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Aula 03 – Terceira idade
Introdução
Nesta aula, estudaremos a Política Nacional do Idoso, bem como as demandas mais específicas desse segmento populacional e a atuação do assistente social frente a esse segmento.
Terceira idade
Atualmente, percebemos um elevado aumento da expectativa de vida do brasileiro o que significa um desafio para a sociedade brasileira e para o Governo. Dessa forma, é através do desenvolvimento de políticas públicas que ocorre a implementação dos direitos sociais da pessoa idosa.
Vale sinalizar que são inúmeros os desafios apresentados pelo envelhecimento de toda a população brasileira. Porém, devemos possibilitar a garantia efetiva dos direitos dos idosos, bem como a sua inclusão na sociedade.
Nesse contexto de desafios e limites, devem-se propor projetos e programas que vão além da saúde do idoso, abrangendo também a área social, lazer, esportes, entretenimento, entre outros.
A construção das políticas sociais para o idoso na legislação brasileira
De acordo com as autoras Maria Tereza Pasinato e Ana Amélia Camarano (2004), ressalta-se a grande relevância dos debates sobre o envelhecimento populacional global desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Viena, em 1982.
Elas demonstram, em seus estudos, que esse primeiro encontro internacional sobre o tema delineou o Plano Internacional de Ação para o Envelhecimento de 1982, enfatizando a promoção da independência econômica do idoso através de políticas públicas associadas à esfera do trabalho e também priorizou ações voltadas a um envelhecimento saudável e ao reconhecimento do idoso como ator social.
Segundo Maria Tereza Pasinato e Ana Amélia Camarano (2004), essa assembleia repercutiu de forma positiva no Brasil, influenciando na elaboração do texto Constitucional de 1988, onde foi elaborado e redigido um capítulo exclusivo sobre as questões sociais.
Título VIII, cap. II, intitulado “Da Seguridade Social”, que começa com o art. 194 e termina no art. 204.
A Constituição Federal de 1988 apresentou uma nova abordagem às políticas sociais brasileiras, presenciamos a substituição do viés assistencialista pela garantia e efetivação de direitos sociais, democratização e universalização das políticas sociais.
Constituição Federal de 1988
Podemos dizer que no período da Constituição 1988, houve a legitimação de algumas políticas com o objetivo de atender demandas de alguns segmentos específicos, em particular, da população idosa visando à garantia de seus direitos sociais e da ampliação de sua participação na sociedade.
Segundo Coutinho (2013), sinaliza que a Constituição de 1988 assegura em seu artigo 230, que a família, a sociedade e o Estado devem ser responsáveis por assegurar ao idoso a sua participação na sociedade. Porém, infelizmente, a Constituição de 1988 limitava a defesa dos direitos do idoso a terceiros e não o considerava como sujeito ativo e participativo de seus direitos, quando no texto da referida Constituição relata que a família, a sociedade e o Estado defenderão sua dignidade e seu bem-estar.
A história dos direitos da população idosa, no Brasil, tem seu marco inicial na Constituição Federal de 1988 e, posteriormente, com a Política Nacional do Idoso que foi implantada em 1994 (Lei nº 8.842/94).
Política Nacional do Idoso
A Política Nacional do Idoso foi reivindicada pela sociedade, sendo resultado de lutas, discussões, conferências, entidades representativas desse segmento, que elaboraram um documento que se transformou no texto base da lei.
Ela regulamentou normas para os direitos sociais dos idosos, estabelecendo integração, autonomia, participação efetiva como instrumento de cidadania e um novo olhar sob esse público.
É interessante destacar que após a implantação da Política Nacional do Idoso, foi promulgado o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03) que passou a vigorar em 2004, com inúmeros benefícios e garantias ao público da terceira idade e com penalidades para pessoas que violam e abandonam cidadãos idosos.
De acordo com Tonon, Oliveira appud Bussula (p. 4, 2013):
“O principal objetivo da Política Nacional do Idoso é criar condições para garantir a longevidade do idoso com o máximo de qualidade de vida, suas ações não são somente para quem já envelheceu, mas também para aqueles que chegarão a esta etapa da vida. Às entidades públicas, fica o dever de incentivar a criação de locais de atendimento aos idosos, como centros de convivências, casas-lares, oficinas de trabalhos, que os apoie principalmente em sua reinserção no mercado de trabalho”.
