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Globalização-do mundi bipolar ao mundo unipolar

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FACULDADE DE DIREITO DA FUNDAÇÃO ESCOLA SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO
CREDENCIADA PELA PORTARIA MEC N.º 3.640, DE 17/10/2005 – DUO DE 20/10/2005
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
AUTORIIZADDO PELA PORTARIA MECN.º846, DE 4 DE ABRIL DE 2006 – DUO DE 05/04/2006
Globalização: do mundo bipolar ao mundo unipolar
Terminada a Segunda Guerra Mundial, derrotada a Alemanha nazista, houve de imediato o rompimento da grande aliança antifascista. Assim que não mais houve um fascismo para uni-los na luta para vencê-lo, "capitalismo e comunismo mais uma vez se prepararam para enfrentar um ao outro como inimigos mortais".[1: HOBSBAWN, Eric. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 177.]
O exército soviético, tendo avançado até Berlim, ali firmou posição. Em conseqüência, a União Soviética estabeleceu uma extensa zona de influência na Europa, compreendendo o que viria a ser a Alemanha Oriental, Berlim Oriental, Polônia, Checoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária, Albânia, Ucrania, Bieolorússia, Estônia, Letônia e Lituânia. 
Formava-se, assim, o que viria a se denominar o Império Soviético, onde, sob a inspiração da Revolução de Outubro de 1917, veio a implantar-se o Socialismo Real. Neste estabeleceu-se a propriedade coletiva dos meios de produção e o planejamento econômico central, dirigidos pela burocracia do Partido Comunista. 
De outro lado, sob a liderança dos Estados Unidos, França e Inglaterra, estabeleceu-se o denominado Mundo Livre, onde imperava a economia de mercado capitalista ainda que, à época, o mercado estivesse limitado e controlado pelo Estado. "Os governos capitalistas estavam convencidos de que só o intervencionismo econômico podia impedir um retorno às catástrofes econômicas do entreguerras", acreditando que se evitariam o radicalismo do comunismo e a reiteração eventual do nazifascismo.
 Estavam ainda muito longe e era mesmo imprevisível que viessem a triunfar, no Ocidente, como ocorreu a partir da década de 1970, as idéias da completa liberdade de mercado como vieram a defender Friedrich von Hayek e Milton Friedman, a época verdadeiros profetas a pregar no deserto. [2: HOBSBAWN, Eric, op. cit., p. 176.]
 Mitigado o capitalismo, depois da quebra da bolsa de Nova Iorque de 1929, e sofrendo então a influência das idéias econômicas de John Maynard Keynes, o denominado Mundo Livre opunha-se tenazmente às idéias socialistas, defendendo-se da expansão do Socialismo Real. 
Estabeleceu-se por este modo o mundo bipolar, isto é, duas esferas de poder opostas, ambas dotadas de arsenal nuclear, cuja capacidade destruidora havia se evidenciado nos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, em 1945. Afrontando-se constantemente, deram lugar ao que se veio a denominar Guerra Fria, cada qual querendo deter a outra através de intensa propaganda, proclamando o Ocidente a supremacia do capitalismo e da liberdade e o Oriente afirmando as superiores vantagens do socialismo orientado no sentido das conquistas sociais.
Obrigava-se o mundo a optar por uma ou outra destas esferas de poder, cada uma zelando ciosamente por sua esfera de influência. 
No mundo assim configurado chegou-se a extremos perturbadores não só da paz como ameaçadores da sobrevivência da espécie humana. Esta ameaça, sob a forma de um potencial conflito nuclear, fez-se sentir tão intensamente que Bertrand Russell, homem de ciência e filósofo, veio a escrever um livro à época muito difundido, que bem traduzia esta preocupação, sob o título - Tem futuro o homem. [3: RUSSELL, Bertrand. Tem futuro o homem? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1962. Título original: Has man a future?]
Momento culminante deste afrontamento foi a crise dos foguetes soviéticos instalados em Cuba, em 1962. Derrotado o ditador Fulgencio Batista e vitoriosa a Revolução Cubana, em 1959, o presidente norte-americano Dwight Eisenhower, preocupou-se com a eventual expansão da rebelião através da América Latina. "Antes mesmo que Fidel Castro - que, na época, não era comunista - pusesse em prática sua reforma agrária, em 17 de maio, e iniciasse a desapropriação das companhias norte-americanas, começando pelas terras da firma bananeira United Fruit Co., em 04 de abril de 1960, o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca decidiu, em 10 de março de 1959, que ele deveria ser substituído". Foi então autorizada a Agência Central de Inteligência (CIA) "a organizar, subvencionar, armar e treinar exilados cubanos para sabotar a política de Fidel Castro." Foram inclusive autorizadas ações para assassinar Fidel Castro, conforme revelou, em 1975, a Comissão do Senado dos Estados Unidos. Isto, hoje, foi inteiramente confirmado pela imprensa internacional, segundo revelações da própria CIA. 
