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Aula 4 bases (termometria) (veterinária)

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Aula 4 de Bases- 30/10 TERMOMETRIA 
Considerações 
Tomada e avaliação de temperatura do animal deve ser feita no início do exame clínico, a fim de não causar maior 
stress ao animal. 
Muitas vezes o paciente chega à clínica estressado. Devemos fazer em princípio o histórico, anamnese. Enquanto 
o animal relaxa. O estresse leva ao aumento da temperatura. 
2 Métodos para avaliar a temperatura: 
• subjetivo: usa-se as mãos (o dorso) e não podemos mensurar a temperatura. pode ser feito em uma 
avaliação rápida. Você verifica brevemente uma alteração de temperatura. Pode serfeito na base da 
orelha, entre as coxas, região axilar. Em cães a mão no focinho também. 
Locais: base da orelha, face interna da coxa e axilas, não é um método preciso e informa que o animal está febril. 
É m método empírico. 
• Objetivo: utilizamos o termômetro, que dá a temperatura exata do animal. Existem alguns termômetros 
no mercado, as vezes ficamos empolgados com algo moderno, mas não necessariamente não é o 
melhor. O de mercúrio é o de mais precisão, o de infravermelho tem a maior margem de erro. O digital é 
prático para gatos pois fica menos tempo e apita quando a temperatura estabiliza. Em grandes animais 
pode-se usar o humano ou prorpio para grandes animais , ele vem com uma cordinha para segurança , 
pode-se amarrar nos pelos do rabo do animal. 
Ao usar o termômetro devemos ter alguns cuidados: 
•Lubrificar o termômetro para introduzir e devemos fazer isso com movimentos rotatórios. O limite é de 2/3 do 
termômetro, dependendo do animal (varia com a raça e a espécie). 
•Devemos apoiar o termômetro na base da cauda e deve ser segurado junto à cauda para não ferir o animal, ele 
deve encostar-se à mucosa. 
•Uma vez introduzido o termômetro deve permanecer no reto tempo suficiente para fazer a leitura, depois disso 
ele deve ser lavado e guardado em solução antisséptica, que deve ser trocada diariamente. 
•Nas fêmeas pode-se utilizar a vulva, porém a temperatura é mais elevada em cerca de 0,5ºC e, nos machos, o 
prepúcio. caso haja alguma lesão no ânus como por exemplo um prolapso retal, ou inflamação. 
•Em cada espécie animal não existe um valor fixo para a temperatura, existem variações ao longo do dia, pois a 
temperatura sofre influências de fatores fisiológicos e patológicos. 
Em grandes animais, deve-se ter certa cautela ao introduzir o termômetro o animal pode defecar- esperar o reto 
esvaziar. 
Termômetro de mercúrio- 2 a 3 min 
Digital: Até estabilizar, quando a temperatura esta estável é muito rápido, ele logo apita, quando o animla está 
com hipertermia, pode demar para estabiliar, pode chegar a levar a 2 minuots até estabilizar a temperatura. 
 
Obs: aves--> camadas de penas controlem a temperatura também. 
Repteis --> precisam se aquecer. 
Fatores Fisiológicos que Alteram a Temperatura: 
•Idade: quanto mais jovem maior é a temperatura, pois o metabolismo é mais alto. Os idosos têm a temperatura 
um pouco inferior por conta do metabolismo que é mais lento. 
•Sexo: as fêmeas possuem uma temperatura mais alta que os machos, além disso, o cio e a gestação elevam a 
temperatura em 1 C e próximo ao parto a temperatura sofre uma queda, pois há o sequestro do sangue 
materno por parte do feto. 
•Raça: normalmente as raças menores têm uma temperatura mais elevada e as maiores menos elevadas. 
•Espécie: quanto maior a espécie, menor a temperatura. 
•Temperatura ambiente: a temperatura ambiente alta eleva a temperatura. 
•Insolação (exposição exagerada aos raios solares): eleva a temperatura. 
•Intermação (é quando a temperatura ambiente e a umidade relativa do ar estão altas): isso aumenta a 
temperatura por dificultar a troca (boca- mecanismo de arfar e coxim- cuidado ao levar o cão para passear 
em dias muito quentes pois pode causar queimaduras nos coxins por conta do asfalto quente. A utilização 
de sapatinhos também não é uma boa ideia pois dificulta a troca de calor). 
