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FACULDADE ESTACIO DE SÁ DOCENTE – ANDRÉ RICARDO FERREIRA MELO DISCENTE – LOURIVAL SELLES SILVA LIMA Matrícula 201808128061 PRATICA SIMULADA I Título Caso Concreto 02 Descrição CASO CONCRETO: 127º EXAME DE ORDEM SP (modificado) No dia 20/12/2016, Joana, brasileira, solteira, técnico em contabilidade, moradora de Itabuna/BA,recebeu notícia que seu filho Marcos, de 18 anos de idade, tinha sido preso de forma ilegal e encaminhado equivocadamente ao presidio XXX. No mesmo dia Joana procurou um advogado criminalista para atuar no caso, sendo que o advogado cobrou R$ 20.000,00 de honorários. Joana ao chegar em casa comentou com Joaquim, seu vizinho, que não tinha o valor cobrado pelo advogado e que estava desesperada. Joaquim vendo a necessidade de Joana de obter dinheiro para contratar um advogado, aproveitou a oportunidade para obter uma vantagem patrimonial, propôs a Joana comprar seu carro pelo valor de R$ 20.000,00, sendo que o carro o preço de mercado no calor de R$ 50.000,00. Diante da situação que se encontrava, Joana resolveu celebrar o negócio jurídico. No dia seguinte ao negócio jurídico realizado e antes de ir ao escritório do advogado criminalista Joana descobriu que a avó paterna de seu filho tinha contratado um outro advogado criminalista para atuar no caso e que tinha conseguido a liberdade de seu filho através de um Habeas Corpus. Diante destes novos fatos Joana fala com Joaquim para desfazerem o negócio, entretanto, Joaquim informa que não pretende desfazer o negócio jurídico celebrado. AO DOUTO JUÍZO DA xxx VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITABUNA/BA JOANA sobrenome XXX, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, portador da carteira de identidade nº XXX, expedida pelo XXX, inscrita no CPF/MF sob o nº XXX, endereço eletrônico XXX, residente e domiciliado à XXX, por seu advogado, XXX, inscrito na OAB sob o nº XXX, constituído conforme instrumento procuratório em anexo, com endereço profissional XXX, para fins do artigo 77, inc. V, do CPC, vem a este juízo, propor AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO Pelo procedimento COMUM em face de JOAQUIM sobrenome XXX, nacionalidade XXX, estado civil XXX, profissão XXX, portador da carteira de identidade nº XXX, expedida pelo XXX, inscrito no CPF/MF sob o nº XXX, endereço eletrônico XXX, residente e domiciliado XXX, pelos fatos e fundamentos que passa a expor. I - GRATUIDADE DE JUSTIÇA Vale-se o Reclamante da legislação referida para requerer-lhe sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita uma vez que não reúne qualquer condição de custear as mínimas despesas decorrentes do processo. O artigo 4º da Lei 1.060/50, bem como o art. 4º da Lei 7.510/86, disciplinam que: “A parte gozará dos benefícios da Assistência Judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família”. Nossos Tribunais têm-se manifestado acerca do assunto com carreada de julgados; a saber: “Justiça Gratuita. Requerimento feito por advogado. Validade. Inteligência do art. 42 da Lei 1.060 de 1.950. A Lei não obsta a que o requerimento do benefício de assistência judiciária que faz por patrono da parte, regularmente constituído, pouco importando que o beneficiário não tenha formulado ou assinado o pedido. Importa, sim, o exato entendimento do art. 4º da Lei 1060 de 1950, a demonstração clara de pobreza no sentido legal.”(AC. 1ª Cam. do TAMG, Com. de Belo Horizonte, de 10.09.1975, cf. ADCOAS 1976 Nº 43456, pág. 501). “Assistência Judiciária. Não se pode exigir aliene aparte o único bem que possui, do qual aufere a sua subsistência, para atender às despesas do processo. Benefício mantido.” (RJTJRS, 107/296, 1984, ano XIX.) “Para a concessão do benefício da justiça gratuita à pessoa física, basta a simples afirmação da parte de sua pobreza, até prova em contrário” (STJ – 1ª Turma, REsp 386.684-MG, rel. Min. José Delgado, j. 26.2.02, deram provimento, v.u., DJU 25.3.02, p. 211). Neste sentido: STF-RT 755/182, STF-Bol. AASP 2.071/697j, RSTJ 7/414, STJ-RF 329/236...). Desta forma, requer o Reclamante lhe sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita, pelos motivos já descritos e, ainda, por ser a única forma de lhe proporcionar o mais amplo acesso ao poder judiciário, garantia essa que a Constituição Federal elegeu no inciso LXXIV, do artigo 5º. II- OPÇÃO DO AUTOR PELA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO A AUTORA manifesta o interesse pela realização de audiência de conciliação ou mediação. III - FATOS JURÍDICOS A AUTORA, no dia 20/12/2016, aturdida pela notícia de que MARCOS, seu filho, adolescente que tem apenas 18 anos de idade, havia sido