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Direitos em Espécie Nacionalidade[1051]

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Direito de Nacionalidade
• CONCEITO
• NACIONALIDADE: VÍNCULO JURÍDICO-POLÍTICO ENTRE O ESTADO E
INDIVÍDUO
• A nacionalidade pode ser definida como um vínculo jurídico-político entre o
Estado e o indivíduo que faz deste um componente do povo.
• Esse vínculo, capacita o indivíduo a exigir a proteção estatal, a fruição de
prerrogativas ínsitas à condição de nacional, bem como o sujeita ao cumprimento de
deveres. Referida associação - entre indivíduo e Estado - é que determina e permite a
identificação dos sujeitos que compõe a dimensão pessoal do Estado, um dos seus
elementos constitutivos básicos.
• “nacionalidade é o laço jurídico-político, de Direito público interno, que faz do
indivíduo um dos elementos componentes da dimensão pessoal do Estado”. –
Pontes de Miranda
• CONCEITOS CORRELATOS
• NAÇÃO: AGRUPAMENTO HOMOGÊNEO + TERRITÓRIO ESPECÍFICO.
• O termo nação designa um agrupamento humano homogêneo cujos membros,
localizados em território específico, são possuidores das mesmas tradições, costumes e
ideais coletivos. Vinculados (objetivamente) no aspecto histórico, cultural, econômico e
linguístico, estes indivíduos partilham, também, laços invisíveis, tais como a
consciência coletiva e o sentimento de comunidade.
• POPULAÇÃO: TOTALIDADE DE INDIVÍDUOS.
• O termo população representa a totalidade de indivíduos que habitam
determinado território, ainda que ali estejam temporariamente, independentemente
da nacionalidade.
• O conceito de população é puramente demográfico, compreendendo todos aqueles que
residem em um determinado Estado (povo, estrangeiros e apátridas).
• POVO: CONJUNTO DE NACIONAIS (NATOS E NATURALIZADOS)
• Povo representa o conjunto de nacionais que compõem o elemento humano de um
Estado - o povo brasileiro, por exemplo, é resultado do somatório de brasileiros natos e
naturalizados.
• APÁTRIDAS
• Os apátridas, também identificados como heimatlos, são aqueles desprovidos de pá-
tria;
• Não detêm com nenhum Estado o vínculo jurídico-político que os converteria em
nacionais, uma vez que não se enquadram nos critérios de aquisição de nacionalidade
de Estado algum.
• ESTRANGEIRO
• Estrangeiro é o indivíduo que possui vínculo jurídico-político com Estado Nacional
diverso da República Federativa do Brasil.
• Se mantém nesta condição jurídica por não preencher as regras estatais necessárias à
obtenção da condição de nacional ou, se as preenche, porque voluntariamente opta por
não adquirir referido status.
• CIDADÃO
• Cidadão é o nacional (nato ou naturalizado) no gozo dos direitos políticos e
participante da vida do Estado.
• ESPÉCIES DE NACIONALIDADE
• Existência de duas espécies de Nacionalidade:
• (A) primária (de origem ou originária)
• (B) secundária (adquirida)
• (A) primária (de origem ou originária): é aquela resultante de um fato natural,
qual seja, o nascimento , podendo ser estabelecida por meio de critérios
• sanguíneos (nacionalidade dos pais),
• territoriais (local do nascimento)
• ou mistos (conjugação dos dois anteriores). Por decorrer do nascimento, diz-se que é
um meio involuntário de aquisição de nacionalidade.
• (B) secundária (adquirida): é aquela normalmente resultante de um ato
voluntário, manifestado após o nascimento. A naturalização decorre, pois, da expressa
revelação, na via ordinária ou extraordinária, da vontade do interessado de
compor o povo de um Estado específico.
• (A) Nacionalidade primária (de origem ou originária)
• Há basicamente dois critérios utilizados para a atribuição da nacionalidade
originária: o local do nascimento (jus soli) ou a filiação do indivíduo (jus sanguinis).
Nacionalidade 
primária 
Jus soli
Jus sanguinis
• OBSERVAÇÃO. PODER SOBERANO DE ESCOLHA DO CRITÉRIO.
• Cada país tem o poder soberano para escolher o critério que julgar mais conveniente.
Em geral:
• 1) o jus soli é adotado como regra por países novos, de imigração, com a finalidade de
vincular os imigrantes ao solo.
• 2) Por sua vez, o jus sanguinis é mais comum em países de emigração que desejam a
manutenção do vínculo com os descendentes de seus nacionais, como ocorre na
Alemanha, na Áustria e na Itália.
