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analise da pequena propriedade familiar

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1 
 
UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul 
DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da 
Comunicação 
Curso de Administração 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE E REESTRUTURAÇÃO DE UMA PEQUENA 
PROPRIEDADE RURAL FAMILIAR 
Trabalho de Conclusão de Curso 
 
 
 
ALISON FERNANDO GERHARDT 
 
 
Orientador: Prof. Remi Antônio Dama 
 
 
IJUÍ, RS - 1º semestre de 2012. 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AGRADECIMENTOS 
Aos meus pais, Clóvis Antônio Gerhardt e Mirna 
Gerhardt, que sempre estiveram ao meu lado, dando 
incentivo para seguir adiante. 
À minha namorada Queli, pela paciência e 
compreensão, sempre me ajudando a superar as 
dificuldades. 
E especialmente a DEUS, pela vida e saúde. 
 
3 
 
SUMÁRIO 
RESUMO ................................................................................................................................... 5 
LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS ..................................................................................... 6 
LISTA DE QUADROS ............................................................................................................. 7 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ....................................................................... 10 
1.1 Apresentação do Tema ................................................................................................. 10 
1.2 Problema ou Questão de Estudo ................................................................................... 10 
1.3 Objetivos ....................................................................................................................... 11 
1.3.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 11 
1.3.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 11 
1.4 Justificativa ................................................................................................................... 11 
2 REFERENCIAIS TEÓRICOS ........................................................................................ 13 
2.1 Agricultura .................................................................................................................... 13 
2.1.1 Operações Agrícolas ........................................................................................... 14 
2.1.2 Ciclo das Culturas ............................................................................................... 15 
2.1.3 Dependência do Clima ........................................................................................ 15 
2.1.4 Riscos .................................................................................................................. 16 
2.2 Agricultura Familiar ..................................................................................................... 16 
2.3 Conceitos Básicos de Pecuária ..................................................................................... 17 
2.3.1 Pecuária Leiteira .................................................................................................. 18 
2.3.2 Características do Gado Leiteiro ......................................................................... 19 
2.4 Caracterização da Empresa Rural ................................................................................. 20 
2.4.1 Administração Rural ........................................................................................... 21 
2.5 Planejamento ................................................................................................................ 22 
2.5.1 Tipos de Planejamento ........................................................................................ 22 
2.5.1.1 Planejamento Estratégico ........................................................................... 23 
2.5.1.2 Planejamento Tático ................................................................................... 23 
2.5.1.3 Planejamento Operacional .......................................................................... 24 
2.6 Projeto ........................................................................................................................... 24 
2.6.1 Tipos de Projetos ................................................................................................. 25 
2.6.2 Estrutura de Projetos Agropecuários ................................................................... 25 
2.6.2.1 Mercado ...................................................................................................... 25 
2.6.2.2 Engenharia .................................................................................................. 26 
2.6.2.3 Tamanho ..................................................................................................... 26 
2.6.2.4 Localização ................................................................................................. 27 
2.6.2.5 Investimento ............................................................................................... 27 
2.6.2.6 Financiamento ............................................................................................ 28 
2.6.2.7 Custos e Receitas ........................................................................................ 28 
2.6.2.8 Demonstração de Resultado – DRE ........................................................... 30 
 
4 
 
2.6.2.9 Depreciação ................................................................................................ 31 
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 33 
3.1 Classificação da Pesquisa ............................................................................................. 33 
3.2 Universo Amostral e Sujeitos da Pesquisa ................................................................... 35 
3.3 Coleta de Dados ............................................................................................................ 35 
3.4 Análise e Interpretação de Dados ................................................................................. 35 
4 ANÁLISE DA PROPRIEDADE RURAL ...................................................................... 37 
4.1 Caracterização da Propriedade ..................................................................................... 37 
4.2 Análise Técnica da Propriedade ................................................................................... 37 
4.2.1 Instalações da Propriedade .................................................................................. 38 
4.2.2 Máquinas e Equipamentos da Propriedade ......................................................... 39 
4.2.3 Composição do Rebanho ..................................................................................... 40 
4.3 Análise Econômica da Propriedade Rural .................................................................... 41 
4.3.1 Receita Bruta das Atividades Agrícolas .............................................................. 41 
4.3.2 Atividade de Subsistência ................................................................................... 43 
4.4 Custos das Atividades desenvolvidas na Propriedade .................................................. 44 
4.4.1 Soja ...................................................................................................................... 44 
4.4.2 Trigo .................................................................................................................... 45 
4.4.3 Aveia Branca ....................................................................................................... 46 
4.4.4 Subsistência......................................................................................................... 46 
4.5 Custos com o Rebanho Leiteiro.................................................................................... 47 
4.5.1 Milho Silagem ..................................................................................................... 49 
4.5.2 Pastagem de Verão .............................................................................................. 50 
4.5.3 Grama Tifton ....................................................................................................... 51 
4.5.4 Pastagem de Inverno ........................................................................................... 51 
4.6 Gastos Gerais da Propriedade ....................................................................................... 52 
4.7 Outros Gastos ............................................................................................................... 53 
4.8 Depreciação .................................................................................................................. 55 
4.8.1 Depreciação das Instalações ................................................................................ 55 
4.8.2 Depreciação das Máquinas e Equipamentos ....................................................... 56 
4.9 Resultado Econômico do Sistema de Produção ........................................................... 57 
5 PROJETO PARA A PROPRIEDADE RURAL ............................................................ 59 
5.1 Análise de Mercado ...................................................................................................... 59 
5.2 Tamanho e Engenharia ................................................................................................. 60 
5.3 Localização ................................................................................................................... 62 
5.4 Investimentos e Financiamento .................................................................................... 63 
5.5 Custos ........................................................................................................................... 65 
5.6 Receitas ......................................................................................................................... 68 
5.7 Resultado da Propriedade com o incremento da Produção de Leite ............................ 70 
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 75 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 77 
 
5 
 
RESUMO 
Esta pesquisa consiste na análise e diagnóstico de uma pequena propriedade rural familiar, a 
qual está localizada no interior do município de Augusto Pestana – RS, tendo como 
proprietário o Senhor Clóvis Antônio Gerhardt. O estudo tem por objetivo analisar como se 
desenvolvem as atividades na propriedade, quais os custos e resultados econômicos de cada 
atividade realizada durante o período analisado, mostrando também como o gerenciamento e 
planejamento das atividades agrícolas na propriedade rural podem aumentar sua rentabilidade. 
A pesquisa contempla importantes conceitos sobre Agricultura, Agricultura Familiar, 
Pecuária, Empresa Rural, Planejamento e Projetos. Referente à metodologia, este estudo 
classificou-se como pesquisa de natureza aplicada, quanto à abordagem, quantitativa e 
qualitativa, do ponto de vista dos objetivos como exploratória, e quanto aos procedimentos 
técnicos como pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, documental e estudo de caso. A 
coleta de dados ocorreu através de visitas realizadas durante o mês de março/2012 
diretamente com o proprietário, e também com as empresas que o proprietário costuma 
realizar seus negócios no intuito de verificar os preços de produtos. A partir destas 
informações foi possível definir o resultado econômico da propriedade no período analisado 
tendo como renda agrícola o valor de R$ 102.718,42, sendo que com a reestruturação e um 
melhor planejamento da atividade leiteira é possível aumentar aproximadamente 90% da 
renda agrícola da propriedade para os próximos anos. Portanto através da realização deste 
estudo foi possível verificar que a propriedade encontra-se com uma boa estrutura, e que com 
a combinação de um melhor planejamento e controle das atividades poderá aumentar sua 
renda a cada ano. 
Palavras Chaves: agricultura. planejamento. projeto. reestruturação. resultado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS 
Figura 1: Estrutura de um projeto agropecuário ....................................................................... 25 
Figura 2: Foto das instalações da propriedade ......................................................................... 39 
Figura 3: Foto de parte do rebanho da propriedade .................................................................. 41 
Figura 4: Fluxograma do processo da produção leiteira........................................................... 48 
Figura 5: Foto do local de armazenagem do milho/silagem ..................................................... 49 
Figura 6: Foto dos novos equipamentos para a propriedade .................................................... 64 
 
