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Aula 6

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Aula 06: Gestão Democrática da Escola Pública
Introdução
Nesta aula, discutiremos o processo de gestão democrática da escola pública, bem como as questões legais que envolvem este processo, suas implicações e pressupostos. Discutiremos também os mecanismos de participação e os conflitos consequentes da falta do exercício deste tipo de gestão.
É importante refletir o conceito de democracia para discutirmos o significado de gestão democrática, que também não é de fácil entendimento, pois muitos de nós ainda não tivemos a oportunidade de vivenciar a gestão democrática da escola, e, talvez também tivesse a mesma reação da Mafalda ao ler o que é a “gestão democrática da escola”, pois só viu o exemplo contrário do significado e muitas das vezes com o rótulo de “gestão democrática”, quando não se é de fato.
Percebemos que a democracia está relacionada à tomada conjunta de decisões, pelas pessoas ou por seus representantes eleitos para decidirem questões da coletividade. Diante disto, trataremos agora do conceito de gestão democrática, como está escrito no próximo quadro:
A Gestão Democrática é uma forma de gerir uma instituição, de maneira que possibilite a participação, transparência e democracia.
Os quadros nos mostram que a gestão democrática do ensino público está prevista em lei, desde a promulgação da Constituição da República de 1988, que é a nossa lei maior e, como consequência, também está entre os princípios da educação brasileira na lei de diretrizes e bases da educação nacional nº 9.394/96.
Se compararmos a educação brasileira de alguns anos atrás, ficava claro que não havia gestão democrática do ensino, principalmente em uma época que a escola pública, se dizia de qualidade, porém não era acessível a todos os cidadãos brasileiros, principalmente aos das classes populares.
Atualmente, diante do conceito de gestão democrática da escola pública, a classe popular também está nesta escola, porém ainda tem que se investir na qualidade deste ensino, que cabe também às pessoas que estão envolvidas no processo de ensino e aprendizagem participarem da promoção desta qualidade de ensino nas instituições escolares.
A gestão democrática requer mudanças na dinâmica das escolas, dentre as mudanças ocorridas na educação com o advento da gestão democrática, temos a participação efetiva dos envolvidos no processo de aprendizagem. Com isso, os problemas não são somente da gestão, mas sim de todo o grupo, que envolve a gestão, a equipe técnica escolar, os professores, os funcionários, os pais e os próprios alunos, que devem estar no cerne das questões da escola.
No trajeto da gestão democrática, participar é preciso, porém não é fácil trilhar este caminho, a contribuição que se segue, nos mostra a complexidade da grandiosidade da participação no cotidiano escolar, na gestão democrática:
A criação de ambientes participativos é, pois, uma condição básica da gestão democrática. Dele faz  parte a criação de uma visão de conjunto da escola e de sua responsabilidade social; O estabelecimento de associações internas e externas; A valorização e maximização de aptidões e competências múltiplas e diversificadas dos participantes; O desenvolvimento de processo de comunicação aberta, ética e transparente.
Esse ambiente participativo dá às  pessoas a oportunidade de controlar o próprio trabalho, ao mesmo tempo em que se sentem parte orgânica de uma realidade, e não apenas apêndice da mesma, ou um mero instrumento para a realização dos seus objetivos institucionais. (LÜCK, p. 27, 2000)
Quando falamos em recursos financeiros na gestão democrática do ensino público, estamos nos reportando às especificidades de cada “unidade” escolar, na decisão das suas prioridades e que “a verba é da escola”, “não do gestor”, sendo assim, a gestão junto ao grupo decidirá quais serão as aplicações feitas com as verbas recebidas, seja do governo federal, estadual ou municipal.
Existem alguns programas de repasse de verbas do governo federal às escolas, sendo o PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola – um dos mais importantes, vejamos a seguir como se dá este Programa:
Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE
O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) consiste no repasse anual de recursos às escolas públicas do ensino fundamental estaduais, municipais e do Distrito Federal e as  do ensino especial, mantidas por organizações não governamentais (ONGs), desde que registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). 
O repasse dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) é feito anualmente pelo FNDE às contas bancárias das unidades escolares, cabendo a elas utilizar os recursos, de acordo com as decisões dos órgãos colegiados da escola. 
Os recursos podem ser utilizados para as seguintes finalidades: Aquisição de material permanente; Manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade escolar; Aquisição de material de consumo necessário ao funcionamento da escola; Capacitação e aperfeiçoamento de profissionais da educação; Avaliação de aprendizagem; Implementação de projeto pedagógico e desenvolvimento de atividades educacionais. 
O valor transferido a cada escola é determinado com base no número de alunos matriculados no ensino fundamental ou na educação especial estabelecido no Censo Escolar do ano anterior ao do atendimento. Tendo em vista a importância assumida pelo PDDE no cotidiano das escolas, em razão deste programa se caracterizar pelo repasse de dinheiro direto para as escolas públicas de todo o país, vamos discutir a seguir o referido programa e o papel do Conselho Escolar na gestão do mesmo.
(BRASIL, pág.66, 2006)
A participação na gestão democrática da escola pública vai muito além do financeiro, pois tudo que é decidido tem como foco principal a qualidade do ensino oferecido pelas escolas.
Percebemos na charge a seguir como uma questão para ser discutida junto à gestão da escola pública, de ensino médio, todos têm que refletir as causas dos maus resultados, isto não compete só à gestão, mas a todos os envolvidos no processo de ensino da escola e, principalmente ao educando, que precisa chegar à etapa final da educação básica em igualdade de condições, para dar continuidade aos estudos, seja por meio do ENEM ou por concurso vestibular.
Para concluir, destacamos que a Gestão democrática na escola pública é primordial para a qualidade do ensino nos dias atuais. É papel das instituições escolares se adequar as questões legais de todo o processo de aprendizagem e investir na educação democrática e transformadora.
Até a próxima aula!

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