• 3) A grande maioria das legislações contemporâneas tem adotado o sistema misto,
como no caso do Brasil.
jus soli jus sanguinis
Sistema 
Misto
• NACIONALIDADE ORIGINÁRIA: ANÁLISE DOS DISPOSTIVOS (CF/88)
• Art. 12, CF/88 – “São brasileiros:
• I - natos:
• a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país; (critério territorial – jus soli)
• b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; (jus sanguinis + critério
funcional).
• c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente (jus sanguinis + registro) / ou venham
a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 54, de 2007) (jus sanguinis + critério residencial + opção
confirmativa)
• A.1) Critério Territorial ( jus soli)
• A Constituição de 1988 adotou o critério territorial (jus soli) ao considerar
brasileiro nato, independentemente da origem dos ascendentes ou de qualquer outro
requisito, o nascido em território nacional (CF, art. 12, I, a).
• OBSERVAÇÃO. TERRITÓRIO NACIONAL?
• “Território nacional é a porção de superfície da terra, sobre a qual o mesmo exerce a
sua soberania” – Clóvis Beviláqua
• O Território Nacional compreende os rios, mares, ilhas e golfos brasileiros.
• OBSERVAÇÃO. ESPAÇO NEUTRO - ESPAÇOS HÍDRICOS, AÉREOS OU
TERRESTRES NÃO SUBMETIDOS À SOBERANIA DE UM ESTADO (ALTO-
MAR, ESPAÇO AÉREO, CONTINENTE ANTÁRTICO)?
• Para a doutrina majoritária (vide Gilmar Mendes, Pontes de Miranda, Marcelo
Novelino, etc.),
• Consideram-se brasileiros natos (pelo critério territorial) os nascidos a bordo de
navio ou aeronave de bandeira brasileira quando estiverem em espaço neutro.
• Portanto, navios e aeronaves de guerra brasileiros; aeronaves e navios brasileiros, de
natureza pública ou privada, quando em trânsito por espaços neutros, se enquadram
no conceito de território nacional.
• ATENÇÃO. ESPAÇO TERRITORIAL DE OUTRA SOBERANIA.
• Se o nascimento ocorre em espaço submetido à soberania de outro Estado, não há
que falar em nacionalidade brasileira pelo critério territorial, ainda que se cuide de
navio ou aeronave do Governo brasileiro.
• OBSERVAÇÃO 2. A CONDIÇÃO JURÍDICA DOS PAIS NÃO IMPORTA PARA O
CRITÉRIO TERRITORIAL.
• Não importa se os pais são brasileiros, estrangeiros ou apátridas: nascido em nossas
extensões terrestres, fluviais, marítimas ou aéreas, o indivíduo será considerado
brasileiro nato.
• OBSERVAÇÃO 3. RESSALVA AO CRITÉRIO TERRITORIAL: FILHOS DE PAIS
ESTRANGEIROS (AMBOS) A SERVIÇO DO PAÍS DE ORIGEM (AMBOS OU UM
DELES) (Art.12, I, “a”, CF/88, parte final).
• não será contemplado com a nacionalidade originária aquele que, muito embora tenha
nascido em nosso território, é filho de pais estrangeiros (ambos) e QUALQUER
DELES (ou, evidentemente, ambos) estava a serviço do país de origem.
ALEMÃ DIPLOMATA ALEMÃO
NASCIDOS EM TERRITÓRIO BRASILEIRO, 
MAS DE NACIONALIDADE ALEMÃ
• OUTRAS HIPÓTESES. EXEMPLIFICAÇÃO.
• 1) CÔNSUL FRANCÊS NO BRASIL (A SERVIÇO DO PAÍS) SE CASA COM
BRASILEIRA E TEM FILHO (EM TERRITÓRIO NACIONAL).
• o filho deles será, sem dúvida, brasileiro nato. Afinal, em que pese o pai ser
estrangeiro e estar no território nacional à serventia do Estado de sua proveniência, a
mãe é nacional e a excepcional não aplicação da regra territorial depende, de início, da
circunstância de AMBOS os pais seremestrangeiros.
BRASILEIRA
CÔNSUL FRANCÊS
NASCIDOS EM TERRITÓRIO BRASILEIRO, 
DE NACIONALIDADE BRASILEIRA (NATOS)
• 2) CASAL DE ITALIANOS QUE RESIDEM NO BRASIL A SERVIÇO DE
EMPRESA PRIVADA OU PARA SERVIR O GOVERNO DE OUTRO PAÍS (QUE
NÃO SEJA A ITÁLIA).
• O filho deles, nascido em território nacional, será considerado brasileiro nato. Isso
porque ainda que os pais sejam estrangeiros, não estão no Brasil servindo o país de
origem.