•Exercício Físico: aumenta a temperatura devido à combustão. 
•Ingestão de alimentos: aumenta a temperatura. 
•Ingestão de água: diminui a temperatura. 
•Estado nutricional: animais mal nutridos geralmente tem a temperatura mais baixa que animais bem nutridos, 
já que têm um metabolismo basal mais baixo. 
Animais braquicefálicos - são frequentes os acidentes de intermação pois possuem mais dificuldade para troca de 
calor 
Animal molhado: a agua abaixa a temperatura em situação de intermação. 
Fatores Patológicos: 
•Endotoxemias- fragmentos de paredes de bactérias 
•Cirurgias- geralmente quando há muita manipulação tecidual - pós cirurgia 
•Grandes traumatismos – animal poli traumatizado - atropelamento 
•Infecções; 
Geralmente cada doença tem seu padão de temperatura* 
Variação Nictameral: 
É a variação que a temperatura sofre nas 24 h do dia. 
•Animais Diurnos: 
 Têm uma temperatura mínima na parte de manhã e com o passar das horas esta temperatura vai aumentando, 
pois, o animal se alimenta, se movimenta. A tarde atinge o ponto máximo. Já durante a noite, com o animal 
em repouso a temperatura tende a declinar. 
A temperatura mínima durante a manhã é chamada de Remissão Matinal, já a máxima da tarde é chamada de 
Exarcebação Vesperal. 
•Animais Noturnos: 
Remissão Vesperal – mínima temperatura à tarde 
Exarcebação matinal – máxima temperatura a manhã 
Obs: Gatos – de acordo com o manejo pode ser invertido, ou seja, se o gato tem o costume de comer, ficar a 
acordado durante o dia. Inverte. Pois normalmente gatos tem hábitos noturno. 
 Hipertermia: 
 É o aumento da temperatura corporal além do limite fisiológico normal. 
 
Pode ser produzida por três mecanismos: 
•Retenção: a produção de calor é normal, mas a irradiação (dissipação) de calor está prejudicada. 
Ex. dias quentes, transporte de animais (os animais que estão no meio não conseguem dissipar calor). 
•Esforço : a produção de calor está maior que a dissipação de calor. 
Ex. Exercício físico (aumenta a produção interna de calor) 
Obs: anidrose termogênica: Cavalo não sua por conta da temperatura – cavalo puro sangue inglês- não consegue 
suar tende a perder calor na região dos olhos, areas de assaduras. Tem que tirar o animal da temperatura. 
No Rj manda-se os animais para serra por conta da umidade ser melhor. 
•Mista: associação dos 2 processos anteriores. 
Ex. Fazer exercício físico em dias quentes. 
Hipotermia: 
Descida da temperatura abaixo dos limites normais fisiológicos. Exceto a hipotermia de convalescença (transitória, 
após o tratamento de alguma enfermidade), todas as outras são de prognóstico reservado ou desfavorável 
(demonstra a falta de reação do organismo). 
•A fase de convalescença é a fase após o período de doença, ela passa por algumas horas baixa e depois 
normaliza. 
• A hipotermia tem como causas: choque, coma, hemorragia intensa, narcose prolongada, icterícia grave, anemia 
grave e endotoxemia. São sempre causas graves e por isso é difícil reverter a hipotermia. 
Febre ou Pirexia: é uma hipertermia patológica. animal com febre tem a temperatura elevada , prda de apetite, 
apatico, vômitos por temperatura elevada, desconforto digestório, tontura. 
•Para saber se a hipertermia é patológica ou não (quando diante de pequenas variações) deve-se colocar o animal 
em um lugar tranquilo e arejado, por no mínimo 30 minutos, depois tomar a temperatura novamente para ver se 
diminuiu ou não. 
•A febre não é causa de nada, e sim uma consequência, por isso devemos evitar a terapêutica para reverter a 
febre, a menos que a temperatura esteja alta. Devemos combater a causa. Ex: em casos de infecção. 