Gráfico 1: Composição do rebanho .......................................................................................... 40 
Gráfico 2: Percentual da receita bruta das atividades comercializadas .................................... 42 
Gráfico 3: Receita bruta, custos e renda agrícola por atividade destinada a comercialização . 54 
Gráfico 4: Área de soja e leite para os próximos anos ............................................................. 62 
Gráfico 5: Receita bruta, custos e renda agrícola da atividade leiteira .................................... 69 
Gráfico 6: Comparativo entre renda agrícola com o novo projeto ........................................... 73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1: Duração média de máquinas e equipamentos .......................................................... 31 
Quadro 2: Áreas de ocupação da propriedade .......................................................................... 38 
Quadro 3: Instalações da propriedade ...................................................................................... 39 
Quadro 4: Máquinas e equipamentos da propriedade .............................................................. 40 
Quadro 5: Receita bruta das atividades comercializadas pela propriedade .............................. 41 
Quadro 6: Receita bruta das atividades para a subsistência ..................................................... 43 
Quadro 7: Receita bruta total da propriedade ........................................................................... 43 
Quadro 8: Custos para o cultivo da soja ................................................................................... 45 
Quadro 9: Custos para o cultivo do trigo .................................................................................. 45 
Quadro 10: Custos para o cultivo da aveia branca ................................................................... 46 
Quadro 11: Custos com a atividade de subsistência ................................................................. 47 
Quadro 12: Custos com o rebanho leiteiro ............................................................................... 48 
Quadro 13: Custos para o cultivo do milho/silagem ................................................................ 50 
Quadro 14: Custos para o cultivo da pastagem de verão .......................................................... 50 
Quadro 15: Custos com a grama tifton ..................................................................................... 51 
Quadro16: Custos para o cultivo da pastagem de inverno ...................................................... 52 
Quadro 17: Gastos gerais .......................................................................................................... 52 
Quadro 18: Valor total dos custos das atividades da propriedade ............................................ 53 
Quadro 19: Impostos e financiamentos .................................................................................... 53 
Quadro 20: Valor do metro quadrado e durabilidade das instalações ...................................... 55 
Quadro 21: Depreciação das instalações .................................................................................. 56 
Quadro 22: Depreciação das máquinas e equipamentos .......................................................... 56 
Quadro 23: Total das depreciações ........................................................................................... 57 
Quadro 24: Síntese dos resultados econômicos ........................................................................ 57 
Quadro 25: Preço do litro de leite ............................................................................................. 60 
Quadro 26: Investimentos para a propriedade .......................................................................... 63 
Quadro 27: Financiamento para o projeto ................................................................................ 64 
Quadro 28: Custos com o rebanho leiteiro em 2012 ................................................................ 65 
 
8 
 
Quadro 29: Custos com o rebanho leiteiro em 2013 ................................................................ 66 
Quadro 30: Custos com o rebanho leiteiro em 2014 ................................................................ 67 
Quadro 31: Síntese dos custos para os próximos anos com o rebanho leiteiro ........................ 67 
Quadro 32: Receita bruta do leite para os próximos anos ........................................................ 68 
Quadro 33: Comparativo entre renda do leite e pagamento do financiamento ........................ 69 
Quadro 34: Receita bruta das atividades com o novo projeto para 2012 ................................. 70 
Quadro 35: Síntese dos resultados econômicos para 2012 ....................................................... 71 
Quadro 36: Receita bruta das atividades com o novo projeto para 2013 ................................. 71 
Quadro 37: Síntese dos resultados econômicos para 2013 ....................................................... 72 
Quadro 38: Receita bruta das atividades com o novo projeto para 2014 ................................. 72 
Quadro 39: Síntese dos resultados econômicos para 2014 ....................................................... 73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
INTRODUÇÃO 
Os princípios básicos da administração que são aplicados à indústria e ao comércio são 
também válidos em termos gerais para a agricultura. Entretanto, deve-se ressaltar que essa 
tem determinadas características que a diferenciam dos demais segmentos. Muitos dos fatores 
de produção, como a terra, por exemplo, que, para a indústria, representa tão somente a base 
para a instalação do imóvel, para a agricultura, é considerado o principal meio de produção. 
A agricultura tem desempenhado um papel importante no desenvolvimento do país, 
por meio de aspectos como geração de renda e emprego, desenvolvimento agrícola, alto grau 
de mecanização, alta rentabilidade e obtenção de resultados. Porém o cenário atual da 
economia brasileira requer da propriedade rural um maior controle e uma atenção especial por 
parte do empresário rural, sendo que o controle e planejamento das atividades da propriedade 
são fundamentais no gerenciamento da mesma. 
Em meio a um ambiente com tantas incertezas, variáveis, como por exemplo, o clima, 
que condiciona todas as atividades produtivas, implicando riscos para a agricultura, e um 
mercado cada vez mais competitivo, é indispensável que o produtor rural planeje suas 
atividades, apure os custos de seus produtos, podendo assim optar por melhores decisões. 
Com vistas a estes fatores o presente estudo foi realizado em uma propriedade rural, tendo 
como objetivos analisar e diagnosticar a situação da mesma, propondo alternativas de 
melhoria, buscando assim uma maior rentabilidade para a propriedade. 
Este trabalho de conclusão de curso apresenta no primeiro capítulo a contextualização 
do estudo, que contempla a apresentação do tema, problema ou questão de estudo, os 
objetivos, geral e específicos, e a justificativa. No segundo capítulo está inserido o referencial 
teórico, que busca na literatura a ênfase na dinâmica escolhida, contemplando os temas: 
Agricultura, Agricultura Familiar, Pecuária, Empresa Rural, Planejamento e Projetos. No 
terceiro capítulo evidenciam-se os aspectos metodológicos utilizados, trazendo a classificação 
da pesquisa, universo amostral e sujeitos da pesquisa, coleta de dados, e análise e 
interpretação dos dados. Já no quarto capítulo encontra-se a aplicação do estudo, no qual 
foram coletados e analisados os dados sobre a propriedade, o quinto capítulo apresenta uma 
estrutura de projeto com sugestões de melhorias na atividade leiteira visando aumentar a 
renda da propriedade, e por fim a conclusão e as bibliografias consultadas ao longo do estudo. 
 
 
 
10 
 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO 
A contextualização do estudo tem como propósito apresentar os elementos envolvidos 
na pesquisa, que compreendem na apresentação do tema, problema ou questão de estudo, a 
definição dos objetivos gerais e específicos, e a justificativa. 
1.1 Apresentação do Tema 
A atividade agrícola assim como qualquer outra atividade, necessita de mecanismos 
gerenciais, que lhe deem suporte no controle de suas atividades, acompanhando o seu 
desempenho para se manter competitiva e com sustentabilidade. 
As dificuldades que o produtor rural tem frente as suas decisões são muitas, e torna-se 
muito mais difícil tomar decisões corretas, se o mesmo não tiver um controle dos seus custos, 
despesas, receitas, entre outros dados relevantes. Partindo desta conjuntura, este trabalho tem 
como tema a análise e diagnóstico de uma pequena propriedade rural, visando um melhor 
planejamento das suas atividades, aumentando assim a sua rentabilidade. 
A partir de um melhor controle e planejamento das atividades agrícolas, é possível 
apurar com maior clareza a situação da propriedade, identificando possíveis gargalos na 
produção, obtendo maiores informações, auxiliando assim o proprietário a escolher a melhor 
decisão. 
1.2 Problema ou Questão de Estudo 
O segmento rural hoje é um dos mais importantes na economia brasileira, sendo 
responsável pela exploração das terras, cultivando alimentos para toda a população. Este 
segmento se encontra em constante mutação, pois a todo instante chega um tipo de semente 
nova juntamente com um tipo de peste e praga para a lavoura, assim também como na 
pecuária. Além disso, possui um ambiente mercadológico muito instável, pois os preços 
variam conforme a oferta do mercado. 
Atualmente, com a inserção de novas tecnologias agrícolas e a expansão da área 
cultivada, principalmente o pequeno agricultor, muitas vezes trabalha com a escassez de 
vários recursos. Por isso é importante que estes estejam sempre se aperfeiçoando, para obter 
um melhor retorno sobre o capital investido. 
 
11 
 
O concorrido mercado mundial através da globalização originou um novo ambiente de 
negócios onde a informação é a principal ferramenta. O pequeno agricultor muitas vezes, não 
tem conhecimento e sequer utiliza algum tipo de controle gerencial em sua propriedade e 
acaba perdendo mercado devido a isso. O produtor também encontra dificuldade no momento 
de cultivar a sua terra, devido às variações climáticas, por esses motivos possuimuitas 
dúvidas no momento de decidir sobre o que cultivar em cada época do ano. 
Portanto diante da importância de se ter um gerenciamento e planejamento das 
atividades agrícolas, a questão central deste estudo é: Como maximizar as atividades agrícolas 
em uma propriedade rural familiar, buscando melhorar a sua rentabilidade? 
1.3 Objetivos 
Com base na problematização apresentada foram definidos os objetivos do estudo. 
1.3.1 Objetivo Geral 
 Analisar e propor alternativas para a propriedade rural em estudo, a fim de melhorar 
sua rentabilidade. 
1.3.2 Objetivos Específicos 
- Diagnosticar a situação atual da propriedade, técnica e economicamente; 
- Verificar os custos e receitas do período analisado; 
- Propor um projeto para a propriedade; 
- Propor sugestões de melhoria para a propriedade. 
1.4 Justificativa 
Devido à globalização, a grande concorrência no mercado e a procura incessante por 
produtos cada vez com mais qualidade e a menores custos, é importante que o segmento rural 
tenha um controle assíduo sobre suas operações. 
Nos últimos anos, percebe-se um progresso na tecnologia empregada no campo 
(plantio direto, diversificação de culturas), mas a gestão das propriedades rurais deixa ainda 
muito a desejar. É condição da sobrevivência econômica o conhecimento dos custos de 
12 
 
