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ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA PROF: ROSSIONE COSTA A enfermagem é uma ciência e uma arte, segundo o conceito consagrado por Horta,tendo o objetivo de assistir o ser humano ( indivíduo, família e comunidade) no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente dessa assistência, quando possível, pelo ensino do autocuidado; de recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais BREVE HISTÓRICO SOBRE HOSPITAL COM ÊNFASE EM UNIDADES DE EMERGÊNCIA A palavra hospital origina-se do latim “hospes”, com o significado hóspede, originando-se "hospitalis" e "hospitium" onde antigamente hospedavam doentes, peregrinos e viajantes. Por um bom tempo foi utilizado para designar hospital psiquiátrico. Grécia e Índia antigos os médicos estudavam medicina em locais junto aos templos. A partir de 360d.C. iniciou-se a história hospitalar. A era dos hospitais iniciou-se com o objetivo de atividades básicas de saúde limitada pelos recursos da época. A fundação da primeira Santa Casa ocorreu no ano de 1.538 A unidade de emergência é considerada uma área crítica e tem função estratégica, pois é resultante de um atendimento imediato por se tratar de casos emergenciais e desenvolve atividades complexas e de alto risco envolvendo recursos de custos elevados, recebendo atenção redobrada por parte dos gestores a fim de minimizar o tempo de espera e contribuir para a qualidade da saúde dos clientes. DISFUNÇÕES CARDIOCIRCULATÓRIAS Podem ser: congênitas, infecciosas, doenças reumáticas ou crônico- degenerativas, que não apresentam causa definida e, consequentemente, não têm cura, mas podem ser controladas. Tais disfunções, quando não controladas, geram complicações e se transformam nas principais causas de morte no Brasil e no mundo. DISFUNÇÕES CARDIOCIRCULATÓRIAS A história familiar, a idade, o sexo e a raça, associados a fatores de risco relacionados ao estilo de vida das pessoas, como dieta rica em sal, gordura, carboidratos, uso do álcool, do fumo e de outras drogas, bem como o estresse da vida moderna, poderão propiciar o aparecimento de doenças crônico- degenerativas como: hipertensão arterial, angina do peito, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência vascular periférica, entre outras. HIPERTENSÃO ARTERIAL O coração bombeia o sangue para os demais órgãos do corpo por meio das artérias. HIPERTENSÃO ARTERIAL Esta tensão, que é gerada na parede das artérias, é denominada pressão arterial, que é o resultado da contração do coração a cada batimento e da contração dos vasos quando o sangue por eles passa. Esta pressão é necessária para que o sangue consiga chegar aos locais mais distantes, como, por exemplo, a extremidade dos pés. HIPERTENSÃO ARTERIAL HIPERTENSÃO ARTERIAL Esta elevação anormal pode causar lesões em diferentes órgãos do corpo humano, sendo a hipertensão arterial um dos principais fatores associados ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a insuficiência coronariana, insuficiência cardíaca, e a outras doenças, como insuficiência renal e acidente vascular cerebral. HIPERTENSÃO ARTERIAL Quatro grupos de medicamentos são utilizados no tratamento da hipertensão: diuréticos, betabloqueadores, inibidores da enzima conversora de angiotensina e os bloqueadores de cálcio. A prescrição do medicamento depende da idade do portador, das doenças associadas, do custo, dos efeitos colaterais, da experiência clínica e da organização do serviço de saúde. O tratamento não-medicamentoso da hipertensão tem como objetivo principal a prevenção de complicações (lesões de órgão alvo). Nos casos de hipertensão secundária, onde há possibilidade de identificar sua causa, na grande maioria das vezes, o tratamento é possível, assim como a cura. HIPERTENSÃO ARTERIAL Ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, a hipertensão pode estar presente sem qualquer sintoma associado (assintomático). Os sintomas que podem sugerir relação com a hipertensão devem ser muito bem caracterizados. Muitas pessoas podem apresentar: dor no peito, cefaleia occipital e matinal, edema nos membros superiores e inferiores ao final do dia, escotomas, irritabilidade, cansaço aos esforços, tonturas e dispneia. Os cuidados com as pessoas hipertensas estão centrados no controle da pressão arterial, no uso correto da medicação prescrita, bem como no incentivo à prática de atividades físicas e mentais. ARRITMIAS CARDÍACAS As arritmias são distúrbios da frequência e do ritmo cardíacos causados por alterações no sistema de condução do coração. Podem ocorrer em pessoas com o coração normal ou ainda como resposta a outras doenças, distúrbios eletrolíticos ou intoxicação medicamentosa. ARRITMIAS CARDÍACAS A frequência cardíaca normal varia de acordo com a idade - quanto menor a