A febre pode ser de origem: 
•Séptica – produzida por pirógenos de origem microbiana. Ex.: fungos, bactérias e protozoários.•Asséptica – produzida por pirógenos de origem não microbiana. Ex: agentes químicos (toxinas), agentes físicos 
(queimaduras), agentes mecânicos (pancadas) 
Existe grande quantidade de células mortas e estas ao serem absorvidas elas vão ser identificadas como corpo 
estranho, e por isso desencadeia a febre (ex: pancadas, queimaduras). 
•Neurógenas – produzida por impulsos nervosos que chegam ao sistema termorregulador alterando-o. Ex: stress, 
falta do dono, é mais considerada para animais de estimação. 
Síndrome Febril: 
 Alterações orgânicas produzidas pela febre. 
•Alterações Respiratórias: aumenta a frequência respiratória (taquipneia), pois o sangue quente estimula o 
centro respiratório. 
•Alterações Circulatórias: taquicardia (pois o sangue quente estimula o nodo sinusal); Taquisfigmia (aumento 
da frequência de pulso). 
 Taquicardia pode levar a uma taquisfigmia. 
•Alterações Digestivas: ausência ou queda do apetite (hipo ou anorexia), pois a febre diminui as secreções 
orgânicas, inclusive as secreções digestivas. 
•Aumento da sede (polidipsia): pois o indivíduo perde líquido na evaporação 
•Queda da produção de saliva (hipossialia) 
•Alterações Urinárias: queda da produção de urina (oligúria), porque o animal retém água, pois esta sendo perdida 
pela evaporação. 
•Alterações Nervosas 
•Obnubilação sensorial: hipersensibilidade cutânea, fotofobia, fraqueza, tontura. 
•Outras alterações: pelos arrepiados, focinho seco e quente, mucosas hiperêmicas e avermelhadas, hipohidrose 
(diminuição da sudorese) 
Os animais de estimação, quando estão com febre tendem a ficar encolhidos, diminuindo assim a irradiação. Não 
se alimentam, por isso é importante observar. 
. Períodos de evolução da febre: 
•Ascenção: é o período de subida da temperatura. Pode ocorrer rapidamente ou lentamente. 
Nesse período é que o animal apresenta calafrios devido a vasoconstrição periférica (recurso do organismo para 
reter calor e aumentar a temperatura). 
•Fastígio: nesse período é que o animal apresenta as alterações orgânicas. É a febre já instalada. 
•Declínio ou Defervescência febril: é a queda da temperatura, vasodilatação periférica. Nesse período é que 
ocorre a sudorese, poliúria, já que o organismo quer liberar calor. 
Classificação de Febre: 
Quanto a elevação térmica: 
•Ligeira – quando há um aumento da temperatura de até 0,5ºc além do limite normal fisiológico. 
•Moderada – aumento de 0,5 a 1,0° C. 
•Alta – aumento de 1,0 a 1,5° C. 
•Muito Alta – aumento de 1,5 a 2,0°C. 
•Hiperpirexia – mais de 2°C, acima do limite normal. Neste caso pode ocorrer lesão de tecidos moles, como 
fígado, baço. 
 É uma temperatura incompatível com a vida. 
Obs: faz-se banhos térmicos, bolsa de gelo. 
Banheira tépida- um pouco menor do que a temperatura do animal para não haver choque térimico. 
 Quanto à oscilação da curva térmica: 
•Contínua: quando a oscilação de temperatura não ultrapassa 1° C no dia / 24h. 
•Remitente: quando a oscilação da temperatura ultrapassa 1°C em 24h. 
•Intermitente: é a febre que apresenta períodos piréticos e apiréticos num período de 48h. 
•Recorrente: apresenta períodos piréticos e apiréticos num período de 4 a 6 dias. 
•Efêmera: é a febre que aparece e desaparece em 24h ( sem uso de medicações). 
•Atípica: possui uma oscilação de curva térmica muito irregular e por isso é difícil correlacioná-la com alguma 
doença. 
 Ex. O animal passa uns dias com um tipo de febre, depois tem outro, depois tem outro tipo... Ex. animais com 
cinomose, uns tem mais sintomas digestivos, outros tem mais respiratórios, outros só tem neurológicos, 
não temos um padrão.

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