ITALIANA
ITALIANO
BRASILEIROS NATOS. NASCIDOS 
EM TERRITÓRIO NACIONAL. 
• A.2) Critério sanguíneo (jus sanguinis)
• A CF adotou o critério sanguíneo (nacionalidade dos pais) para 3 situações:
• SITUAÇÃO I) o indivíduo nascido no estrangeiro, mas filho de pai brasileiro
OU mãe brasileira a serviço da República Federativa do Brasil (jus sanguinis
+ critério funcional)
• Art.12, I, b, CF/88 - São brasileiros: I - natos: b) os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República
Federativa do Brasil;
• OBSERVAÇÃO 1. A SERVIÇO DA RFB?
• Deve ser entendida como:
• 1) Atividade diplomática.
• 2) O serviço público prestado a quaisquer dos entes da federação brasileira
(União, Estados, Distrito Federal ou Municípios), independentemente de sua
natureza.
• OBSERVAÇÃO 2. BASTA QUE APENAS UM DOS PAIS SEJA NACIONAL E
ESTEJA A SERVIÇO DA RFB.
• Isso significa que um brasileiro a serviço do país no exterior pode se casar com uma
estrangeira e com ela ter um filho, e a este será reconhecida a nacionalidade brasileira
nata, sem a necessidade do cumprimento de nenhum outro requisito.
• SITUAÇÃO II) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro OU de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente
(jus sanguinis + registro)
• Art. 12, I, c , CF/88, primeira parte - São brasileiros: I - natos: c) os nascidos no
estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente [...]
• SITUAÇÃO III) filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro e que não
tenham sido registrados na repartição brasileira competente. Caso venha a
residir no Brasil, o indivíduo poderá optar, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira (jus sanguinis + critério
residencial + opção confirmativa)
• Art. 12, I, c , CF/88, segunda parte - São brasileiros: I - natos: c) os nascidos no
estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, [....] venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;
• OBSERVAÇÃO 1. REALIZAÇÃO DA OPÇÃO CONFIRMATIVA.
• Trata-se de ato personalíssimo, só podendo ser feita após a maioridade e, segundo
entendimento do STF, não é de forma livre: há de ser feita em juízo, em processo de
jurisdição voluntária, que tramita perante a Justiça Federal (art. 109, X, CF/88).
• OBSERVAÇÃO 2. MENOR DE IDADE (FILHO DE PAI E/OU MÃE
BRASILEIROS), NASCIDO NO EXTERIOR, QUE VENHA A RESIDIR NO
BRASIL?
• NACIONALIDADE PRIMÁRIA PROVISÓRIA. ATINGIDA A MAIORIDADE,
OCORRE A CONDIÇÃO SUSPENSIVA DA NACIONALIDADE (NECESSIDADE
DE CONFIRMAÇÃO).
• Ora, como ele ainda não pode fazer a opção (que é personalíssima), tampouco seus pais
podem supri-la, será considerado brasileiro nato para todos os efeitos até os
dezoito anos.
• No entanto, atingida a maioridade, enquanto não for efetivada a sua opção, a
condição de brasileiro nato ficará suspensa (a opção passa a ser uma
condição suspensiva da nacionalidade).
• Ao fazer a opção ele confirma a nacionalidade, já adquirida quando do cumprimento do
critério residencial (a fixação da residência no país é o fator gerador da nacionalidade).
• Assim, para o menor de idade que cumpre o requisito residencial é concedida uma
nacionalidade primária provisória, que fica sob condição suspensiva a partir da
maioridade.
• (B) Nacionalidade secundária (adquirida, derivada ou de
eleição)
• A nacionalidade secundária é adquirida por um ato de vontade do indivíduo que
opta por uma determinada nacionalidade. Essa manifestação da vontade pode ser
tácita ou expressa.
Nacionalidade 
secundária 
Naturalização 
tácita
Naturalização 
expressa
• B.1) Naturalização tácita (grande naturalização ou naturalização coletiva).
• A grande naturalização tácita costuma ser adotada quando o número de nacionais é
menor que o desejado. Nesse caso, os estrangeiros residentes no País que não
declararem, dentro de determinado período, o ânimo de permanecer com a
nacionalidade de origem, automaticamente adquirirão a nacionalidade do país
em que residem.
• Exemplos:
• Constituição Imperial 1824. Adotou a naturalização tácita em relação aos
portugueses residentes em solo brasileiro na época em que a Independência foi
proclamada (07.09.1822).
• Art. 6. “São Cidadãos Brazileiros: IV. Todos os nascidos em Portugal, e suas Possessões,
que sendo já residentes no Brazil na época, em que se proclamou a Independencia nas
Provincias, onde habitavam, adheriram á esta expressa, ou tacitamente pela
continuação da sua residencia”.
