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1 O que é esperado do professor no mundo atual Didática envolve os seguintes questionamentos: o que ensinar, como ensinar, pra que ensinar e pra quem ensinar? Como se vê, são muitas demandas impostas à docência. Requer competências, diversos saberes que apresentaremos a seguir, porém sem a pretensão de que tais habilidades expressem a verdade absoluta, porque, em se tratando de Educação, e da formação do sujeito, é preciso pensar que lidamos com o fator humano, e que “a cada vento, um novo movimento”, a cada turma, um novo desafio que se impõe. Vamos analisar as competências desejadas no professor? ser criativo; aprender a lidar com as incertezas, com o inusitado; ter humildade intelectual; aprender a dialogar com outras ciências e a ampliar a visão de mundo, de educação, de sujeito; lidar com o aluno real e não, necessariamente, com o aluno ideal; saber ouvir; negociar; ser reflexivo, questionador de si mesmo e do mundo, ser crítico, inquieto frente aos fatos, visando à intervenção, à transformação social; ser observador; pesquisador; autonomia; desejo de contribuir; ter/ser autoridade X autoritarismo; ser coerente com o discurso. Paulo Freire, em sua obra Pedagogia da autonomia, destaca alguns saberes necessários à docência. São eles: respeito aos saberes dos educandos; criticidade; pesquisa; risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação; disponibilidade para o diálogo; reconhecimento e a assunção da identidade cultural; saber escutar; reconhecer que a educação é ideológica; humildade, respeito à autonomia do educando; liberdade e autoridade; 2 tomada consciente de decisões; convicção de que a mudança é possível; consciência do inacabamento; apreensão da realidade. Vamos ver o que pensam Maurice Tardif e Danielle Raymond (2000, p. 212– 213) em seu artigo Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério É necessário precisar também que atribuímos à noção de ‘saber’ um sentido amplo que engloba os conhecimentos, as competências, as habilidades (ou aptidões) e as atitudes dos docentes, ou seja, aquilo que foi muitas vezes chamado de saber, de saber-fazer e de saber-ser. Essa nossa posição não é fortuita, pois reflete o que os próprios professores dizem respeito de seus próprios saberes. Segundo Tardif e Raymond (2000), os professores que eles consultaram e observaram, ao longo de anos, falam de vários conhecimentos, habilidades, competências, talentos, saber-fazer etc. relativos a diferentes fenômenos ligados ao seu trabalho. Eles falam, por exemplo, do conhecimento da matéria e do conhecimento relativo ao planejamento das aulas e a sua organização. Referem-se igualmente ao conhecimento dos grandes princípios educacionais e do sistema de ensino, tecendo comentários sobre os programas e os livros didáticos, seu valor e sua utilidade. Salientam diversas habilidades e atitudes: gostar de trabalhar com jovens e crianças, ser capaz de seduzir a turma de alunos, dar provas de imaginação, partir da experiência dos alunos, ter uma personalidade atraente, desempenhar o seu papel de forma profissional sem deixar de ser autêntico, ser capaz de questionar a si mesmo. Enfim, os professores destacam bastante sua experiência na profissão como fonte primeira de sua competência, de seu “saber-ensinar”. Como podemos perceber o fenômeno docência, didática é complexo, de modo que se faz necessário buscarmos respostas e aprofundarmos nesse domínio e, a partir daí, estarmos quase prontos para discutirmos, com fundamento, com os nossos parceiros de aprendizagem. Lembramos que jamais esgotaremos o assunto, que não se tem respostas definitivas sobre a docência, motivo pelo qual estamos sempre em formação, nos construindo como professores; e que o objeto de estudo da Didática, podemos dizer, é o processo de ensino-aprendizagem, assim como a aula, a sala — presencial ou virtual — os alunos, o professor, o cotidiano escolar, os objetivos educacionais e tudo o que diz respeito à educação.
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