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Universidade Nove de Julho Daniel Freitas Oliveira – R. A.: 410.107.682 Philipe Mizuno Ferrari da Silva – R. A: 411.205.629 Renato Vieira Barreto – R. A.: 412.107.933 Furação São Paulo 2012 Universidade Nove de Julho Daniel Freitas Oliveira – R. A.: 410.107.682 Philipe Mizuno Ferrari da Silva – R. A: 411.205.629 Renato Vieira Barreto – R. A.: 412.107.933 Furação Trabalho acadêmico apresentado aos professores Francisco Soares da Costa e Francisco Siderlan dos Santos da disciplina de Laboratório de processos de produção, da turma A do período noturno do curso de Engenharia de produção mecânica da Universidade Nove de Julho. São Paulo 2012 LISTA DE FIGURAS Figura 1.1: Furadeira de arco egípcia de 1.000 a.C..................................................... 6 Figura 2.1: Partes de uma furadeira ........................................................................... 7 Figura 3.2: Variações de processo de furação com broca........................................... 8 Figura 4.1: à esquerda furadeira automática; à direita furadeira sensitiva ................. 9 Figura 4.2: Furadeira de bancada(a esquerda); Furadeira radial(a direita) ................. 10 Figura 3.3: Furadeira Gêmea ...................................................................................... 11 Figura 4.4: Furadeira de múltiplas árvores ................................................................. 11 Figura 5.1: Elementos de uma broca .......................................................................... 12 Figura 5.2: Broca de centro ......................................................................................... 13 Figura 5.3: Broca calçada com pastilha ....................................................................... 13 Figura 5.4: Brocas com pastilhas intercambiáveis ...................................................... 14 Figura 5.5: Brocas Canhão .......................................................................................... 14 Figura 5.6: Brocas Múltiplas ....................................................................................... 14 Figura 5.7: Brocas com furo para fluído refrigerante .................................................. 154 Figura 5.8: Brocas anulares ......................................................................................... 155 Figura 6.1: partes de uma broca helicoidal .................................................................. 17 Figura 7.1: ângulos de hélice de brocas ....................................................................... 186 Figura 7.2: Broca com ângulo normal ......................................................................... 20 Figura 7.3: Vetores de força de uma broca .................................................................. 20 Figura 8.1: Alargadores................................................................................................ 21 Figura8.2: Alargadores................................................................................................. 22 Figura 8.3: Alargador de expansão............................................................................... 22 Figura 8.4: Alargadores com pastilhas intercambiáveis............................................... 23 Figura 8.5: Desandador T............................................................................................. 23 Figura 8.6: Escareador.................................................................................................. 24 Figura 8.7: Piloto ou Guia............................................................................................ 24 Figura 8.8: Rebaixador................................................................................................. 25 Figura 8.9: Rebaixador................................................................................................. 25 Figura 8.11: Machos com desandores.......................................................................... 26 Figura 8.107: Alguns tipos de rebaixadores................................................................... 26 Figura 11.1: Forças atuantes no processo de furação................................................... 29 Figura13.1: Fixação e localização entre os diversos componentes de um sistema de transmissão................................................................................................ 38 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Ângulo da ponta de broca tipo H.................................................................. 188 Tabela 2: Ângulo de ponta de broca tipo N.................................................................. 19 Tabela 3: Ângulo de ponta de broca tipo W................................................................. 19 Tabela 4: Machos e suas aplicações............................................................................. 