produção, do planejamento e do gerenciamento da propriedade, e das técnicas de 
comercialização. 
Dentro deste novo cenário, a propriedade rural precisa ser encarada como uma 
empresa, onde os agricultores passam a ser empresários, visando lucros, controlando custos, 
planejando e gerenciando a sua atividade e, principalmente, criando novas alternativas para 
maximizar sua receita e racionalizar a utilização dos recursos (capital, terra e trabalho). 
A escolha deste tema para elaboração do estudo deu-se pelo fato do proponente 
identificar-se e possuir envolvimento com esta área, sendo filho de agricultores. A elaboração 
deste estudo é de grande valia, pois como futuro herdeiro, torna-se possível observar se é 
viável retornar para administrar e trabalhar na propriedade. 
Como acadêmico do curso de Administração, é o momento de aperfeiçoar o 
aprendizado adquirido no decorrer do curso, colocando em prática os conhecimentos teóricos, 
podendo assim ajudar a família, identificando um melhor gerenciamento da propriedade rural. 
Para a propriedade este estudo é de grande importância, pois proporciona um conjunto 
de informações relevantes, sobre o controle e gerenciamento das atividades, auxiliando assim 
na tomadas de decisões do proprietário, identificando com maior facilidade os gargalos, e 
buscando melhores maneiras de resolvê-los. 
Para a Unijuí, principalmente para os alunos do curso de Administração, o trabalho de 
conclusão de curso fica a disposição como fonte de consulta para interessados, com pretensão 
de contribuir para o crescimento profissional e aperfeiçoamento na área em estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
2 REFERENCIAIS TEÓRICOS 
Neste capítulo apresenta-se a revisão bibliográfica a fim de fundamentar o conteúdo 
com as teorias realizadas por outros autores, dando o embasamento necessário à realização 
dos objetivos já citados anteriormente. Segundo Vergara (2009, p. 29) “o referencial teórico 
tem por objetivo apresentar os estudos sobre o tema, ou especificamente sobre o problema, já 
realizada por outros autores”. 
2.1 Agricultura 
A agricultura representa o cultivo da terra e inclui todos os trabalhos relacionados com 
o tratamento do solo e a plantação de vegetais com vistas à obtenção de produtos que venham 
a satisfazer as necessidades humanas. 
No atual estágio de desenvolvimento da agricultura, o custo de produção é bastante 
elevado. Não se obtém produção aceitável pelo mercado se não são empregados 
fortes doses de adubação, sementes selecionadas, e defensivos agrícolas, todos esses 
insumos de elevados preços. Da mesma forma, intensifica-se cada vez mais a 
mecanização da lavoura, o que possibilita melhoria significativa de qualidade das 
práticas agrícolas, mas torna necessário o desembolso de quantias vultosas para sua 
compra, conservação e serviço (CREPALDI, 2005, p. 23). 
Conforme os autores Santos, Marion e Segatti (2002, p. 23) “a agricultura é definida 
como a arte de cultivar a terra. Arte essa decorrente da ação do homem sobre o processo 
produtivo à procura da satisfação de suas necessidades básicas”. 
O processo produtivo por sua vez, representa o conjunto de eventos e ações por meio 
dos quais os fatores de produção se transformam em produtos vegetais e animais. É também 
um sistema de preparar a terra para plantar, tratar e colher, com finalidade de produzir 
alimentos para a subsistência do homem e do animal. 
Para Santos, Marion e Segatti (2002, p. 23) “a agricultura será tão mais próspera 
quanto maior for o domínio que o homem venha a ter sobre o processo de produção, que se 
obterá na medida do conhecimento acerca das técnicas de execução e gerência”. 
Assim, na situação atual de vinculação e dependência do agricultor em relação ao 
mercado, torna-se indispensável aos produtores rurais o conhecimento aprofundado de seu 
negócio, a agricultura. Para tanto, deve o produtor estar bem informado sobre as condições de 
mercado para os produtos agrícolas, bem como conhecer as condições dos recursos naturais 
 
14 
 
de seu estabelecimento rural. Pelo conhecimento do que está ocorrendo no mercado, o 
agricultor pode escolher melhor o tipo de atividade que deve desenvolver. 
Crepaldi (2005) comenta sobre os recursos naturais e seu conhecimento, que os 
mesmos permitem ao produtor rural saber quais culturas e criações encontram boas 
perspectivas de mercado e se adaptem ao clima e ao solo existentes em seu estabelecimento 
agropecuário. Dessas duas condições, ou seja, o mercado de produtos agrícolas e os recursos 
naturais, o agricultor pode tomar conhecimento consultando as Cooperativas e Sindicatos, 
bem como escritórios dos Serviços de Extensão Rural ou outros técnicos que atuam na área. 
2.1.1 Operações Agrícolas 
 Conforme Crepaldi (2005), o agricultor vem diminuindo o número de atividades em 
seu estabelecimento rural, dedicando-se apenas a uma ou duas espécies, especializando-se 
para melhorar a qualidade de seus produtos, visando a um mercado na qual recebe um melhor 
preço. Porem a exploração de mais de uma atividade agrícola constitui em um melhor 
aproveitamento da terra e distribuição do trabalho durante todo o ano e consequentemente está 
menos sujeito às eventualidades que possam vir a ocorrer nas atividades. 
 O gerenciamento dos negócios agrícolas exige do agricultor constantes planejamentos 
e decisões a nível técnico, econômico e financeiro. Por isso, conforme Valle (1987, p. 87): 
O gerenciamento sob o aspecto técnico estuda a possibilidade de plantio de 
determinada cultura vegetal ou criação de gado na área rural, isso implica a escolha 
de sementes, os implementos a serem usados, tipos de alimentação do gado, a 
rotação de culturas, espécies de fertilizantes e o sistema de trabalho etc. No aspecto 
econômico, estudam-se várias operações a serem executadas quanto ao seu custo e 
aos seus resultados, isto é, o custo de cada produção e sua recuperação através do 
qual se obtém o lucro. Considera-se o aspecto financeiro, quando se estudam as 
possibilidades de obtenção de recursos monetários necessários e o modo de sua 
aplicação, ou seja, o movimento de entradas e saídas de monetários, de modo a 
manter o equilíbrio financeiro do negócio. 
Na atividade agrícola os agricultores possuem habilidades para a execução das 
diversas tarefas, sejam elas manuais ou mecanizadas. Sendo assim, as operações 
desenvolvidas nas propriedades compreendem: 
 - Operações Preliminares (terraplanagens, drenagens, correção do solo), tem caráter de 
organização para execução das demais atividades; 
 - Operações referentes à produção vegetal (aração, semeadura,adubação, correção do 
solo); 
15 
 
 - Operações da produção animal (alimentação, vacinação, ordenha e controle 
sanitário); 
 - Operações relativas às colheitas e a venda (transporte, armazenagem, colheita) 
quando se termina o ciclo vegetativo das culturas em condições de colheita e para os animais 
a sua produção, seja carne ou leite. 
 Portanto, as operações agrícolas desenvolvidas na propriedade influenciam no 
resultado, devido à importância do aspecto técnico, econômico e financeiro. Pois a escolha e a 
decisão devem estar respaldadas em obter melhor e mais eficaz retorno das operações. 
2.1.2 Ciclo das Culturas 
O ciclo das culturas é a principal característica genealógica da planta, é o tempo de 
vida produtiva, a contar da data em que se coloca a semente ou a muda no solo até a data da 
ultima colheita em nível comercial. De acordo com Santos, Marion e Segatti (2002, p. 24), o 
ciclo das culturas divide-as em: 
Culturas temporárias: são aquelas sujeitas ao replantio após a colheita. 
Normalmente, o período de vida é curto, cujo ciclo é de no máximo 1 (um) ano. 
Exemplos: soja, milho, trigo, aveia, arroz, feijão, tomate, e outros. Esse tipo de 
cultura é também conhecida como anual. 
Culturas semipermanentes: são cultivos cujo ciclo de produção é menor que 10 
(dez) anos, entre o plantio e a ultima colheita, por exemplo: abacaxi, cana-de-açúcar 
e outros. 
Culturas permanentes: são cultivos cujo ciclo de produção é de longo prazo, 
considerando o tempo necessário para a formação do viveiro, formação e 
manutenção da planta e colheita. Por exemplo: café, laranja, pêssego, uva, e outros. 
 
