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Fat.bioticos e abióticos..

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Fatores que influenciam na distribuição de protozoários
O aparecimento e distribuição de protozoários são determinados por fatores bióticos e abióticos. Fatores abióticos são características físicas e químicas, enquanto os bióticos são, por exemplo, alimento, competições e relações predador - presa. 
Fatores Abióticos:
A maior parte das informações sobre a influência de fatores abióticos é resultado de investigações laboratoriais, combinados com medições obtidas do ambiente.
Parâmetros abióticos incluem fatores químicos tais como: umidade, concentração de íons, pH, concentração de gases dissolvidos. E fatores físicos como: luz, temperatura e ocorrência de água.
A influência de um fator não pode ser isolado dos outros e sim combinados como um todo.
O conhecimento básico dos fatores limitantes mais importantes na regulação da ocorrência de protozoários, é pré - requisito necessário no entendimento da ecologia dos protozoários.
ÁGUA
A ocorrência de protozoários depende, pelo menos, de alguma água disponível. Não importando a natureza (seja água doce, salgada ou fluido de outro organismo), sua distribuição e disponibilidade (como uma película sobre o solo, uma gota sobre uma flor ou orvalho).
Ambientes completamente secos não podem ser colonizado por protozoários. Porém, alguns são capazes de produzir cistos resistentes a longos períodos de seca, ou seja, no estado de latência (criptobiose). Estes cistos ou esporos podem ser dispersos pelo ar. Nestes casos sorocarpos são formados e emergem alguns milímetros do substrato para serem transportados pelo vento.
Água no estado sólido não pode ser usada como solvente na atividade metabólica. E o descongelamento recria condições de água livre. E aqueles cistos resistentes a seca também são resistentes ao descongelamento. Visto que o congelamento pode gerar cristais que oferecem riscos à integridade da célula.
Em habitats de baixa pressão osmótica como água de chuva, de nascentes, condensação, como intracelularmente o meio é hipertônico a água entra continuamente. Isto pode eventualmente causar a lise da célula, mas os protozoários são capazes de reduzir a concentração celular através da inativação de substâncias osmoticamente ativas. Alguns também são capazes de reforçar a parede celular ou estruturas corticais intracelulares e a maioria é capaz de expulsar ativamente a água através de vacúolos contráteis.
TEMPERATURA
Os protozoários em sua maioria vivem em temperaturas em torno de 0° a 40°C. No entanto, alguns toleram temperaturas extremas. Um gradual aquecimento em torno dos 35°C ainda é tolerado. Cada grupo de protozoário tem sua temperatura ótima de crescimento umas mais baixas, outras mais altas. Consequentemente, abaixo das condições ótimas eles podem viver como endoparasitas facultativos, um pré-requisito para sobreviverem e desenvolverem dentro de pássaros e mamíferos.
OXIGÊNIO
A maioria dos protozoários depende do oxigênio dissolvido no meio. Muitas espécies podem sobreviver em habitats com baixíssimas concentrações de O2 e outras sem O2 e até mesmo na lama.
Alguns ciliados vivendo em locais de baixa concentração de O2 ou em água parada, possuem algas verdes unicelulares em seu citoplasma. Essa ocorrência é obrigatória ou não. As contribuições destas algas são açúcares e algum O2 produzidos pela fotossíntese.
SUBSTRATO 
A existência de substratos e sua natureza física e química Tem importância para organismos sésseis, assim como para aqueles que necessitam de uma superfície de locomoção.
Do ponto de vista físico, a baixa velocidade da água é importante, pois as regiões periféricas e zonas mortas dos rios são importantes habitats para protozoários.
Na vizinhança de partículas de sedimentos e agregados, um número muito alto de espécies pode ser observado devido a abundância de partículas de alimentos e nutrientes em potencial. 
Filtros alimentadores usam fixação mecânica para garantir que o movimento ciliar resulte na coleta de partículas alimentícias ao invés de locomoção. Simultâneamente, a célula precisa ser elevada do seu substrato para permitir a criação de um fluxo de água adequado. Isto é garantido através de hastes ou formas alongadas da célula. A eficiência da filtração pode ser enriquecida pela formação de colônias que podem ser suspensas na água.
Alguns ciliados sésseis associam-se, exclusivamente ou preferencialmente, a substratos orgânicos ou vivos.
O significado evolutivo desse grau de especialização pode ser o de evitar a competição. Os mecanismo de reconhecimento de substrato, entretanto, são desconhecidos.
Fatores Bióticos 
Espécies com tempo de geração de várias semanas ou de vários meses, sobrevivem somente em ambientes muito estáveis. Normalmente, eles representam uma ligação em um grau complexo de biocoenose, que é pré-determinante para a limitação de um dado habitat. Em contraste com isso, protozoários com tempo de reprodução de poucas horas, podem esgotar rapidamente as reservas. Como por exemplo populações de amebas, ciliados, flagelados.
O primeiro passo na estabilização de um novo biocoenose é a fixação de um novo habitat.
A composição das comunidades de organismos, que servem de alimento, tem grande influência na atividade alimentar do protozoário. No curso do estabelecimento dessas biocoenoses, o habitat é modificado, formando novos nichos ecológicos, especialmente para protozoários predadores.
A sequência de aparecimento de diferentes espécies é chamada de sucessão.
Em biocoenose naturais, a situação é mais complexa em função da influência de fatores adicionais na densidade da população de várias espécies.
