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QUESTÃO 01. 
Segundo Lopes, José Reinaldo de Lima; " Ulpiano esclarece que o 
direito civil é o direito próprio de cada cidade: ele se distingue do 
direito comum dos povos (ius gentium), que são instituições encontradas 
em grandes linhas em várias ou todos os povos (como a escravidão diz 
ele). O direito natural, por sua vez, é aquele comum a homem e animais. 
Assim, a escravidão é de direito comum, mas não de direito natural (pois 
naturalmente todos são livre). Papiniano, por seu turno, diz que o 
direito civil vem de algumas fontes (leis, plebiscitos, senadoconsultos, 
decretos do príncipe e autoridade dos prudentes - notemos que Papiniano 
escreve em pleno Principado): já o direito pretoriano foi introduzido 
pelos pretores, para a utilidade pública, visando corroborar, suprir ou 
corrigir o direito civil (D.1,1,7). Como eles o fazem? Usando seu poder 
de magistrado, sua honra (daí ius honorarium) de agentes da cidade (novo) 
e seu império. Seu poder de magistrados permitia-lhes promulgar 
anualmente a sua "política" no exercício do cargo por meio do edito. 
O mesmo autor em outro momento nos diz "Os romanos submetiam-se ao 
direito civil, e para impor a ordem entre eles havia o pretor urbano. 
Par impor a ordem entre estrangeiros ou entre romanos e estrangeiros, 
havia o pretor dos peregrinos, ou pretor peregrino (242 a.C). São os seu 
editos que formarão o ius honorarium, objeto da jurisprudência clássica 
junto com o ius civile, direito dos cidadões." 
Agora invocando a sabedoria de Alves, José Carlos Moreira, o mesmo 
nos explica que " Os direitos reais na concepção dos juristas romanos - 
Os jurisconsultos romanos não conhecem estes dois conceitos - direito 
real e direito pessoal. A própria denominação ius in re com a qual se 
designam os direitos reais não se encontra, com esse sentido, nas fontes. 
A distinção que hoje fazemos com base nos conceitos dos direito 
real e de direto pessoal os romanos a faziam no plano processual, com a 
dicotomia actio in rem - actio in personam (ação real e ação pessoal). 
Aquela e uma ação erga omnes (contra todos), em que o autor afirma o seu 
direito sobre a coisa, e em que o réu surge como a pessoa que se colocou 
entre o autor e a coisa: esta é uma ação contra determinada pessoa (o 
devedor), e em que o autor reclama o cumprimento da obrigação que o réu 
deixou de adimplir. Na actio in rem, o réu somente é conhecido no 
memento em que há a violação do direito subjetivo, pois todos têm o 
dever de abstenção; na actio in personam, o réu somente poderá ser o 
devedor, que é o único obrigado a satisfazer o titular do direito 
subjetivo." 
Em complemento aos conceitos até agora abordado, podemos salientar 
que ações reais, é aquela ação que uma pessoa poderia pretender frente 
a outra, que se reconhecesse que ela é dona da coisa, ou ainda 
reconhecimento da propriedade, por fim, ter poder físico de uma coisa, 
"RES", coisa material; se a coisa fosse devolvida, encerrava o processo. 
Já com relação a ações pessoais, não é se apoderar de uma coisa, mas sim 
de um comportamento. Alguém pretende que o "REU" se comporte de 
determinada modo. Neste sentido, podemos dizer que existem tipos de 
comportamentos, ou seja, que alguém me dê alguma coisa, (devolução ou 
dinheiro) e ou alguém não fizesse alguma coisa, neste caso a ação pessoal 
cria um vinculo, uma obrigação (dar, o fazer ou não fazer) um atamento. 
Já com relação aos "IUS" podemos dizer que o ordenamento objetivo, 
tem que acompanhar as novas necessidades, novas demandas, neste sentido 
o ius honorarium, supri lacunas do direito civil (equidade), modifica o 
formalismo do ius civile (direito do cidadão romano) - Pretor 
(magistrado, com mandato político), podendo construir novas formulas a 
cada caso. Com este advento o direito sucessório e o direito de 
propriedade, foram os que sofreram maior modificação. Lembrando do ius 
civile é o direito das cidades que regula as relações entre cidadão, o 
direito civil nasce das cidades - costumes a interpretação dos prudentes 
as leis publicas. Em função da expansão das cidades e muitos estrangeiros 
vivendo em Roma, e com muitos interesses econômicos e jurídicos, Roma 
então expande o seu ordenamento objetivo, para alcançar os estrangeiros 
ai se cria o Direito das Gentes. 
Considerando a exposição realizada até agora podemos concluir que o que 
segue: 
Primeira formula: 
Seja juiz GA. Se resulta que a herança de Publio Mevio é de AA com base 
no direito dos Quirites e a coisa não será restituída a AA,.....; 
entendemos que se trata de uma Ação Real em função da devolução do valor 
equivalente a "COISA", relacionado ao ius civile. 
Segunda formula: 
Seja juiz GA. Uma vez que NN geriu os negócios que eram de Lucio Ticio 
até o momento de sua morte - matéria inconteste - com relação a tudo o 
que, por tal causa, NN deve dar ou fazer em favor de AA.......; entendemos 
que se trata de uma ação pessoal em função da obrigação de "DAR OU 
FAZER", relacionado ao ius honorarium. 
 
QUESTÃO 02. 
 
a) 
Tendo como referência Alves, José Carlos Moreira ,professor de 
Direito Civil da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, diz 
que “é inegável a influência do Bürgerliches Gesetzbuch (B.G.B.) sobre 
várias legislações civis modernas”. Entre elas, encontra-se o “Código 
Civil Brasileiro, que, com relação à posse — entre outras matérias — , 
seguiu, em pontos de importância capital, a codificação germânica.” Como 
exemplo disso, basta salientar que o artigo 486 do Código Civil 
Brasileiro, que introduziu, em nosso direito, a distinção fundamental 
entre posse direta e indireta. 
 
“Art. 486. — Quando por força de obrigação, ou direito, em certos 
casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, 
se exerce temporariamente a posse direta, não anula esta às 
pessoas, de quem eles a houveram, a posse indireta”. 
 