idade, maior a frequência. No adulto, pode oscilar entre 60 a 100 batimentos por minuto (bpm). As arritmias de frequência podem apresentar-se como taquicardia (acima de 100 bpm), bradicardia (abaixo de 60 bpm), fibrilação e flutter atrial (frequência igual ou acima de 300 bpm). ARRITMIAS CARDÍACAS As manifestações clínicas englobam dor no peito, palpitações, falta de ar, desmaio, alteração do pulso e do eletrocardiograma (ECG), podendo chegar à hipotensão, insuficiência cardíaca e choque. TIPOS DE ARRITMIAS Bradicardia sinusal – ( sono, treinamento esportivo, hipotireoidismo) estimulação vagal ( vômitos, aspiração, dor intensa, emoções extremas) medicamentos (bloqueadores dos canais de Ca, amiodarona, betabloqueadores). TIPOS DE ARRITMIAS Taquicardia sinusal – perda sanguínea, anemia, choque hipovolêmico, ICC, dor, febre, ansiedade. TIPOS DE ARRITMIAS Complexo atrial prematuro (CAP) - quando o impulso elétrico inicia antes do próximo impulso normal do nodo sinusal. Flutter atrial – batimentos de 250 a 400, ocorre em pacientes com DPOC, doença valvar e tireotoxicose. Fibrilação atrial – ativação elétrica atrial descoordenada que causa contração rápida, desorganizada da musculatura atrial. Pode ocorrer: obesos, diabéticos, hipertireoidismo, dispneia obstrutiva, idosos. TIPOS DE ARRITMIAS O tratamento é feito com medicamentos antiarrítmicos, cardioversão elétrica e implantação de marcapasso. MARCAPASSO CARDÍACO CARDIOVERSOR AÇÕES DE ENFERMAGEM ❖ transmitir segurança à pessoa que apresenta arritmia, estabelecendo diálogo, possibilitando à mesma expor seus sentimentos de impotência e insegurança, a fim de diminuir sua ansiedade; ❖proporcionar sono e repouso adequados, garantindo ambiente livre de ruídos; ❖ monitorizar sinais vitais; ❖oferecer oxigênio, se necessário, para reduzir a hipóxia causada pela arritmia; ❖ observar os cuidados com a administração de antiarrítmicos (verificação de pulso antes e após a dosagem prescrita); ❖orientar a família e a pessoa acometida sobre os procedimentos a serem realizados; e, quando a alta for dada, ❖destacar a importância do controle do estresse, de se evitar o uso do fumo e reduzir a ingestão de cafeína (café, chá mate, chá preto, refrigerantes a base de cola). ANGINA É habitualmente causada por aterosclerose. Angina pectoris ou ainda angina do peito é a síndrome clínica caracterizada por crises de dor, queimação ou sensação de pressão na região do tórax. É causada pela obstrução transitória das coronárias. A causa da dor é o fornecimento inadequado de sangue ao coração, resultando no suprimento insuficiente de oxigênio e de nutrientes para o miocárdio. ANGINA Alguns fatores podem provocar a dor anginosa, como, por exemplo, o esforço físico, a ingestão de refeição copiosa, a exposição ao frio e a situações estressantes. A dor da angina deve cessar com repouso ou com o uso da nitroglicerina, num período de vinte minutos,caso contrário, a indicação é de infarto agudo do miocárdio. Uma característica importante da dor anginosa é que ela regride quando o fator que a causou é afastado. ANGINA As pessoas idosas podem desenvolver sintomas anginosos mais rapidamente do que as mais jovens. A dor se manifesta como fraqueza ou desmaio quando expostas ao frio, já que elas têm menos gordura subcutânea para proporcionar o isolamento térmico. Os idosos devem ser orientados a usar roupas extras e alertados para reconhecer o sinal de fraqueza como indicativo de que devem repousar ou tomar os medicamentos prescritos. ANGINA O diagnóstico da angina é frequentemente estabelecido pela avaliação das manifestações clínicas da dor e pela história da pessoa. De acordo com a gravidade dos sintomas de angina, da idade do portador e das patologias associadas, exames diagnósticos poderão ser solicitados, como o eletrocardiograma, Hollter, cintilografia miocárdica e/ou cateterismo cardíaco. ANGINA Existem três formas de tratamento para a angina: o tratamento clínico, a angioplastia coronariana e a cirurgia de revascularização miocárdica. O objetivo do tratamento é aumentar a oferta de oxigênio ao miocárdio, utilizando-se da nitroglicerina, e controlando os fatores de risco (fumo, obesidade, hipertensão arterial, hipercolesterolemia e hiperglicemia). ANGINA Os nitratos ainda são a principal medida terapêutica no tratamento da angina do peito; A nitroglicerina administrada por via sublingual alivia a dor anginosa em até 3 minutos; Devendo ser observadas as seguintes orientações: o usuário deve ter sempre o medicamento consigo; esse medicamento deve ser conservado em recipiente escuro e fechado, pois sua ação é alterada na presença de luz; ao usar o medicamento, manter a língua imóvel e não deglutir a saliva; para evitar as crises de angina, utilizar nitroglicerina antes de qualquer atividade intensa, como, por exemplo, as relações