27 Tabela 5: Contribuição de diversas grandezas nos esforços de furação.................... 30 Tabela 6: Coeficientes da equação de Kroenenberg para alguns aços........................ 31 Tabela 7: Coeficientes da equação de H.Daar para alguns aços.................................. 31 Tabela 8: Coeficientes da equação de H.Daar para obtenção de Momento Torsor com pré-furo para alguns aços................................................................... 32 Tabela 9: Coeficientes da equação de H.Daar para obtenção da Força de Avanço com pré-furação......................................................................................... 32 SUMÁRIO 1. Introdução ....................................................................................................................... 6 2. Partes de uma furadeira .................................................................................................. 7 3. Processo de furação ......................................................................................................... 7 4. Tipos de furadeiras ......................................................................................................... 8 5. Brocas ............................................................................................................................ 11 6. Forma construtiva das brocas helicoidais...................................................................... 15 7. Características das Brocas ............................................................................................. 16 8. Operações Especiais ...................................................................................................... 20 9. Formação do cavaco na furação .................................................................................... 26 10. Afiação das brocas helicoidais .................................................................................... 27 11. Forças e potencias de corte na furação ........................................................................ 28 11.1. Fórmulas experimentais para cálculos dos esforços ................................................. 29 11.2. Resistência da ferramenta e máquina operatriz .................................................... 31 11.3. Avanço máximo considerando a resistência da broca ............................................ 32 11.4. Avanço máximo considerando a força máxima de penetração da furadeira. .......... 32 11.5. Avanço máximo considerando a potência da máquina ........................................... 33 12. Exemplo de cálculo ..................................................................................................... 37 13. Exemplo de peça: Furação, Alargamento e Rosqueamento ........................................ 37 14.Conclusão .................................................................................................................... 38 15. Referencias bibliográficas .......................................................................................... .39 – PROCESSO DE PRODUÇÃO DE UM PRODUTO: mostrar a lista de materiais e a árvore do produto, fluxograma de processo, lista de máquinas e equipamentos e a capacidade produtiva diária. – GESTÃO DA QUALIDADE: mostrar os indicadores da qualidade e as ferramentas do controle da qualidade do produto e processo, métodos e sistemas de gestão que estejam sendo aplicados no processo produtivo em estudo. – MELHORIA DA PRODUÇÃO: apontar um problema no produto ou no processo de produção e a proposição de melhorias com a aplicação do ciclo PDCA, utilizando ferramentas da qualidade. 1. Introdução Pode se dizer que o processo de furação é um dos métodos mais antigos de usinagem de materiais e um dos mais utilizados na indústria. É o processo de usinagem onde o movimento de corte é rotativo e o movimento de avanço é na direção do eixo. A furadeira é uma máquina operatriz derivada dos antigos tornos mecânicos e junto com estes deram origem a outras máquinas operatrizes, como fresadoras e retíficas de cilindros. As furadeiras são primordialmente utilizadas para efetuar e fazer furos cilíndricos ou uma variante deste processo que é o alargamento de furos. Em geral, na indústria, grande maioria das peças, dos mais variados materiais (polímeros, madeira, metais, etc.), tem geralmente pelo menos um furo, e este são na maioria das vezes proveniente de um destes processos de furação. Diferente do torneamento, a rotação ocorre no eixo da ferramenta, com avanço perpendicular à superfície a ser furada. Operação de desbaste (provém fraco acabamento superficial), o processo de furação é usado em conjunto com grande parte dos processos de fabricação a fim de prover elementos de fixação, muitas vezes de importância secundária, ou pré-furos para acabamento através de outros processos (alargamento, brochamento). Apesar do avanço ocorrido no desenvolvimento dos materiais das ferramentas de furação, tais como: brocas de aço rápido com revestimentos, brocas inteiriças de metal duro e brocas com pastilhas intercambiáveis de metal duro, mais da metade das operações de furação ainda são realizadas com brocas helicoidais de aço rápido. Isto se deve principalmente às máquinas operatrizes usadas para o processo, que não oferecem rotação e rigidez suficientes para que se possam usar materiais de ferramenta mais avançados. Figura 1.1: Furadeira de arco egípcia de 1.000 a.C. 2. Partes de uma furadeira As máquinas de furar, ou simplesmente furadeiras, consistem basicamente de uma árvore, que gira com velocidades determinadas, onde fixa-se a ferramenta. Esta árvore pode deslizar na direção de seu eixo. Também pode-se ter uma mesa onde fixa-se e movimenta-se a peça. As partes principais de uma furadeira variam de acordo com a sua estrutura. Para uma furadeira de coluna pode-se destacar as seguintes partes: Figura 2.9: Partes de uma furadeira A variedade de detalhes das furadeiras é bastante grande. Algumas máquinas possuem avanço automático com limitadores de profundidade. Outras máquinas possuem mesa giratória. Há equipamentos que dispõem de inversão de rotação e avanço sincronizado, que permitem execução de roscas com machos. Destaca-se, no caso de furadeiras, o uso comum de gabaritos de furação, que tem a finalidade de guiar a broca e garantir a precisão/repetibilidade das coordenadas dos furos. Nos gabaritos os furos são de aço endurecido e podem ser substituídos quando desgastados. 3. Processo de furação Para a furação de uma peça, o motor da furadeira rotaciona a broca ou as brocas à uma certa velocidade de rotação compatível com o processo e com as características da peça a ser usinada (tais como dimensões, estrutura, etc.). Apesar da importância do processo, este recebeu poucos avanços até alguns anos atrás, enquanto outros processos (como torneamento e fresamento) progrediram mais rapidamente com a introdução de novos materiais para ferramentas. No entanto, nos últimos anos tem crescido a utilização de Centros de Usinagem CNC (Controle Numérico Computadorizado) no processo de furação. Com este avanço têm ocorrido vários desenvolvimentos com os materiais das ferramentas de furação. Figura 3.10: Variações de processo de furação com broca 4. Tipos de furadeiras Pode-se classificar as furadeiras de diversos modos: Quanto ao sistema de avanço: pode-se classificar como manual (ou sensitiva) ou automática (elétrico ou hidráulico). Ao contrário do que possa parecer as furadeiras sensitivas possuem grande aplicação no meio industrial. Figura 4.1: à esquerda furadeira automática; à direita furadeira sensitiva Quanto ao tipo de máquina: pode-se classificar como portátil, de coluna, de bancada, radial e horizontal. A furadeira portátil é a mais simples das furadeiras, por ser pequena e leve possui a vantagem de poder ser transportada de um lugar ao outro. A furadeira de coluna é a mais encontrada em oficinas de manutenção e de produção sob encomenda devido a sua versatilidade. A furadeira de bancada e a furadeira radial podem ser observadas na figura 4.2.. A furadeira de bancada é bastante similar à furadeira de coluna, como pode ser observado pela comparação das figuras. Figura 4.2: Furadeira de bancada(a esquerda); Furadeira radial(a direita) Enquanto as furadeiras de bancada são utilizadas em pequenos serviços, as furadeiras radiais são empregadas na furação de grandes peças. O braço possui movimento vertical na coluna, normalmente através de um motor. O braço também possui movimento de giro em torno da coluna, que é feito manualmente na maioria das vezes. Um carro com o sistema de acionamento da árvore principal movimenta-se pelo braço para posicionar a ferramenta. A furadeira radial pode possuir mais de uma mesa, que permite trabalhar em uma peça enquanto se está fixando outra. Também é comum deixar um fosso em um dos lados da máquina de modo a permitir trabalhar peças grandes. Quanto ao número de árvores: pode-se classificar as furadeiras como: simples, quando possuem apenas uma árvore, gêmea como na figura 4.3, que possui duas árvores e múltipla quando possui três ou mais árvores. Figura 11.3: Furadeira Gêmea No caso de furadeiras de múltiplas árvores pode-se ter, basicamente, dois tipos distintos de acordo com o motor. Pode-se ter máquinas onde cada árvore possui seu próprio motor, como mostra a figura 4.4, à esquerda. O outro caso é quando todas as árvores compartilham de um mesmo motor. Este caso é ilustrado pela figura 4.4, à direita. Figura 4.4: Furadeira de múltiplas árvores As furadeiras múltiplas são as máquinas utilizadas nas linhas de produção, pois aceleram a fabricação. Podem ser ajustadas para executar as várias etapas de um furo, como furar, alargar, escarear, rebaixar, etc., em