00 7.420,00 Fazer manutenção das cercas 69,85 108,65 54,34 543,28 776,12 Sub-total 1.148,52 1.770,17 911,26 7.838,35 11.668,32 Quantidade de animais 150 200 100 1000 1450 Custo indireto por animal 7,66 8,85 9,11 7,84 8,05 Custo mensal por animal 18,92 20,13 19,64 18,98 19,18 Fonte: adaptado de Conceição (2003) Quadro 11. Apuração dos custos totais dos animais O quadro 11 demonstra os valores de custos diretos e indiretos, para cada lote de animais divididos em duas categorias, uma categoria com bezerros e a outra onde estão inseridos os animais de cria, recria e engorda. Além destes custos mencionados temos ainda o custo de aquisição do bezerro ou da matriz. Segue no quadro 12 a análise vertical dos dados para apuração do valor percentual de cada atividade em relação ao total dos custos. Descrição Total R$ A. V. Custos diretos Sal mineral 2.225,00 13,79% Vacinas 1.688,00 10,46% Vermífugos 1.595,00 9,89% Mata Bicheira 25,00 0,15% Honorários do veterinário 600,00 3,72% Exaustão das pastagens 10.000,00 61,98% Total Custos Diretos 16.133,00 100,00% Atividades Desenvolvidas Atividade Curar Bezerros 178,46 1,53% Marcar Bezerros 285,57 2,45% Desmamar Bezerros 95,05 0,81% Apartar os lotes por idade 95,05 0,81% Castrar novilhos 98,33 0,84% Apartar novilhas para estação de monta 190,20 1,63% Descartar matrizes para o abate 393,64 3,37% Vacinar o gado 393,64 3,37% Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 19 Abastecer os cochos com sal mineral 383,98 3,29% Pesar os bois para o abate 83,81 0,72% Vermifugar o gado 142,81 1,22% Roçar os pastos 1.131,66 9,70% Passar veneno nos pastos 7.420,00 63,59% Fazer manutenção das cercas 776,12 6,65% Total das Atividades 11.668,32 100,00% Fonte: o autor Quadro 12. Análise Vertical dos Custos Diretos e Atividades Desenvolvidas 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O método de custeio por atividades é uma ferramenta, que se bem utilizada, pode se tornar o grande diferencial em qualquer segmento de negócio em que seja aplicada. Os sistemas de produção de gado, atualmente necessitam se modernizar, para que consigam alcançar um nível de competitividade adequado à realidade da região em que estejam instalados. Os gestores, das fazendas de médio e pequeno porte, enfrentam um enorme desafio em se adequar à realidade de tempos em que é cada vez mais difícil a solidificação de uma empresa. Fatores como bons produtos, animais com boa formação genética, poder de compra, e outros são somados à boa organização da empresa, que cada vez mais necessita de ferramentas para mensurar os resultados obtidos.Para que haja uma correta apuração dos resultados as informações devem chegar de maneira de maneira certa, limpa e em tempo hábil, devem ser consistentes de maneira que a administração possa utilizá-las na correção de falhas durante o processo de produção. A propriedade estuda não contava com nenhum sistema de gestão ou de custeio, sendo que a administração sempre foi feita por seu proprietário sem nenhum método específico. As despesas eram pagas, mas não contabilizadas, o único controle feito era da quantidade e o sexo dos bezerros nascidos em cada mês. Anualmente o proprietário faz a declaração de produtor rural na qual são apresentadas as notas de despesa que a fazenda teve durante o ano. Percebe-se, portanto, a necessidade de sistemas de informação, que possibilitem ao gestor a visão correta do processo produtivo da empresa, da distribuição de seus custos ao longo desse processo, da a quantidade de recursos que deve dispor para dar continuidade à produção, se os custos podem ser diminuídos sem afetar a qualidade. Enfim precisam ter uma visão completa de todos os aspectos que possam ser alterados, com a finalidade de melhorar a posição da empresa no mercado. Através dos levantamentos feitos durante a pesquisa, foram apontados os custos diretos e indiretos do rebanho. A apuração dos custos levou em consideração apenas um mês de atividade da empresa. Tendo em vista o custo apurado, e multiplicando-se esse valor por doze, para se ter o custo anual, nota-se que, por exemplo, nos bezerros machos, se considerado o preço de venda atual do mercado, que gira em torno de R$ 450,00 haveria um lucro bruto de R$ 222,96. Essa visualização dos custos demonstra a eficácia do sistema de custeio proposto. No presente estudo foi apresentado à Fazenda Santo Antonio uma proposta de utilização do Custeio baseado em atividades. A empresa objeto de estudo neste trabalho Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 20 caracteriza-se por ter uma estrutura administrativa simples, o que pode viabilizar a implantação do sistema de custeio proposto, além disso, a administração e os funcionários se mostraram dispostos às adequações necessárias para o sucesso do sistema. As tabelas elaboradas foram preenchidas com cuidado e os funcionários se mostraram dispostos a cumprir a rotina de anotações exigidas pelo sistema. Conclui-se, portanto, que o objetivo do trabalho foi alcançado, por se ter conseguido fazer a aplicação do sistema de custeio baseado em atividades a uma fazenda de produção de gado de cria, recria e engorda. Assim sendo, proporcionou-se ao proprietário da empresa um novo instrumento que pode ser utilizado como fonte de informações e servir de suporte para as tomadas de decisões. REFERÊNCIAS CNA, Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil. Rastreabilidade marca nova tendência do mercado externo. Disponível em: <http://www.cna.org.br/>. Acesso em 22.12.2008. CNA, Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil. Brasília. Ativos da pecuária de corte. Disponível em: <http://www.cna.org.br/>. Acesso em 22.12.2008. CONCEIÇÃO, Antonio Manoel. Sistema de análise de resultados da criação de gado fundamentado na gestão baseada em atividades. Florianópolis: 2003. Disponível em: <http://www.tese.ufsc.br/teses/PEPS3716.pdf />. Acesso em 20.12.2008. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial: Teoria e Prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa, 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. JORNAL PRIMEIRA MÃO. Cuiabá. 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