sexuais. Alguns efeitos indesejáveis podem surgir, tais como: rubor, cefaleia, hipotensão e taquicardia. ANGINA Se as crises de angina persistirem, apesar da medicação e do controle dos fatores de risco, ou se for constatado que a obstrução nas artérias coronárias é muito grave, poderá ser indicada a angioplastia coronariana, ou a cirurgia de revascularização. TIPOS DE ANGINA Estável – dor previsível e consistente que ocorre ao esforço, mas é aliviada pelo repouso e/ou pelo uso de nitroglicerina. Instável – os sintomas aumentam com frequência e gravidade, podem não ser aliviados com o repouso nem com o uso de nitroglicerina (pré-infarto). Variante ou Prinzmetal – dor em repouso, causada por vasoespasmo da artéria coronária, apresenta elevação reversível do segmento ST Surge a noite ou inicio da manhã. AÇÕES DE ENFERMAGEM ❖manter-se em repouso ao início da dor; ❖participar de um programa diário de atividades físicas que não produzam desconforto torácico, falta de ar e/ou fadiga indevida; ❖alternar as atividades diárias com períodos de repouso; ❖fracionar as alimentações em menores porções e maior frequência, evitando esforço físico durante 2 horas após as refeições; ❖evitar ingestão excessiva de cafeína (café e bebidas com cola), que pode fazer subir a frequência cardíaca; ❖ não usar comprimidos para emagrecer, descongestionantes nasais ou quaisquer outros medicamentos vendidos sem prescrição médica e que podem aumentar os batimentos cardíacos; ❖evitar o fumo, o que eleva a frequência cardíaca, a pressão arterial e diminui os níveis sanguíneos de oxigênio; ❖utilizar roupas adequadas às variações de temperatura; ❖reorganizar os seus hábitos de vida, a fim de reduzir a frequência e a gravidade dos ataques de angina, bem como ❖prevenir-se de outras complicações. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO A incidência de infarto ainda é maior nos homens acima de 40 anos. Porém, mulheres no climatério que utilizam anticoncepcional e fumam apresentam uma mortalidade maior ao ter infarto. Observa- se que, hoje, há um aumento de pessoas infartadas com faixa etária menor, em decorrência do estilo da vida moderna. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma situação grave que pode ser confundida com sintomas mais corriqueiros, tais como: flatulência, dor muscular, tensões, dentre outros. É causado pelo estreitamento de uma artéria coronária pela aterosclerose, ou pela obstrução total de uma coronária por êmbolo ou trombo, ocasionando a necrose de áreas do miocárdio. A redução do fluxo sanguíneo também pode ser resultante de choque ou hemorragias. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Vale lembrar que na angina o suprimento de sangue é reduzido temporariamente, provocando a dor, enquanto no IAM ocorre uma interrupção abrupta do fluxo de sangue para o miocárdio. A dor torácica é o principal sintoma associado ao IAM. É descrita como uma dor súbita, subesternal, constante e constritiva, que pode ou não se irradiar para várias partes do corpo, como a mandíbula, costas, pescoço e membros superiores (especialmente a face interna do membro superior esquerdo). INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO A dor pode ser acompanhada de taquipneia, taquisfigmia, palidez, sudorese fria e pegajosa, tontura, confusão mental, náusea e vômito. A qualidade, localização e intensidade da dor associada ao IAM pode ser semelhante à dor provocada pela angina. As principais diferenças são: a dor do IAM é mais intensa; não é necessariamente produzida por esforço físico e não é aliviada por nitroglicerina e repouso. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Os profissionais de saúde precisam estar atentos para um diagnóstico precoce, tendo em vista que esta é uma das maiores causas de mortalidade. O atendimento imediato, ao cliente infartado, garante a sua sobrevivência e/ou uma recuperação com um mínimo de sequelas. O idoso nem sempre apresenta a dor constritiva típica associada ao IAM, em virtude da menor resposta dos neurotransmissores, que ocorre no período de envelhecimento, podendo assim passar despercebido. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO O diagnóstico do infarto do miocárdio geralmente se baseia na história da doença atual, no eletrocardiograma e nos níveis séricos (sanguíneos) das enzimas cardíacas. O prognóstico depende da extensão da lesão miocárdica. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da extensão e da área acometida. CUIDADOS DE ENFERMAGEM ❖ proporcionar um ambiente adequado para o repouso físico e mental; ❖ fornecer oxigênio e administrar opiáceos (analgésico e sedativo) e ansiolíticos prescritos para alívio da dor e diminuição da ansiedade; ❖ prevenir complicações, observando sinais vitais, estado de consciência, alimentação adequada, eliminações urinária e intestinal e administração de trombolíticos prescritos; ❖ auxiliar nos exames complementares, como eletrocardiograma, dosagem das enzimas no sangue, ecocardiograma, dentre outros; ❖ atuar na reabilitação, fornecendo informações para que o cliente possa dar continuidade ao uso dos medicamentos, controlar os fatores de risco, facilitando, assim, o ajuste interpessoal, minimizando seus medos e ansiedades; ❖ repassar tais informações também à família. EXAMES LABORATORIAIS Creatinoquinase - CK CK- MM ( músculo esquelético) CK – MB ( músculo cardíaco ) CK – BB ( músculo cerebral) CK – MB é um indicador de IAM agudo começa a aumentar dentro de poucas (4 a 6 horas) horas e atinge um valor máximo em 24 horas após o IAM. EXAMES LABORATORIAIS Mioglobina – é um proteína heme que transporta o O2. O nível começa a aumentar dentro de 1 a 3 horas e atinge o pico máximo em 12 horas. A elevação da mioglobina não é específica para o IAM, contudo resultados negativos excluem o IAM. Troponina – proteína encontrada dentro do músculo cardíaco e regula a contração do miocárdio. Existem três isômeros de troponina: C, I, T. Ie T, podem se elevar poucas horas após o infarto e permanecerem assim por cerca de 3 semanas e são utilizadas para detectar lesões recentes do miocárdio. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO A equipe de enfermagem tem a possibilidade de criar oportunidades para que esse cliente compartilhe suas preocupações e seus temores. Uma atmosfera de aceitação auxilia-o a reconhecer que seus sentimentos são reais e também normais. As principais complicações do infarto são as arritmias fatais, choque cardiogênico, edema agudo de pulmão e morte súbita. A sequela principal é a insuficiência cardíaca. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Tratamento clínico: ❖Ácido acetilsalicílico ❖Nitroglicerina ❖Morfina ❖Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina EDEMA AGUDO DE PULMÃO O edema agudo de pulmão (EAP) é um quadro clínico crítico, decorrente da incapacidade do ventrículo esquerdo em bombear o sangue pela válvula aórtica, causando um acúmulo de líquido nos pulmões. EDEMA AGUDO DE PULMÃO Numerosas patologias cardiovasculares predispõem o aparecimento do EAP, como a insuficiência coronariana aguda (angina e IAM), a crise hipertensiva, as arritmias cardíacas, as infecções, a anemia, a hiper-hidratação e a intoxicação digitálica. Os sinais e sintomas do edema agudo de pulmão incluem: dispneia e tosse, produzindo um escarro espumoso e tingido muitas vezes de sangue, taquicardia, pele cianótica, fria, úmida, inquietação, ansiedade, medo, etc. EDEMA AGUDO DE PULMÃO É fundamental que a equipe de enfermagem mantenha-se ao lado do cliente, demonstrando segurança e monitorando os aspectos essenciais para que o mesmo saia da crise rapidamente. Esta ação garante a eficiência e eficácia da terapêutica que está baseada nos seguintes aspectos: EDEMA AGUDO DE PULMÃO ❖ manutenção de seu conforto, colocando-o em posição elevada para diminuir o retorno venoso e propiciar uma máxima expansão pulmonar; ❖ monitorização dos sinais vitais; ❖ administração de oxigenoterapia e de medicações (opiáceos, diuréticos e digitálicos); ❖ manutenção de via venosa pérvia com gotejamento mínimo, evitando sobrecarga volêmica; ❖ monitorização do fluxo urinário. Medo e ansiedade extremos são manifestações predominantes do portador de edema pulmonar agudo. Tocar a pessoa, falar com ela, passa a sensação de realidade concreta, e de que ela não está sozinha, atenuando tais sentimentos. ENFISEMA PULMONAR É uma doença crônica irreversível, caracterizada por obstrução brônquica e distensão alveolar. Há perda da elasticidade dos pulmões, destruição alveolar e capilar por acúmulo de ar nos alvéolos. ENFISEMA A asma, a tuberculose e o envelhecimento favorecem o surgimento do enfisema em consequência da fibrose, com perda da elasticidade pulmonar. Essa doença caracteriza-se por evolução lenta e gradual. Na fase tardia, o paciente apresenta cansaço aos esforços rotineiros, tosse produtiva, desconforto relacionado com a menor capacidade de respirar (dispnéia), uso abusivo da musculatura acessória, definindo o tórax em barril agitação/sonolência, dificuldade de concentração, tremor das mãos e anorexia com perda de peso. ENFISEMA Tórax em barril Uso da musculatura acessória ENFISEMA Alguns exames são solicitados para avaliar a capacidade respiratória individual e o tamanho da lesão, dentre eles a tomografia computadorizada e a espirometria. As complicações frequentes do enfisema são o pneumotórax e a insuficiência respiratória aguda. ASMA É uma doença comum, podendo ser reversível, afetando cerca de 10% da população, abrangendo indivíduos de todas as idades. Consiste na obstrução dos bronquíolos, em decorrência do bronquioespasmo (estreitamento dos brônquios), associada