• Constituição Republicana 1891. Consagrou a naturalização tácita para todos os
estrangeiros que se encontravam no território nacional na data da Proclamação da
República (15.11.1889), e para os residentes no Brasil, desde que não se manifestassem
pela manutenção da nacionalidade de origem (art. 69, itens 4.° e 5.°).
• Art 69 - São cidadãos brasileiros:
• 4º) os estrangeiros, que achando-se no Brasil aos 15 de novembro de 1889, não
declararem, dentro em seis meses depois de entrar em vigor a Constituição, o ânimo de
conservar a nacionalidade de origem;
• 5º) os estrangeiros que possuírem bens imóveis no Brasil e forem casados com
brasileiros ou tiverem filhos brasileiros contanto que residam no Brasil, salvo se
manifestarem a intenção de não mudar de nacionalidade;
• OBSERVAÇÃO. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 NÃO CONSAGROU NENHUMA
FORMA DE NATURALIZAÇÃO TÁCITA.
• B.1) Naturalização expressa
• A naturalização expressa depende de requerimento do interessado, podendo ser
ordinária ou extraordinária (quinzenária).
• Art. 12, CF/88 - São brasileiros: II - naturalizados:
• a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade
moral; (naturalização expressa ordinária)
• b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.(Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994) (naturalização expressa extraordinária/quinzenária)
• B.1.1) Naturalização expressa ordinária
• HIPÓTESES
• 1º) Art. 12, II, "a", 1ª parte, CF/88.
• Art. 12. São brasileiros: II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a
nacionalidade brasileira, [....].
• Portanto, poderão se naturalizar brasileiros os estrangeiros que cumprirem os
requisitos previstos em lei.
• Trata-se do Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6.815/1980), devidamente recepcionado
pela Constituição da República de 1988, que estabelece, em seu art. 112, as condições
indispensáveis para a aquisição da nacionalidade derivada.
• Art. 112. São condições para a concessão da naturalização:
• I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
• II - ser registrado como permanente no Brasil;
• III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos,
imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;
• IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
• V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da
família;
• VI - bom procedimento;
• VII - inexistênciade denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por
crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada,
superior a 1 (um) ano; e
• VIII - boa saúde.
• § 1º não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum estrangeiro que residir no País há
mais de dois anos.
• OBSERVAÇÃO. RELATIVIZAÇÃO DO PRAZO DE RESIDÊNCIA.
• O prazo de residência no Brasil (4 anos) pode ser reduzido para um ano se o
naturalizando:
• i) tiver filho ou cônjuge brasileiro,
• ii) for filho de brasileiro
• iii) ou houver prestado ou puder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do
Ministro da Justiça
• iv) demonstrar capacidade técnica, artística ou científica. (Lei n. 6.815/80, art. 113).
• 2º) Art. 12, II, "a", 2ª parte, CF/88.
• Art. 12 - São brasileiros: II - naturalizados: a) [...] exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
• ORIGINÁRIOS DE PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA. 2 REQUISITOS:
RESIDÊNCIA POR UM ANO ININTERRUPTO + IDONEIDADE MORAL.
• Países de língua portuguesa – Açores, Angola, Cabo Verde, Gamão, Guiné Bissau, Goa,
Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
• 3º) Estatuto do Estrangeiro, art. 115, §2º, outras duas possibilidades: radicação
precoce e conclusão de ensino superior.
• Radicação precoce
• Para os que venham a morar no Brasil com até cinco anos de idade incompletos,
desde que façam o requerimento de naturalização até dois anos após completar
a maioridade.
• Conclusão de curso superior
• Para os estrangeiros que venham a residir no país antes de completar a maioridade
e tenham concluído curso de grau superior em estabelecimento nacional, desde que
façam o requerimento da nacionalidade brasileira até um ano após a formatura.
• OBSERVAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO À
OBTENÇÃO DA NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA.
• Mesmo que satisfeitos todos os requisitos listados na Constituição e na lei, não se
pode falar em direito público subjetivo à obtenção da naturalização ordinária. A
concessão de nacionalidade é ato de soberania estatal do Chefe do Poder Executivo
(Presidente da República), que pode, discricionariamente, negar-se a concedê-la.
• B.1.2) Naturalização expressa extraordinária/quinzenária
• Prevista no art. 12, II, "b", CF/88.
• Art. 12 - São brasileiros: II - naturalizados: b) os estrangeiros de qualquer
nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994).
• A naturalização extraordinária só será obtida pelo indivíduo que, capacitado
civilmente, observar as seguintes condições:
• (1) residência ininterrupta no território nacional por mais de quinze anos;
• (2) ausência de condenação penal e
• (3) apresentação de requerimento de naturalização.