 
“Ora dois foram os projetos que se sucederam na fase de elaboração 
do Bürgerliches Gesetzbuch: o primeiro, de 1888, que, segundo V O N THUR, 
foi acolhido desfavoravelmente, porque, além de demasiado teórico, se 
vinculava estreitamente ao direito romano3 e não atendia às necessidades 
da vida moderna; e o segundo, de 1895, que, com alterações, se 
transformou no B.G.B., e no qual se introduziram concepções do antigo 
direito germânico em decorrência das diretrizes que presidiram aos 
trabalhos da Comissão que elaborou o segundo projeto — observa-se, como 
salienta GIEBKE, a existência de fortes vestígios de influência 
germânica, razão por que, para bem se compreender o instituto da posse 
no B.G.B.” e, consequentemente, nos Códigos que, a propósito, nele se 
calcaram, como o Código Civil Brasileiro, “é indispensável que se tenham 
noções da Gewere, que, no antigo direito germânico, é o instituto que 
se encontra, sob certos aspectos, em posição semelhante à da possessio 
na legislação romana. No B.G.B., portanto, com relação à posse, acham-
se, lado a lado, princípios derivados do direito romano e do direito 
germânico, havendo. E, ainda as concepções germânicas foram acolhidas 
no B.G.B. principalmente nestes pontos”: 
 
a) a posse, no direito alemão moderno, é reconhecida como um direito, 
ou, mais precisamente, como "direito real provisório" (vorlâufiges 
Sachenrecht); 
b) reconhece-se a posse múltipla (mediata e imediata); 
c) estabelece-se a posse do herdeiro: este adquire, automaticamente, 
independente de imissão efetiva, a posse da herança no momento em 
que falece o de cuias; e 
d) embora, quanto à proteção possessória, se concedam os interditos 
possessórios que vêm do direito romano, e, portanto, se exclua, 
em geral, a alegação de posse melhor, éisso admitido nas hipóteses 
previstas no § 1.007 do B.G.B., onde se introduziu, no direito 
alemão moderno, graças ao segundo projeto, a ação que SALLEILES 
denomina "ação de reivindicação 
e) de posse", e que PONTES DE MIRANDA prefere designar com a expressão 
"ação vindicatória de posse” 
 
Primitivamente Gewere designava o ato pelo qual se transferia 
juridicamente um imóvel, e no qual a pessoa que até então exercera a 
senhoria sobre ele declarava que a renunciava (Auflassung). 
Posteriormente, Gewere passou a indicar, também, a relação de senhoria 
entre pessoa e coisa, quer essa relação tivesse por objeto coisa móvel 
ou imóvel, quer ela surgisse por modo de aquisição derivada ou 
originária. 
Note-se — correspondência não significa igualdade: a Gewere, se 
presenta pontos de contacto com a possessio, dela se afasta em outros 
aspectos. aspectos. Basta atentar para o fato de que, enquanto o direito 
romano distinguiu, nitidamente, as três posições em que decorre para uma 
pessoa poder sobre uma coisa (propriedade, posse e detenção), o direito 
germânico medieval desconheceu, quanto às coisas móveis, a diferença 
entre posse e detenção. Gewere, o qual foi colocado no direito à 
representação da coisa, um correspondente a ele que lhe traga mais perto 
do nosso direito atual, esse conceito se apresenta no de realidade 
(Dinglichkeit). Gewere é aquilo que dá a uma relação de pessoa a coisa 
(eu não digo, intencionalmente: a u m direito sobre a coisa). 
 
Sobre o Direito de Propriedade Feudal, temos como autor o Berman, 
Harold J. com seu livro Direito e revolução, que “durante o Iluminismo 
no século XVIII, toda a ordem sócia na qual as relações senhor-vassalo 
e os arrendamentos de terra existiam foi chamada de sociedade feudal, e 
as principais características dessa sociedade foram definidas como uma 
nobreza privilegiada e um campesinato subordinado a ela. 
A relação entre fatores sociais e econômicos, por um lado, e os 
fatores políticos e ideológicos, do outro”, onde a própria fraqueza 
econômica, militar e política impedia o surgimento de um único senhor. 
“A sociedade medieval, em que o sistema feudal vigorava para as 
relações de determinação da terra, é uma sociedade de ordens e 
estamentos. “Seu direito é um direito de ordens: os homens dividem-se 
em oratores, bellatores, laboratores, isto é, aqueles que 
oram(clérigos), aqueles que lutam(cavaleiros e senhores) e aqueles que 
trabalham(servos)”, diz Lopes, José Reinaldo de Lima em O Direito na 
História. 
Haviam dois sistemas de ralações: uma propriedade feudal, relativa 
a vassalagem e tendência da terra, e outra senhorial, relativa à 
apropriação da renda da terra, relação senhorial, entre o servo e o 
senhor. 
No século IX, o feudo, com suas obrigações de serviço, geralmente 
passava aos herdeiros do arrendatário – então geralmente chamados pelos 
celtas de “vassalos” – pela renovação de seu juramento. Juramento este, 
religioso de fidelidade pelo vassalo. Havia ligações perpétuas de 
fidelidade entre vassalos e senhores, como visto, e ligações pro-vita 
entre peão e senhor(o peão não perdia a terra, pois seu direito a 
permanecer nela era também vitalício). Os direitos eram limitados quando 
a seu exercício(não se podia tudo) e quanto ao tempo(a hereditariedade 
não era total). Os direitos sobre a renda da terra enfeudada ou terra 
não livre eram formas de censo: direitos de tendência com taxas e 
participação na produção, prestação em espécie ou em 
dinheiro(GILISSEN,1988:642). 
“A subordinação pessoal dos vassalos nos séculos IX e X havia tomado 
forma do direito do senhor de exigir que o vassalo cumprisse serviço 
militar, seu direito de, em certos casos, casar(ou descasar) a filha do 
vassalo, seu direito à assistência pessoal do vassalo em caso de 
necessidade e vários outros direitos do senhor. Nos séculos XI e XII, o 
dever do serviço militar era geralmente comutado em pagamento em 
dinheiro, o direito de casamento era geralmente comutado em taxa única 
sobreo casamento da filha de um vassalo e o direito à assistência pessoal 
era geralmente comutado em diferentes taxas(“auxílios”).”, passagem de 
Berman. 
A dominação econômica no período anterior havia tomado a forma, em 
muitos lugares, do poder do senhor de adentrar um feudo, supervisionar 
sua administração e levar seus produtos, a ausência de qualquer direito 
por parte do vassalo de transferir o feudo e o poder do senhor de reaver 
o feudo em caso de morte do vassalo. Nos séculos XI e XII, esses poderes 
senhoriais sofreram sérias restrições jurídicas. Segundo Berman, “o 
conceito de seisin foi desenvolvido no século XI para caracterizar 
direitos possessórios de pessoas que ‘possuíam’ a terra ou bens, sem ser 
proprietárias; quem fosse seised não poderia ser expulso à força por 
ninguém, em poderia ter sua moradia ilegalmente retirada contra a sua 
vontade – mesmo que por seu senhor.” Além disso, o desenvolvimento da 
hereditariedade do feudo pelos herdeiros do vassalo foi acompanhado pela 
evolução de sua subinfeudation, ou seja, a aquisição de um subvassalo. 
No ato da transferência por subinfeudation ou outra forma de 
transferência, uma taxa deveria ser paga ao senhor. 
O avanço em direção a maior liberdade pessoal e autonomia econômica 
dos vassalos manifestava-se especialmente na legislação do elemento de 
reciprocidade sempre na relação senhor-vassalo. A relação “reciprocidade 
contratual” está subordinada a uma qualificação: o contrato feudal(quer 
homenagem ou de lealdade sem homenagem) era um contrato de ingresso de 
casamento, ao qual de fato era comparado pelos juristas do século XII. 
Ao contrário, por exemplo, dos contratos comerciais. 
Extremamente importante de um ponto de vista teórico, era o direito 
do senhor ou do vassalo de dissolver o contrato de homenagem ou de 
fidelidade por motivos adequados. Se uma das partes violasse suas 
obrigações, causando dessa forma sérios prejuízos à outra, esta tinha o 
direito de dissolver a relação com um gesto solene de oposição, chamado 
diffidatio(“retirada de fidelidade”). 
 
