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II - FURAÇÃO A furação é um dos mais importantes processos de usinagem, visto que a grande maioria das peças são dotadas de furos. Para abertura destes furos são usadas, preferencialmente, as furadeiras, embora possam ser usadas outras máquinas, tais como os tornos. Movimentos para furação de uma peça A ferramenta normalmente utilizada para a abertura de furos é a broca helicoidal com duas arestas de corte. Para que ela execute o corte, são necessários dois movimentos: a) Movimento principal de corte - que é a rotação da broca em torno de seu eixo. Este movimento é que determina a velocidade de corte em [m/min] b) Movimento de avanço - que é o movimento longitudinal da broca em direção à peça. Este movimento é medido em [mm/rot.] Mediante a combinação dos movimentos principal e de avanço, cada aresta de corte descreve um movimento helicoidal que dá origem à formação de um cavaco contínuo. Furadeiras e mandriladoras Dependendo do tipo de furação exigida (dimensões, precisão, quantidade, acabamento), existe um determinado modelo de furadeira mais adequada. Furadeira manual Pode ser elétrica ou pneumática; é ideal, pela sua versatilidade, para furação de pequenos diâmetros, que não exijam grande precisão, em produção não seriada. Furadeira de bancada Tem este nome por ser colocada sobre a bancada de trabalho. De pequena potência, também é usada para pequenos diâmetros em produção não seriada. Furadeira de coluna É o tipo mais usado de furadeira. Ela é fixada através de uma base e possui uma mesa que pode deslocar-se em altura, onde é fixada a peça a ser furada. Possui várias velocidades e o avanço pode ser feito manual ou automaticamente. Furadeira de coluna, com carro móvel Trata-se de uma máquina mais pesada, com uma coluna em forma de caixa de alta rigidez. Pelas guias da coluna, podem movimentar-se a mesa e o carro porta-broca onde está alojado o mecanismo de avanço. O movimento de avanço é realizado pelo carro, evitando que, em furos profundos, a árvore principal fique com uma grande parte em balanço, como ocorre com a furadeira de coluna comum. Portanto, esta furadeira é ideal para grandes diâmetros e para furos profundos. Furadeira de precisão Usada para furos com rigorosa distância entre centros (até 0,001 mm). Sua mesa permite movimentação longitudinal e transversal. Possui alta rigidez estrutural e sua árvore está perfeitamente apoiada, não havendo permissão para nenhuma folga. Usada em ferramentaria. Furadeiras em série Montadas em série, com uma mesa comum, são usadas para a realização contínua de várias operações em uma peça, tais como: furar, escarear e alargar determinado furo. Furadeira múltipla Possui várias árvores que são acionadas em conjunto podendo, portanto, executar vários furos ao mesmo tempo. Ideal para produção em série. Furadeira radial A furadeira radial permite o deslocamento do carro porta-broca através de um braço, que, por sua vez, pode deslocar-se em torno da coluna, bem como se mover verticalmente. Graças a sua multiplicidade de movimentos, permite que uma determinada peça seja furada em vários pontos sem que tenha de ser deslocada. É ideal para furação de peças pesadas, de pequena mobilidade. Mandriladora horizontal A operação de mandrilamento consiste em alargar furos através de uma ferramenta similar a usada no torno, que é fixada em uma barra porta ferramenta chamada barra de mandrilar. Se o furo for passante, a barra ficará fixada entre a placa do cabeçote da máquina e um suporte conhecido por luneta. Caso contrário, usa -se uma barra curta presa apenas no cabeçote. A mandriladora pode ser utilizada para trabalhos de furação, mandrilamento, fresagem e torneamento em peças complicadas e de difícil manuseio. A árvore porta- ferramentas está disposta horizontalmente e nela podem ser fixadas as ferramentas de furar, mandrilar ou fresar. A árvore pode avançar no sentido longitudinal, enquanto que o cabeçote onde está fixada, pode deslocar-se em altura. A mesa, onde é fixada a peça, é giratória e pode deslocar-se nos sentidos longitudinal e transversal. As mandriladoras são equipadas com caixas de velocidades que permitem várias velocidades de rotação e avanço da árvore porta-ferramentas. Ferramentas de furar Broca Helicoidal A broca helicoidal tem três partes principais: ponta, corpo e haste. A ponta é a extremidade cortante. O corpo é a parte situada entre a ponta e a haste, e têm dois sulcos ou ranhuras que se denominam estrias. A haste (paralela ou cônica) é a extremidade, ou punho, da broca que encaixa no mandril ou suporte da máquina perfuratriz. A ponta da broca deve ser cuidadosamente formada em todas as características para que o corte seja eficiente, e o furo do tamanho certo. A aresta transversal situada no vértice da ponta se denomina centro morto. A ação cortante da broca fica a cargo das duas arestas cortantes, formadas pela interseção das estrias e a ponta cônica. A aresta transversal não corta, mas sim comprime o material para fora do centro do furo, à frente das arestas principais de corte, consumindo