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Joana corrigido[418]

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE PETRÓPOLIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
JOANA SANTOS DA SILVA, brasileira, solteira, técnico em contabilidade, portador da carteira de identidade nº 28739283, expedida pelo SJS, inscrito no CPF/MF sob o nº 001002003-04, endereço eletrônicojoaninha@hotmail.com, residente e domiciliado na Sargento Miguel Gonçalves nº 10 bairro Aparício Borges, nesta cidade, por seu advogado Gilberto Alves Nunes Junior, endereço eletrônico cmdo56@hotmail.com, com endereço profissional na Av. Silvado nº 630 Bairro Partenon, nesta cidade, endereço que indica para os fins do artigo 106 do CPC, vem perante este juízo propor:
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
Pelo procedimento COMUM em face de JOAQUIM MACEDO, brasileiro, casado, mecanico, portador da carteira de identidade nº 4080506432, expedida pelo SJS, inscrita no CPF/MF sob o nº 006035760-60, endereço eletrônico joaquim@gmail.com, residente e domiciliado na rua Sargento Miguel Gonçalves nº 14 Bairro Aparício Borges, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I. GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
	O requerente é pobre na acepção jurídica do termo e bem por isto não possui condições de suportar os encargos decorrentes do processo sem prejuízo do seu sustento conforme declaração de hipossuficiência anexa, nos termos da Lei 1060/50.
II. DA OPÇÃO DO AUTOR PELA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO:
	O autor requer audiência de conciliação. 
III. DOS FATOS:
	Ocorre que a autora teve seu único filho, Marcos Santos de 18 anos, preso de forma ilegal pela polícia deste estado, no dia 20/12 do presente ano, e o mesmo fora encaminhado ao presídio central desta cidade. 
	Visando reparar o erro cometido pelos agentes, a autora buscou no mesmo dia um advogado criminalista para atuar no caso, que lhe cobrou a importância de R$ 20.000,00. 
	Ao chegar em casa, ainda abalada emocionalmente com a prisão do filho e sem saber o que fazer pois não possuía tal valor o valor, Joana comenta com seu vizinho Joaquim sobre o ocorrido. 
	O réu, percebendo desespero de Joana e a oportunidade de obter vantagem econômica, propõe comprar o veículo de Joana, cujo valor de mercado segundo a última atualização da tabela FIPE era de R$ 50.000,00 pela quantia de apenas R$ 20.000,00. A autora celebrou então negócio jurídico com o réu, uma vez que necessitava urgentemente da quantia. 
	No dia seguinte ao negócio jurídico realizado e antes de ir até o escritório do advogado criminalista, a autora descobriu que a avó paterna de seu filho havia contratado outro advogado e que através de um Hábeas Corpus conseguira a liberdade de Marcos. 
	Diante de novos fatos, Joana procurou Joaquim e lhe propôs desfazer o negócio, entretanto o réu informou que não pretende desfazer o negócio jurídico celebrado. 
III. DOS FUNDAMENTOS:
	É de fato evidente, que o direito do autor encontra amparo inicialmente no artigo 157 e seus parágrafos do CódigoCivil, uma vez que joana encontrava-se em total desespero necessitando da quantia em espécie para a soltura de seu único filho, e então celebrou tal acordo sob grande influência do fato.
	No mesmo diploma legal, o artigo 171 nos ensina que é anulável o negócio jurídico por incapacidade relativa do agente, o que é notório diante da narrativa dos fatos. Ademais, o artigo 182 do mesmo diploma, expressa que anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achava, Status Quo, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente. 
	O dolo vicia o negócio jurídico porque para se ter um ato jurídico legítimo, é necessário vontade das partes, e, segundo Venosa:
“O elemento básico do negócio jurídico é a vontade. Para que essa vontade seja apta a preencher o conceito de um negócio jurídico, necessita brotar isenta de qualquer induzimento malicioso. Deve ser espontânea. Quando há perda dessa espontaneidade, o negócio está viciado. O induzimento malicioso, o dolo, é uma das causas viciadoras do negócio(2008, p. 393).”
	Diferente não é a jurisprudência nos tribunais superiores:
"AGRAVO LEGAL. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO - SFH. ANULAÇÃO DE CONTRATO DE MÚTUO, ANTE A INCAPACIDADE RELATIVA DA AUTORA. CONVALIDAÇÃO QUE NÃO SE RECONHECE. CIÊNCIA DA CEF QUANTO À IDADE DA AUTORA. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. Não pode ser reconhecida a convalidação tácita de negócio anulável quando o cumprimento da obrigação ocorreu durante período em que a autora ainda era relativamente incapaz, uma vez que o art. 150 do Código Civil de 1916(correspondente ao art. 174 do CC/02) exige a ciência do vício durante este cumprimento. A presença, no contrato de mútuo, da data de nascimento da autora, permite concluir que a CEF sabia que contratava com pessoa relativamente incapaz. Agravo legal a que se nega provimento.Acordão.Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, negar provimento ao agravo, nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. (TRF-3 - APELAÇÃO CÍVEL : AC 14903 SP 2000.61.00.014903-3)."
Ensejando assim a vontade da autora.
IV. DOS PEDIDOS:
	Diante do exposto, o autor requer a este juízo:
Seja concedida a Justiça Gratuita, nos termos das Leis n.º. 5.584/70 e 1.060/50, com a redação que lhe deu a Lei nº. 7.510/86; 
Com base no art. 319, VII, do NCPC, solicitar a designação de data para realização de audiência de conciliação, conforme fundamentado no item II; 
Determinar a citação do Requerido para integrar a relação processual, inicialmente pelo correio e, sendo esta infrutífera, por oficial de justiça, ou, ainda, por meio eletrônico, tudo nos termos do art. 246, incisos I, II e V, do CPC; 
Que seja julgado procedente o pedido de anulação do negócio jurídico; 
Condenação do réu ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, conforme propõem os arts. 82 e 85 do CPC; 
Ao final, seja julgado totalmente procedentes os pedidos veiculados nesta ação.
V. DAS PROVAS: 
	Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos
369 e seguintes do CPC, em especial documental e depoimento pessoal dos réus.
VI. DO VALOR DA CAUSA:
	Dá-se a causa o valor de R$ 20.000,00.
Pede deferimento.
Itabuna, 22, janeiro de 2013.
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Gilberto Alves Nunes Junio
OAB/RS nº 2810824

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