• OBSERVAÇÃO. RESIDÊNCIA ININTERRUPTA. 
• Sobre a residência ininterrupta na República Federativa do Brasil vale dizer que ela
não se abala por meras ausências temporárias - decorrentes, por exemplo, de viagens
de férias no exterior ou compromissos laborais fora do país (Agravo nº 32.074-
DF, STF, Rei. Min. Hermes Lima).
• OBSERVAÇÃO 2. EXISTE DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO À
NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA.
• contrariamente ao que se passa na naturalização ordinária, na via extraordinária o
preenchimento de todos os requisitos constitucionais é suficiente à aquisição da
nacionalidade (existe direito público subjetivo à naturalização extraordinária).
• Assim, se o indivíduo reside no país ininterruptamente por mais de quinze anos, não
tem nenhuma condenação penal e requer a naturalização, esta lhe será concedida - não
há discricionariedade para o Presidente da República, que não poderá recusar o pleito.
Fonte: Marcelo 
Novelino. 
• OBSERVAÇÃO. CONFLITO NEGATIVO DE NACIONALIDADE. APATRIDIA. 
APÁTRIDA
Nasceu no 
Território 
do Estado 
“B”
Filhos de 
pais 
nacionais do 
Estado “J”
Estado “B” 
adota com 
exclusividade
o critério 
sanguíneo
Não será 
nacional do 
Estado “B”.
Estado “J” 
adota com 
exclusividade
o critério 
territorial
Não será 
nacional do 
Estado “J”
• OBSERVAÇÃO. CONFLITO POSITIVO DE NACIONALIDADE. POLIPÁTRIDAS.
• Polipátridas são aqueles que, quando do nascimento, se enquadram nos critérios
concessivos de nacionalidade originária de mais de um Estado, ocasionando um conflito
positivo que normalmente resulta em dupla (ou mesmo múltipla) nacionalidade.
• Exemplo:
• criança que nasça no Estado “C”, no qual vigora o critério territorial de obtenção de
nacionalidade, sendo filha de pais nacionais do Estado “D”, que reconheça o critério
sanguíneo: será nacional de ambos, por se enquadrar integralmente em ambas as regras
estatais de aquisição.
• QUASE NACIONALIDADE (OU BRASILEIROS POR
EQUIPARAÇÃO).
• Peculiar característica do ordenamento pátrio é a que prevê a figura do português
equiparado, conforme dicção do art. 12, § 1°, CF/88:
• Art. 12, § 1º, CF/88. “Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro,
salvo os casos previstos nesta Constituição.(Redação dada pela Emenda Constitucional
de Revisão nº 3, de 1994)”.
• Aos portugueses residentes no Brasil, caso haja reciprocidade de Portugal, serão
atribuídos os mesmos direitos inerentes ao brasileiro naturalizado. Esta hipótese é
conhecida como quase nacionalidade.
• Apesar de manter sua nacionalidade de origem, o português é equiparado ao
brasileiro naturalizado. sem precisar, para isso, de submeter-se a qualquer
procedimento de naturalização. Isso significa que os portugueses permanecerão
estrangeiros, porque não naturalizados, muito embora possuidores de direitos
equivalentes aos ostentados pelos brasileiros naturalizados, em razão da reciprocidade.
Ficarão, pois, na condição de quase nacionais.
• OBSERVAÇÃO. RECIPROCIDADE?
• A reciprocidade existe, já que em 2001 foi reafirmado o Tratado Bilateral de
Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Portuguesa e a República
Federativa do Brasil.
• os portugueses que aqui residam em caráter permanente poderão comparecer ao
Ministério da Justiça, munidos de documento que comprove a nacionalidade
portuguesa, a capacidade civil e a admissão na República Federativa do Brasil em
caráter permanente; para requerer a quase nacionalidade
• OBSERVAÇÃO. O BENEFICIÁRIO NÃO DETÉM TODOS OS DIREITOS
PRÓPRIOS DO NATURALIZADO.
• O beneficiário continua sendo estrangeiro. Deste modo, ao contrário do naturalizado:
• 1) não pode prestar o serviço militar.
• 2) se sujeita à expulsão e também à extradição (esta requerida pelo Governo português).
• 3) em situação no exterior na qual necessite de proteção diplomática, deverá requerê-la
a Portugal e não ao Brasil.
• DIFERENÇAS DE TRATAMENTO ENTRE BRASILEIROS NATOS
E NATURALIZADOS
• A Constituição proíbe que a lei estabeleça distinção entre brasileiros natos e
naturalizados:
• Art. 12, § 2º, CF/88. “A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição”.