Tendo os textos anteriormente citados, chegamos à conclusão que a 
Gewere Germânica traz uma ideia de posse(propriedade), que se 
assemelhava-se a legislação romana e que mais tarde(hoje) seria como 
exemplo para o Código Civil Brasileiro. A posse para no Direito Alemão 
Moderno é reconhecida como um direito, ou, mais precisamente, como 
"direito real provisório" (vorlâufiges Sachenrecht).Uma das grandes 
heranças que perpetuariam para a modernidade é o reconhecimento 
estabelecido a posse do herdeiro: este adquire, automaticamente, 
independente de imissão efetiva, a posse da herança no momento em que 
falece. Igualmente ao direito feudal , o desenvolvimento da 
hereditariedade do feudo pelos herdeiros do vassalo foi acompanhado pela 
evolução de sua subinfeudation, ou seja, a aquisição de um subvassalo. 
A diferença estaria a taxa que deveria ser paga ao senhor pelo legado 
deixado. O Feudalismo utilizava a transmissão jurídica do imóvel, relação 
de senhoria entre pessoa e coisa onde a propriedade voltaria a ser 
destacada como uma “lei” fundamental para o sistema jurídico do feudo. 
Uma distinção importante se compreende se compararmos as relações 
senhor/servo às relações hoje vigentes dentro das unidades 
produtivas(relação de emprego), ao passo que as relações feudais se 
equiparam às relações entre acionistas e diretores de uma grande empresa. 
A relação que então se criou entre o servo e a terra foi decorrência 
da Lei do Colonato do período precedente. O servo estava preso à terra, 
e não ao senhor. O mesmo era que o senhor também estaria “dependente” 
da mesma para asua sobrevivência e que esta terra seria “de todos” 
àqueles que a dependiam. 
 
b) 
 
No livro Direito Romano, escrito pelo Alves, José Carlos Moreira, 
Ministro Aposentado do Supremo Tribunal Federal e Professor Titular 
aposentado de Direito Civil na Faculdade de Direito da Universidade de 
São Paulo, temos uma ideia preliminar e basicamente suficiente para o 
entendimento da Sucessão Ab Intestato(Legítima). Na sua passagem, ele 
diz que “se não houver testamento, ou se ele for ineficaz em sentido 
estrito, ou nulo, abre-se a sucessão ab intestato(sucessão de alguém que 
faleceu intestatus), denominada, modernamente, sucessão legítima(porque 
a herança é definida às pessoas designadas na lei).” 
No estudo da reserva da legítima, é mister que se analisem os quatro 
seguintes aspectos: o momento de sua abertura; as pessoas cujo 
falecimento dá ensejo a que ela se abra; aqueles que, a título de 
herdeiro, são chamados a essa sucessão; e o modo por que se verifica 
esse chamamento. 
“Com a morte de alguém, verificar-se-á, primeiramente, se o de cujus 
deixou testamento indicando como será partilhado seu patrimônio. Em caso 
negativo ou melhor, se faleceu sem que tenha feito qualquer declaração 
solene de última vontade; se apenas dispôs parte dos bens em testamento 
válido; se seu testamento caducou ou foi considerado ineficaz ou nulo 
ou, ainda, se havia herdeiros necessários, obrigando a redução da 
disposição testamentária para respeitar a quota reservatória, alei 
promoverá a distribuição, convocando certas pessoas para receber a 
herança, conforme ordem de vocação hereditária.” Diz Diniz, Maria Helena 
no trecho da Profª Juliana Coutinho em Direito das Sucessões. 
Em todas essas hipóteses ter-se-á sucessão legítima que é a deferida 
por determinação legal. A sucessão legal absorverá a totalidade da 
herança se o auctor successionis falecer ab in testato, ou se nulo ou 
caduco for o testamento por ele feito, e restringir-se-á à parte não 
compreendida no testamento , se o testador não dispuser da totalidade 
da herança e se houver herdeiros necessários, que impõe o respeito à 
quota que lhes cabe. 
Segundo Alves, quando, por exemplo, o testamento é ineficaz em 
sentido estrito porque o herdeiro testamentário não aceita a herança, 
essa renúncia só se conhece algum tempo depois da morte do de cuiús, 
portanto, para que ela se verifique, é preciso, primeiro, que se abra o 
testamento a fim de que se saiba quem é o herdeiro. 
Somente o cidadão romana é que, com sua morte, dá ensejo à abertura 
da sucessão ab intestato, uma vez que essa sucessão foi organizada pelo 
ius ciuile, cujos preceitos só se aplicam aos cidadãos romanos. 
Diz Alves que “são herdeiros legítimos(heredes legitimi) os chamados 
pela lei para receber a herança do que morreu intestatus”. Lembremos 
aqui que durante a evolução do direito romano, esses herdeiros variaram, 
tendo em vista a circunstância de que o fundamento pelo qual se dava a 
delação legítima da herança era a afeição, decorrente do parentesco, que 
se presumia existir entre o de cuiús e a pessoa que iria sucedê-lo. 
Lembremos que Lopes, José Reinaldo de Lima fala em um 
desenvolvimento da hereditariedade do feudo e sua alienabilidade, com 
uma taxa para o dominus eminens(senhor direto). Ele diz também que já 
se estabelecia a distinção entre direito de exploração(domínio útil) e 
direito de renda(domínio direito ou eminente). 
Por outro lado, conforme o falecido fosse ingênuo ou liberto, eram 
diferentes as pessoas chamadas, a título de herdeiro, à sucessão ab 
intestato. 
Esse sistema decorre de um dispositivo da Lei das XII Tábuas que 
vigorou, com modificações(introduzidas no principado e no dominato), até 
as Novelas CXVIII e CXXVII, de Justiniano. 
Reza, a próprio, a Lei das XII Tábuas: 
Si intestato moritur, cui suus heres escit, adgnatus proximus 
familian aberto.Si adgnatus nec escit, gentiles familiam [habento](Se 
alguém morrer sem testamento, não tendo suus heres, que o agnado mais 
próximo fique com a herança. Se não houver agnado, que os gentiles fiquem 
com a herança). 
Com a abertura da sucessão, opera-se verdadeira sub-rogação pessoal 
no acervo patrimonial do falecido, visto que pelo princípio da saisine 
a posse e o domínio da herança serão imediatamente transmitidos aos 
sucessores do de cujus. 
”Na linha reta a identificação do herdeiro que sucederá o autor da 
herança é sobremaneira simples, pois basta contar o intervalo que 
distancia uma geração da outra.” Fala Menin, Marcia Maria com Da Sucessão 
Legítima. 
 