2.1.3 Dependência do Clima 
A agricultura é uma atividade muito sazonal, pois depende de muitos fatores externos, 
tendo como um dos principais o clima, que também influencia na volatilidade dos preços nos 
mercados. Souza et al (1995) comentam que o clima condiciona a maioria das explorações 
agropecuárias. Determina, por exemplo, as épocas de plantio, tratos culturais, colheitas, 
capacidade de suporte de pastagem e escolha de variedades e espécies, vegetais e animais. 
Juntamente com as características de solo, proximidade de mercado e disponibilidade de 
transporte, o clima determina explorações dentre as quais o agricultor deve escolher qual será 
o melhor tipo de cultura para cada época do ano. 
De acordo com Hoffmann et al (1992, p. 1) “a sucessão das estações assinala épocas 
mais ou menos precisas nas quais o produtor deve realizar quase todos os trabalhos. Esse fato 
16 
 
deve ser lembrado ao se planejar o uso da mão-de-obra e da maquinaria e tem grande 
importância no financiamento da produção agrícola”. 
Conforme Souza et al (1995, p. 85): 
Os seres vivos, plantas e animais, estão sujeitos aos fenômenos meteorológicos. A 
maioria das ocorrências não esta sob o controle do homem, e por isso as variações 
climáticas podem ser altamente prejudiciais ao setor agrícola. O conhecimento 
científico permite a previsão meteorológica com alto grau de confiabilidade, mas o 
controle de irregularidades climáticas nem sempre é possível. Pelas suas 
características biológicas, animais, e vegetais apresentam alta dependência do clima, 
da umidade, da temperatura e da luminosidade, que juntos interferem 
significativamente nos índices de produtividade. 
2.1.4 Riscos 
 Toda e qualquer atividade econômica está sujeita a riscos, sendo que na agropecuária, 
os riscos assumem maiores proporções. Segundo Hoffmann et al (1992), a agricultura está 
exposta a grandes perdas imprevisíveis por efeito de calamidades meteorológicas (secas, 
inundações, granizos, etc.), como também biológicas (pragas e doenças). A repercussão que 
estes fenômenos têm nas atividades agrícolas, principalmente para os pequenos e médios 
produtores, faz com que se considere que o seguro agrícola pode chegar a ser tão importante 
quanto o crédito agrícola. 
Os riscos estão ligados a imprevistos que possam acontecer e se tornarem uma ameaça 
à produção. Segundo Oliveira (1991, p. 136), sobre aspectos do risco: 
Existe risco quando são conhecidos os estados futuros que possam surgir e suas 
respectivas probabilidades de ocorrência. A incerteza é caracterizada pelo fato de 
não serem conhecidos os estados futuros que possam sobrevir, bem como as suas 
probabilidades de ocorrência. 
2.2 Agricultura Familiar 
Para Morgado (2000 apud MACHADO, 2003, p. 15) “a agricultura familiar brasileira 
caracteriza uma forma de organização da produção na qual os critérios utilizados para orientar 
as decisões relativas à exploração não são vistos unicamente pelo ângulo da 
produção/rentabilidade econômica, mas abrangem, também, as necessidades e objetivos da 
família”. 
Segundo Brum (2004), a agricultura familiar tem se caracterizado pela pequena 
propriedade, pelo trabalho familiar, pela diversificação agrícola, com a renda advinda das 
lavouras de milho, soja, trigo, feijão, pecuária e outros produtos. Estes desempenham um 
17 
 
papel muito importante, pois garantem a subsistência da família, distribuem renda e geram 
postos de trabalho, garantindo assim o sustento de milhões de brasileiros. 
Ainda Brum (2004) ressalta que para se manterem na atividade, os pequenos 
agricultores necessitam da presença do Estado, financiando de forma subsidiada a produção. 
Alguns destes financiamentos disponibilizados pelo Estado são: 
- Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf): 
oferece apoio financeiro, constituindo-se em uma tentativa de apoio político importante para a 
agricultura familiar. 
- Banco da Terra: contribui para assegurar aos pequenos agricultores a possibilidade 
de acesso a terra. 
Vilkas e Nantes (2010) comentam que considerando o reduzido número de 
funcionários e a concentração de atividades administrativas e operacionais na figura do 
proprietário pressupõe-se, que no caso da agricultura familiar os três níveis de planejamento 
(estratégico, tático e operacional) são desenvolvidos por apenas uma pessoa, o proprietário, ou 
por poucas pessoas da família, responsáveis pelas decisões sobre as atividades a serem 
desenvolvidas na propriedade. Essa simplicidade organizacional resulta na maior dedicação 
por parte do produtor no nível operacional, não valorizando devidamente as oportunidades de 
mercado que o ambiente oferece. 
Portanto, a agricultura familiar é responsável por boa parte da exploração agrícola e 
pecuária no Brasil, sendo dirigida normalmente por apenas um proprietário ou poucas pessoas 
da família, onde os mesmos são responsáveis pelas principais decisões, e também pelo 
trabalho na propriedade, onde se existir, existe pouca mão de obra externa. 
2.3 Conceitos Básicos de Pecuária 
Segundo Santos, Marion e Segatti (2002, p. 29), “pecuária é a arte de criar e tratar o 
gado”. A pecuária cuida de animais geralmente criados no campo para abate, consumo 
doméstico, serviços na lavoura, reprodução, leite, para fins industriais e comerciais. 
De acordo com Santos, Marion e Segatti (2002, p. 29) “existem três sistemas de 
produção: a pecuária extensiva, a intensiva e a semi-intensiva”. 
18 
 
No sistema extensivo, os animais são geralmente mantidos em pastos nativos, sem 
alimentação suplementar (ração, silagem, etc.). Esses animais ocupam grande área de terra, 
cujo rendimento é normalmente baixo. 
Quanto ao sistema intensivo, é caracterizado pelo número de animais em pequena área 
útil, com objetivo de conseguir bons rendimentos (ganho de peso) e maior rentabilidade, 
buscando o aprimoramento técnico, e realiza suas vendas em período de escassez de mercado. 
No sistema semi-intensivo busca-se alta produtividade por hectare e aumento da 
capacidade de cab/ha, mantendo o gado no pasto com elevado ganho de peso, sendo que a 
tecnologia usada para esse sistema baseia-se na implantação de cerca elétrica e adubação 
constante do pasto e irrigação em período de seca. 
 Como a propriedade rural estudadaneste trabalho atua na produção leiteira, segue 
alguns dados sobre esta atividade. 
2.3.1 Pecuária Leiteira 
O leite, além de ser um produto indispensável na alimentação humana, constitui-se em 
uma atividade econômica de suma importância na economia do país e principalmente para um 
número significativo de agricultores familiares. 
Atualmente, a produção de leite constitui-se em uma estratégia para o pequeno 
produtor na composição de renda, como uma alternativa para a agricultura familiar, e para o 
desenvolvimento de muitas regiões brasileiras. 
Segundo Embrapa (2005), os estabelecimentos agropecuários no Brasil contabilizam 
mais de cinco milhões de propriedades, um aumento de 7,4% em relação ao censo de 1996. 
Minas Gerais e Rio Grande do Sul possuem o maior número de propriedades com atividade 
leiteira, cerca de 210 mil unidades produtivas. O Brasil é o sexto maior produtor de leite do 
mundo e cresce a uma taxa anual de 4%, superior a de todos os países que ocupam os 
primeiros lugares. 
O leite está entre os seis primeiros produtos mais importantes da agropecuária 
brasileira, ficando à frente de produtos tradicionais como o café e arroz. O agronegócio do 
leite e seus derivados desempenham um papel relevante no suprimento de alimentos e na 
geração de emprego e renda para população (EMBRAPA, 2005). 
19 
 
2.3.2 Características do Gado Leiteiro 
 De acordo com Krug et al (1993), as raças leiteiras mais comuns que se encontram em 
nosso Estado são a holandesa, jersey e pardo suíço. A raça leiteira mais conhecida e que 
melhor se adaptou em nosso estado devido às condições ecológicas favoráveis, tendo alta 
produtividade de leite foi à raça holandesa. 
 A raça holandesa é originária da Província de Frísia, na Holanda, sendo que esta raça 
apresenta animais de grande porte, longevidade e excelente produtividade de leite. As demais 
raças, jersey e pardo suíço, também são boas produtoras de leite, porém devido serem vacas 
de estruturas menores, produzem menos leite, mas de muita qualidade, com elevado grau de 
gordura. A propriedade analisada no trabalho conta na sua grande parte com vacas da raça 
holandesa, e um baixo percentual de vacas Jersey. 
A idade média para primeira inseminação é aproximadamente entre 18 e 24 meses, ou 
seja, 2 anos, sendo que a primeira cria ocorre por volta dos 33 meses. De acordo com Krug et 
al (1993), o período de lactação de uma vaca é em média 400 dias por ano, sendo que 
aproximadamente 60 dias antes do novo parto as mesmas são secadas (para-se de tirar leite). 
A quantidade produzida de leite por uma vaca depende de vários fatores, como, ter uma boa 
genética, alimentação, manejo, entre outras variáveis. 
 Ainda conforme Krug et al (1993), é necessário ter vários cuidados com o rebanho 
para obter-se bons resultados na pecuária leiteira. O autor salienta que é importante 
começando com cuidados como a sanidade dos animais, prevenindo os mesmos contra 
doenças, ter um manejo dos animais muito bem controlado, tanto na parte da alimentação, 
ordenha, como também na reprodução. 
 Referente à alimentação do gado leiteiro, é importante que a vaca seja alimentada 
tanto com alimentos secos (ração, silagem, feno, farelo), como também com pasto verde 
(grama, pastagem de aveia, alfafa), para ter uma melhor digestão, e também para que possa 
produzir mais. Porém nos últimos tempos está sendo comentado em palestras e seminários 
sobre o leite, que o sistema de alimentação do gado leiteiro tende a ser o sistema de 
confinamento, onde os animais permanecerão fechados o dia todo, recebendo os alimentos 
neste mesmo espaço. 
 
