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Teoria Geral do Processo - TGP
Prof. Carlos Magno
Bianca Ferreira – 2017.2
Datas:
1. P1: 06/10
2. P2: 24/11
3. 2ª CH: 27/11
4. PF: 04/12
Conteúdo programático:
1. Processo e noções gerais
2. Direito processual – noções gerais
3. Evolução histórica – noções gerais
4. Meios alternativos de soluções de conflitos
5. Norma processual: fontes do direito processual
 Eficácia da lei processual no tempo e no espaço
6. Organização judiciária
7. Trilogia do processo: jurisdição, ação e processo
 Jurisdição: conceitos, princípios e características.
 Classificações: contenciosa e voluntaria
 Competência: conceitos e características
 Absoluta e relativa
 Modificação da competência: fundamentos políticos da economia processual e 
segurança jurídica
 Prevenção, conexão e continência.
 Ação: conceito e características
 Espécies de ações
 Condições da ação
 Elementos da ação
 Concurso objetivo de ações
 Concurso subjetivo de ações
 Processo: conceito; espécies; sujeitos principais e secundários do processo;
 Pressupostos processuais
Doutrina:
1. Cássio Scarpinella Bueno – Manual de Direito processual civil  bem técnico
2. Luiz Guilherme Marinoni – Teoria Geral do Processo  politico
3. Fredie Didier – Curso de Direito processual civil, vol I.
4. Alexandre Câmara – O Novo Processo Civil
5. Leonardo Greco – Instituições de P. Civil, Vol. I.
6. Carreira Alvim – Teoria Geral do Processo
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7. Humberto Theodoro Jr. – curso de Direito Processual Civil, vol. I
8. Ada Pellegrini Grinover – TGP
9. Novo CPC
Aula 04/08
Processo  conceito clássico: é o conjunto de atos praticados de forma coordenada visando a 
prestação jurisdicional (Chiovenda);
 Vai se realizar por meio do procedimento.
Principais atos processuais:
1. Petição inicial
2. Citação
3. Audiência de conciliação ou de mediação
4. Contestação
5. Réplica
6. AIJ – audiência de instrução e julgamento
7. Sentença
Obs.: no antigo CPC: citação  réplica.
Sendo os principais atos (NCPC): 
Petição inicial (1)→ Citação (2) → Audiência de conciliação ou de mediação (3)→ Contestação (4) → 
réplica (5) → Audiência de instrução e julgamento (A.I.J.)(6) → Sentença (7).
CPC antigo:
Petição inicial → Citação → Contestação → Réplica → Audiência de conciliação → Audiência de 
Instrução e Julgamento → Sentença
Todos estes são atos isolados e se realizam via o procedimento. Perceba que o novo CPC inverteu a 
ordem, puxando a conciliação para antes da conciliação e da réplica, pois se tiver um acordo, o juiz 
não terá que ler contestação e réplica. Teoricamente, estaria ótimo. O novo CPC tenta fazer essa 
conciliação primeiramente, porém, o acordo entre as partes normalmente as pessoas tentam fazer 
antes de levar a justiça e, por não terem entrado nesse acordo, as partes ou a parte entra na justiça. 
Frequentemente, uma das partes nem quer mais um acordo, quer a punição da outra parte e sua 
indenização. Não foi essa alteração que conseguiu mudar a atual situação da justiça com sua 
lentidão.
OBS.: Não são apenas estes atos citados anteriormente dentro do processo, existem outros, porém, 
os citados são os principais do processo. 
Vale-se destacar que não são necessários todos os atos, uma vez que se uma das partes aceitar a 
proposta na audiência de conciliação, já se profere a sentença. 
Aula 07/08
JEC’S – juizados especiais cíveis:
1. Petição inicial
3
2. Citação (do réu)
3. Audiência de conciliação + AIJ + contestação (do réu) + instrução probatória + sentença
Obs.: audiência de conciliação  magistrado ou juiz leigo.