“Assim, na hipótese de existência de filho e neto do falecido, o 
primeiro é quem será o contemplado com a herança, uma vez que é 
considerado parente em linha reta em primeiro grau do de cujus. O neto 
do falecido apenas herdará em caso de inexistência de filhos ou se houver 
direito de representação de seu ascendente que seja pré-morto ao autor 
da herança. 
Na ausência de parentes na classe dos descendentes, a herança será 
deferida aos ascendentes do autor da herança. Aqui também será aplicada 
a regra de que o grau mais próximo exclui o mais remoto. Sendo assim, a 
existência de pai e avô do falecido obsta a concessão da herança ao avô, 
parente em linha reta ascendente em segundo grau do autor da herança.” 
Segundo o artigo de Menin, o s descendentes, como 
tradicionalmente ocorre, ocupam posição privilegiada na ordem de vocação 
hereditária determinada pelo Código Civil em vigor. 
A previsão legal ocorre em benefício de todos os descendentes ad 
infinitum; ou seja, filhos, netos, bisnetos, trinetos, tetranetos, sendo 
que o descendente de grau mais próximo, como dito, excluirá o de grau 
mais remoto. Assim, primeiro serão chamados a suceder os filhos; na 
ausência deles, os netos e assim sucessivamente.Se o autor da herança 
falecer, deixando apenas filhos, tal patrimônio a eles deverá ser 
destinado levando-se em consideração o número de filhos, pois neste 
caso, a partilha dos bens se dará por cabeça que ocorrerá quando o 
patrimônio do de cujus é dividido em partes iguais destinadas aos 
herdeiros em razão de direito próprio, ou seja, por se encontrarem no 
mesmo grau de parentesco. Desta forma, se o autor da herança tiver 
deixado cinco filhos, o seu acervo patrimonial será dividido por cinco. 
Na falta de descendentes do falecido, os ascendentes receberão a 
totalidade da herança. Também, neste caso, não há restrição do grau de 
parentesco, uma vez que a sucessão se dará em linha reta infinita, isto 
é, poderão ser chamados a suceder o autor da herança seus pais, avós, 
bisavós e assim sucessivamente. 
Lembramos que sob a vigência do Código Civil de 1916, o cônjuge 
posicionava-se como terceiro na ordem de vocação hereditária, sendo 
titular dos bens deixados pelo de cujus apenas na falta de descendentes 
e ascendentes. 
No trecho do artigo da Menin,”se no momento da abertura da sucessão, 
o autor da herança não possuir qualquer parente em linha reta ou não 
possuir cônjuge sobrevivo, o seu patrimônio será destinado aos 
colaterais, seguindo a mencionada regra de que o parente de grau mais 
próximo exclui o de grau mais remoto.” 
Destarte, se o autor da herança faleceu deixando dois irmãos, a 
eles será conferida a herança na proporção de 50% para cada um, porquanto 
a partilha deverá ser feita por cabeça. 
Entretanto, nem sempre os quinhões atribuídos aos irmãos do falecido 
serão idênticos. Conforme preceitua o artigo 1.841 do Código Civil, isto 
ocorrerá se concorrerem à herança do falecido irmãos bilaterais com 
irmãos unilaterais, pois cada irmão unilateral apenas herdará a metade 
do que cada bilateral herdar. Tal fato não ocorrerá, se o falecidohouver 
deixado apenas irmãos bilaterais ou tão somente irmãos unilaterais. 
 