• Nada obstante, o texto constitucional prevê quatro hipóteses em que há diferença de
tratamento. Estas hipóteses - que, ressalte-se, são taxativas, isto é, as únicas admitidas
- referem-se:
• 1º) aos cargos
• 2º) aos assentos no Conselho da República
• 3º) à extradição
• 4º) à propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora de sons e imagens.
• 1º ) Cargos
• alguns cargos estratégicos são privativos de brasileiros natos, ou porque compõem a
linha sucessória (e de substituição) presidencial ou por razões de segurança
nacional.Nos exatos termos postos pela Constituição (Art. 12, §3º), são privativos de
brasileiros natos os cargos:
• I - de Presidente e Vice-Presidente da República; justificativa: PR é o cargo público
mais elevado da nação. Necessidade de proteção.
• II - de Presidente da Câmara dos Deputados; justificativa: linha sucessória do
Presidente da República.
• III - de Presidente do Senado Federal; justificativa: linha sucessória do Presidente
da República.
• IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; justificativa: linha sucessória do
Presidente da República.
• V - da carreira diplomática; justificativa: questão de segurança nacional (posição
estratégica do cargo)
• VI - de oficial das Forças Armadas. justificativa: questão de segurança nacional
(posição estratégica do cargo)
• VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de
1999) justificativa: questão de segurança nacional (posição estratégica do
cargo)
• OBSERVAÇÃO. TODOS OS 11 MINISTROS DO STF DEVEM SER
BRASILEIROS NATOS?
• SIM. uma vez que se revezam no exercício da presidência do Tribunal. Apesar de o
sistema de votação ser secreto, como prevê o regimento interno, é tradição na Corte
que o Vice seja eleito Presidente e que o Ministro mais antigo - que ainda não tenha
assumido nenhum dos cargos - ocupe a Vice-Presidência.
• OBSERVAÇÃO. OS MINISTROS DOS DEMAIS TRIBUNAIS DO PJ PRECISAM
SER BRASILEIROS NATOS?
• NÃO. Por exemplo, os Ministros do STJ podem ser brasileiros naturalizados. Exemplo:
Felix Fischer, nascido em Hamburgo/Alemanha.
• OBSERVAÇÃO. BRASILEIRO NATURALIZADO PODE OCUPAR VAGA NA
CÂMARA DOS DEPUTADOS OU NO SENADO FEDERAL?
• SIM. Não é defeso ao brasileiro naturalizado ocupar uma vaga na Câmara de
Deputados ou no Senado Federal, no entanto apenas os brasileiros natos poderão se
tornar presidentes das respectivas casas.
• 2º) Assentos no Conselho da República
• Conselho da República: órgão superior de consulta do Presidente da República. Nele
são reservados seis assentos aos brasileiros natos, com mais de 35 anos (CF, art.
89, VII).
• O Conselho tem competência para pronunciar-se sobre intervenção federal, estado
de defesa e estado de sítio, bem como acerca de questões relevantes para a
estabilidade das instituições democráticas.
• Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da
República, e dele participam:
• I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o
Presidente do Senado Federal; IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
Deputados; V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; VI - o Ministro
da Justiça; VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de
idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado
Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos,
vedada a recondução.
• 3º) Extradição
• Com relação à extradição, o tratamento diferenciado entre o brasileiro nato e o
naturalizado está expresso no art. 5°, LI, CF/88, que determina que o brasileiro nato
não pode ser extraditado, em hipótese alguma.
• Art. 5º, LI, CF/88 – “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em
caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da
lei”.
• OBSERVAÇÃO. BRASILEIRO NATO, DOTADO DE DUPLA NACIONALIDADE,
PODE SER EXTRADITADO SE OUTRO PAÍS REQUISITAR SUA
EXTRADIÇÃO?
• Exemplo: brasileiro nato que também tem nacionalidade italiana. comete um crime na
Itália e consegue se deslocar para o Brasil.
• Resposta: NÃO. ainda que o governo italiano requeira sua extradição, a República
Federativa do Brasil não a concederá, pois, apesar de ser nacional do Estado requerente
(Itália), é brasileiro nato.
• Todavia, a CF/88 permite a extradição do brasileiro naturalizado. Em duas
situações:
• (i) prática de um crime comum antes da naturalização.
• Neste caso, para evitar que o indivíduo adquira a nacionalidade apenas como forma de
não ser extraditado, impede-se a incidência da proteção contra o processo extradicional
se o sujeito tiver praticado o crime comum antes da naturalização, isto é, antes de lhe
ser entregue o certificado de naturalização.
• OBSERVAÇÃO. SOMENTE CRIME COMUM.
• Ressalte-se que se o crime não for comum, mas sim político ou de opinião, não poderá
haver a extradição do brasileiro naturalizado.
