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PRIMEIROS FUNDAMENTOS DA FILOSOFIA

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FILOSOFIA
PRIMEIROS FUNDAMENTOS SOBRE A FILOSOFIA E A SUA HISTÓRIA
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INDAGAÇÕES...
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1 – O que é Filosofia?
Será que todos temos uma “filosofia de vida”?
O nosso cotidiano nos apresenta várias indagações, de diversas formas. Qual a contribuição da Filosofia?
Mas, o que significa FILOSOFIA? 
O ato de Filosofar ou a sabedoria filosófica envolve três elementos: a) É um saber universal; b) é um saber pelo saber e; c) é um saber pelas causas.
Nas palavras de Reale: 
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2 – Por que Filosofia?
Qual é a importância da Filosofia no mundo ocidental?
A civilização é e sempre foi dinâmica, por esse motivo, as idéias estão sempre surgindo e, em função disso, sempre MUDANDO.
Mas, todas as nossas perguntas já não tem uma resposta pronta, certa, precisa e imutável? Para que Filosofia se o conhecimento já está posto (e pronto)?
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2 – Por que Filosofia?
As palavras de Reale (2008, p. 6), grifos originais da obra em estudo) parecem apropriadas para uma reflexão:
“A Filosofia, com efeito, procura sempre respostas a perguntas sucessivas, objetivando atingir, por vias diversas, certas verdades gerais, que põem a necessidade de outras: daí o impulso inelutável e nunca plenamente satisfeito de penetrar, de camada em camada, na órbita da realidade, numa busca incenssante de totalidade de sentido, na qual se situem o homem e o cosmos.”
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2 – Por que Filosofia?
Qual a etimologia da palavra FILOSOFIA? Filosofar não significa ir em busca de, mas amar a sabedoria.
Abbagnano, ao relembrar as idéias de Platão, traduz a Filosofia como[...] o uso do saber em proveito do homem. [...] É necessária, portanto, uma ciência em que coincidam fazer e saber utilizar o que é feito. E esta ciência é a Filosofia. (2000, p. 442)
Descartes, sob idêntico argumento, assevera que [...] esta palavra significa o estudo da sabedoria, e por sabedoria não se entende somente a prudência nas coisas, mas um perfeito conhecimento de todas as coisas que o homem pode conhecer, [...]. (2000, p. 442)
Mas como assim amar a sabedoria?
O seu espanto, mesmo que tenha iniciado por algo sem valor, deixa-lhe um ponto de questionamento, o qual poderá – ou não – se desenvolver, transforma-se em conhecimento. 
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3 – Origem e História do Pensamento Filosófico
O espanto, a admiração, a perplexidade (thauma) foi o início da Filosofia Ocidental.
Aristóteles (2006, pár. 981 b), sob semelhante argumento, esclarece: “[...] É por força de seu maravilhamento que os seres humanos começam agora a filosofar [...]; maravilhando-se primeiramente ante perplexidades óbvias e, em seguida, por um processo gradual, levantando questões também acerca das grandes matérias, por exemplo, a respeito das mutações da lua e do sol, a respeito dos astros e a respeito da origem do universo. Ora, aquele que se maravilha e está perplexo sente que é ignorante [...]; portanto, se foi para escapar à ignorância por amor ao conhecimento e não visando qualquer utilidade prática.”
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3 – Origem e História do Pensamento Filosófico
No contexto histórico do pensamento filosófico, destacam-se os filósofos pré-scoráticos e os sofistas.
Os pré-socráticos foram os filósofos que estudaram os fundamentos, as causas primeiras as quais definem e constituem o mundo natural (physis), ao cosmo (Kosmos). Busca-se compreender o funcionamento e estrutura de tudo que aparece diante da Consciência, conforme a sua lógica. 
Dentre esses filósofos, pode-se destacar: Tales de Mileto, Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito, Parmênides. 