Extrai-se pela análise do tema proposto que quanto ao critério de 
convocação dos herdeiros legítimos, disposto no artigo 1.829, inciso I, 
pouca modificação ocorreu, porquanto apenas o Poder Público foi retirado 
da ordem de vocação hereditária. 
O atual diploma legal apenas trouxe importantes inovações na 
sucessão decorrente da união estável e do casamento. 
Enquanto diversos privilégios foram concedidos às pessoas unidas 
pelo vínculo do casamento, aqueles que vivem em uma união informal 
encontram-se atualmente em uma situação de flagrante desprivilégio. 
O Código Civil vigente possibilita aos companheiros alguns direitos 
similares ou idênticos àqueles conferidos aos cônjuges, tais como: o 
direito à meação decorrente do regime da comunhão parcial de bens, a 
instituição de bem de família voluntário, a adoção e o pedido de 
alimentos. 
Assim, se a intenção do legislador foi conceder os mesmo direito 
previstos para companheiros e cônjuges, por que dar tratamento diverso 
quando o assunto é sucessão? 
A Constituição Federal equipara todas as espécies de família para 
fins de proteção estatal; não se deve admitir que haja tratamento 
prejudicial ou mais benéfico a qualquer uma delas, considerando-a de 
ínfima importância quando 20 
 
Comparada à família matrimonializada. Não cabe a ela qualquer tipo 
de adjetivação que venha a distinguir os tipos de união afetiva de acordo 
com seu grau de superioridade, uma vez que não existem graus de 
importância quando se trata de pessoas envolvidas pelo laço do afeto. E 
amor é sempre amor, independentemente da forma em que ele se 
concretizará. 
 
QUESTÃO 03. 
Na visão de Lopes, José Reinaldo de Lima; Lições Introdutórias, 
que aborda " O contexto histórico de Tomás de Aquino (Doctor angelicus), 
conseguimos compreender os ditames apregoados por Tomás de Aquino, 
destacamos o que segue: 
Segundo Lopes, José Reinaldo de Lima, .....Pag. 139.....Lei 
Eterna.....até pag. 140 não pode ser confundida com a lei natural. " " 
O autor desta ainda que ....Pag. 140.....Lei Natural.......até 
(Q.94, art. II)." Lei natural....." 
Já com relação a Lei Divina, Lopes, José Reinaldo de Lima, nos 
salienta que .....Pag. 142....Lei Divina.........até salvação eterna. 
Ainda nessa faina, frisamos algumas passagens do livro de Lopes, 
José Reinaldo de Lima; "Essencialmente, a ética tomista é uma ética de 
felicidade e de virtude (eudemônica). Também aqui ela é bastante distinta 
de boa parte da tradição moderna, que é sobretudo uma ética de dever 
(deontológica). Na ética tomista e aristotélica, a pergunta última é: 
como se deve agir para atingir o bem supremo, a felicidade? Na ética 
deontológica, a pergunta é: como devo agir para cumprir o devido em 
qualquer situação?" 
Considerando os fatos que São Tomás de Aquino, apresenta em sua 
teoria, podemos concluir que, existe uma forte influência da religiosa 
na sua exposição, sendo que, quando ele aborda o conceito da lei eterna 
ele nos diz que a referida lei foi criada por Deus, para poder governar 
o mundo, ou seja, a lei eterna tem por instrumento a divina providência. 
Então, Deus que é criador do mundo e como criador ele é seu regente, a 
lei eterna é aquela que através da divina providencia rege o mundo e 
todas as coisas do mundo, podemos aferir que a lei eterna é aquela lei 
por onde Deus governa todas as coisas. 
Agora considerando a lei natural (atividade humana moral): podemos 
concluir que dentro da lei eterna a algo mais especifico para o homem, 
ou seja, a lei natural, que nada mais é do que a lei eterna dirigida ao 
homem, melhor dizendo é o reflexo legislativo para o homem da lei eterna, 
por fim, a lei divina, que em suma preceitua sobre a salvação eterna. 
Considerando ainda como exposição final sobre Tomás de Aquino, 
podemos dizer que ele defende a teoria de que pode-se utilizar a razão 
para compreender à Deus; que o mal é a ausência de Deus o bem é uma 
intervenção divina. Quando ele aborda a ética, acredita em uma capacidade 
natural do ser humano em identificar aquilo que é bom e aquilo que não 
é; o bom e o ruim, dessa maneira a ética de Tomas de Aquino, pressupõe 
o usa da razão sob as emoções a razão deveria não só compreender mas 
também controlar estas emoções é o próprio agir humano. 
Com relação a visão de Aristóteles - Ética a Nicômaco, destacamos 
trechos do seu Livro V - " A justiça, então, nesse sentido é virtude 
perfeita, ainda que com qualificação, a saber, que é exibida aos outros 
(e não no absoluto). Eis a razão porque a justiça é considerada amiúde 
como a virtude principal, não sendo "nem a estrela vespertina ou a 
matutina" tão sublimes, de modo que dispomos do provérbio. E a justiça 