assim em torno de 40% do esforço de avanço da broca. A parte traseira de cada aresta cortante é rebaixada, para que a aresta possa penetrar o material, e para que ele não roce no mesmo. Ao fazer girar a broca sob pressão, as duas arestas cortam o metal, formando cavacos, permitindo que a broca vá se aprofundando cada vez mais. A parte rebaixada dá o formato de cunha e é uma das características mais importantes da ponta. Alargadores Alargadores servem para alargar furos pré-furados, aumentando a precisão dimensional. De modo geral, o alargador tem três partes: chanfro; corpo e haste O chanfro é a parte que efetua o corte do alargador, e é formado com ângulo uniforme em cada lâmina. O esmerilhamento é feito de tal maneira que haja um ângulo de folga atrás de cada aresta. O corpo compreende um número de estrias ou ranhuras e lâminas. As lâminas estão situadas entre as estrias. Na parte superior de cada lâmina há uma beira ou fase que corre desde o chanfro até a extremidade traseira da estria. A aresta traseira da fase é rebaixada, formando um ângulo de folga que se denomina ângulo de folga do corpo. Na maioria dos alargadores a aresta de cada lâmina se acha inclinada com relação à linha que atravessa o centro da face dianteira do alargador. Este ângulo se denomina ângulo do chanfro. A haste é a parte do alargador que se encaixa no mandril ou suporte da máquina. Aplainamento É um processo usado para usinagem de superfície planas ou curvas que concorre com o fresamento. O cavaco é arrancado em forma de fita, em virtude de o movimento principal ser retilíneo. Plainas ou Limadoras A operação de aplainamento pode ser feita pela plaina ou pela limadora. A diferença básica entre limadoras e plainas é que nas primeiras o movimento principal de corte é feito pela ferramenta, enquanto que nas plainas, é feito pela peça, através do movimento de vai-e- vem da mesa da máquina. As limadoras são usadas para pequenos trabalhos em oficinas e as plainas para produção industrial. A limadora é uma máquina limitada, usada para executar cortes verticais, horizontais e inclinados em peças de pequenas dimensões. A plaina, por sua vez, é indicada para aplainar e fresar peças grandes. Possui dois cabeçotes e uma mesa que realiza movimento retilíneo alternado. A velocidade de corte no aplainamento é dada em [m/min] e é medida durante o movimento da ferramenta no curso útil. A velocidade, durante o curso em vazio,denomina-se velocidade de recuo Movimento para o aplainamento de uma peça através da limadora O aplainamento é feito através de três movimentos: a) Movimento principal ou de corte: é executado pela ferramenta que avança em linha reta no sentido de corte (curso útil) e retorna à posição inicial, após executar o corte (curso em vazio). b) Movimento de avanço: é o movimento dado pela peça (aplainamento horizontal) ou pela ferramenta (aplainamento vertical), manual ou automaticamente, a cada vai e vem da ferramenta, na execução do movimento de corte. c) Movimento de ajuste: é dado pela ferramenta no aplainamento horizontal e pela peça no vertical, antes de iniciar-se a operação de corte. Movimento para o aplainamento de uma peça através da plaina Nas plainas, o movimento principal é realizado pela mesa, enquanto que, a ferramenta realiza o movimento de avanço. As ferramentas de corte são semelhantes às da limadora, porém, em geral, são maiores. Brocheamento Na fabricação em grande série de peças, como as da figura ao lado, um dos processos mais competitivos de usinagem é o brocheamento. No brocheamento, a ferramenta é puxada, de maneira que seus dentes cortem a superfície a ser usinada. Existem, basicamente, dois tipos de brocheamento: o interno o externo. No interno, a ferramenta é introduzida através de um furo previamente aberto e começa a ser puxada. Suas dimensões são progressivas, de modo que a peça vai sendo usinada aos poucos, até atingir suas dimensões finais, quando a ferramenta termina seu curso. No brocheamento externo, a ferramenta é passada longitudinalmente ao longo da face a ser usinada. O brocheamento confere à peça ótimo acabamento e excelente precisão, entretanto, o preço da ferramenta é elevado, o que limita sua aplicação às grandes séries de peças. Por este processo, consegue-se a fabricação de até 200 peças/hora. Brocheadoras Estas máquinas são relativamente simples, porque só necessitam executar o movimento principal retilíneo para deslocamento da brocha. O movimento de avanço é obtido pelo próprio formato da ferramenta que vai aumentando de dimensões ao longo de seu comprimento. As brochas de corte As brochas possuem dentes em forma de cunha, com uma aresta cortante. Os dentes aumentam gradualmente, tendo no final exatamente a forma de perfil desejado. No sistema de dentes, podemos distinguir a parte cortante e a de calibração. A diferença de altura entre dois dentes consecutivos varia de 0,02 a 0,12 mm, sendo que os últimos 4 a 6 dentes possuem a mesma dimensão e tem a finalidade de calibrar o furo exatamente nas dimensões requeridas.
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