20 
 
2.4 Caracterização da Empresa Rural 
Segundo Marion (2005, p.24) “empresas rurais são aquelas que exploram a capacidade 
produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de 
determinados produtos agrícolas”. 
Para Crepaldi (2005, p. 25) “empresa rural é a unidade de produção em que são 
exercidas atividades que dizem respeito a culturas agrícolas, criação de gado ou culturas 
florestais, com a finalidade de obtenção de renda”. 
Assim como as empresas comerciais, a empresa rural visa à geração de lucro, onde é o 
meio de sobrevivência dos produtores e estes têm o retorno sobre o capital investido na 
propriedade. 
Segundo a Lei 8.023/90 em seu Art. 2º considera-se atividade rural: 
I - a agricultura; 
II - a pecuária; 
III - a extração e a exploração vegetal e animal; 
IV - a exploração da apicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura, 
piscicultura e outras culturas animais; 
V - a transformação de produtos agrícolas ou pecuários, sem que sejam alteradas a 
composição e as características do produto in natura e não configure procedimento 
industrial feita pelo próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios 
usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matéria-
prima produzida na área rural explorada. 
Crepaldi (2005) também ressalta que assim como as demais empresas, as empresas 
rurais também devem ter preocupações quando se tratam de custos na produção, aumento da 
lucratividade, planejamento, controle e retorno do capital investido. 
Existem fatores de produção que são: terra, capital e trabalho. A terra é o fator mais 
importante para a agropecuária, pois é nela que se aplicam o capital e o trabalho, desta 
maneira é imprescindível que o empresário rural conserve a capacidade produtiva de sua terra, 
evitando seu desgaste pelo mau uso e pela erosão, já o capital representa o conjunto de bens 
alocados sobre a terra com o objetivo de aumentar a sua produtividade e ainda facilitar e 
melhorar a qualidade do trabalho humano. O capital da empresa agrícola pode ser: As 
benfeitorias, os animais de produção e serviço, as máquinas e implementos agrícolas e os 
insumos agropecuários. Dentro do capital ainda identifica-se o capital fixo, que são os 
capitais que durarão vários anos dentro da empresa, e o capital circulante que se refere aos 
recursos que são consumidos dentro do ano agrícola. O trabalho pode ser designado como o 
21 
 
conjunto de tarefas desempenhadas pelo homem, que compreende desde lavrar a terra, cuidar 
de animais, construir cercas, até administrar a propriedade. Para isso o proprietário precisa-se 
sempre estar em constante atualização para poder desempenhar todas estas tarefas. 
(CREPALDI, 2005). 
O empresário rural precisa preocupar-se com a organização e o manejo de sua 
propriedade. Crepaldi (2005, p. 55) ressalta também que “uma empresa rural existe para 
aumentar a riqueza de seus proprietários”. 
 Portanto percebe-se que a empresa rural tem como principal objetivo o lucro, sendo 
este o mesmo objetivo da empresa comercial, porém a empresa rural tem algumas 
peculiaridades e limitações em relação à empresa comercial. 
2.4.1 Administração Rural 
“Administração rural é o estudo que considera a organização e operação de uma 
empresa agrícola visando ao uso eficiente dos recursos para obter resultados compensadores e 
contínuos” (HOFFMANN, 1987, p. 2). 
No Brasil, o desenvolvimento teórico e prático da administração rural vem-se dando 
com base em duas abordagens: a primeira é onde a administração rural é definida 
como “um ramo da economia rural que estuda a organização e administração de uma 
empresa agrícola, visando o uso mais eficiente dos recursos para obter resultados 
mais compensadores e contínuos”; a segunda define “administração rural como um 
ramo da ciência administrativa que se preocupa com a análise dos aspectos inerentes 
à empresa rural e suas inter-relações com o meio ambiente” (LIMA et al, 2005, p 22 
e 23). 
Para Crepaldi (2005, p. 25) “a administração rural é o conjunto de atividades que 
facilita aos produtores rurais a tomada de decisões ao nível de sua unidade de produção, a 
empresa agrícola, com o fim de obter o melhor resultado econômico, mantendo a 
produtividade daterra”. 
O administrador rural tem um papel muito importante no desenvolvimento da sua 
propriedade rural, pois tem como responsabilidades, planejar, controlar, decidir e avaliar os 
resultados, visando à maximização dos lucros. 
Conforme Santos, Marion e Segatti (2002), o administrador rural deve estar muito 
atento aos fatores externos e internos referente à empresa. Por mais que o administrador não 
tem controle sobre os fatores externos (preço de produtos, clima, política de crédito e 
22 
 
financiamento, etc.), deve conhecê-los para tomar as decisões que lhe permitam ajustar-se a 
eles, aproveitando assim ao máximo as condições favoráveis. 
Sobre os fatores internos da empresa (seleção e combinação de atividades produtivas, 
eficiência de equipamentos, tamanho da empresa agropecuária, etc.), o administrador tem 
controle direto. Por isso deve conhecê-los bem para deles tirar o maior proveito, 
acompanhando e analisando-os em relação a sua capacidade de prestar serviços. 
“O administrador deve ter consciência de que quanto maior for seu conhecimento 
sobre a estrutura, o funcionamento da unidade e os fatores de produção, maiores serão as 
possibilidades de melhorar seus resultados econômicos” (SANTOS, MARION, SEGATTI, 
2002, p. 19). 
2.5 Planejamento 
O planejamento consiste num processo organizado e sistematizado, através do qual se 
procura utilizar melhor e mais eficientemente os recursos disponíveis, com a finalidade de 
alcançar objetivos e metas estabelecidas em determinado prazo. 
Para Woiler e Mathias (1992, p. 23): 
Pode-se entender planejamento com sendo um processo de tomada de decisões 
interdependentes, decisões estas que procuram conduzir a empresa para uma 
situação futura desejada. Neste processo é necessário que haja coerência entre as 
decisões atuais e aquelas tomadas no passado e que haja realimentação entre as 
decisões e os resultados. 
Na visão de Oliveira (1991, p, 20) “o planejamento pode ser conceituado como um 
processo, considerando os aspectos abordados pelas dimensões anteriormente apresentadas, 
desenvolvido para o alcance de uma situação desejada de um modo mais eficiente e efetivo, 
com a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa”. 
“Planejar é definir os objetivos e escolher antecipadamente o melhor curso de ação 
para alcançá-los. O planejamento define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, 
quando, como, e em que sequência” (CHIAVENATO, 2000, p. 195). 
2.5.1 Tipos de Planejamento 
Na consideração dos grandes níveis hierárquicos, podem-se distinguir três tipos de 
planejamento: planejamento estratégico, planejamento tático, e planejamento operacional. 
23 
 
2.5.1.1 Planejamento Estratégico 
O planejamento estratégico abrange toda a organização (empresa) e trabalha com os 
objetivos de longo prazo por isso é de responsabilidade dos níveis mais altos da 
administração. 
Para Oliveira (1991, p. 32) “o planejamento estratégico pode ser conceituado como um 
processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela 
empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu 
ambiente”. 
Conforme Souza et al (1995, p.108) “o planejamento estratégico é normalmente 
projetado para longo prazo, com uma abordagem global envolvendo a empresa como um 
todo, integrando recursos, capacidade e potencialidade”. 
Nas empresas rurais, o planejamento estratégico é de importância vital, pois o 
moderno empresário agrícola terá que, de certa forma, visualizar sua atuação futura. 
A produção de hoje, além de ser um fenômeno influenciado pela tecnologia agrícola, 
é também um fator social, pois a cada dia cresce o processo de interferência 
governamental na agricultura, aumentando assim as incertezas decorrentes do 
sistema produtivo. É preciso, portanto, que cada empresário avalie esse processo e 
prepare adequadamente sua estratégia de ação (SOUZA et al, 1995, p. 108). 
2.5.1.2 Planejamento Tático 
Segundo Chiavenato (2000), o planejamento tático abrange cada departamento ou 
unidade da organização e tem como características o projeto médio prazo, envolve os 
departamentos ou unidades da organização e abrange recursos específicos. 
Conforme Oliveira (1991, p. 33), “o planejamento tático tem por objetivo otimizar 
determinada área de resultado e não a empresa como um todo. Portanto trabalha com os 
objetivos e desafios estabelecidos no planejamento estratégico”. 
Souza et al (1995), comentam que o planejamento tático está localizado entre os níveis 
estratégico e operacional, cuidando da articulação entre esses dois planos. O planejamento 
tático tem sob sua responsabilidade a captação e alocação de recursos, bem como a 
distribuição dos produtos aos diversos segmentos do mercado. No nível tático são tomadas 
várias decisões visando adequar os objetivos estabelecidos no nível estratégico. 
 