Obs2.: sentença – caso for o juiz leigo  minuta. Depois de elaborada, será enviada para o juiz 
togado para que seja ratificada ou não.
 Juiz togado
 Juízes leigos (advogados)
 Conciliadores
“Crítica” – o juiz do tem contato uma única vez com o processo.
Observações buscadas na internet:
O que são Juizados Especiais Cíveis?
Órgãos do Poder Judiciário, disciplinados pela Lei n.º 9.099/95, são um importante meio de 
acesso à justiça, pois permitem que cidadãos busquem soluções para seus conflitos cotidianos 
de forma rápida, eficiente e gratuita. Nos juizados especiais sempre se busca um acordo entre 
as pessoas. Quando não há acordo, o problema passa a ser decidido pelo Juiz.
Lembre-se: O exercício do direito de ação nos Juizados Especiais Cíveis é facultativo para a 
parte autora que, se assim escolher, aceitará expressamente os limites processuais da Lei 
9.099/99, como, por exemplo: a inexistência de prova pericial e de citação por edital; via de 
regra, a impossibilidade de representação por procuração e todos os instrumentos processuais 
existentes somente na Justiça Comum.
Fontes do Direito Processual 
 Estudo necessário ao conhecimento do que pode ou não ser considerado direito.
Podem ser: 
1) Fonte formal 
 Possui força vinculante/obrigatória no direito positivo e representada pela lei. 
2) Fonte Material
 Não possui força vinculante; serve para esclarecimento da fonte formal e o seu 
alcance. 
a) Princípios Gerais do Direito
Ex.: direito de petição/acesso à justiça
 Devido processo legal – o qual pressupõe o contraditório e a ampla defesa; 
 Contraditório: ex.: lei de arbitragem – lei 9307 – pode-se desconsiderar o P. da 
Legalidade; tem-se nesta modalidade, altos honorários advocatícios. 
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b) Costumes  condutas reiteradas e socialmente aceitas. Ex.: infanticídio indígena. 
c) Doutrina
d) Jurisprudência 
 Entendimento majoritário do tribunal 
 Não tinha força vinculante, o que tem mudado. Ex.: sumula vinculante do STF 
 Novo CPC  força dos precedentes 
 A Súmula vinculante seria fonte formal, como OBS.
(Súmula vinculante do STF e precedentes 
e) Equidade 
 Justiça no caso concreto
 “Nem tudo que é licito é justo” – contraria parte da filosofia platônica que defende 
que: para ser considerado direito, deve ser justo. A lei é um meio para a justiça. 
f) Religião 
 Fonte da estrutura social
Estes dois últimos não são considerados, sob a ótica majoritária, como fontes do direito 
processual. 
Obs.: jurisdição – conceito: função do Estado com a qual o juiz faz valer a vontade da lei no 
caso concreto. Crítica: e se, na minha hipótese, não haver lei, não há direito? Sob a ótica 
crítica, tem-se que tal conceito reduz a função e discricionariedade do juiz, bem como a função 
do advogado, do defensor público e do MP. Contudo, acrescenta-se o aspecto político – sendo 
este a vontade do sujeito que fez a lei - legislativo. Assim, tem-se em outro aspecto, que: deve-
se cumprir o direito e não necessariamente a LEI. Aqui, assim sendo, entra o seguinte conflito: 
Jurisdição X legisdição. 
Vale-se deixar salientado que a fonte material não tem força vinculante, sendo assim, não é 
obrigatória. Ela tem como função o esclarecimento do alcance da norma. 
Ex.: compete privativamente a União legislar sobre – etc. aqui, tem-se que o processo deve ser 
legislado pela União. Noutro lado, tem-se que: compete concorrentemente aos Estados, DF e 
União, legislar sobre o processo. Aqui, encontra-se uma controvérsia. Como pode o processo 
ser legislado privativamente pela União e, ao mesmo tempo, concorrentemente pela União, 
Estados e DF? Aqui, deixa-se claro, por meio da doutrina majoritária, que: sobre o processo 
JUDICIAL, quem tem competência para legislar é a União. Por outro lado, tem-se que o 
processo ADMINISTRATIVO pode ser legislado concorrentemente. Esse esclarecimento, 
portanto, advém da fonte material  doutrina!