Diretrizes da Política Nacional do Idoso
É importante ressaltar algumas diretrizes que perpassam a Política Nacional do Idoso, sendo elas:
1 – viabilizar formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso, proporcionando-lhe integração às demais gerações;
2 – promover a participação e a integração do idoso, por intermédio de suas organizações representativas, na formulação implementação e avaliação das políticas, planos, programas e projetos a serem desenvolvidos;
3 – priorizar o atendimento ao idoso, por intermédio de suas próprias famílias, em detrimento do atendimento asilar, à exceção dos idosos que não possuam condições de garantir sua sobrevivência;
4 – descentralizar as ações político-administrativas;
5 – capacitar e reciclar os recursos humanos nas áreas de Geriatria e Gerontologia;
6 – implementar o sistema de informações que permita a divulgação da política, dos serviços oferecidos, dos planos e programas em cada nível de governo;
7 – estabelecer mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais do envelhecimento;
8 – priorizar o atendimento ao idoso em órgãos públicos e privados prestadores do serviço; e apoiar estudos e pesquisas sobre as questões do envelhecimento.
Programas, projetos e benefícios direcionados aos idosos
Quais são os programas, os projetos e os benefícios que o Governo Federal desenvolve na área do idoso?
Vamos destacar alguns programas, projetos e benefícios voltados para a área do idoso desenvolvidos pelo Governo Federal:
- Lei Orgânica de Assistência Social – Lei nº 8742/93. Esta lei regulamentou a assistência social e trouxe para o público idoso o Benefício de Prestação Continuada que consiste na garantia de 1 salário mínimo mensal para todo idoso, com 70 anos ou mais, que não tiver condições de manter-se ou ser provido pela família.
- Farmácia Popular – É um programa do Governo Federal que busca ampliar o acesso da população aos medicamentos considerados essenciais.
O Ministério da Saúde adquire os medicamentos de laboratórios farmacêuticos públicos ou do setor privado e os disponibiliza nas farmácias a preço de custo.
- Transporte coletivo – Em se tratando de transporte coletivo, para o idoso é garantida a prioridade no embarque, segundo preceitua o artigo 42 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03), ou seja, no momento do embarque, poderá ter acesso imediato ao meio de transporte (ônibus, avião, metrô, trem, barca, navio etc.).
Também são garantidos 10% dos assentos nos veículos de transporte coletivo, devidamente identificados com placa de “reservado preferencialmente para idosos” (artigo 39, § 2º).
- Política de Saúde do Idoso – Em 1999 foi aprovada a Portaria 1395/GM do Ministério da Saúde que aprovou a Política de Saúde do Idoso que possui como diretrizes a promoção do envelhecimento saudável e assistência à saúde do idoso em todos os âmbitos.
- Esfera cultural, artística, esportiva e de lazer – No que tange à esfera cultural, artística, esportiva e de lazer, a pessoa com 60 anos ou mais (sendo comprovado através do documento de identificação pessoal com foto), terá o desconto de pelo menos 50% na compra de seu ingresso, como também a garantia do acesso preferencial ao local do evento (artigo 23 do Estatuto do Idoso).
- Gratuidade no transporte público urbano – O idoso também possui gratuidade no transporte público urbano, municipal, intermunicipal e interestadual a partir dos 65anos de idade.
- Sistema Único de Assistência Social – Estabelece os parâmetros essenciais para desenvolver ações da política de assistência social, possibilitando a normatização dos padrões dos serviços, e os organiza com base em seus eixos estruturantes, descritos a seguir:
CRAS: Centro de Referência da Assistência Social que desenvolve atividades para o público da terceira idade como: palestras, grupos de convivência, entre outros.
CREAS: Centro de Referência Especializado de Assistência Social que também desenvolve atividades para o público da terceira idade como situações de risco e vulnerabilidade social.
Posição do assistente social frente à terceira idade
De acordo com Souza (2013), os segmentos comprometidos com mudanças sociais e, nesse eixo, o Serviço Social encaixa-se perfeitamente, reconhece o idoso como sujeito, cidadão, vislumbrando o seu valor.
Porém, a autora destaca que a valorização do idoso não deve partir somente dos profissionais que trabalham nessa área, mas, principalmente, do eixo familiar, uma vez que é referência para o indivíduo.
O Serviço Social deve orientar a família do idoso a respeitar a tomada de decisão, de forma a respeitar sua autonomia e liberdade pessoal.
Conforme estudo da autora Neri (p. 242, 2000):
“Temos que cuidar para não vitimar e ou discriminar o idoso, cujas relações com a família, a sociedade e as gerações mais jovens já foram suficientemente marcadas por preconceito”
Já o autor Kaloustian (p. 23, 2000) nos alerta que:
“O Serviço Social, liberto das amarras da prática tradicional, tem uma visão transformadora e crítica da sociedade, propiciou a percepção da família no interior das questões mais amplas, contraditórias e complexas.” (p. 23).
Nesse sentido, é de extrema relevância e importância o trabalho do assistente social frente ao público da terceira idade, pois, é possível desenvolvermos um trabalho baseado na igualdade de direitos, autonomia do grupo e promoção social desse segmento.

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