24 
 
2.5.1.3 Planejamento Operacional 
Segundo Chiavenato (2000), o planejamento operacional abrange as tarefas ou 
atividades especificas e visam o curto prazo, preocupa-se com alcance de metas especificas e 
define-se no nível operacional. 
Conforme Oliveira (1991, p. 33) “o planejamento operacional pode ser considerado 
como a formalização, principalmente através de documentos escritos, das metodologias de 
desenvolvimento e implantação estabelecidas”. 
“O planejamento operacional é totalmente voltado para a empresa em si, geralmente 
de curto e médio prazo, e se refere a como conduzir cada exploração escolhida através do 
planejamento estratégico, ou seja, quais as tarefas a ser executadas, como executá-las e quem 
as executará” (SOUZA et al, 1995, p. 133). 
Ainda Souza et al (1995), destaca que esse planejamento é constituído de planos 
operacionais das diversas explorações selecionadas, que devem ser bem detalhadas e ter como 
base o planejamento tático. 
Portanto vale ressaltar que o planejamento é muito importante e está presente em tudo 
que fizemos, sendo também indispensável quando pretende-se trabalhar com futuros projetos 
para melhorias em empresas. 
2.6 Projeto 
“Um projeto é o conjunto de antecedentes, sistematicamente ordenados, que permite 
estimar os custos e os benefícios de um determinado investimento” (HOFFMANN et al, 1992, 
p. 182). 
Para Holanda (1975, p. 95): 
Projeto corresponde ao conjunto de informações, sistemática e racionalmente 
ordenadas, que nos permite estimar os custos e benefícios de um determinado 
investimento, vale dizer, as vantagem e desvantagem de utilizar recursos para a 
criação de novos meios de produção ou para o aumento da capacidade ou melhoria 
do rendimento dos meios de produção existentes. 
Na visão de Woiler e Mathias (1992, p. 27) “entende-se por projeto o conjunto de 
informações internas e/ou externas à empresa, coletadas e processadas com o objetivo de 
analisar-se (e, eventualmente, implantar-se) uma decisão de investimento”. 
25 
 
2.6.1 Tipos de Projetos 
 Conforme Holanda (1975, p. 98), os projetos podem ser classificados em: 
a) agrícolas (inclusive pecuários); 
b) industriais (de indústrias extrativas e manufatureiras); 
c) de serviços básicos (usinas hidrelétricas, escolas, etc.), serviços sócias (hospitais, 
habitações, etc.), e outros serviços (hotéis, etc.). 
Neste trabalho foi proposto um projeto agropecuário para a propriedade rural. 
2.6.2 Estrutura de Projetos Agropecuários 
Vale ressaltar que não existe uma estrutura apenas para o desenvolvimento de um 
projeto, e sim a adequação da mesma conforme cada trabalho, situação e objetivos que se 
pretende analisar. 
 Neste item serão apresentados os principais elementos que compõe a estrutura de um 
projeto agropecuário, conforme ilustra a figura abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura1: Estrutura de um projeto agropecuário. 
Fonte: Adaptado de Holanda (1975), Woiler e Mathias (1992). 
2.6.2.1 Mercado 
 O estudo de mercado é a primeira etapa na elaboração deprojetos, através da qual é 
determinada a necessidade de um bem ou serviço que se pretende ofertar. Segundo Hoffmann 
Tamanho 
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aliFFzaçã
Resultado
s 
Propriedad
MERCADO 
 
MEgfgfgRffrfC
MERCADO 
ENGENHARIA 
TAMANHO 
 LOCALIZAÇÃO 
INVESTIMENTO 
 
RESULTADO 
CUSTOS E RECEITAS 
FINANCIAMENTO 
CUSTOS E RECEITAS 
PROPRIEDADE 
26 
 
et al (1992, p. 150) define-se mercado como “o agregado composto de um ou mais 
compradores e de um ou mais vendedores que discutem a formação de preço de produtos e/ou 
serviços e efetuam operações de troca entre si”. 
 Conforme Woiler e Mathias (1992) através da análise de mercado obtêm-se muitos 
elementos importantes, tais como, o confronto entre a demanda e a oferta, a região em que o 
produto poderá ser comercializado, seu preço de venda, custos de comercialização, estoques 
nos canais de comercialização, concorrentes, fornecedores, entre outros. 
Para Holanda (1975, p. 115) “o objetivo do estudo de mercado de um projeto é 
determinar a quantidade de bens e serviços provenientes de uma nova unidade produtora que, 
em uma certa área geográfica e sob determinadas condições de venda (preços, prazos, etc.), a 
comunidade poderá adquirir”. 
2.6.2.2 Engenharia 
Na engenharia iniciam-se os estudos preliminares que permitem o conhecimento do 
nível tecnológico disponível e das necessidades de estruturas de funcionamento necessárias ao 
empreendimento projetado. 
 Holanda (1975, p. 154) afirma que “o objetivo do estudo de engenharia de um projeto 
é definir e especificar tecnicamente os elementos que compõe o sistema de produção e as 
respectivas inter-relações de forma suficientemente detalhada e precisa que permita a 
montagem e colocação em funcionamento da unidade produtiva”. 
Ainda Holanda (1975, p. 154) destaca que: 
De um modo geral, a definição dessa parte técnica do projeto está associada à 
participação dos engenheiros no processo de elaboração de um plano de 
investimento; todavia, existe uma inter-relação muito estreita entre os aspectos 
técnicos e econômicos, sendo de todo conveniente um intercâmbio de informações 
entre engenheiros e economistas e técnicos especializados, ao longo do processo de 
aproximações sucessivas em que consiste a elaboração de um projeto. 
2.6.2.3 Tamanho 
Conforme Holanda (1975, p. 167) “o tamanho de um projeto é definido por sua 
capacidade de produção, durante um período de trabalho considerado normal”. 
O tamanho de um projeto também pode ser entendido como sua capacidade de 
produção durante um determinado período de tempo que se considera normal para as 
27 
 
características e o tipo de projeto em estudo. O tamanho de um projeto não pode ser menor do 
que o tamanho mínimo econômico do projeto, nem deve ser maior do que a demanda 
permitida pelo dinamismo do mercado. 
De acordo com Holanda (1975, p. 172) “o objetivo do estudo de tamanho de um 
projeto é a determinação de uma solução ótima que conduza os resultados mais favoráveis 
para o projeto, em seu conjunto”. 
2.6.2.4 Localização 
A localização de um projeto é a situação espacial da parte física do investimento, não 
existindo, entretanto, uma solução científica para determinar a sua melhor localização, mas 
somente uma solução prática, em que são feitas comparações entre as variáveis disponíveis. 
Para Holanda (1975, p. 212) “a determinação da localização de um projeto especifico 
vai depender de uma análise ponderada de todos os fatores de mercado, tamanho, custo, etc., 
que influem em sua rentabilidade, de modo a descobrir-se aquela alternativa que assegure 
lucros máximos”. 
 Ainda Holanda (1975, p. 197) comenta que “a localização ótima é aquela que assegura 
a maior diferença entre custo e benefícios, ou seja, a melhor localização é aquela que permite 
obter a mais alta taxa de rentabilidade ou o custo unitário mínimo”. 
2.6.2.5 Investimento 
 Para o empresário do setor agrícola as decisões de investimentos são provavelmente as 
mais importantes, pois se sabe que em uma propriedade rural é imprescindível realizar 
investimentos para poder produzir com maior qualidade, buscando melhores resultados. Para 
Hoffmann et al (1992, p. 315) “operação de investimento é toda aplicação em bens ou 
serviços cujos desfrutes se realizam no curso de vários períodos. Os investimentos resultam 
na formação do capital fixo da empresa”. 
 Conforme Holanda (1975, p. 259) “investimento corresponde a uma imobilização de 
recursos no sentido de que estes são aplicados com o objetivo de permanecerem investidos na 
atividade selecionada por um período de tempo relativamente longo”. A autora comenta 
também que os investimentos são gastos ou sacrifícios econômicos cujos efeitos se refiram a 
toda a vida do projeto. 
28 
 
