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21/05/2014 1 Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Biológicas Departamento de Fisiologia e Farmacologia Disciplina de Farmacologia TRATAMENTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER Odair Alves da Silva Recife 2014 Fisiopatologia da doença de Alzheimer 21/05/2014 00:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 2 A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa, descrita pela primeira vez em 1906 por Alois Alzheimer. É a principal causa de demência em pessoas com mais de 60 anos no Brasil, Atinge 1% dos idosos entre 65 e 70 anos e mais de 60% depois dos 90 anos. A evolução da DA é progressiva e se manifesta por um conjunto de sintomas cognitivos e neuropsiquiátricos que afetam três áreas: a) A capacidade cognitiva e de memória, b) O comportamento e a sensopercepção c) As atividades da vida diária. Manifestações iniciais • Perda de memória de curto prazo. • Diminuição de concentração, • Apatia, • Depressão • Desorientação alopsíquica. Manifestações tardias • Agnosia, • Dificuldade de comunicação, • Irritabilidade, • Agressividade, • Delírios • Ilusões Fisiopatologia da doença de Alzheimer 21/05/2014 00:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 3 O diagnóstico é clínico e é feito pelo uso sistemático de diversos testes padronizados (Mini Exame do Estado Mental). Análise anatomopatológica post mortem podem confirmar o diagnóstico demonstrando três sinais principais: • Especialmente neurônios colinérgicos do hipocampo e do córtex cerebral. Causada por excitotoxicidade e aumento do estresse oxidativo neuronal. A perda de neurônios em áreas específicas • Depósitos extracelulares de filamentos que contenham proteína β-amilóide (Aβ ou A/4), A presença de placas senis • Acumulações intraneuronal formados a partir de diversas proteínas do citoesqueleto, incluindo microtúbulos e a proteína tau. Emaranhados neurofibrilares Fisiopatologia da doença de Alzheimer 21/05/2014 00:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 4 Mini Exame do Estado Mental Tratamento farmacológico da doença de Alzheimer 21/05/2014 00:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 5 O tratamento farmacológico para a doença de Alzheimer tem quatro objetivos: – Atrasar a deterioração, – Manter as funções conservadas, – Restaurar algumas das funções perdidas – Melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Para isso, o tratamento se baseia em 3 estratégias terapêuticas. Porém, na atualidade, a única dessas terapias que se mostra realmente viável para uso é a terapia sintomática. A terapia sintomática está baseado no aumento da sinalização de acetilcolina (por inibidores da acetilcolinesterase) e na modulação da sinalização glumatérgica (pelo agonismo parcial dos receptores NMDA). • Com manutenção ou recuperação dos neurotransmissores deficientes (acetilcolina) e modular os excitotóxicos, (glutamato). A terapia sintomático • Prevenindo a formação dos compostos bioquímicos que leve à formação de placas senis, dos emaranhados de neurofibrilas e da perda de neurônios. A terapia etiopatogênica • Desenvolvimento de vacinas dirigidas contra proteínas essenciais para a iniciação e progressão da doença. Terapia imunológica Tratamento farmacológico da doença de Alzheimer 21/05/2014 00:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 6 Inibidores da acetilcolinesterase – Atuam inibindo tanto a AChE quanto a BuChE. Os fármacos dessa classe utilizados para o tratamento da DA são: Tacrina - foi o primeiro inibidor da acetilcolinesterase com efeitos clinicamente demonstráveis, mas mostrou muita hepatotoxicidade e caiu em desuso. Donepezila – é uma piperidina que produz seu bloqueio se ligando de forma facilmente reversível ao sítio aniônica da enzima, o que lhe confere uma curta duração de ação. Galantamina – é um fenantreno alcalóide e apresenta mecanismo de ação igual à donepezila. Rivastigmina – é um carbamato que se liga com grande afinidade ao sítio esterático das enzimas, lhe conferindo uma ação mais duradoura. Tratamento farmacológico da doença de Alzheimer 21/05/2014 00:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 7 Inibidores da acetilcolinesterase › Aplicações terapêuticas – Melhoram a função cognitiva, atividades da vida diária, comportamento e estado clínico global. No entanto, a resposta a cada agente dessa classe é variável de pessoal para pessoal. – Apesar dos efeitos sintomáticos claramente benéficos, não existem evidências concretas de que estes fármacos reduzam o progresso da neurodegeneração. › Farmacocinética dos inibidores da acetilcolinesterase – Absorvidos muito bem por via oral e podem atravessar a BHE. O metabolismo é hepático pelas enzimas CYP2D6, CYP2A6 e CYP3A4. Eliminação renal. A galantamina pode ser eliminada na forma não metabolizada. › Reações Adversas – A maioria das reações adversas são devido ao aumento da [ACh], e incluem náuseas, vômitos e diarreia e, em menor grau, tonturas, dor abdominal, anorexia e mialgia. – Não recomendados em casos de úlcera gástricas, DPOC, asma e distúrbios de condução cardíaca. Tratamento farmacológico da doença de Alzheimer 21/05/2014 00:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 8 Modulador de glutamato – O tratamento moduladores glutamatérgico tem o propósito de reduzir a excitotoxicidade e neurodegeneração. Memantina – é o único fármaco dessa classe aprovado para o tratamento da DA. É um agonista parcial não competitivo do receptor NMDA de glutamato. Se liga ao poro do canal quando ele já está aberto, resultando numa inibição da entrada de Ca+2. Farmacocinética • Absorvidos muito bem por via oral e podem atravessar a BHE. • Efeito máximo de 3-6 h. • Elimanda na urina de forma intacta ou metabólitos. Aplicações terapêuticas • Para casos moderados a graves da doença • Melhora o estado global, a cognição e o comportamento. Reações adversas • São bem aceitos. • De forma geral, pode causar tonturas, constipação e sonolência. Tratamento farmacológico da doença de Alzheimer 21/05/2014 00:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 9 Outros fármacos – Alguns outros fármacos são empregados no tratamento dos sintomas da DA. Antipsicóticos podem ser adicionados para o tratamento de alucinações e delírios. risperidona (0,5-3mg/dia) e a olanzapina (5-10mg/dia). Antidepressivos podem ser empregados para os pacientes que apresentam transtornos de humor. Citalopram e a sertralina. Para o combate da ansiedade, os fármacos escolhidos são os benzodiazepínicos, principalmente os de curta meia vida. O lorazepam e oxazepam. Referências bibliográficas PENILDON SILVA, Tratado de Faromacologia. 8.ed Guanabara Koogan. 2010, pp. 474-491. HARDMAN, J.G.; LIMBIRD, L.E. Goodman & Gilman As Bases Farmacológicas da Terapêutica. McGraw Hill, 11ª ed. FARMACOLOGIA - RANG, DALE & RITTER (4a e 5a ed) Português. FARMACOLOGIA - KATZUNG (9ª ed) Português. GOLAN D.E. PRINCÍPIOS de FARMACOLOGIA - A Base Fisiopatológica da Farmacoterapia, 2ª edição. Guanabara Koogan. 2009, pp 131-145. 21/05/2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 10
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