seqüência. Também podem ser ajustadas para efetuar diversos furos em uma só operação. Em algumas destas máquinas pode-se ajustar cada árvore livremente, dentro de seus limites, e ter sua própria velocidade de rotação. As furadeiras horizontais tem campo de atuação similar ao das furadeiras radiais, ou seja, indicadas para executar furos em peças de grandes dimensões que, mesmo no fosso da radial não poderiam ser trabalhadas. Para trabalhar metais, usam-se simples furadeiras com manivela, furadeiras operadas por eletricidade ou a ar, maquinas de furar de bancada ou furadeiras de coluna, dependendo do trabalho a ser executado. Para peças grandes ou peças que exijam furos muito precisos, utilizam-se furadeiras radiais ou maquinas de furar para gabaritos.As maquinas de furar para gabaritos usam-se principalmente para fabricação de ferramentas. Obtém a maior precisão na operação destas máquinas a uma temperatura de +20°C, conhecida como temperatura normal. Daí a razão por que em sua maioria as máquinas para furar para gabaritos são mantidas em espaços especiais. 5. Brocas As brocas são as ferramentas de abertura de furos. Possuem de 2 até 4 arestas de corte e sulcos helicoidais por onde corre o cavaco. O ângulo da ponta varia de 90º à 150º de acordo com a dureza do material a furar, sendo o ângulo de 120º o mais comum de se encontrar. Os elementos de uma broca estão destacados na figura 5.1. Figura 5.1: Elementos de uma broca Os tipos de brocas mais comuns são: broca cilíndrica, como a da figura 5.1, broca de centro, broca calçada com pastilha e broca múltipla. A broca de centro tem sua aparência representada pela figura 5.2. É uma broca curta e de diâmetro relativamente grande. Sua alta rigidez impede que ocorra uma flambagem e que o furo seja executado fora do local correto. Sua função é a de iniciar o furo de uma peça, ou seja, fazer um pequeno furo para que a ponta da broca não se se desloque da posição. Figura 5.2: Broca de centro As brocas calçadas com pastilha são indicadas para furação de materiais de maior dureza e/ou para obter-se rendimentos superiores. A figura 5.3 apresenta a aparência deste tipo de broca onde é possível perceber que a as pastilhas são soldadas ao corpo. Figura 5.3: Broca calçada com pastilha Similares às brocas calçadas há as brocas com pastilhas intercambiáveis, largamente utilizadas em altas produções e em máquinas CNC, devido a rapidez e simplicidade em se manter a afiação do gume cortante. A figura 5.4 apresenta exemplos desta ferramenta. Figura 5.4: Brocas com pastilhas intercambiáveis As brocas canhão, que tem um único fio cortante, são indicadas para execução de furos profundos, entre 10 e 100 vezes o seu diâmetro. A figura 5.5 ilustra essa ferramenta. Figura 5.5: Brocas Canhão As brocas múltiplas são especialmente afiadas para executar furos complexos em apenas uma operação. Como pode ser observado na figura 5.6, as possibilidades são muito grandes. Sua aplicação é voltada para grandes produções onde o custo de preparação de brocas especiais acaba se diluindo na execução de grandes lotes em tempos mais reduzidos. Figura 5.6: Brocas Múltiplas Também deve-se citar as brocas com furos para fluido refrigerante. Como pode-se observar na figura 5.7 o refrigerante é enviado diretamente para a região de formação do cavaco, evitando o superaquecimento da ferramenta e auxiliando na remoção do cavaco. Essa ferramenta permite a usinagem de furos relativamente profundos em um único aprofundamento. Figura 5.7: Brocas com furo para fluído refrigerante12 Existem também as brocas anulares, como na figura 5.8, que permitem executar furos de grandes diâmetros com menor geração de cavaco. Esta broca remove apenas um anel de material e a cápsula resultante pode até ser utilizada como matéria prima. Figura 5.8: Brocas anulares13 6. Forma construtiva das brocas helicoidais As diferentes partes de uma broca helicoidal são: a) Haste: destina-se à fixação da broca na máquina. Em brocas de diâmetro pequeno (até 15 mm) em geral usa-se brocas de haste cilíndrica e a fixação a maquina se da por intermédio de mandris. Em brocas de diâmetros maiores, prefere-se prender a morsa a um cone morse, que por sua vez é preso a maquina, o que possibilita maior força de fixação; b) Diâmetro(D): é medido entre as duas guias da broca. Normalmente tem tolerância dimensional h8; c) Núcleo: parte interior da broca de diâmetro igual a 0.16D. Serve para conferir rigidez à broca; d) Guias: a superfície externa de uma broca helicoidal apresenta duas regiões (uma em cada aresta de corte) que tem diâmetro maior que o diâmetro das paredes da broca. Tais regiões são denominadas guias. Tem duas funções básicas - a primeira, como o próprio nome diz, é de guiar a broca dentro do furo; a segunda é de evitar que toda a parede externa da broca atrite com as paredes do furo, diminuindo assim os esforços