 No entendimento de Souza et al (1995, p. 61) “investimentos são gastos para a 
obtenção de recursos necessários às atividades agropecuárias cuja utilização ultrapasse um 
ciclo produtivo, isto é, os recursos são utilizados por mais de um período de produção”. 
Conforme Souza et al (1995, p 61): 
Como exemplos de investimentos em propriedades rurais, têm-se a aquisição de 
máquinas, equipamentos, rebanhos produtivos e animais de trabalho; a construção 
de estábulos, silos, galpões ou terreiros; a realização de melhoramentos (açudes, 
canais de irrigação, sistemas de controle de erosão, instalações elétricas e 
hidráulicas); e a implantação de novas atividades, como culturas permanentes, 
pastagem, etc. 
 2.6.2.6 Financiamento 
Conforme Woiler e Mathias, (1992, p. 36) “nesta parte são analisadas as alternativas 
de empréstimo. Procura-se determinar entre as fontes de empréstimo disponíveis, aquelas que 
apresentam maior conveniência e/ou que otimizam a rentabilidade do projeto”. 
De acordo com Woiler e Mathias (1992), a disponibilidade de recursos internos e ou 
externos poderá limitar o tamanho do processo que se pretende implantar, além disso, deve-se 
ter o cuidado do endividamento excessivo, podendo acarretar um risco financeiro elevado, 
com a possibilidade de comprometer a viabilidade do projeto. 
Para Souza et al (1995, p. 62) “financiamentos são recursos financeiros provenientes 
de terceiros, que o empresário busca para fazer face às necessidades produtivas. Dessa forma, 
o empresário conta com os seguintes tipos de crédito disponíveis: crédito rural e empréstimos 
pessoais”. 
De acordo com Lima et al (2005, p. 95) “os financiamentos referem-se aos 
empréstimos para custeio e para investimentos, cabendo observar o que foi financiado, em 
qual agência financeira e quanto é pago normalmente por ano em juros e correção monetária”. 
2.6.2.7 Custos e Receitas 
 Dentre as diferentes partes que integram qualquer projeto, o orçamento de custos e 
receitas é, sem dúvida, uma das mais importantes. Os custos em uma empresa rural, 
reconhecidamente, são os elementos mais preocupantes sob o ponto de vista do 
comprometimento financeiro. 
29 
 
 “De um ponto de vista econômico, podemos considerar como custo todo e qualquer 
sacrifício feito para produzir um determinado bem, desde que seja possível atribuir um valor 
monetário a esse sacrifício” (HOLANDA, 1975, p. 225). 
 Existem várias classificações para os custos. Portanto Hoffmann et al (1992, p.8), 
classificam os custos em: 
Custos fixos totais são aqueles que não variam com a quantidade produzida (juros 
sobre o capital empatado, impostos fixos, seguros, a parte da alimentação que é 
utilizada na manutenção dos animais, as despesas de arrendamento etc.). Custos 
variáveis totais são aqueles que variam de acordo com o nível de produção da 
empresa (adubos, combustíveis etc.). O custo médio se obtém dividindo o custo total 
pelo numero de unidades produzidas. O custo médio incluirá, portanto parcelas dos 
custos fixos e dos custos variáveis. Este custo total médio a princípio, quando a 
produção é pequena, é elevado devido ao fato dos custos fixos onerarem bastante as 
primeiras unidadesproduzidas, isto é, se distribuírem por um número pequeno delas. 
Para Woiler e Mathias (1992, p 160) “a projeção das receitas decorre do estudo de 
mercado. É a partir da análise do mercado e das projeções de vendas que serão determinadas 
as quantidades e o preço unitário de cada produto a ser vendido”. 
As receitas representam tudo o que vendido, transferido ou consumido dentro de 
uma empresa agrícola. É comum, entre empresários, considerar como receita 
somente a produção comercializada, deixando de lado uma parte considerável da 
produção, que é consumida pelos próprios donos, colonos e empregados temporários 
(SOUZA et all, 1995, p. 177). 
“As receitas de um projeto originam-se principalmente das vendas dos seus produtos e 
subprodutos. O cálculo das receitas consiste em multiplicar a quantidade esperada de venda 
de cada ano, de cada produto, pelo preço correspondente” (BUARQUE, 1991, p. 105). 
Conforme Souza et all (1995), devido ao caráter biológico e a sazonalidade 
(dependência das estações do ano) inerentes ao setor agropecuário, a maioria das atividades 
não permite que se obtenham receitas contínuas no decorrer do ano, como ocorrem com as 
explorações agrícolas de um modo geral (milho, café, etc.). Entretanto, outras atividades, 
como a pecuária leiteira, produzem receitas continuas. Dessa forma, é necessário que o 
empresário rural faça uma criteriosa previsão de todas as receitas possíveis durante os 
diversos meses do ano, que, conjugada com as necessidades de gastos de processo produtivo, 
determinará as épocas de maior ou menor necessidade financeira. 
 
30 
 
2.6.2.8 Demonstração do Resultado do Exercício 
 A Demonstração do Resultado do Exercício “evidencia o resultado que a empresa 
obteve (Lucro ou Prejuízo) no desenvolvimento de suas atividades durante um determinado 
período, geralmente igual a um ano” (RIBEIRO, 2010, p.345). 
Conforme artigo 187 da Lei nº 6.404/1976 (apud Ribeiro, 2010): 
A demonstração do resultado do exercício discriminará: 
I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e 
os impostos; 
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto; 
III – as despesas com vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as 
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; 
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
V – o resultado do exercício antes de Imposto sobre a Renda e a provisão para o 
imposto; 
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros e de instituições ou 
fundos de assistência ou previdência de empregados que não se caracteriza como 
despesa; 
VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital 
social. 
São vários os conceitos sobre a DRE, para Basso (2005, p. 275): 
A demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é o relatório contábil que 
sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um determinado exercício 
social. Concebida para demonstrar a formação do resultado final do exercício, ou 
seja, o lucro ou o prejuízo, a DRE está estruturada de forma a evidenciar as diversas 
fases do resultado, iniciando com o valor da receita operacional bruta apurada nas 
operações de vendas e de prestação de serviços da entidade, passando pela dedução 
dos encargos tributários, devoluções e abatimentos a ela relativos, bem como dos 
seus respectivos custos, apurando-se o lucro operacional bruto. 
Na busca do retorno financeiro geram-se as informações constantemente, por isso: 
O administrador precisa saber é como está à rentabilidade de sua atividade 
produtiva. Quais são os resultados obtidos e como eles podem ser otimizados por 
meio de avaliação dos resultados, fontes de receitas e tipos de despesas? Como 
melhorar as receitas e reduzir as despesas? Essa análise só será possível a partir do 
momento que se sabe onde estamos gastando os recursos e onde estamos gerando 
receitas (CREPALDI, 2005, p. 65). 
Portanto, o resultado para as empresas rurais deve ser uma busca constante do 
empresário rural, proporcionando a ele uma base de informações necessárias para o 
gerenciamento e controle da sua propriedade. 
 
31 
 
2.6.2.9 Depreciação 
Assim como qualquer outra empresa, a rural também possui equipamentos e ou 
maquinários, e os mesmos depreciam com o decorrer do tempo. 
A depreciação representa o desgaste que um bem imobilizado adquire durante um 
período de vida útil econômico, ou seja, a sua desvalorização depende do tempo e não de sua 
utilização. Se um bem for pouco utilizado durante o ano, sua depreciação ocorrerá devido ao 
desuso, e se for intensamente utilizado, a depreciação se dará devido ao desgaste. A diferença 
é que, no segundo caso, o bem proporcionou um retorno por meio do serviço prestado. 
De acordo com Buarque (1991, p. 127) “conceito de depreciação decorre da perda de 
valor. É a perda de valor que sofrem os bens de capital por causa dos anos de operação. A 
depreciação pode ser originada por: fatores físicos (uso ou desgaste), fatores funcionais 
(insuficiência e absolescência) e por acontecimentos eventuais (acidentes)”. 
Na concepção de Marion (2005, p. 67) “uma das dificuldades para calcular o custo das 
lavouras ou das safras é o cálculo exato do custo dos equipamentos agrícolas utilizados na 
cultura agrícola”. 
Na sequência tem-se o quadro 1 com a estimativa de duração média de construções, 
melhoramentos, e também de máquinas e equipamentos utilizados direta ou indiretamente na 
atividade agrícola. 
Quadro 1: Duração média de máquinas e equipamentos 
ESTIMATIVA DE DURAÇÃO DE CONSTRUÇÕES E MELHORAMENTOS 
CONSTRUÇÕES E MELHORAMENTOS Duração em Anos Taxa de Depreciação 
CONSTRUÇÕES 
Parede de tijolos, cobertura de telha 25 4% 
Parede de madeira, cobertura de telha 15 6,67% 
Piso de tijolo, cimentado 25 4% 
MELHORAMENTOS 
Instalações elétricas, telefônicas com postes de madeira 30 3,33% 
Instalações elétricas, telefônicas com postes de concreto 
ou ferro 
50 2,0% 
Cercas de pau-a-pique 10 10% 
Cercas de arame 10 10% 
Rede de água 10 10% 
Cercas elétricas 10 10% 
VIDA PRODUTIVA MÉDIA DE ALGUNS ANIMAIS 
Animais de criação 
Bovinos reprodutores 08 12,5% 
Matrizes 10 10% 
Suínos 04 25% 
Animais de Trabalho 
Burro de tração 12 8,33% 
32 
 