• Tampouco estrangeiros serão extraditados pela prática de crimes políticos ou de opinião.
• Art. 5º, LII, CF/88: "Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou
de opinião".
• (ii) na hipótese de envolvimento comprovado com o tráfico ilícito de
entorpecentes ou drogas afins.
• Neste caso, a Constituição permite a extradição independentemente de o crime ter sido
praticado antes ou depois da naturalização.
• OBSERVAÇÃO. EXTRADIÇÃO ≠ DEPORTAÇÃO ≠ EXPULSÃO
• (A) A extradição é ato através do qual um determinado Estado entrega um indivíduo,
que está sendo acusado de um crime ou já foi condenado pela atividade
delituosa, à justiça de outro Estado, que postula o direito de julgá-lo ou puni-lo.
• (B) A expulsão consiste na retirada à força, do território brasileiro, de um estrangeiro
que tenha praticado os atos tipificados no art. 65 da Lei 6.815/1980 (Estatuto do
Estrangeiro) , a saber:
• I) atentar contra: a) a segurança nacional; b) a ordem política ou social; c) a
tranquilidade ou moralidade pública; d) a economia popular; II) adotar procedimento
que o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais; III) praticar fraude a fim
de obter a sua entrada ou permanência no Brasil; IV) entrar no território nacional com
infração à lei e dele não se retirar no prazo que lhe for determinado para fazê-lo, não
sendo aconselhável a deportação; V) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou, VI)
desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro.
• Atenção! Súmula 1, STF: 
• “É vedada a expulsão de estrangeiro casado com Brasileira, ou que tenha filho
Brasileiro, dependente da economia paterna”.
• o Estatuto do Estrangeiro também (Art. 75) veda a expulsão em duas hipóteses:
• I) se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou
• II) quando o estrangeiro tiver: a) cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou
separado, de fato ou de direito, e desde que o casamento tenha sido celebrado há mais de
cinco anos; ou b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele
dependa economicamente.
• (c) A deportação consiste na devolução compulsória ao país de origem, de procedência
ou mesmo para qualquer outro que consinta em recebê-lo, do estrangeiro que tenha
entrado ou esteja de forma irregular no território nacional (Lei 6.815/1980, arts.
57 e 58).
• 4º) Propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão
• Para que o brasileiro naturalizado possa ser proprietário de empresa jornalística e de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens, a Constituição de 1988 exige a aquisição da 
nacionalidade brasileira há mais de dez anos.
• Art. 222. “A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e
imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos,
ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no
País”. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
• PERDA DO DIREITO DE NACIONALIDADE
• As hipóteses de perda do direito de nacionalidade são enumeradas taxativamente pela
Constituição de 1988 (CF, art. 12, § 4.°).
• As hipóteses de perda da nacionalidade foram regulamentadas pela Lei 818/1949.
• Art. 12, § 4º, CF/88 - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
• I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude deatividade
nociva ao interesse nacional;
• II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
• a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
• b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de
1994)
• HIPÓTESES
• 1) Atividade nociva ao interesse nacional
• HIPÓTESE APLICÁVEL SOMENTE AOS BRASILEIROS NATURALIZADOS,
NÃO ALCANÇANDO OS BRASILEIROS NATOS.
• Art. 12, §4º, I, CF/88: “Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I –
tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional”.
• Esta hipótese é conhecida como perda-punição pois tem cunho sancionatório.
• REQUISITOS (2)
• (1) prática de atividade nociva ao interesse nacional, isto é, atividade que viole a
ordem pública ou a segurança social, e
• (2) como decorrência desse ato, a decretação judicial, por sentença transitada em
julgado, do cancelamento da naturalização (competência é da Justiça
Federal - art. 109, inciso X, CF).
• OBSERVAÇÃO. ATIVIDADE NOCIVA?
• Não há nenhuma referência legislativa ao que seja uma atividade nociva ao interesse
nacional. Todavia, a doutrina considera nocivo ao interesse nacional um ato que, além
de tipificado na legislação penal como crime, seja, de alguma forma, contrário aos
interesses do Estado brasileiro.
Obs.: introduzir estrangeiro clandestinamente ou ocultar clandestino ou
irregular (Lei nº 6.815/80)
• 2) Naturalização voluntária (CF, art. 12, § 4.°, II)
• HIPÓTESE APLICÁVEL A BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS.
• Art. 12, §4º, II, CF/88:
• § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: II - adquirir outra
nacionalidade, salvo nos casos:
• a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
• b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis;
• Esta segunda hipótese de perda da nacionalidade é denominada de perda-mudança.
• Em regra, a aquisição de nova nacionalidade culmina na perda da nacionalidade
brasileira.