necessários para furação; e) Canais helicoidais: são as superfícies de saída da ferramenta. O ângulo de hélice de brocas normais, que na periferia da broca coincide com o ângulo de saída pode ser de 28 graus para brocas de aplicação geral (Brocas do tipo N com ângulo de ponta = 118°), 15 graus para brocas destinadas a usinagem de materiais com cavaco curtos(brocas do tipo H com ângulos de ponta igual a 60 ou 90°) e 40 graus para brocas destinadas a usinagem de materiais com cavacos longos e/ou materiais moles (brocas tipo W com ângulo de ponta de cerca de140°). O comprimento do canal helicoidal também pode variar dependendo do diâmetro da broca e do comprimento do furo que se deseja usinar. f) Arestas de cortes: numa broca Helicoidal as duas arestas principais de corte não se encontram em um ponto, mas existe uma terceira aresta ligando-as. Esta terceira aresta é chamada de aresta transversal de corte. O ângulo formado entre as duas arestas principais, chamado de ângulo de ponta ( σ ) – esta denominação não esta de acordo com a norma brasileira NBR 6163 que chama de ângulo de ponta o encontro entre a aresta principal e secundária de corte) é normalmente igual a 118°. Em brocas de usinagem de materiais moles seu valor é de 140°. Figura 6.1: partes de uma broca helicoidal 7. Características das Brocas As características de uma broca, além de sua forma, são: dimensão, material e os ângulos (de hélice, de folga e de ponta). O ângulo de hélice auxilia no desprendimento do cavaco. Deve ser determinado de acordo com o material a ser usinado. Quanto mais duro o material menor deve ser o ângulo, que pode ser observado pela figura 7.1 (à esquerda). O ângulo de incidência ou ângulo de folga tem a função de reduzir o atrito entre a broca e a peça e facilitar sua penetração no material, variando entre 6º e 15º. Este ângulo também deve ser determinado de acordo com o material da peça a ser furada. Quanto mais duro o material menor deve ser o ângulo de incidência. A figura 7.1 (ao centro) ilustra este ângulo. O ângulo de ponta corresponde ao ângulo formado pelas arestas de corte da broca, que devem ter o mesmo comprimento. Este ângulo também é determinado pela dureza do material que será usinado, e pode ser observado na figura 7.1 (à direita). Ângulo da aresta transversal (ψ) – ângulo observado entre a aresta principal de corte e a resta transversal. Para os valores dados de, varia entre 45 e 55°, pode ser observado na figura 7.1 á esquerda. Figura 7.1: ângulos de hélice de brocas14 De uma maneira geral as broca, como as fresas, são classificadas como H, N e W. As brocas do tipo H são indicadas para materiais duros, tenazes e/ou que produzem cavaco curto(descontínuo). A tabela 1 destaca suas características. Tabela 1: Ângulo da ponta de broca tipo H As brocas tipo N são indicadas para materiais de tenacidade e dureza normais (medianos). A tabela 2 apresenta maiores detalhes. Tabela 2: Ângulo de ponta de broca tipo N As brocas tipo W são indicadas para materiais macios e/ou que produzem cavaco longo. A tabela 3 destaca maiores informações. Tabela 3: Ângulo de ponta de broca tipo W Quando uma broca comum não proporciona um rendimento satisfatório em um trabalho específico e a quantidade de furos não justifica a compra de uma broca especial, pode-se fazer algumas modificações nas brocas tipo N e obter resultados melhores. Pode-se modificar o ângulo da ponta, tornando-o mais obtuso e melhorando os resultados na furação de materiais duros, como aços de alto carbono (figura 7.1). Na furação de chapas finas têm-se freqüentemente duas dificuldades: furos não redondose muitas rebarbas. A reafiação da broca para que fique com um ângulo bastante obtuso reduz grandemente estes problemas (figura 7.2). Para a usinagem de ferro fundido recomenda-se utilizar uma broca com ângulo normal de118º com a parte externa das arestas de corte (cerca de 1/3 do comprimento) afiadas com cerca de 90º (figura 7.2). Figura: 7.2: Broca com ângulo normal Figura 7.3: Vetores de força de uma broca 8. Operações Especiais As furadeiras são capazes de executar diversas outras operações além de furar. Podem- se citar como exemplo as operações de alargamento, escareamento, rebaixamento, roscamento e até mesmo polimento. Alargamento: Consiste no aumento do diâmetro de um furo previamente aberto. Utilizam-se ferramentas denominadas alargadores. Tem por objetivo calibrar o furo dando-lhe diâmetro, cilindricidade e rugosidade que não se consegue com o uso de brocas convencionais. A figura 8.1 ilustra estas ferramentas, sendo que ferramenta na parte superior não possui hélice e as outras possuem (uma à esquerda e outra à direita). Figura 8.1: Alargadores Figura8.2: Alargadores Os alargadores são fabricados em medidas padronizadas mais comuns. Para medidas específicas deve-se utilizar o alargador de expansão, mostrado na figura 8.2.. Ele pode ser ajustado