Cavalo de sela 08 12,5% 
Boi de carro 05 20% 
DURAÇÃO MÉDIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 
Tratores 
De roda 10 10% 
De esteira 10 10% 
Microtrator 07 14,28% 
VEÍCULOS 
Caminhão 5 20% 
Carroça 10 10% 
Carro de bois 10 10% 
Carreta de trator 15 6,67% 
IMPLEMENTOS 
Ancinho 12 8,33% 
Arado de disco e aiveca 15 6,67% 
Carreta com pneus 15 6,67% 
Semeadeira de linhas 15 6,67% 
Plaina 15 6,67% 
Colheitadeira 10 10% 
Grade de dentes e rolos 20 5% 
Colheitadeira de forragem 10 10% 
Ceifadeira 12 8,33% 
Plantadeira 10 10% 
Debulhadeira 10 10% 
Motores elétricos 15 6,67% 
Pulverizador 10 10% 
Ensiladeira 7 14,28% 
Ordenhadeira 10 10% 
Carrinho de terreiro 08 12,5% 
Roçadeira 10 10% 
Encerado 06 16,67% 
Secador de cereais 10 10% 
Saco de colheita 03 33,33% 
Adubadeira 08 12,5% 
Riscador 06 16,67% 
Rodo 02 50% 
Arreio 06 16,67% 
Fonte: Marion (2005, p. 77-79). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
3 METODOLOGIA 
Apresenta a estrutura do trabalho, apontando a classificação da pesquisa, a fim de 
posicionar os procedimentos metodológicos. 
Conforme Alves (2003), a metodologia pode ser considerada o momento de 
especificar qual o método que irá adotar-se para alcançar os objetivos, optando por um tipo de 
pesquisa, bem como define como irá proceder à coleta e a análise de dados. 
3.1 Classificação da Pesquisa 
Beuren et al (2004, p. 77) “diz que o delineamento da pesquisa implica em um plano 
para conduzir a investigação”. Para tanto,a correta classificação de uma pesquisa proporciona 
excelentes resultados na busca de seus objetivos. 
3.1.1 Quanto a Natureza 
Sob o ponto de vista da sua natureza, o presente estudo caracteriza-se como pesquisa 
aplicada, pois visa gerar conhecimentos para a aplicação prática, voltados a solução de 
problemas específicos da realidade. 
Segundo Vergara (2009, p. 43) “a pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada 
pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos ou não. Tem, portanto, 
finalidade prática”. 
3.1.2 Quanto a Abordagem 
Existem dois tipos de pesquisa segundo a natureza dos dados: a pesquisa qualitativa e 
a pesquisa quantitativa. Este estudo quanto à abordagem do problema classifica-se como 
pesquisa quantitativa, pois foram coletados, analisados e interpretados dados, (números) sobre 
a propriedade em estudo. 
 A pesquisa quantitativa conforme Beuren et al (2004) caracteriza-se pelo emprego de 
instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos dados. Esse procedimento 
se preocupa apenas com o comportamento geral dos acontecimentos. 
 A pesquisa também se classifica como qualitativa, pelo fato de serem analisados e 
interpretados os dados da propriedade em estudo, de forma descritiva e analítica. De acordo 
 
34 
 
com Beuren et al (2004) a pesquisa qualitativa concebe uma análise mais profunda em relação 
ao fenômeno que está sendo estudado, e visa detectar características não observadas por meio 
de um estudo quantitativo. 
3.1.3 Quanto aos Objetivos 
Segundo Gil (2002), toda e qualquer classificação deve ser feita mediante algum 
critério, sendo assim, referindo-se a pesquisas considera-se como base os objetivos gerais do 
trabalho. 
Quanto aos objetivos o estudo classifica-se como Pesquisa Exploratória. Conforme 
Beuren et al (2004, p. 80) “a pesquisa exploratória deve concentrar-se em algo que necessita 
ser esclarecido ou explorado no campo do conhecimento”. 
Enquanto que Gil (2002, p. 41) esclarece que “a pesquisa exploratória envolve 
levantamento bibliográfico e entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o 
problema pesquisado”. 
3.1.4 Quanto aos Procedimentos Técnicos 
Quanto aos procedimentos técnicos do estudo a pesquisa é classificada como pesquisa 
bibliográfica, na medida em que foram utilizados conceitos e fundamentos teóricos, com base 
em determinados autores para aprofundar o conhecimento e sustentar o estudo. Conforme Gil 
(2002, p. 44) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, 
constituído principalmente de livros e artigos científicos”. 
 O estudo também se classifica como uma pesquisa de campo, documental, e estudo de 
caso, para que fosse possível obter as informações desejadas para a realização do mesmo. A 
pesquisa de campo segundo Vergara (2009), refere-se à investigação de um tema realizado no 
local que ocorreu o evento ou que tenha elementos para explicá-lo. 
Ainda conforme Vergara (2009, p. 44), o “estudo de caso é o circunscrito a uma ou 
poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão publico, 
comunidade ou mesmo país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser 
realizado no campo”. 
35 
 
 De acordo com Gil (2002, p. 45) “a pesquisa documental vale-se de materiais que não 
recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com 
os objetivos da pesquisa”. Foram utilizados dados (documentos, relatórios...) da propriedade 
para aprofundar o estudo. 
3.2 Universo Amostral e Sujeitos da Pesquisa 
A empresa escolhida para a realização do estudo encontra-se no setor agropecuário, 
uma pequena propriedade rural, localizada no interior do município de Augusto Pestana – RS. 
O sujeito da pesquisa foi o proprietário da empresa rural, Sr. Clóvis Antônio Gerhardt, 
sendo que para a coleta de preços dos produtos foram realizadas pesquisas na empresa 
Cotrijuí. 
3.3 Coleta de Dados 
A coleta de dados para a realização do estudo ocorreu através de visitas entre os dias 
13 de março de 2012 a 23 de março de 2012 na propriedade rural do Senhor Clóvis Antônio 
Gerhardt, onde foram realizadas entrevistas com o proprietário, busca de dados junto a 
documentos disponibilizados pelo mesmo, e observações para o levantamento dos dados 
necessários. As entrevistas realizadas com o proprietário podem ser entendidas como semi-
estruturadas, pois não existiu um roteiro pré-estabelecido, apenas o uso de quadros conforme 
o decorrer do trabalho como instrumento de coleta de dados. Beuren et al (2004, p. 133) “diz 
que esse tipo de entrevista possibilita ao entrevistado a liberdade de desenvolver cada situação 
na direção que considera mais adequada”. 
Também foram realizadas algumas visitas durante o mês de março de 2012 com o 
intuito de coletar preços, na empresa em que o proprietário realiza seus negócios, onde 
adquire insumos para a realização do plantio da lavoura, bem como realiza a venda dos 
produtos produzidos pela família, além da compra de alimentos para os animais criados na 
propriedade, entre outros. 
3.4 Análise e Interpretação dos Dados 
 A análise e interpretação dos dados expõe à forma pela quais os dados coletados 
foram tratados, de forma a melhor adequá-los aos propósitos do estudo pertinente. 
36 
 
De acordo com Gil (2002, p. 125): 
O processo de análise dos dados envolve diversos procedimentos: codificação das 
respostas, tabulação dos dados e cálculos estatísticos. Após, ou juntamente com a 
análise, pode ocorrer também à interpretação dos dados, que consiste, 
fundamentalmente, em estabelecer a ligação entre os resultados obtidos com outros 
já fornecidos, quer sejam derivados de teorias, quer sejam de estudos realizados 
anteriormente. 
No estudo de caso desenvolvido no Trabalho de Conclusão de Curso, a análise e 
interpretação dos dados ocorreram a partir das informações obtidas através das entrevistas 
com o proprietário, e das informações geradas por planilhas e gráficos, elaborados no 
software da Microsoft Excel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
4 ANÁLISE DA PROPRIEDADE RURAL 
 Este capítulo aborda a caracterização da propriedade familiar do Sr. Clóvis Antônio 
Gerhardt, trazendo a coleta e análise dos dados, onde foi realizado um diagnóstico de como se 
encontra técnica e economicamente organizada a propriedade, buscando apresentar em 
seguida no quinto capítulo propostas de melhorias e um projeto para aumentar a renda 
agrícola da propriedade rural. 
4.1 Caracterização da Propriedade 
A propriedade rural estudada neste trabalho encontra-se situada na localidade de 
Fundo Grande interior do município de Augusto Pestana/RS, a qual possui como principal 
fonte de renda a produção de grãos e leite. 
 Desde pequeno o atual proprietário Sr. Clóvis Antonio Gerhardt auxiliava seus pais 
nas atividades agrícolas da propriedade. Com o passar dos anos, casou-se com Mirna 
Gerhardt, com a qual teve três filhos, Cátia Raquel Gerhardt, Alison Fernando Gerhardt e 
Alan Felipe Gerhardt, aos quais também foram transmitidos conhecimentos da atividade rural. 
Em 1995 com o falecimento do seu pai, o proprietário juntamente com sua esposa 
herdou a propriedade, onde deram sequência as atividades da mesma. No ano de 1997 houve a 
ampliação da área para produção, através do arrendamento de 30 hectares de terra. Já no ano 
de 2002, os proprietários conseguiram comprar 7,5 hectares de terra, e sequentemente no ano 
de 2010 ampliaram a área arrendada de 30 hectares para 66 hectares. 
Portanto hoje a propriedade possui uma superfície total de 102,5 hectares de terra, 
divididos em área própria de 36,5 hectares, sendo que destes possuem uma área de 3 hectares 
não útil para produção, divididos em mato e um açude que está desativado, e também conta 
com uma área de 66 hectares de terra arrendados, os quais são utilizados na sua totalidade

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