Veja-se as palavras de Aristóteles (2006, pár. 984 b1): “Esses pensadores , [...], parecem ter apreendido duas das causas que definimos no tratado sobre a natureza: a causa material e o princípio do movimento , mas isso apenas de maneira vaga e obscura. São como soldados destreinados numa batalha que se precipitam para todos os lados, e, com freqüência, desferem bons golpes , porém sem critério científico;”
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3 – Origem e História do Pensamento Filosófico
Importante, ainda, é salientar a contribuição oferecida pelos sofistas à Educação. Os sofistas jamais constituíram uma escola homogênea, mas errante, ou seja, viajavam por diversos lugares da Grécia para ensinar. 
Silva (2010, p. 50) destaca essa passagem: “[...] Os sábios sofísticos mudaram o eixo de visão do mundo. Ou seja: passaram a se dedicar às questões inerentes à natureza do homem. Essa forma de buscar as causas primeiras do mundo, a partir do homem, leva a considerar a filosofia sofística, forma de pensamento humanista.”
Dentre os sofistas, destacam-se Protágoras e Górgias. O primeiro se tornou conhecido pela afirmação: o homem é a medida de todas as coisas. O segundo destinou seus estudos ao Ser no sentido de sua existência e não-existência. Percebe-se, no pensamento de Górgias, profunda abertura cética .
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3 – Origem e História do Pensamento Filosófico
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4 – Mito, Filosofia, Ciência e Senso Comum.
Mito x Filosofia – É bem verdade que nos povos antigos (nesse caso, diga-se Grécia) a mitologia permeava o imaginário popular. Tanto que as explicações dadas do fenômeno do cotidiano eram tirada a partir da vontade dos deuses. Contudo, a Filosofia veio romper com esse paradigma, ao busca o real significado de como os eventos naturais, e por que não do homem, ocorrem. A religião, nesse sentido, buscou conciliar a existência dos deuses ou de Deus (cristianismo -fé).
 Filosofia, Ciência e Senso Comum – Com os passar dos anos, os discursos filosóficos e científicos começaram a voltar suas atenções para si mesmos, ou seja, se distanciaram do senso comum. Entretanto, ela esquece a necessidade de se ter o contato com a realidade, pois, nas palavras de Eduardo Bittar (2005, p. 39) “[...] ciência e filosofia são úteis, mas são feitas por humanos e para humanos, devendo contribuir nessa mesma medida da humanidade, em face da relatividade que a todos caracteriza.” E continua: “[...] deve-se grifar o fato de que o saber vulgar, seguido da estupefação e pelo desejo de saber, é a matriz de todo o conhecimento científico ou filosófico.” 
Para Boaventura de Sousa Santos (1989, p. 32-33), o Senso Comum é fonte de experiências que permitem a (re)construção de inúmeras teorias, porém esse conhecimento é falível e inexato. Segundo o citado autor, esse conhecimento evidencia: “[...] um conhecimento que pensa o que existe tal como existe. [...] É um pensamento, necessariamente, fixista e conservador. “
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4 – Mito, Filosofia, Ciência e Senso Comum.
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4 – Mito, Filosofia, Ciência e Senso Comum.
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5 – A definição de Verdade
O que é verdade? 
Verdade, sob um conceito filosófico, é a busca pela explicação racional para os eventos da vida, ou seja, precisa ser um conhecimento universal e válido para todas as pessoas.
Mas, será que o conhecimento permite a sua crítica? A elipse do ego não permite, muitas vezes, essa possibilidade.
Quando Michel Villey mencionou os problemas existentes no Direito a serem solucionados pela Filosofia do Direito, o autor afirmou que o operador jurídico [...] estaria absorvido pela busca de soluções; possivelmente não teria tempo nem competência para explicar o que é o direito, definir o objeto de sua ciência em relação à moral, à política, à economia, às diversas ciências sociais, discutir seus métodos, as fontes do conhecimento do direito. É um homem muito ocupado em resolver casos, em responder às perguntas que lhe são formuladas , para dedicar-se a esse gênero de especulação; sua técnica própria e a limitação de seu horizonte dificilmente poderiam ajudá-lo a resolver estes problemas. (2003, p. 14) 
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5 – A definição de Verdade
Sobre esse conceito de Verdade, Lyotard (2008, p. 48) rememora: 
Não há, então, uma verdade absoluta, postulado comum do dogmatismo e do cepticismo; a verdade define-se em devir, como revisão, correcção, e ultrapassagem de si mesma, efectuando-se tal operação dialéctica sempre no meio do presente vivo [...].