rapidamente na medida exata de um furo pois suas lâminas deslizam no fundo de canaletas cônicas por meio de porcas reguláveis. Figura 8.3: Alargador de expansão Os alargadores de expansão possuem um grau de exatidão da ordem de 0,01 mm. A variação de seu diâmetro pode atingir alguns poucos milímetros para os alargadores maiores. Além da vantagem de serem ajustáveis, as suas lâminas podem ser facilmente afiadas, pois são removíveis. Isto também permite que sejam substituídas quando danificadas. Esta operação também pode ter como objetivo gerar um furo cônico. Para isto faz-se uso de alargadores especiais como os ilustrados na figura 8.3. Figura 8.4: Alargadores com pastilhas intercambiáveis Também se podem encontrar alargadores com pastilhas intercambiáveis, como os exemplos apresentados pela figura 8.4. Figura 8.5: Desandadores Pode-se ainda citar que o alargamento também pode ser realizado manualmente, com a ajuda de um acessório denominado de desandador, como mostrado pela figura 8.5. Quando o local é de difícil acesso utiliza-se o desandador T. Figura 8.6: Desandador T Escareamento: É a operação que gera um rebaixo cônico no início de um furo previamente aberto. Normalmente este furo irá receber a cabeça de parafusos de cabeça cônica, também chamados de parafusos de cabeça escareada ou rebites de cabeça cônica. A figura 8.6 apresenta o aspecto geral de um escareador bem como uma vista em corte do furo obtido. Também pode-se observar que há alguns escareadores que possuem um ressalto cilíndrico em sua extremidade. Este ressalto tem a função de auxiliar na centragem do escareador, mantendo assim a concentricidade das operações. Figura 8.7: Piloto ou Guia Rebaixamento: Trata-se do aumento do diâmetro inicial de um furo previamente aberto de modo a alojar a cabeça de um parafuso. A ferramenta, ilustrada pela figura 8.7, possui um piloto ou guia, que é uma saliência cilíndrica em sua ponta com diâmetro igual ao diâmetro do furo a ser rebaixado. Figura 8.8: Rebaixador O piloto pode ser fixo ou postiço. O piloto fixo é parte integrante da ferramenta. O piloto postiço pode ser substituído pois é fixado com um parafuso. Isto permite o uso do rebaixador em diferentes diâmetros e/ou sua substituição no caso de desgaste. Sua retirada também facilita a operação de reafiamento do rebaixador (figura 8.8). Figura 8.9: Rebaixador Figura 8.1015: Alguns tipos de rebaixadores Polimento: Com a utilização de alguns acessórios, como os mostrados pela figura 8.10 pode-se utilizar a furadeira para executar polimentos. Figura 8.11: politrizes Rosqueamento: Normalmente a operação de abertura de roscas em oficinas de manutenção (ou de produção sob encomenda) é realizada manualmente com ferramentas denominadas machos e com auxílio de um desandador. Mas também pode-se abrir roscas com auxílio de máquinas como furadeiras. Neste caso é importante que a máquina possua reversão de movimento para retirada da ferramenta e avanço sincronizado com o giro (passo da rosca). A tabela 4 apresenta alguns tipos de machos e suas aplicações. Tabela 4: Machos e suas aplicações 9. Formação do cavaco na furação Um dos problemas do processo de furação é a evacuação dos cavacos de dentro do furo. Se os cavacos não forem formados de maneira tal que propiciem sua fácil retirada do interior do furo, eles podem causar entupimento do mesmo, aumento do momento torsor necessário e a conseqüente quebra da ferramenta. A quebra de uma broca helicoidal dentro de um furo é um problema grave, pois além da perda da ferramenta, a retirada da broca do interior do furo é, em geral, uma tarefa demorada e que, muitas vezes leva à rejeição da peça. Se levar em conta que um furo é normalmente um pequeno detalhe de uma peça bem maior, tal rejeição pode representar perda substancial. Assim, é fundamental induzir a formação de cavacos que tenham a forma tal que sejam de fácil remoção do furo. Se o cavaco formado for em fita, será muito difícil extraí-lo do furo.Cavacos helicoidais ou em lascas são os que mais facilmente podem ser removidos dos furos. A remoção de cavaco pode ainda ser auxiliada pela utilização de um ciclo de furação que retire frequentemente a broca de dentro do furo durante o processo de corte (e que gera tempos passivos extras) e ou pelo insuflamento de fluído de corte sob pressão diretamente no fundo do furo, através de canais especialmente construídos na broca para tal fim. O crescimento do avanço facilita a quebra e, conseqüentemente, a remoção do cavaco de dentro do furo. Existe um limite no crescimento do avanço, acima de determinado valor, a avanço pode causar a quebra da broca ou a paralisação do avanço da máquina. A velocidade de corte diminui à medida que se encaminha da periferia para o centro da broca, já que ela depende do diâmetro. Assim, quando os materiais dúteis são furados em cheio (sem pré-furação), a formação da aresta postiça