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REPARO DO DNA O organismo possui sistemas que garantem a integridade do DNA e isso pode ocorrer de duas maneiras: por replicação de alta fidelidade, ou seja, a DNA pol possui um sistema de retirar de nucleotídeos errados ou então por sistema de reparo. O DNA é a única molécula que, se danificada, pode ser reparada dentro da célula. Grande parte das alterações espontâneas é temporária, pois são imediatamente corrigidas por um conjunto de processos chamados coletivamente de reparo do DNA. O processo de reparo é bastante eficiente e menos do que uma em cada mil modificações acidentais de bases no DNA torna-se uma mutação permanente. A estrutura em dupla-hélice do DNA é ideal para o sistema de reparo, uma vez que possui duas cópias separadas de toda a informação genética, uma em cada fita do DNA. Quando uma fita é danificada, a fita complementar possui uma cópia intacta da mesma informação, sendo normalmente utilizada para reparar a sequência correta da fita-irmã. Os sistemas de reparo mecanismos evolutivos que objetivam minimizar a ocorrência de alterações permanentes no genoma da célula causadas por modificações químicas (espontâneas ou induzidas) ou por erros de incorporação durante a replicação. As lesões causadas no DNA por mutações retardam a progressão do ciclo celular porque são as próprias moléculas envolvidas no processo do ciclo celular que verificam a presença de lesões ou não no genoma antes que se dê continuidade a ele. Então toda vez que há um dano no DNA, o sistema de checagem bloqueia o ciclo celular até que aconteça o reparo. Se o DNA não for reparado a tempo, a célula entra em apoptose. Existem alguns tipos de sistema de reparo: Reparo direto: por exemplo, fotorreativação Reparo por excisão Reparo por mal-pareamento Reparo por recombinação REPARO DIRETO Se dá pela reversão ou remoção de dano, sendo que bactérias, fungos, plantas e vertebrados possuem esse sistema de reparo e um exemplo é a fotorreativação, que consegue reverter ligações covalentes incorretas (como os dímeros de pirimidina formados por radiação UV) por causa de uma enzima que é dependente de luz. REPARO POR EXCISÃO Nesse sistema de reparo, diferentemente do reparo direto, há a remoção do que está modificado na molécula de DNA e existem dois tipos de reparo por excisão: excisão de bases e excisão de nucleotídeos. A excisão de bases se dá pela quebra da base nitrogenada e excisão de nucleotídeos é a remoção da sequência que inclui a(s) base(s) danificada(s). Um exemplo de excisão de bases é o da DNA uracila glicosilase, que irá atuar quando uma citosina é desanimada, sendo transformada em uma uracila. Essa proteína então irá escanear o DNA e remover essa uracila errônea da sequência de DNA. REPARO POR EXCISÃO DE BASES – BER Danos causados por agentes endógenos (hidrólises, oxigênio reativo) modificam a estrutura das bases; Danos induzidos por radiação ionizante e agentes alquilantes; Realizado pelas DNA glicosilases: I. Cada glicosilase (~8 genes diferentes) reconhece uma base alterada no DNA e catalisa sua remoção por hidrólise II. Quebram ligações base-açúcar Liberam as bases gerando sítios apurínicos ou apirimidínicos (sítios AP). REPARO POR EXCISÃO DE NUCLEOTÍDEOS – NER Acionado por distorção da dupla hélice, ou seja, quando o DNA vai ficando mais “frouxo”; Dímeros de pirimidina; Fatores ambientais; Principal mecanismo de reparo; Deficiência leva a doenças genéticas: I. Complexo multienzimático XPA-XPG que fará o reconhecimento das bases danificadas II. Remove 24-32 nucleotídeos Uma das doenças causadas pela deficiência desse sistema de reparo é o xeroderma pigmentoso, e nesse caso as mutações ocorrem justamente no complexo multienzimático XPA-XPG. Essas pessoas têm de 1.000 a 4.000x maior risco de câncer de pele simplesmente por causa da exposição solar ou irradiação UV, já que são indivíduos incapazes de reparar dímeros TT. O sistema XPA-XPC é o complexo que reconhece a lesão – um sitio apurinico ou dímeros de timina que não estão formando pontes de hidrogênio – e a partir desse reconhecimento, ela começa a montar um complexo enzimático recrutando outras proteínas, como a XPG que é a endonuclease por clivar a fita na região 3’, a ERCC1-XPF que é a endonuclease que cliva em 5’, a exonuclease que retirará a sequência com a base errada e por fim a maquinaria de polimerase para a síntese de uma nova fita correta, finalizando com a ligase. Além do sistema de reparação global do genoma, que foi mostrado a cima, há também um sistema de reparação acoplado a transcrição já que podem ocorrer mutações que impeçam que a RNA pol termine a síntese do mRNA ou de qualquer outro RNA e quando isso acontece, em geral a RNApol II para na lesão que foi gerada pela mutação, gerando um sinal de reparação. REPARO POR PAREAMENTO INCORRETO Sistema utilizado por bactérias, em que o gene Mut sintetiza três proteínas que rastreiam o DNA: a MutS, MutL e MutH. A MutS é responsável por reconhecer o mal pareamento, que pode ser por tautomeros por exemplo, a MutL se liga à MutS e isso recruta MutH. Esse complexo é translocado a um sitio de GATC, que por ser uma sequência pequena, podem ter várias dessa dentro do genoma e assim que ele se liga a essa sequência, ele consegue entrar no genoma e realizar o reparo. Como o sitio GATC é um palíndromo, pode ocorrer a ligação nas duas moléculas de DNA. REPARO POR RECOMBINAÇÃO REPARO EM QUEBRA DE DNA Existem dois tipos: por recombinação homologa e por recombinação não- homóloga e ocorre quando há uma quebra de DNA nas duas fitas. Na recombinação não- homóloga existirão proteínas que irão clivar o DNA até encontrarem dois pedaços que sejam homólogos e possa ser feita a junção. A recombinação homologa ocorre durante a replicação. REPARO SUJEITO A ERRO Dano extremo ao DNA: Não há como os mecanismos celulares de reparo corrigirem a molécula com precisão Qualquer base é inserida no local lesado Continuidade da replicação
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