ao edema das mucosas e à produção excessiva de muco (catarro). Os principais sintomas da asma são: tosse seca, dispneia e sibilo. Estas manifestações ocorrem em crises de duração variável, podendo ser de minutos, horas e até de dias. ASMA A asma pode ser causada por vários fatores, entre eles: os alérgenos (poeira domiciliar, ácaros, poluição ambiental, pelos de animais e alguns alimentos); infecções respiratórias; fatores emocionais; atividade física intensa; alguns medicamentos; hereditariedade e alterações climáticas. O tratamento da asma aguda visa restaurar a função pulmonar rapidamente, evitar complicações e controlar os fatores desencadeantes das crises. CUIDADOS DE ENFERMAGEM ❖ controle dos fatores de risco: fornecer orientações quanto aos fatores desencadeantes de crises, auxiliando os portadores a reconhecerem os sinais e sintomas iniciais da crise; uso de medicações broncodilatadoras, mucolíticos e corticóides prescritas; ❖ monitoramento da função respiratória: através do controle dos sinais vitais; avaliação da coloração e temperatura da pele, da mucosa e do nível de consciência; CUIDADOS DE ENFERMAGEM ❖ oxigenoterapia: administrar oxigênio conforme prescrição; ❖ fluidificação e expectoração de secreções: através da hidratação, do estímulo de tosse e nebulização; ensinar o uso da musculatura acessória; orientar quanto à importância de manter atividade física regular (caminhadas e natação); ❖ prevenção de infecções respiratórias: orientar quanto à exposição a riscos de infecção; evitar ambientes fechados; agasalhar-se adequadamente e manter nutrição adequada; CUIDADOS DE ENFERMAGEM ❖exercícios respiratórios: orientar quanto à importância da realização frequente dos exercícios e sua finalidade; ensinar as técnicas mais modernas como a da respiração diafragmática, respiração com lábios entreabertos, etc.; ❖ fisioterapia respiratória: a fisioterapia para limpeza das vias aéreas inferiores é importante, mas é passível de supervisão de profissional especializado. O cliente deve ser orientado e encaminhado. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA A insuficiência respiratória é uma condição caracterizada pela incapacidade do sistema respiratório em fornecer oxigênio necessário para manter o metabolismo, ou quando não consegue eliminar a quantidade suficiente de dióxido de carbono. A insuficiência respiratória aguda pode ser uma complicação da DPOC, ou ser causada em pessoas com pulmões normais em consequência dos distúrbios do sistema nervoso (overdose de drogas ilícitas, lesões cerebrais); pneumonia; anestesia e procedimentos cirúrgicos (destacando-se o pós-operatório imediato). SINAIS E SINTOMAS ❖ dispneia, taquipneia, cianose, cefaleia, taquicardia e arritmia cardíaca, ansiedade, inquietação e confusão mental, crepitações, sibilos e hipoxemia. CUIDADOS DE ENFERMAGEM ❖ monitoramento da função respiratória: através do controle dos sinais vitais, avaliação da coloração e temperatura da pele e mucosa e do nível de consciência; ❖ oxigenoterapia: colocar à disposição os materiais para instituir a ventilação mecânica que poderá ocorrer por exaustão respiratória e/ou alterações metabólicas (desequilíbrio dos níveis de oxigênio/dióxido de carbono); ❖ alívio da ansiedade e medo: fazer companhia, proporcionando segurança e conforto; ❖ umidificação e fluidificação de secreções: promover a fluidificação e limpeza das vias aéreas, utilizando técnicas assépticas; ❖ mudança de decúbito: promover a mudança de decúbito em intervalos regulares, atentando para conforto físico; ❖ aspiração de secreção de vias aéreas. HEMORRAGIA DIGESTIVA É definida como a perda de sangue maciça e rápida devido a algum trauma. A maioria das causas relaciona-se a afecções que podem ser curadas ou controladas, podendo não ser grave, mas é importante localizar a fonte do sangramento que pode ser proveniente de qualquer área do trato digestório. SANGRAMENTO DO ESTÔMAGO O estômago é ponto mais frequente de hemorragia causada por úlceras. O álcool e medicamentos contendo ácido acetilsalicílico podem desenvolver a úlcera gástricaque, ao aumentar de volume, faz uma erosão em um vaso, levando à hemorragia. Pessoas que sofrem queimaduras, traumatismos cranianos, ou ainda aquelas que são submetidas à cirurgia extensa, podem desenvolver úlceras de estresse. Isso acontece, devido ao aumento da produção de suco gástrico, alterando as paredes do estômago. No trato digestivo baixo, o intestino grosso e o reto são locais frequentes de hemorragia (sangue vivo). A causa mais comum são as hemorroidas, nas fissuras anais, inflamações, infecções, tumores ou pólipos podem também ser fatores causadores de hemorragias. A hemorragia pode ainda ser proveniente de tumores benignos ou câncer. Finalmente, à medida que se fica mais velho, anormalidades nos vasos do