é a virtude perfeita por ser ela a prática da virtude perfeita". 
"Na Justiça se encontra toda a Virtude somada" 
Aristóteles, ainda destaca para nós que, "a justiça particular, por 
outro lado, e aquilo que é justo no sentido correspondente a ela, é 
dividida (por sua vez) em dois tipos. Um tipo e exercido na distribuição 
de honra, riqueza e os demais ativos divisíveis da comunidade, os quais 
podem ser atribuídos entre seus membros em porções iguais ou desiguais. 
O outro tipo é aquele que supre um princípio corretivo nas transações 
privadas. Essa justiça corretiva, por sua vez, apresenta duas 
subdivisões, correspondentes às duas classes de transações privadas, a 
saber, as voluntárias e a involuntárias. Exemplos de transações 
voluntárias são a venda a compra, o empréstimo a juros a caução, o 
empréstimo sem juros, a garantia de pagamento, o arrendamento (estas 
transações sendo qualificadas de voluntárias porque são voluntariamente 
assumidas). Das transações involuntárias algumas são furtivas, à guisa 
de exemplos, o furto, o adultério o envenenamento, a prostituição, a 
sedução ou incitação de escravos, o assassinato à traição, o falso 
testemunho;outras são violentas, como o assalto, o aprisionamento, o 
crime de morte, o roubo mediante violência, a mutilação, a linguagem 
abusiva, a insulto." 
O Livro V de Aristóteles, a todo tempo menciona o justo e o injusto, 
porém um dos trechos que podemos considerar muito bom para destacar o 
pensamento desse grande filosofo é "O justo nesse sentido é, portanto, 
o proporcional e o injusto é aquelo que transgride a proporção. O injusto 
pode , assim, incorrer no excesso ou na deficiência (no "demasiado muito" 
ou no "demasiado pouco"), o que é realmente o que percebemos na prática, 
pois quando a injustiça é feita, aquele que a faz (o agente) detém o 
excessivo do bem em pauta, e a vítima da injustiça detém o deficiente 
ou insuficiente desse bem, embora seja vice versa no caso de um mal, 
porque um mal menor comparado a um maior é tido como um bem, porquanto 
o menor de dois males é mais desejável do que o maior, entretanto, o que 
é (efetivamente) desejável é bom, e quanto mais desejável for, maior bem 
será. É esse, portanto um tipo de justiça" 
Ainda na busca pelos ensinamento de Aristóteles, destacamos o seu 
conceito no que se refere a " Justiça política, é em parte natural, em 
parte convencional. Uma regra de justiça natural, é aquela que apresenta 
idêntica validade em todos os lugares e não depende de nossa aceitação 
ou inaceitação. Uma regra convencional é aquela que em primeira 
instância, pode ser estabelecida de forma ou outra indiferentemente, 
ainda que uma vez estabelecida, deixa de ser indiferente." 
Para finalizar as ilustrações, de Aristóteles, ou seja, donde nos 
apoiamos para em fim formular um conceito e uma conclusão, frisamos um 
último trecho " Consequentemente,embora o equitativo seja justo e seja 
superior a uma espécie de justiça, não é superior à justiça absoluta, 
mas apenas ao erro devido à expressão absoluta. Esta é a natureza 
essencial do equitativo, ou seja, é uma retificação da lei onde a lei é 
lacunar em função de sua generalidade." 
Na tentativa de buscar a compreensão do testo de Aristóteles, o 
mesmo nos ensina que justiça é uma disposição de caráter, logo somos 
justos, logo somos injustiça é agir injustamente e desejar o que é 
injusto. O filosofo ainda nos diz que o homem sem lei é injusto e o 
respeitador é justo e chamamos justos aqueles atos que tendem a produzir 
e a preservar, para a sociedade política, a felicidade e os elementos 
que a compõem. 
Aristóteles, ainda ressalta a correlação existente entre virtude 
e justiça, mas destaca que embora exista correlação (virtude e justiça), 
a essência não é a mesma, ele ainda nos distinguiu a justiça universal, 
que tem por objetivo tudo o que constitui o domínio do homem de bem e a 
particular, a qual tem por finalidade as honrarias, a riqueza. 
Quanto a justiça particular Aristóteles, faz uma divisão da mesma, 
ou seja, ele apresenta a justiça distributiva e a corretiva, sendo que, 
ele conceitua a justiça distributiva como a responsável pelas honrarias, 
dinheiro e tudo que pode ser repartido, porém existe um certo tipo de 
proporção, mais precisamente a proporção geométrica, ou seja, 
distribuição de acordo com o mérito. Nessa acepção, justo é o 
proporcional e injusto é o que nega a proporção. 
Como já foi destacado no inicio do texto Aristóteles nos apresenta 
a justiça corretiva, sendo ela responsável por ordenar as relações entre 
os indivíduos, cabe resaltar que a mesma esta subdividida em transações 
voluntárias(ex.: contratos) e involuntárias (violentas). 
 