Aula 11/08
Princípios  dentro dos princípios há duas especiais: há “princípios fundamentais”, diz a 
doutrina, relativos à garantia do exercício da cidadania. Apesar de ser considerada uma 
constituição de vanguarda, ou seja, uma das mais elaboradas do mundo, vê-se que, 
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materialmente, os direitos não são realmente salvaguardados – como a dignidadeda pessoa 
humana, por exemplo. Aqui, mencionou-se Lassale, cujo livro “a essência da constituição” 
remonta à ideia da constituição de papel e põe em xeque a eficácia da mesma. Há também 
“princípios informativos”, referentes à diretrizes técnicas, que inspiram à edição de normas 
processuais.
1) Princípios fundamentais 
a) Princípio do Direito de Petição (art. 5º, XXXIV e XXXIX, CF)
Esse princípio está relacionado com a ideia do acesso à justiça, todos nós temos a garantia de 
buscarmos de buscarmos a prestação jurisdicional, inclusive se nós não tivermos o direito. “Se 
eu quisesse sair daqui, e ir para o judiciário propor uma ação de alimentos dizendo que a 
Beatriz é meu pai – ela é mulher, mais nova – se eu quiser, eu tenho direito de entrar com o 
processo. Apesar de que o processo não vai resultar naquilo que eu espero. Ele será extinto 
antes mesmo do juiz analisar o direito material”. O processo só foi instaurado porque alguém 
propôs a ação e, assim, exerceu o direito constitucional de ação.
Art. 5º - XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o 
direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso 
de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
 XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Direito material Direito processual 
Ex.: alimento, família – 
quem regula é o CC
Responsabilidade civil 
Juiz (Estado)  autor  réu – relação jurídica processual. Tal relação, por sua vez, é 
assentada, em regra, numa relação jurídica material. 
Relação jurídica material:
Credor  devedor Ação de cobrança
Filho  pai Ação de alimentos
Esposa  marido Ação de divórcio 
Locador  locatário Indenização
Vítima agente Ação de despejo
Obs.: pode-se ter uma relação jurídica material e não ter uma relação jurídica processual. O 
inverso também pode ocorrer (mover uma ação sem ter o direito). Direito processual não se 
confunde com o direito material. 
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 O direito de petição é uma garantia constitucional. Processo, independentemente da 
existência do direito material. 
b) Princípio da Inafastabilidade do controle jurisdicional (art. 5º, XXXV, LXXIV CF; art. 
140 CPC. 
A partir do momento em que o Estado diz que você não poderá mais exercer a “autotutela” 
–justiça com as próprias mãos; Ex.: quando se coloca uma cerca elétrica – deve-se informar a 
existência de alta carga elétrica; “sorria, você está sendo filmado”; “esta ligação está sendo 
gravada” – para dar a transparência exigida pela democracia. Desse modo, o Estado precisa 
trazer mecanismos para que a “justiça”/o direito seja aplicado; e ainda, não pode se recusar a 
tutelar direitos. Em verdade, ele pode se recusar a tutelar direitos sim, se eu exercitar o meu 
direito de ação sem observar os requisitos necessários para o exercício desse direito. Esses 
requisitos necessários, em modo genérico, estão nas normas processuais. Como eu faço uma 
petição inicial? Esta regulado no direito processual. Não se pode afastar o controle 
jurisdicional. Contudo, para isso, necessita-se respeitar certos requisitos. “Quando eu movo a 
ação, eu necessito respeitar certos requisitos. E aonde eu vejo isso? CPC. ”. 