Em contraposição Nikita Krutchev, líder da União Soviética, avaliando a situação resolveu realizar um desafio arriscado, enviando para Cuba, em 1962, via marítima, 50.000 soldados soviéticos e 60 mísseis atômicos. Quando os soldados soviéticos promoviam a instalação dos mísseis nucleares em Cuba, em 14 de outubro de 1962, um avião norte-americano U2de espionagem os fotografou de alta altitude. 
Submetido a intensa pressão do Pentágono, que desejava bombardear e invadir Cuba, o presidente John F. Kennedy, optou por um bloqueio marítimo da ilha para impedir que navios soviéticos trouxessem novos mísseis. Bombardeiros norte-americanos decolaram levando bombas nucleares e planos de vôo que os conduziriam a alvos na União Soviética. As forças da OTAN, na Europa Ocidental, forma postas em alerta. Navios soviéticos e submarinos manobravam no Caribe, enquanto em Cuba soldados soviéticos trabalhavam dia e noite para tornar operacionais os mísseis nucleares. "O grande desastre estava próximo".
Decididos a evitar a guerra Kennedy e Krutchev chegaram a um acordo sem alarde para retirar seus mísseis respectivamente de Cuba e da Turquia. Assim fora resolvido o conflito da Guerra Fria potencialmente mais perigoso.[4: Ganser, Daniele. Há 40 anos, a crise dos mísseis... Le Monde Diplomatique, nov. 2002. Disponível em: http://diplo.uol.com.br. Acesso em: 01-08-2007]
Interessante notar que quando Kennedy tomou conhecimento da instalação dos mísseis, disse ao Conselho de Segurança da Casa Branca que a situação seria similar àquela em que eventualmente se aumentasse o número de mísseis atômicos na Turquia, o que lhe parecia extremamente perigoso. Ao que McGeorge Bundy, seu conselheiro especial, lhe respondeu: "Pois é foi o que fizemos Sr. Presidente". Os mísseis norte-americanos haviam sido instalados na Turquia, próximo da fronteira soviética, em 1961. Do que se infere que os serviços secretos tem uma autonomia cujas ações vão muito além do que sabem os dirigentes políticos. 
Afora este acontecimento dramático a Guerra Fria mostrou-se sempre prenhe de perigos, angústias, guerras localizadas, embora o campo de batalha se situasse fora dos limites geográficos das duas superpotências, sempre havia a sua influência indireta, mas decisiva a ameaçar o frágil equilíbrio do terror. [5: Ibid.]
Também significativa da Guerra Fria foi a guerra da Coréia, conflito militar ocorrido entre 1950 e 1953, opondo a Coréia do Norte e a China, por um lado, e a Coréia do Sul, os Estados Unidos e as forças das Nações Unidas, por outro.
A Coréia fora dividida, em 1945 na Conferência de Potsdam, em duas zonas de ocupação - uma norte americana ao sul, e outra soviética, ao norte, tendo ficado os dois setores divididos pelo paralelo 38º. Desde então, a Guerra Fria fez-se presente na península da Coréia, as duas superpotências procurando avançar e dominar a totalidade do território. As ações militares forma sempre acompanhadas de intensa propaganda ideológica.
 A União Soviética nunca se envolveu diretamente nos combates. Já os Estados Unidos a partir de 1950 enviaram suas tropas à região sob o comando do gen. MacArthur. O Conselho de Segurança da ONU, na ausência do representante da União Soviética, declarara a Coréia do Norte agressora, autorizando a intervençãomilitar conjunta desta organização e dos Estados Unidos. Como resultado desta ação os norte-coreanos foram empurrados até o rio Yalu, próximo à fronteira chinesa. Em conseqüência, a China entra na guerra forçando o recuo das tropas de MacArthur e conquistando, em 1951, Seul, capital da Coréia do Sul.
Segue-se uma nova ofensiva norte-americana, no mesmo ano, forçando as tropas chinesas e norte-coreanas a voltarem ao paralelo 38º. Seguiu-se o Armistício Pamunjom, em 27 de julho de 1953. Tudo terminou como dantes, com a mesma fronteira definida em 1948, acrescendo-se uma zona desmilitarizada entre as duas Coréias, o que não evitou tensões entre os dois países persistentes até os dias de hoje.
Outro episódio terrível da Guerra Fria foi a Guerra do Vietnã. Este país foi palco do mais longo conflito militar depois da Segunda Guerra Mundial, estendendo-se em dois períodos distintos. No primeiro deles, "as forças nacionalistas vietnamitas sob a orientação do Viet-minh (a liga vietnamita), lutaram contra os colonialistas franceses, entre 1946 e 1954" vencendo-os em Dien Bien Phu, em 1954. 
No segundo conflito "uma frente de nacionalistas e comunistas - o vietcong - enfrentaram as tropas de intervenção norte-americanas entre 1964 e 1975", vencendo-as surpreendentemente, apesar da inferioridade tecnológica manifesta do vietcong.[6: Disponível em: <http:// educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/guerra_vietna7.htm>. Acesso em 21-08-07.]
Editado por FERREIRA, MARCOS VINICIUS VIEIRA, aluno FMP-insc.2014/1
	
	
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