preso ilegalmente e conduzido a uma unidade prisional. incontinenti, a PETICIONARIA decidiu procurar um causídico criminalista para defender os direitos do filho e livrá-lo da prisão ilegal, tendo o criminalista cobrado o valor R$ 20.000,00 para atuar no caso. A IMPETRANTE retornou à casa e expôs os fatos ao RÉU, que é seu vizinho, dizendo que estava desenxabida pelo fato de não ter como arcar com o valor cobrado pelo advogado. O RÉU, sobre valendo-se de extrema e urgente necessidade da AUTORA em conseguir dinheiro para contratar o causídico, propôs-lhe a compra do carro de sua propriedade pelo valor de R$ 20.000,00, mesmo tendo ciência que o valor de mercado do veículo era de R$ 50.000,00. Não tendo outra alternativa, e como única solução a proposta do RÉU para o problema, pelo qual passava, a AUTORA vendeu o carro dela ao RÉU, pelo valor ofertado por ele de R$ 20.000,00. Sucede, que um dia após, antes de ir ao escritório do causídico que havia cobrado R$ 20.000,00, a AUTORA descobriu que a avó paterna do filho, tinha contratado um outro advogado criminalista, o qual havia conseguido a liberdade de MARCOS, por meio de um habeas corpus. Tendo em vista os novos fatos, a AUTORA procurou o RÉU para o desfazimento do negócio, o que por ele foi negado IV - FUNDAMENTOS JURÍDICOS Mediante a narrativa dos fatos é manifesta a desproporção entre as prestações tendo a ocorrência de lesão que é um vício do negócio jurídico que se caracteriza pela obtenção de um lucro exagerado por uma parte em razão da inexperiência ou necessidade econômica da outra., conforme previsto no artigo 157 do Código Civil. Segundo Tartuce (2018, p 290) “...a lesão subjetiva, vício do negócio jurídico, encontra-se prevista no art. 4º da Lei de Proteção à Economia Popular, Lei 1.521/1951, que define como crime a pratica de “obter”, ou estipular, em qualquer contrato, abusando da premente necessidade, inexperiência ou leviandade de outra parte, lucro patrimonial ...” Já existe julgado procedente ao pedido 0003625-83.2014.8.08.0024 Classe: Apelação Cível Órgão: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL Data de Julgamento: 18/02/2020 Data da Publicação no Diário: 28/02/2020 Relator: ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA Origem: VITÓRIA - 5ª VARA CÍVEL Ementa EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DESCONSTITUIÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO. CESSÃO DE CRÉDITO EM PRECATÓRIO ALIMENTAR. NULIDADE POR VÍCIO DE INTIMAÇÃO SUPERADA. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA. REJEIÇÃO. MÉRITO. LESÃO. ART. 157 DO CC/2002. CONSTATAÇÃO, NO CASO CONCRETO, DOS ELEMENTOS OBJETIVO (DESPROPORÇÃO DAS PRESTAÇÕES) E SUBJETIVO (INEXPERIÊNCIA). INVIABILIDADE DE RETORNO AO STATUS QUO ANTE. RESOLUÇÃO EM PERDAS E DANOS. ART. 182 DO CC/2002. INOCORRÊNCIA DE JULGAMENTO EXTRA PETITA. EQUÍVOCO DA SOLIDARIEDADE NA CONDENAÇÃO DA RECORRENTE. RESTRIÇÃO À DEVOLUÇÃO DO QUE EFETIVAMENTE RECEBEU PELO PRECATÓRIO CEDIDO. RETIFICAÇÃO DE ERRO MATERIAL NA SENTENÇA QUANTO AO VALOR DA CONDENAÇÃO. VIA INADEQUADA PARA POSTULAÇÃO DE RECEBIMENTO DO QUE FOI PAGO PELO CRÉDITOADQUIRIDO. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. Resta evidente o dolo de aproveitamento do RÉU, que sabia da situação vivida pela AUTORA, e ofereceu pelo veículo dela valor extremamente abaixo do praticado pelo mercado, sendo tal valor exatamente o que a AUTORA precisava para contratar o advogado criminalista para defender o filho dela de prisão ilegal. O negócio jurídico só foi realizado devido à situação de premente necessidade, uma vez que a AUTORA não dispunha outro meio imediato para conseguir os recursos necessários. Diante do exposto, há motivo suficiente para a anulação do negócio jurídico celebrado devido lesão prevista no artigo 157 e 178, II ambos do Código Civil Brasileiro: V - PEDIDO Diante do exposto, o autor requer a esse juízo: A- Gratuidade de justiça; B- Designação da audiência de conciliação ou mediação e intimação do réu para seu comparecimento; C- Citação do réu para integrar a relação processual D- Que seja julgado procedente o pedido para declarar a anulação do negócio jurídico; E- Que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu nas custas processuais e nos honorários advocatícios. VI - PROVAS Requer a produção das provas documentais, depoimento pessoal, testemunhal e daquelas que se fizerem necessárias no curso da instrução processual na amplitude do artigo 369 do CPC. VII - VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Pede deferimento. Itabuna, 05 de setembro de 2020. xxx Advogado OAB/ xxx/Ba PRATICA SIMULADA I CASO CONCRETO:
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