No caso do esgotamento de recursos alimentares os protozoários formam cistos.
HABTATS E BIOCENOSES AQUÁTICAS 
Em uma escala global, biocoenoses aquáticas de oceanos são a fonte da maioria da produtividade biológica. O papel que os organismos unicelulares exercem tem sido explorado somente nas últimas duas décadas.
Um importante tipo de habitat é a coluna de água oceânica, caracterizada pela certa uniformidade em seus parâmetros ambientais.
Aqui não encontramos exclusivamente formas"planctônicas" mas também formas sésseis ligadas a partículas suspensas. Esses biótopos são habitáveis por procariontes, eucariontes unicelulares e por metazoários.
Diferenças locais em parâmetros químicos, propriedades da superfície e recursos alimentares levam à formação de microhabitats com faunas específicas. Alguns microhabitats existem exclusivamente devido ao seu pequeno tamanho. Normalmente competidores alimentares e predadores não podem invadir o habitat por serem grandes. Acarretando uma colonização por protozoários delgados ou vermiformes.
Dentro dos diferentes horizontes sedimentares, os protozoários vivem em um nicho ecológico específico. Isto se baseia na especialização de dietas específicas.
Pequenos organismos são caracterizados pelas taxas metabólicas relativamente altas. A contribuição dos protozoários para o ciclo do material orgânico é, normalmente, muito alta.
HABTATS E Biocoenoses terrestre 
Habitats terrestres mostram algumas semelhanças com sedimentos de sistemas aquáticos. As diferenças notáveis estão na disponibilidade de água e na presença de gases atmosféricos. Consequentemente, não é surpreendente que no solo a fauna de protozoários tenha elementos nativos com um alto grau de adaptação, maiores que o de espécies de água doce conhecidas.
Bem como para habitats aquáticos, os protozoários do solo também são altamente especializados no que diz respeito ao tamanho de seu alimento.
SIMBIOSE E PARASITISMO 
Protozoários por si só representam microhabtats celulares que são compartilhados com outros organismos extremamente pequenos. Dependendo da natureza destas interações entre os organismos, a relação
é chamada de simbiose caso ambos se beneficiem vivendo juntos; ou de parasitismo se o hospedeiro é prejudicado enquanto o parasita se beneficia. Freqüentemente, o tipo de relação estabelecida não é óbvia, uma situação chamada de comensalismo. Simbiose é usada para para todos os tipos de relação. Outros termos que refletem a relação espacial entre organismos são: 
(Ectobiose: vivendo na superfície de outro organismo;
(Endobiose: Vivendo dentro de outro organismo;
(Endocitobiose: vivendo dentro da célula de outro organismo.
O PROTOZOÁRIO COMO COMENSAL 
São protozoários estão freqüentemente fixados na superfície de outros organismos. Se o organismo é móvel , a situação é conhecida como sinforismo. Numerosos protozoários vivem dentro do sistema urogenital de metazoários, sem nenhum efeito detectável para o hospedeiro.
O PROTOZOÁRIO COMO SIMBIONTE 
A natureza simbiótica da coexistência de protozoários e metazoários é evidente no caso dos flagelados, que vivem exclusivamente nas "tripas" de baratas e de térmites. Aparentemente os flagelados desempenham um importante papel na digestão da celulose, embora tal mecanismo não seja completamente conhecido. Uma simbiose de grande importância ecológica é encontrada em células fototróficas viventes no interior de protozoários ou metazoários heterotróficos e que são encontradas no interior de vacúolos. 
PROTOZOÁRIO COMO PARASITA 
Protozoários parasitas vivem como endobiontes ou encocitobiontes em protozoários, em metazoários e em metaphyta. As doenças mais importantes causadas por protozoários como leishmaniose, amebíase e malária, têm sido estudadas. Esses protozoários começam na sua evolução como organismos de vida livre.
Espécies de vida livre que têm sido estudadas, mostram a existência de transições ecológicas e morfológicas entre estados de parasitismo.
Na maioria das vezes, não existe uma vacinação efetiva contra os protozoários parasitas, visto a complexidade do ciclo de vida deles. Isto porque além de possuir diferentes hospedeiros e de se movimentar dentro deles, os protozoários têm a habilidade de mudar suas proteínas de superfície (antígenos para o sistema imune do hospedeiro). Levando a demora ou o não reconhecimento pelo sistema imune do antígeno, fenômeno chamado variação antigênica. 
PROTOZOÁRIO COMO HOSPEDEIRO 
A presença de endocitobiontes fotossintéticamente ativos é particularmente benéfico ao hospedeiro protozoário heterotrófico. Em quase todos os grupos de protozoários heterotróficos de vida livre, exemplos de associações obrigatórias ou facultativas com formas autotróficas são conhecidas.
Essas associações são geralmente frouxas e comumente terminam através de digestão, quando o hospedeiro é mantido no escuro. Mas associações bem fortes podem ser vistas, se pelo menos um dos dois não puder sobreviver independentemente.
Em muitos protozoários, procariontes endobiontes que estão presentes não fazem fotossíntese mas são essenciais para o hospedeiro. A reprodução de procariontes é regulada pela atividade nuclear do hospedeiro e vice e versa. O n° de protozoários de vida livre que contém bactérias intracelularmente é muito maior que o comum conhecido.
Referência:
HAUSMANN, K. & N. HÜLSMANN, 1996. Protozoology. 2nd edition , Thieme Medical Pub.; 338p.

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