de corte (APC) na vizinhança do centro da broca é inevitável. A formação do APC se dá quando se tem baixas temperaturas de corte, ou seja, baixas velocidades de corte. A utilização de velocidade de corte baixa pode gerar a formação da APC numa porção maior do diâmetro da broca. Por outro lado o aumento da velocidade para minimizar a formação da APC, gera maiores desgastes na ferramenta, já que a vizinhança da periferia da broca, que antes do aumento da velocidade já não formava APC, agora passa a se desgastar mais rapidamente. Existem brocas com pastilhas de metal duro, feitas de material e geometria adequada para as condições do corte na região correspondente a sua colocação, além disso, estas pastilhas possuem quebra cavaco na sua superfície de saída o que facilita a expulsão do cavaco da região de corte. 10. Afiação das brocas helicoidais As brocas helicoidais de aço rápido, e inteiriças de metal duro precisam ser afiadas ao fim de sua vida, para que possam continuar sendo utilizadas. Para que o cavaco removido pela broca helicoidal não seja esmagado pela superfície principal de folga e o corte possa ocorrer, é necessário que o ângulo lateral efetivo de folga αfe seja tanto quanto possível positivo para qualquer diâmetro da broca. Tem-se que: αfe = αf - η Para que αfe seja sempre positivo é necessário que αf seja maior que η em qualquer diâmetro da broca. Porém: tg ηa = f / (π . Da ) tg ηb = f / (π . Db ) tg ηa = f / (π . Db ) Onde a, b, c são pontos quaisquer da arestada broca. Logo na região mais central da broca, o ângulo lateral de folga (αf ) precisa ser maior para compensar o crescimento do ângulo da direção efetiva de corte η e, com isso, possibilitar a obtenção de um (αfe) positivo. Isso deve ser obtido atravéz da afiação adequada da broca. O tipo de afiação mais difundida é a afiação cônica. A broca é colocada em frente á um rebolo de copo, de modo que seu eixo geométrico forme um ângulo igual a metade do ângulo de ponta desejado com a face do rebolo. 11. Forças e potencias de corte na furação Os esforços verificados em furação são basicamente 3 a) Força de Avanço: ocorre na direção axial da ferramenta. b) Força Passiva: ocorre na direção do raio da ferramenta. As componentes observadas nas 2 arestas de corte anulam-se devido à simetria da ferramenta. c) Momento Torçor: tangencial a ferramenta, ocorre devido à rotação da broca. Figura 11.1: Forças atuantes no processo de furação Estes esforços são observados devidos: a) Resistência do material ao corte, observada nas arestas principais de corte; b) Resistência do material ao corte e esmagamento na aresta transversal de corte; c) Resistência devido ao atrito das guias com o furo e do cavaco com a superfície de saída da broca. Dado os três tipos de resistências que uma broca helicoidal tem que vencer para realizar o corte, tem-se que: Mttotal = Mta + Mtb + Mtc e Fftotal = Fta + Ftb + Ftc Onde: Mt = momento torsor Ff = força de avanço a, b e c = contribuição das resistências a, b e c aos esforços Mt e Ff . A contribuição de cada uma das resistências descritas acima é dada por: Tabela 5: Contribuição de diversas grandezas nos esforços de furação 11.1. Fórmulas experimentais para cálculos dos esforços Força de corte (Fc) - essa corresponde à parcela da força de corte( Fci ) que atua em cada um dos gumes cortantes e é decorrente daresistência ao corte do material usinado, tendo grande influênciasobre o momento torçor que atua na furação. Força de corte por gume: Fc=(Kc . ((f . d)/4)) onde: Fc = Força de corte [N] kc = Força específica de corte [N/mm2] f = Avanço [mm] d = Diâmetro da broca [mm] Cálculo de Potência de corte: Como em todos os processos de usinagem, diversos são os fatores que influem nos esforços de corte na furação, dentre eles o avanço, a profundidade de usinagem, a velocidade de corte, a geometria da ferramenta, o material da peça e da ferramenta etc. As principais equações empíricas para o calculo dos esforços de corte de furação são: a) Fórmula de Kronenberg para a determinação do Momento Torsor na furação em cheio Onde: D = diâmetro da broca [mm] f = avanço (mm/volta) C1, x1 e y1 = constantes empíricas do material da peça. AÇO C1 x1 y1 1085 30.2 ± 0.5 2.05 0.86 1020 15.1 ± 0.4 2.22 0.76 1065 24.3 ± 0.9 2.05 0.83 1055 21.9 ± 0.3 2.01 0.77 Tabela 6: Coeficientes da equação de Kroenenberg para alguns aços b) Fórmula de H.Daar para determinação da Força de Avanço na furação em cheio Onde: C2, x2 e y2 = constantes empíricas do material da peça. AÇO C2 x2 y2 1085 161 ± 8 1.02 0.79 1020 32.5 ± 0.4 1.32 0.65 1065 49.6 ± 0.8 1.07 0.54 1055 22.0 ± 0.5 1.32 0.54 Tabela 7: Coeficientes da equação de H.Daar para alguns aços c) Fórmula de H.Daar para determinação do Momento torçor na furação com pré- furação: Onde: d0 = diâmetro do pré-furo C3, x3 e z3 = constantes empíricas do material da peça. AÇO C3 1 - z3 x3 1085 27.6 0.71 