A inafastabilidade do controle jurisdicional, em tese, num primeiro momento, dependendo da 
situação, vem quando lê-se “Lei de arbitragem” – lei 9307/96. Isso porque, se teve um 
contrato em que os contratantes fizeram uma clausula, como a seguinte: “no caso de 
desavença contratual, não se recorrerá ao judiciário, mas sim à arbitragem”. Se isso ocorrer, 
havendo a violação de direitos, a gente precisa procurar um árbitro. Mesmo assim, há a 
necessidade de mitigação, uma vez que o árbitro não é membro do poder judiciário. Certos 
poderes ele não tem. Ex.: o juiz quando recebe a petição inicial, dá ordem: cite-se o réu. A 
citação ao réu vai dar ciência ao mesmo de que há uma ação sendo movida em face dele; e 
que ele tem o direito de se defender. Se ele não apresentar a contestação, ele será qualificado 
como um réu revel: a revelia, em regra, torna todos os fatos narrados pelo autor, na petição 
inicial, presumidos como verdadeiros. A consequência disso, na esmagadora maioria, é a 
condenação do réu. Cerne da questão: “se não houver contestação, os fatos serão presumidos 
verdadeiros”. Se os fatos são verdadeiros, porque ouvir testemunhas, ver provas? Logo, o fato 
é verdadeiro. O que precisa ser feito? Julgar procedente a ação provida em face do réu. Se há 
uma clausula de arbitragem no contrato, e eu sou um dos contratantes e tive o meu direito 
violado, antes de ir ao judiciário – encaminha-se à arbitragem. Vale-se lembrar que o árbitro 
não tem poder jurisdicional, daí a ideia de que não vale a pena recorrer ao judiciário de 
primeira. 
 Há uma relativização em relação a esse princípio. Se tiver lei de arbitragem, num 
primeiro momento está afastada a via jurisdicional. Contido, isso não é absoluto – e 
sim, relativo. Eu fui para arbitragem, tentei de toda forma trazer a outra parte para o 
processo de arbitragem para resolver a questão, ela não veio, não tenho como forçar – 
agora recorre-se ao órgão que tem poder que, no caso, é o judiciário. 
Obs.: AI-5 – essa questão foi mitigada na época do AI-5. 
Art. 5º - XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
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LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem 
insuficiência de recursos;
Art. 140 CPC - O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do 
ordenamento jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em 
lei.
c) Princípio do Juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII, CF)
Relacionado com a ideia de imparcialidade – não pode tomar partido de lugar nenhum. 
Significa dizer que, quando algum processo for levado ao judiciário, levar a petição inicial, ela 
vai a chamada livre distribuição. 
Obs.: tribunal de exceção  a constituição sustenta que não haverá tribunais de exceção. Na 
leitura do professor, Serasa, SPC são tribunais de exceção. 
Art. 5º - XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
 LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
d) Princípio da fundamentação das decisões (art. 93, IX, CF – e art. 489 CPC)
Todas as decisões judiciais, diz o art. 93, IX CF/88, deverão ser fundamentadas sob pena de 
nulidade. A parte tem o direito de saber os motivos pelos quais o pedido foi julgado 
procedente ou improcedente, ou procedente em pai, ou o motivo pelo qual alguém vira réu 
em um processo. 
1ª instância _______---------2ª instância/2ºgrau de jurisdição  recurso/recorrente – aquele 
que já correu em 1º grau. Para que eu faça um recurso e o tribunal entenda o que aconteceu, 
é necessário que eu conheça as razoes pelas quais eu fui condenado.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto 
da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX - todos Os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas 
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados 
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a 
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público 
à informação; 
Art. 489 CPC - São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das 
partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das 
principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz 
analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolveráas 
questões principais que as partes lhe submeterem. § 1o Não se considera fundamentada 
qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à 
indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a 
causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o 
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motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar 
qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo 
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar 
precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem 
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir 
enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a 
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. § 2o No caso 
de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação 
efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as 
premissas fáticas que fundamentam a conclusão. § 3o A decisão judicial deve ser interpretada a 
partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-
fé.