Considerando tudo que foi apresentado e já nos preparando para 
encerrar o nosso entendimento do Livro V de Aristóteles, destacamos a 
justiça política - subdividida em justo natural (valor em qualquer lugar) 
e justo convencional (determinadas pelo homem) e a justiça universal 
(relaciona-se à legalidade). 
Agora sim para finalizar não poderíamos deixar de destacar a questão 
entre equidade e a justiça, que para o filósofo, equidade é uma correção 
à justiça legal já que nem tudo está previsto na lei, equidade é maior 
que a justiça legal. 
 
Dentro desse emaranhado de conhecimento, o primeiro ponte a ser 
destacado é a diferença de época entre Aristóteles (384 a.C) e Tomás de 
Aquino (1225 d.C), ou seja, são visões de mundo, ao que tudo indica, 
completamente antagônicas. Aristóteles, baseia sua tese - "visão", na 
justiça; para orientar e ou alinhar as atitudes do homem, tudo isso 
calcado na lei (justo, injusto e ou virtude); já Tomás de Aquino, apoia-
se nos conceitos apresentados por Aristóteles, para desenvolver sua tese 
- "visão", embora Tomás de Aquino em alguns momento use um linguajar 
muito parecido com o de Aristóteles, principalmente quando ele fala da 
justiça (corretiva ou distributiva) e ou ainda da justiça legal ou geral, 
toda a sua explicação está calcada na religião (divindade), a lei para 
ele está muito voltada para a divina providência (fé e razão, unidas em 
sua orientação comum rumo a Deus), diferentemente de Aristóteles, que a 
lei, está para o homem. 
QUESTÃO 04. 
Segundo Berman, O surgimento do Direito Canônico teria advindo da 
sistematização do direito da igreja. Este direito, como concebido por 
Graciliano, baseava-se na premissa de que um conjunto de normas e 
princípios de Direito não é um corpo morto, mas sim um corpus vivente, 
enraizado no passado, porém crescendo em direção ao futuro. 
Na passagem descrita por ele no seu livro Direito e revolução tem-
se a construção sobre a Reforma Gregoriana, atribuindo-lhe o governo 
supremo(inperium) da Igreja ao papa. “Ele era o líder da Igreja; todos 
os outros cristãos eram seus ramos, seus membros”. Embora na prática 
seus poderes fossem limitados – eles cresceram gradualmente. Ele podia 
promulgar leis, aplicar impostos, punir crimes; podia criar e suprimir 
bispados; podia dispor de administração eclesiásticos e possuía 
autoridade última no que concernia à aquisição, administração e 
transferência de toda a propriedade da Igreja. 
Todas as ações ou decisões oficiais ou de órgãos da Igreja – por 
exemplo, decisões de cortes eclesiásticas ou eleições disputadas para 
bispo – podiam ser levadas até ele. Ademais, ele era um juiz oficial de 
primeira instância; qualquer cristão poderia recorrer a ele em qualquer 
circunstância que exige solução judicial, e ele possuía jurisdição 
exclusiva das chamadas causas maiores, tais como casos envolvendo a 
deposição de bispos ou a determinação de artigos disputados de fé. Ele 
tinha autoridade suprema para excomungar os recalcitrantes; ele sozinho 
poderia convocar um concílio geral, e as decisões somente adquiriam 
efeito após a sua aprovação. 
Destaca-se no livro Código de Direito Canônico, promulgado pelo 
João Paulo II, PAPA, da Edição Loyola o seguinte cânone: 
cân 332 - § 1. O Romano Pontífice obtém o poder pleno e supremo 
na Igreja pela eleição legítima por ele aceita, junto com a 
consagração episcopal. Por conseguinte, o eleito para o sumo 
pontificado, que já tiver o caráter episcopal, obtém esse poder 
desde o instante da aceitação. Se o eleito não tiver caráter 
episcopal, seja imediatamente ordenado Bispo. 
Também no século XII o papa adquiriu o poder exclusivo de canonizar 
santos. Esses poderes não eram adquiridos ao papa pelo fato de ele ser 
o bispo de Roma porque ele era o papa; isto é, eram atribuídos a ele não 
por virtude de sua ordenação(potestate ordinis), mas por virtude de sua 
jurisdição(potestate jurisdictionis). 
Acrescenta Graciano, em assuntos como a interpretação das 
Escrituras, as opiniões de São Jerônimo e Santo Agostinho eram 
preferidas àquelas do papa. Afinal, diz Graciano, o papa poderia ser um 
herege. 
Para um melhor entendimento e compreensão da jurisdição canônica é 
preciso entender que a nítida distinção entre ordenação e jurisdição, 
feita pela primeira vez no final do século XI e no éculo XII, era um dos 
princípios constitucionais fundamentais da Igreja de Roma. Por meio dela 
cada padre recebia de Deus o poder para rezar a missa, para celebrar a 
eucaristia, para ouvir confissões e administrar penitências e realizar 
outros ritos sacramentais e sacerdotais; um bispo, em virtude da 
ordenação, poderia também ordenar padres e sagrar outros bispos. A 
jurisdição, inversamente, era um poder conferido pela Igreja como uma 
entidade jurídica corporativa. 
Em virtude da jurisdição, todo bispo possuía autoridade legislativa, 
administrativa e jurídica suprema dentro da Igreja como um todo. 
Cân. 375 - § 1. Os Bispos que, por divina instituição, sucedem 
aos Apóstolos, são constituídos, pelo Espírito que lhes foi 
conferido, pastores na Igreja, a fim de serem também eles mestres 
da doutrina, sacerdotes do culto sagrado e ministros do governo.(do 
livro Código de Direito Canônico,TOTUS TUUS;ed Loyola) 
No poder do regime, igualmente tratado aos bispos e geral, vemos 
que os direitos e obrigações são, de maneira geral, de suma importância 
para a manutenção da Igreja e que encontra-se no seguinte cânone: 
Cân. 135 - § 1. O poder de regime se distingue em legislativo, 
executivo e judiciário. 
§ 2. O poder legislativo deve ser exercido no modo prescrito 
pelo direito; o poder que tem na Igreja um legislados inferior à 
autoridade suprema não pode ser delegado, salvo explícita 
determinação contrária do direito; por um legislador inferior não 
pode ser dada lei contrária ao direito superior.§ 3. O poder judiciário, que têm os juízes e os colégios 
judiciais, deve ser exercido no modo prescrito pelo direito; não 
pode ser delegado, a não ser para realizar os atos preparatórios de 
algum decreto ou sentença. 
§ 4. No tocante ao exercício do poder executivo, segue-se os 
cânones posteriores. 
Tal autoridade deriva da jurisdição poderia ser exercida por 
qualquer pessoa a quem fosse delegada legalmente. O papa podia indicar 
um diácono, por exemplo, para julgar uma disputa entre dois bispos, 
poder que não existia anteriormente à Revolução Papal. 
Existia limites(jurídicos) que estavam implícitos no modo de seleção 
do papa, assim como dos bispos, abades e outros oficiais eclesiásticos 
a ele subordinados. 
Uma vez eleito, o papa governaria pelo resto da via(a não ser que 
renunciasse, como já ocorreu com dois papas). Mas quando havia uma vaga, 
não apenas apolítica, mas também o Direito desempenhavam papel 
significante na escolha de um sucessor, e isso indubitavelmente 
contribuiu para formar o conceito de responsabilidade pala para com a 
Igreja. 
Assim como o papa era eleito pelos cardais, um bispo era eleito 
pelo capítulo da catedral, ou seja, pelos cônegos e outros clérigos que 
viviam e trabalhavam na sede da diocese; e um abate era eleito pelos 
monges do mosteiro. 
Apesar de sua legislação ser sua prerrogativa única, os papas nos 
séculos XII e XIII sentiam a necessidade de convocar concílios 
periodicamente para auxiliá-los no processo legislativo. Essas foram as 
primeiras legislaturas da Europa. Semelhantemente, com relação à 
administração, o papado desenvolveu uma burocracia altamente eficiente 
