Buscar

[Pirrene] 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo – Texto de livre escolha
Luís Victor Mota Freitas – 9331419
PIRENNE, H. História Econômica e Social da Idade Média. Capítulos 1 (parte III), 2 (parte I) e 5 (partes I e II).
Nesse texto, Pirenne expõe a sua tese de que o renascimento do comércio na Europa Medieval foi um fator de suma importância para o surgimento do capitalismo, tendo o espírito capitalista sido desenvolvido já no período que hoje classificamos como medieval. O autor divide o seu argumento em três partes: renascimento comercial, renascimento urbano e o desenvolvimento do capitalismo com o crescimento do comércio.
Sobre o renascimento comercial, Pirenne expõe a situação de algumas cidades italianas, onde ele teria começado. Veneza, localizada em região de solo pobre, já realizava trocas desde sua fundação, para a própria sobrevivência da cidade. As trocas foram aumentando de volume e se tornando mais elaborada com o tempo, e a cidade foi despontando como um importante centro comercial. O afã do lucro, à época, era visto como incompatível com a moral cristã, e a Igreja se opunha a ele. Porém, nas cidades de Pisa e Gênova a fé e a cobiça se misturaram, e ambas realizaram expedições para territórios árabes que geraram conquistas e também a expansão do comércio. Veneza, Pisa e Gênova foram os pontos iniciais do ressurgimento comercial, e delas essa atividade vai se espalhando para o resto da Itália e para a Europa como um todo. Os nórdicos, que antes costumavam apenas realizar atividades de saque, começam também a efetuar trocas. 
No Norte da Europa, a região flamenga se destacou pelo surgimento da indústria de tecidos, que cresceu de maneira considerável. Tendo acesso fácil à lã inglesa, de excelente qualidade, a região conseguia elaborar o tecido de maneira que este tivesse um grande valor, e o pequeno peso do tecido fez com que ele se tornasse um sucesso comercial. Rotas de comércio foram surgindo na Europa, e comerciantes italianos iam até a região comprar tecidos para exportarem e lucrarem enormemente no processo.
No período medieval, devido aos constantes conflitos e incursões de normandos, sarracenos e húngaros, começaram a surgir burgos em diversas regiões da Europa, que consistiam em muralhas que proporcionavam refúgio à população local. Os comerciantes, àquela época, estavam expostos a diversos perigos de saque, e começaram a se abrigar nessas muralhas para proteção pessoal enquanto se locomoviam. Conforme o número de comerciantes foi crescendo, a atividade desses burgos foi aumentando, e os próprios burgos precisaram expandir de tamanho. Artesãos começaram a se concentrar nesses centros, atraídos pela grande quantidade de comerciantes, e assim as cidades recomeçaram a ganhar força no continente.
O autor defende que o comércio medieval se desenvolveu sob influência do comércio de exportações, de maneira similar ao posterior comércio colonial. As cidades italianas continuaram prosperando com o tempo, e a importação de produtos orientais foi se diversificando, o que é atestado pela grande quantidade de termos em árabe presentes nas línguas latinas, advindos do italiano. Outros povos também foram desenvolvendo o comércio marítimo, como os povos germânicos organizados em Hansas e os habitantes da atual França, que exportavam principalmente produtos agrícolas. A Espanha foi tendo uma participação cada vez maior no comércio internacional conforme os árabes foram sendo expulsos da Península Ibérica. 
Em suma, a partir do renascimento do comércio houve um grande movimento de ascensão do comércio na Europa, e no século XIII todo o continente já estava aberto ao grande comércio. Os governantes locais não deram apoio a esse processo, que foi movido apenas pela cobiça dos comerciantes. Os italianos, durante o período medieval, estiveram na vanguarda desse processo, e muitos dos que se aventuraram durante o período conseguiram fazer fortunas consideráveis, já que a oferta pelos bens importados era muito menor do que a demanda. O capitalismo, segundo Pirenne, na sua forma comercial, teria se firmado já no século XII.

Outros materiais