intestino grosso podem ser desenvolvidas, resultando em sangramento recorrente. As manifestações clínicas são: a hematêmese, podendo ser vermelho brilhante ou cor de “borra de café” (quando a hemoglobina sofreu alteração no estômago); a melena - fezes com sangue, de cor enegrecida e fétida. Não raro, o sangramento digestivo alto expressa-se através da enterorragia - sangramento “vivo” pelo ânus, isolado ou misturado com as fezes. Relacionados diretamente com a perda sanguínea, destacam-se: taquicardia, dispneia, hipotensão, pele fria e até choque hipovolêmico. O objetivo do diagnóstico é identificar e proporcionar a hemostasia com rapidez o sangramento. Geralmente é realizado pelo exame de endoscopia. A cirurgia de urgência é indicada nos casos em que: a hemorragia é grave e não responde às medidas rápidas de reposição volêmica; não é possível realizar a hemostasia pelo endoscópio, se um novo sangramento ocorrer após o tratamento inicial. É importante que a equipe de enfermagem: avalie a quantidade de perda sanguínea nas fezes e através dos vômitos; realize a lavagem gástrica com solução fisiológica gelada, objetivando a hemostasia; administre os medicamentos prescritos e monitorize os sinais vitais. SONDA DE SENGSTAKEN - BLAKEMORE EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS CHOQUE É diminuição do suprimento de sangue para os tecidos, provocando sofrimento nos órgãos, com consequente risco de vida. Por ser uma ocorrência grave, o prognóstico dependerá da rapidez no atendimento. São classificados em: ❖Choque hipovolêmico ❖Choque séptico ❖Choque cardiogênico ❖Choque neurogênico ❖Choque obstrutivo ❖Choque anafilático Choque Hipovolêmico: é aquele causado pela diminuição acentuada do volume circulante, devido à perda de sangue, plasma ou líquidos corporais. No PO é o mais comum devido a perda sanguínea excessiva ou reposição hídrica inadequada durante ou após a cirurgia. Choque Cardiogênico: quando há uma deficiência do próprio coração e ele não consegue bombear uma quantidade de sangue suficiente para os órgãos e tecidos. Esse tipo de choque ocorre quando há infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), lesões traumáticas no coração e arritmias cardíacas. Neurogênico: quando há uma alteração no sistema nervoso central, que provoca dilatação anormal dos vasos sanguíneos. Pode ocorrer devido a superdosagens de drogas hipotensoras, anestésicos, narcóticos, etc. Obstrutivo: causado por embolia pulmonar, decorrente da liberação de um coágulo que obstrui a artéria pulmonar. Séptico: provocado por liberação de toxinas de bactérias na corrente sanguínea, geralmente provenientes de uma infecção já existente no organismo, como, por exemplo, o abcesso intraperitoneal. Anafilático: resultado de uma reação do organismo, devido à hipersensibilidade a determinadas substancias, como a penicilina e o iodo, entre outros. Sinais e sintomas mais frequentes de choque são: Os movimentos respiratório são profundos e rápidos no inicio, passando depois para superficiais e rápidos: O pulso torna-se cada vez mais rápido, fraco e irregular; A pressão arterial baixa paulatinamente, chegando a uma pressão sistólica máxima abaixo de 60mmHg, nos caso mais graves; Sudorese fria e pegajosa, com lábios e unhas cianóticas; Diurese abaixo de 30ml/hora; O nível de consciência se altera de orientado para, gradativamente, confuso e comatoso. Cuidados de enfermagem Considerando os sinais e sintomas do choque, recomenda-se a punção de uma veia o mais precocemente possível, haja vista que após a instalação do choque haverá dificuldade para visualização da mesma. A venóclise deve ser mantida enquanto se aguarda a conduta médica. Observação constante do paciente e do rigoroso controle dos sinais vitais; Ao identificar o choque o enfermeiro responsável deve comunicar imediatamente o médico para as providencias necessárias; Caberá ao médico, no entanto, identificar o tipo de choque e estabelecer a conduta a ser seguida TRAUMATISMOS ABDOMINAIS Os traumatismos podem ser classificados em perfurante, que decorrem muitas vezes de ação de arma de fogo ou de arma branca (varas de esquiar, galhos de árvore, facas, etc.) e não-perfurante, geralmente ocasionada por acidentes automobilísticos. Os traumatismos fechados ou não-penetrantes de abdômen estão geralmente relacionados aos acidentes por veículos automotores e quedas de alturas, resultando em cerca de 5 a 10% de todos os traumatismos vasculares abdominais (COSTA et al., 2003). TRAUMATISMOS ABDOMINAIS O exame físico e a reavaliação frequente do estado clínico do paciente são provavelmente os fatores mais valiosos na determinação da patologia abdominal. O quadro do abdômen cirúrgico manifesta-se por hiperalgesia difusa, rigidez, defesa ou ausência de sons peristálticos e aponta para a necessidade de intervenção