1.9 1020 24.1 0.77 1.6 1065 18.9 0.70 2.1 1055 20.2 0.66 1.7 Tabela 8: Coeficientes da equação de H.Daar para obtenção de Momento Torsor com pré-furo para alguns aços d) Fórmula de H.Daar para determinação da Força de Avanço na furação com pré- furo: Onde: C4, x4 e y4 = constantes empíricas do material da peça. AÇO C4 1 – y4 X4 1085 38 0.51 0.9 1020 112 0.61 0.2 1065 27.8 0.44 0.6 1055 38 0.38 0.4 Tabela 9: Coeficientes da equação de H.Daar para obtenção da Força de Avanço com pré-furação 11.2. Resistência da ferramenta e máquina operatriz Os esforços aos quais uma broca é submetida são, basicamente, flexão e torção. Caso a afiação da broca seja tal que as arestas de corte não sejam simétricas, ocorrerá também um esforço de flexão sobre ela. Caso o diâmetro da broca seja pequeno (menor que 3,5m), também pode ocorrer flambagem. Sabe-se que os esforços dependem basicamente do material usinado, do diâmetro da broca e do avanço aplicado. Sabe-se também que, a partir de um determinado valor de Ff ou de Mt a furação será impossibilitada, ou por impossibilidade mecânica da máquina operatriz (potência, rigidez) ou da broca (quebra). Deve-se então atentar para estes problemas. 11.3 Avanço máximo considerando a resistência da broca: Tensão resultante da ação de uma força axial (compressão) e um momento torçor: Dado pela equação: A tensão admissível para aço rápido é 25 Kgf/mm2, assim por Kronenberg: Ficando: 11.4 Avanço máximo considerando a força máxima de penetração da furadeira. Toda máquina de furar tem um limite para a força de penetração que pode realiza, acima deste limite ela não consegue continuar o movimento de avanço da broca. Para a determinação da fmax de uma furadeira, calcula-se o esforço que gera uma deflexão de 1,5 mm por metro no braço da furadeira Usando Ff = Ffmax : 11.5 Avanço máximo considerando a potência da máquina. Onde Nm = potência da máquina Assim; Sabe-se que , então Para Nc = CV 12. Exemplo de cálculo Calcule Ff, Mt e PC na usinagem do aço ABNT 1055 com VC =30m/min, s= 118º, f= 0,1mm/pot e D= 10mm. O que aconteceria se fosse feito um pré-furo de 3mm? 13. Exemplo de peça: Furação, Alargamento e Rosqueamento As operações que se seguem ao fresamento na usinagem de carcaças são geralmente: Furação e Rosqueamento: Estas operações são utilizadas para obtenção de furos rosqueados utilizados para fixação das diversas partes que compõem uma carcaça (figura 3.33). Eventualmente a função de localização pode ser feita com furos lisos e a utilização de parafusos passantes. Neste caso não existe necessidade de muita precisão tanto no diâmetro do furo como na posição relativa entre eles. Furação e Alargamento: Estas operações são executadas para obtenção de furos utilizados para localização das diversas partes da carcaça, tendo, adicionalmente, de garantir as tolerâncias especificadas em projeto. Nota se que a precisão de localização dos furos deve ser grande, pois deve permitir o livre acoplamento e engrenamento entre peças fixadas em duas carcaças diferentes, o que vale dizer que, numa fixação deste tipo, os furos mandrilados servem somente para o alinhamento de peças de engrenamento em uma mesma carcaça, enquanto que o alinhamento e engrenamento de peças fixadas em carcaças diferentes ficam por conta da furação para os pinos de guia (figura 3.33). Figura13.1: Fixação e localização entre os diversos componentes de um sistema de transmissão 14. Conclusão Após a realização do presente trabalho, pode-se concluir que a furadeira é uma das máquinas ferramenta mais importante pelo fato de ser amplamente utilizada e encontrar-se em variados segmentos da indústria, desde uma simples oficina até uma grande metalúrgica, passando pelas áreas da marcenaria entre outras, em todos os casos encontramos uma furadeira, mesmo que diferentes tipos, tamanhos e aplicações. Tal fato deve-se, principalmente, a furadeira ser uma máquina que executa diversos tipos de operações, tais como o alargamento de furos, rebaixamento, polimento, rosqueamento e aprópria furação. Certamente tais fatos fazem da furadeira uma máquina indispensável na indústria e podemos afirmar com segurança que a vida moderna e as facilidades tecnológicas de hoje em dia não seriam possíveis sem a furadeira. 15. Referencias bibliográficas Diniz, Eduardo Anselmo; “Tecnologia da usinagem dos metais”/ Anselmo Eduardo Diniz, Francisco Carlos Marcondes, Nivaldo Lemos Coppini - 2° edição - São Paulo, Artiliber Editora, 2000 Maskiel, C. Edwin; “Machine Shop Tecnology” - Volume 1/ Edwin C. Maskiel, William Galbraith – McGRAW-HILL BOOK COMPANY -Sydney., 1984 Yoshida, Américo; “Máquinas operatrizes” - 1° edição – São Paulo, Loren Editora – 1979 http://www.ufrgs.br/gpfai/ http://www.iem.efei.br/gorgulho/download/Parte_5_Furacao.pdf http://www.fem.unicamp.br/~sergio1/graduacao/EM335/apostila.pdf
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