• EXCEÇÃO: A POSSIBILIDADE DA DUPLA NACIONALIDADE.
• 2 hipóteses:
• A) reconhecimento da nacionalidade originária pela lei estrangeira (CF, art.
12, § 4.°, II, a).
• um brasileiro pode adquirir outra nacionalidade sem perder a brasileira, bastando,
para tanto, que referida aquisição importe em recebimento de nacionalidade
primária. Justifica-se tal autorização em virtude de a aquisição da nacionalidade
originária ser resultado de fato natural (o nascimento) e, por isso, não guardar
qualquer dependência com eventual manifestação de vontade.
• ATENÇÃO! 1ª TURMA DO STF; JULGADO DE ABRIL DE 2016. perda de
nacionalidade de brasileira naturalizada norte-americana
• (MS) 33864
• Cláudia Cristina Sobral se mudou para os Estados Unidos em 1990, onde se casou e obteve
visto de permanência (green card). Em 1999, requereu nacionalidade norte-americana e,
seguindo a lei local, declarou renunciar e abjurar fidelidade a qualquer outro estado ou
soberania. Em 2007, ela voltou para o Brasil e, dias depois de sua partida, o marido, nacional
norte-americano, foi encontrado morto, a tiros, na residência do casal. O governo dos Estados
Unidos indiciou a impetrante por homicídio e requereu a extradição para que ela responda ao
processo naquele país.
• No mandado de segurança, a autora alega que a perda da nacionalidade brasileira
seria desproporcional, pois a obtenção da cidadania norte-americana teve como
objetivo a possibilidade de pleno gozo de direitos civis, inclusive o de moradia. O
representante do Ministério Público Federal presente na sessão sustentou que, ao receber a
nacionalidade norte-americana, Cláudia Sobral teria perdido, tacitamente, a nacionalidade
brasileira, conforme estabelece o artigo 12, parágrafo 4º, inciso II, da Constituição
Federal. Argumenta, ainda, que a tentativa de resgatar a nacionalidade brasileira é
ato de má-fé e tem por objetivo evitar o processo criminal.
• Art. 12, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: II - adquirir outra
nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3,
de 1994) a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) b) de imposição de naturalização, pela
norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição
para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído
pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
• Em seu voto, o relator do processo, ministro Luís Roberto Barroso, considerou
legítimo o ato do ministro da Justiça de cassação da nacionalidade, pois, apenas nos
casos de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira é que não se
aplica a perda a quem adquira outra nacionalidade. O ministro observou que a
aquisição da cidadania americana ocorreu por livre e espontânea vontade, pois ela já
tinha o green card, que lhe assegurava pleno direito de moradia e trabalho legal.
• OBSERVAÇÃO: Extradição 1462/ 2017
• No dia 28/3/2017, o a 1ª turma do STF autorizou a extradição de Claudia Cristina
Sobral. A maioria dos ministros da turma entendeu que ela, ao se naturalizar norte-
americana (mesmo já possuindo o “green card”), abriu mão da nacionalidade brasileira, o
que permitiria a extradição.
• Atenção
• os ministros fixaram condicionantes para o envio de Claudia ao país norte-americano. Foi
definido, por exemplo, (1) que o governo daquele país não poderá aplicar as penas
de morte ou de prisão perpétua e que (2) ela só poderá ficar presa por 30 anos,
prazo máximo de detenção previsto pela legislação brasileira.
• Votaram pela extradição os ministros: Luís Roberto Barroso (relator), Alexandre de
Moraes e Luiz Fux. Apenas Marco Aurélio votou contra sob argumento de que será a
primeira vez que o STF manda extraditar brasileiro nato.
• Exemplo:
• Nesse caso, a criança (que é brasileira pelo art. 12, 1, "a", CF/88/ critério territorial)
poderá requerer a nacionalidade italiana, por ser filha de italianos (vínculo
sanguíneo), através de simples procedimento administrativo, sem que isso ocasione a
perda da nacionalidade brasileira, vez que a hipótese é de simples reconhecimento
de nacionalidade originária.
ITALIANA ITALIANO
NASCIDOS EM TERRITÓRIO BRASILEIRO, 
DE NACIONALIDADE BRASILEIRA (NATOS)
• B) imposição de naturalização ao brasileiro nato ou naturalizado residente
em estado estrangeiro como condição para permanência em seu território ou
para o exercício de direitos civis (CF, art. 12, § 4.°, II, b).
• Neste caso, por se tratar de uma imposição heterônoma (“involuntária”) e não de
uma vontade do indivíduo em adquirir uma nova nacionalidade, não ocorrerá a perda
da nacionalidade brasileira.

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