cirúrgica. Dor à palpação, defesa, intensificação do peristaltismo são sinais sugestivos de penetração na cavidade peritoneal. Sangue ao exame retal ou pélvico ou hematúria também sugerem necessidade de laparotomia. TRAUMATISMOS ABDOMINAIS A exploração laboratorial, hemoglobina, hematócrito, amilasemia e EAS pode ser facilmente obtida e corroborar o diagnóstico clínico de lesão traumática importante. Métodos diagnósticos: a tomografia computadorizada para avaliar as vítimas que se encontram hemodinamicamente estáveis, com traumatismo abdominal fechado, já que é capaz de avaliar as estruturas retroperitoneais, condição em que o lavado peritoneal não é específico. A ultra-sonografia na sala de emergência , como um teste diagnóstico rápido, sensível e específico do tronco, possibilitando a identificação de tamponamento pericárdico, hemotórax, hemoperitônio e hematomaretroperitoneal. TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO O trauma craniano também chamado de lesão cerebral ou lesão na cabeça pode ocorrer imediatamente após o acidente, ou se desenvolver lentamente após várias horas. Os acidentes de trânsito são a principal causa desse traumatismo, em seguida vêm quedas, violências pessoais, projéteis, arma branca, mergulhos em águas rasas, entre outros . CLASSIFICAÇÃO DOS TRAUMAS CRANIENCEFÁLICOS Os TCEs podem ser classificados em três tipos, de acordo com a natureza do ferimento do crânio: traumatismo craniano fechado; fratura com afundamento do crânio; fratura exposta do crânio No atendimento à vítima com trauma craniencefálico são utilizadas escalas para avaliar o seu nível neurológico, a de Glasgow é a escala neurológica que parece se constituir no método mais confiável. CLASSIFICAÇÃO DOS TRAUMAS CRANIENCEFÁLICOS Lesões por aceleração ocorrem quando a cabeça em estado estacionário sofre um movimento de golpeio, como um projétil ou arma rombuda. Lesões por desaceleração são aquelas na qual uma força violenta e rápida faz a movimentação da cabeça e posição do tronco com atritos ou não em objetos parados. Fraturas de crânios com afundamentos são causados com associação de fraturas, em que um objeto ou fonte empurra os ossos ou estilhaços de ossos para dentro da calotacraniana, tem associação com laceração com a dura- máter ou do encéfalo. Concussão cerebral é a perda imediata da consciência no momento do trauma, mas recuperável em 24 horas ou menos e sem sequelas. Contusão cerebral caracteriza-se por lesão estrutural do tecido encefálico e pode ser demonstrada pela tomografia computadorizada de crânio como pequenas áreas de hemorragia. Hematoma subdural, o sangue acumula-se sob a dura-máter, geralmente associado a uma lesão importante do tecido cerebral. Frequentemente, ocorre uma sonolência progressiva até a perda total da consciência Hematoma epidural (acúmulo de sangue entre o crânio e a dura- máter (membrana que reveste o crânio) pode exercer pressão sobre o cérebro. O hematoma epidural ocorre em consequência de lesões de artérias ou veias localizadas no interior do crânio Hematoma intracerebral ou intraparenquimatoso é uma hemorragia mais séria e tem um volume de sangue acima de 5 ml dentro do parênquima cerebral. Geralmente este paciente vai evoluir para o coma. Este tipo de hematoma atinge o lobo temporal e frontal SINAIS E SINTOMAS DO TCE perda de consciência; sonolência; desorientação; área de depressão no crânio; sangramento pelo nariz, ouvido ou boca; convulsões; vômitos; dor de cabeça forte e persistente INTERVENÇÕES A SEREM REALIZADAS controle de oxigenação e ventilação; puncionar acessos venosos calibrosos; controle rigoroso dos sinais vitais; verificar escore da escala de Glasgow ou Jouvet, para a avaliação do nível de consciência; manter ou não cabeceira elevada em 30º, conforme a prescrição médica ou de enfermagem; manter vias aéreas desobstruídas; balanço hídrico rigoroso; verificar constantemente pupilas (simetria, fotorreagência e diâmetro); observar agitação motora; observar e relatar evidências de choque hipovolêmico; observar presença de secreções em ouvido, nariz e boca; avaliar integridade da pele; e manter o paciente mais calmo e dar apoio emocional ao paciente e a família. EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS São comuns as situações de psicoses, agitação por drogas, indivíduos com descompensação de quadros esquizofrênicos e maníacos. A suscetibilidade à crise normalmente é precipitada a partir de eventos que popularmente as pessoas dizem ser a “gota d’água” – como a morte de um ente querido, mudança de status, casamento, separação, gravidez especialmente fora do casamento ou indesejada, doença física, perda de emprego, mudança nas condições de trabalho, aposentadoria, climatério, violência sexual, desastres naturais,etc. CLASSIFICANDO AS EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICAS Em geral, as síndromes ou sintomas psiquiátricos mais frequentes encontrados na prática das emergências podem ser classificados como agitação e/ou agressividade; depressão e tentativa de suicídio; ansiedade; conflitos interpessoais; abuso de substâncias. AGITAÇÃO E/OU AGRESSIVIDADE Alguns pacientes chegam neste setor agudamente agitados, com risco iminente para si e para outros. Geralmente, precisam ser fisicamente restritos. Entre a restrição medicamentosa e a mecânica, a primeira sempre será a mais coerente. Entretanto, em alguns casos, quando o comportamento violento é secundário em relação a doenças clínicas como hipoglicemia e traumatismo craniano, a escolha por medicamentos pode dificultar a avaliação real da evolução do quadro neurológico inicial. AGITAÇÃO E/OU AGRESSIVIDADE Em alguns casos, o cliente pode estar agitado mas não violento. Entretanto, quando agitado, precisa de observação constante e isolamento, sempre acompanhado por membros da equipe, até que o tratamento emergencial se complete. A contenção mecânica é inevitável para evitar quedas que gerem traumatismos e fraturas. Clientes com história de agressão e impulsividade, labilidade emocional, baixa tolerância a frustração, história de delinquência, ideias delirantes de perseguição, alucinações auditivas de comando e comportamento agressivo recente são fortes candidatos à agitação acompanhada de agressividade. AGITAÇÃO E/OU AGRESSIVIDADE A equipe de enfermagem deve manter-se calma, porém com atitudes firmes, demonstrando que o domínio daquele espaço não é apenas dele. Isto estabelece limites. A equipe que o assiste deve dispor-se na sala sempre mais próxima da porta do que do paciente, evitando também que no recinto haja objetos que possam se transformar em armas, como cinzeiros, suportes de solução móveis e luminárias. DEPRESSÃO E TENTATIVA DE SUICÍDIO O paciente levado à emergência com pensamento suicida ou após tentativa de suicídio exige da equipe de saúde determinação e poder de decisão. Na emergência para retirá-los do risco de vida, é utilizado outra substância que inativa o efeito da substância escolhida, lavagem gástrica, hemoperfusão e/ou hemodiálise. Passada esta fase, são utilizados medicamentos antidepressivos. O melhor efeito terapêutico é obtido pelo uso combinado de antidepressivos e psicoterapia. ANSIEDADE A ansiedade faz parte do cotidiano de cada cidadão. Os transtornos de ansiedade relevantes para a emergência são: ataques de pânico e agorafobia, ansiedade generalizada e transtorno de ajustamento com ansiedade, quadros conversivos, somatizações, quadros dissociativos e estresse pós-traumático. O diálogo e a administração de antidepressivos ou benzodiazepínicos e ácido valpróico são os primeiros passos terapêuticos, além do acompanhamento da função cardiovascular através de monitorização cardíaca e dos sinais vitais. CONFLITOS INTERPESSOAIS Esses tipos de pacientes não suportam o abandono mesmo quando este é imaginário e tendem a misturar sua identidade com as da pessoas ao redor. Geralmente chegam nas emergências após super- dosagem de medicamentos, automutilações e vitimização repetida. Eles percebem o mundo sempre com a confrontação de duas ideias, o bem/o mal, certo/errado; e desenvolvem rápidas reações de raiva quando se sentem desconsiderados. As super- dosagens e as mutilações não visam o suicídio, mas servem para dispersar o vazio interno e a sensação de plenitude com eles próprios. ABUSO DE SUBSTÂNCIAS O uso indiscriminado de substâncias como álcool, anfetaminas, estimulantes, sedativos, inalantes como colas, tintas, removedores e gasolina, tem levado muitas pessoas a serem atendidas nas emergências. Além dos quadros crônicos, ocorrem frequentemente quadros agudos secundários ao uso destas substâncias, como acidentes automobilísticos. A intoxicação pelo álcool envolve vários estágios de alteração do comportamento, mas frequentemente ocorre prejuízo do julgamento, diminuição da atenção, respostas emocionais inapropriadas, labilidade afetiva e desinibição de comportamentos agressivos. ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Intervenções na intoxicação alcoólica : Exclusão de complicações clínicas graves, como insuficiência hepática, hematoma subdural, sangramento digestivo e Síndrome de Wernicke. Tratamento da agitação e/ou violência com antipsicótico. Restrição física, se necessário. Em casos de diminuição do nível de consciência, é preconizada administração de glicose endovenosa. A mensuração do teor de álcool no organismo, é extremamente importante. Na falta deste exame pode ser utilizado um aparelho (bafômetro) que mede o nível do álcool no organismo através de um sopro no aparelho. Observação e monitoração da febre, hipotensão ou hipertensão.
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