de especialistas em várias áreas. O erário papal, chamado de Câmara 
Apostólica, funcionava tanto como tesouro para as receitas papais quanto 
como ministério de finanças; além disso, a Câmara possuía sua própria 
corte para casos civis e penais ligados a impostos e outros assuntos 
financeiros. A medida que a jurisdição papal se expandia, os papas 
passavam a indicar auditores judiciais(cardeais, bispos ou simples 
capelões), cujas decisões eram vinculantes, sujeitas à ratificação 
papal. 
O governo papal também operava, em nível local e regional, por meio 
de enviados papais, assim como por meio de outros indicados e 
subordinados. Desde os tempos antigos, os papas ocasionalmente indicavam 
delegados para agir em seu nome, mas somente após a Revolução Papal tais 
delegados tornaram-se instrumentos reguladores do governo papal. 
Os bispos eram mais do que simples oficiais do papa, tanto na teoria 
como na prática. Cada um deles também era supremo em seu próprio grau 
de autoridade. Mesmo após a revolução papal, todo bispo continuou sendo 
juiz, legislador e administrador supremo em sua diocese. 
De igual entre o papa e os bispos é que ambos possuíam agentes 
mediadores para governar as dioceses, para o primeiro; e paróquias, para 
o último. Para as paróquias maiores, o bispo(juntamente com o 
arquidiácono) selecionava diáconos, cada qual com sua própria pequena 
chancelaria, seu funcionário e seu oficial judicial, para supervisionar 
a propriedade, fazer a manutenção dos livros, apoiar padres em 
necessidade e relatar ofensas graves ao clero. 
Na paróquia também existiam uma divisão de funções e um sistema de 
conferência do exercício arbitrário do poder. O padre da paróquia era 
responsável tento pelo seu governo espiritual como pela administração 
da propriedade. A seus superiores – o bispo e o papa – ele deveria pagar 
taxas eclesiástica e manter, também, residência fixa na paróquia. 
Capelões que podia ser clérigos ou simples paroquianos, 
supervisionavam obras de caridade na paróquia e eram geralmente 
encarregados da instrução das crianças. 
Do que já foi exposto até aqui, tempos por fim que a ordenação 
estabelecida pela Igreja teria que ser supervisionada em ordem 
hierárquica e conforme a jurisdição aceita. Essa responsabilidade não 
era necessariamente de um, mas de todos aqueles que à aceitaram. Contudo, 
observa-se uma limitação à jurisdição eclesiástica a qual no período 
anterior ao século XI – no sentido amplo das competências legislativas, 
administrativa e judicial – seria de grande importância. 
Como Berman salienta, havia uma superposição considerável entre a 
competência das autoridades eclesiásticas e a das autoridades seculares. 
Mesmo no âmbito da Igreja não havia uma clara divisão entre assuntos que 
deveriam ser levados a um padre ou bispo devido à sua capacidade como 
confessores e aprovadores de soluções penitenciais, por outro lado, e 
os assuntos que eram levados a eles como administradores eclesiásticos 
ou juízes, por outro. Tudo o que um bispo ou padre fazia deveria ser 
originário de sua ordenação; era a ordenação, e não a jurisdição, que 
lhe conferia autoridade. 
A jurisdição pessoal da Igreja estendia-se, a princípio, a todos os 
tipos de casos em que essas seis classes de pessoas estivessem 
envolvidas, apesar de, às vezes, o princípio prestar obediência aos 
interesses das autoridade seculares. A Igreja também estendia sua 
jurisdição a outros tipos de causas, oferecendo-a a todos os que a 
escolhessem. 
Além disso, de acordo com o Direito Canônico, qualquer pessoa 
poderia levar um processo a uma corte eclesiástica ou transferir um caso 
de uma corte secular para uma eclesiástica, mesmo contra a vontade da 
outra parte, alegando “falha da justiça secular”. A competição e a 
cooperação de jurisdições rivais não apenas tornaram possível e 
necessária uma sistematização do Direito, como também levou à formulação 
e resolução jurídica de alguns dos mais agudos problemas morais e 
políticos da época. 
QUESTÃO 05 
Considerando a cenário apresentado, na questão cinco, iniciamos 
nossa ponderação invocando a sabedoria de Lopes, José Reinaldo de Lima; 
O Direito na História, que nos diz "O Corpus Iuris Civilis, a 
recompilação justinianéia, é agregada à sua moda, aos textos de 
autoridade e de tradição. Ela já encontra um ambiente acostumado a lidar 
com textos de autoridade", como podemos perceber estas palavras nos 
remete para uma época onde se da o reaparecimento do texto de Justiniano 
no Ocidente. É mister destacar que no contexto dos juristas o texto de 
Justiniano é um Ratio Scritpa - "Respeitando-o como Ratio Scripta, como 
razão objetiva, universal, tomam-no como um objeto de invertigação.E 
pela primeira vez, com relação ao Direito Romano, vão tratá-lo, 
progressivamente, como uma totalidade. Isto porque a abordagem dos 
textos, sobretudo dos jurisconsultos, isto é, do Digesto, fazia-se num 
contexto completamente distinto daquele em que foram originados" (Lopes, 
José Reinaldo de Lima; O Direito na História). 
Ainda visando o conceito de Ratio Scripta o escritor menciona, "Se 
outras fontes de direito existiam, adotava-se então o direito romano 
como objeto de reflexão, como um depósito de saber e ciência. Daí o seu 
uso como ratio scripta: isto é, razão jurídica.". 
Prosseguindo a nossa ponderação nesse emaranhado e empolgante 
assunto, por hora apresentado na questão cinco, trazemos a tona, um 
importante fato, que ao nosso ver cria um divisor de águas, pois a partir 
desse, inicia-se a tradição jurídica, como segue: " O sistema não se 
construiu fora de um ambiente de debates. As disputas intelectuais da 
Idade Média, particularmente nas universidades, deram um estilo 
literário próprio, o estilo argumentativo dos juristas. As técnicas de 
discussão escolástica demonstram o próprio métodos e não são um simples 
apêndice ou acessório. A discussão (disputatio) torna-se logo o estilo 
dos medievais. Assim, não só o texto de Justiniano, mas também os textos 
das disputasvão começar a formar a tradição jurídica. Não só a 
autoridade do passado, mas as autoridades do presente. Sumariamente, o 
método aparece na estrutura formal das questões escolásticas: (1) 
quaestio (dubitatio) sobre uma verdade aceita; (2) propositio (citação 
de autoridades a favor da tese); (3) oppositio (citação de autorizades 
contra a tese); (4) solutio (conclusão apresentada pelo debatedor, fosse 
ele bacharel ou doutor)". 
Como podemos perceber este realmente e um grande fato, considerando 
que está estrutura persiste até os tempos atuais. Por fim, para 
finalizarmos nossa contextualização precisamos mencionar que a partir 
do XVI, ocorre uma nova ruptura do Direito ou seja, o modelo medieval 
(de pensamento) vai dar espaça para o modelo humanista, conforme Lopes, 
José Reinaldo de Lima, " No Direito, isto significará, em termos de 
cultura e pensamento, que o modelo medieval será substituído pelo modelo 
humanista, sobretudo francês, por isso chamado mos gallicus, e logo a 
seguir pelo predomínio do direito natural moderno." 
Concluindo nossa faina, podemos dizer então que a Compilação de 
Justiniano, serviu de base de estudo e renovação jurídica, nas 
Universidades (embora sua recepção tenha sido diferente em cada pais, 
do ocidente), sendo que, este fato comprova, a suma importância, cabe 
lembrar que até hoje vivemos a influência, mesmo embora ela já tenha 
passado por varias modificações e transformações conceituais.

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