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6 – Para que estudar Filosofia?
Essa é uma pergunta, muita vezes, estranha e, ao mesmo tempo, acolhedora. 
Quanto mais você consegue perceber e estudar os desdobramentos dos fenômenos humanos, mais se vislumbra sua real condição: sua imperfeição e finititude. Por esse motivo, o Direito não se restringe apenas à Dogmática, mas, de modo complementar, dialoga com a Zetética.
A partir dessa perspectiva de busca pelo conhecimento, especialmente no âmbito do Direito, Adão Longo adverte: [...] O homem busca a filosofia para buscar-se, enquanto o Direito busca a Filosofia para justificar-se. A Filosofia parteja o Homem na sua essência; o Direito ajusta nas suas contingências. É a indagação filosófica que desvenda o homem aos olhos do homem; é a proposição das teses filosóficas que revela ao jurista a reconstrução do Direito. (2004, p. 97) 
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6 – Para que estudar Filosofia?
A complementaridade entre Filosofia e Direito demonstra que o estudo sobre o Direito não se restringe apenas às leis e sua aplicação, mas passa pela indagação sobre as relações entre o Ser humano e o Mundo. 
Trata-se de encontrar aquilo que é significativo para o desenvolvimento de todos e oferecer respostas razoáveis às perguntas: O que é o Direito? Qual o Fundamento do Direito? O que é Justiça? Quais são os Princípios do Direito? A quem (ou o que) o Direito se destina? Por que ter Direito(s)? entre outras. 
Kaufmann (2009, p. 26) rememora: [...] O dogmático parte de pressupostos que assume como verdadeiros, sem, porém, dispor de provas dessa veracidade. Ele pensa ex datis. O que é afinal o direito? Em que circunstâncias, em que medida e de que forma existe conhecimento do direito? - o dogmático do direito não se põe perante estas perguntas. 
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Para Pensar...
“A filosofia envolve sentimento de amizade , de amor, de paciencia, de coragem, na busca da verdade. Filosofia constitui atitude de inquietação, de indagação diante do mundo da vida. Muito mais do que paixão pela verdade, a filosofia assume comportamento crítico diante do objeto, com o fim de alcançar idéia universal. A filosofia, enquanto modo de pensar em torno da realidade ou da idealidade da vida, não se satisfaz com seus enunciados. Trata-se de modo de pensar contínuo, reflexivo, dialético, que nunca acaba. [...] A idéia de verdade, no âmbito da filosofia, revela-se provisória, por maior clareza e coerência existente entre a proposição enunciada e o seu objeto.”
Moacyr Motta da Silva (2010, p. 32) 
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Referência Bibliográficas
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. Tradução de Alfredo Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução de Edson Bini. Bauru, (SP): Edipro, 2006. 
BITTAR, Eduardo C. B; ASSIS, Guilherme Almeida de. Curso de filosofia do direito. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. A ciência do direito. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
FERRY, Luc. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Tradução de Vera Lúcia dos Reis. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. 
LONGO, Adão. O direito de ser humano. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
LYOTARD, Jean-François. A fenomenologia. Tradução de Armindo Rodrigues. Lisboa: Edições 70, 2008. 
KAUFMANN, Arthur.; HASSEMER, Winfried. Introdução à filosofia do direito e à teoria do direito contemporâneas. Tradução de Marcos Keel e Manuel Seca de Oliveira. 2. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2009. 
REALE, Miguel. Filosofia do direito. 20. ed. 5. tir. São Paulo: Saraiva, 2008. 
SANTOS, Boaventura de Souza. Introdução a uma ciência pós-moderna. 4. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1989.
SILVA, Moacyr Motta da. Direito, justiça, virtude moral & razão: reflexões. 3. ed. Curitiba: Juruá, 2010.
STÖRIG, Hans Joachim. História geral da Filosofia. Tradução de Volney J. Berkenbrock et al. Petrópolis, (RJ): Vozes, 2008.
VILLEY, Michel. Filosofia do direito: definições e fins do direito; os meios do direito. Tradução de Márcia Valéria Martinez de Aguiar. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

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