 
e) Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, LIX, CF)
f) Princípio da Ampla Defesa e do Contraditório (art. 5º, LV, CF) – embutidos no PDPL
 Direito de praticar todos os atos processuais possíveis, inclusive com provas. O 
exercício dessa ampla defesa, se uma das partes está praticando vários atos no 
exercício da ampla defesa, estes atos praticados por exemplo pela parte autora, o réu, 
a parte ré, vai ter direito de se manifestar. Ex.: petição inicial: o réu é citado e, por 
conseguinte, contesta. 
 O devido processo legal vai ser verificado quando nós tivermos a ampla defesa 
respeita e o contraditório.
Art. 5º - LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
g) Princípio da Isonomia (art. 5º, caput, CF)
 Igualdade de tratamento 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º As normas definidoras 
dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. § 2º Os direitos e garantias 
expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por 
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos 
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4º O Brasil se 
submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado 
adesão. 
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h) Princípio da Celeridade (art. 5º, LXXVIII)
 Foi incluído com a EC45/04, que diz que o processo para ser efetivo, deve ser célere. A 
prestação jurisdicional deve se dar em um tempo hábil. Hábil a que ponto? A ponto de 
que o titular do direito possa gozar de seus direitos. 
Obs.: EC – 45/2004
Adentro – livro: teologia política – nome que prestigia determinada classe. Carl schimitt
Aula 18/08
Princípio do Devido Processo Legal
 Introduzido pela CF/88, embora tenha sido empregado na Inglaterra em 1354, tendo 
surgido, em essência, em 1215 na Magna Carta (João sem-terra). 
 Compreendido sob dois aspetos: 
1. Substantive due processo of law  devido processo legal sob a ótica substantiva - visa 
garantir a vida, liberdade e propriedade, impondo às decisões o emprego da razão 
(princípios da proporcionalidade e da razoabilidade). Faz com as decisões judiciais se 
ateiam a esses valores existentes no ordenamento jurídico. Uma vez que a gente fala 
que estamos na onda do estado democrático de direito; já passamos pelo estado de 
direito. Contudo, no fundo a democracia serve para justificar as decisões hierárquicas 
tomadas pelos órgãos superiores. 
2. Procedure due processo of law  devido processo legal sob a ótica processual – visa 
garantir o pleno acesso à justiça. Daí vem uma nova discussão na doutrina: o que seria 
o acesso à justiça: seria o acesso ao judiciário/propor uma ação; ou o 
acesso/realização, de fato, aos direitos? A ideia é montar mecanismos para que esses 
direitos possam ser efetivados. Contudo, vê-se que “efetivar” direitos não é a 
prioridade.  Kazuo Watanabe (de uma forma simples sintetiza a essência – que 
estamos longe).  Acesso à uma ordem jurídica justa. Pensa-se em leis, costumes, 
jurisprudência, doutrinas justas. É uma forma de pensamento utópica, talvez 
platônica, principalmente no sistema em que a injustiça é legalizada (Nem tudo que é 
lícito é justo). É necessária vontade política para fazer as coisas acontecerem no 
âmbito processual. 
 Assegurar às partes as faculdades processuais, a participação no processo (conjunto de 
atos praticados de forma coordenada tendo visando a prestação jurisdicional, 
sentença.) Deve-se garantir o exercício/as faculdades dos atos processuais –ex.: 
mandado de citação. Tenta-se trazer uma certa isonomia e, assim, surgiu a 
Defensoria Pública em 1988. Isso não é suficiente; a legitimidade das decisões - aqui a 
ideia do Juiz Natural é remetida – juiz imparcial. Baseia-se nas decisões legítimas 
tomadas por quem é órgão do poder, que no caso é o magistrado, juiz togado. Disto 
mencionado, surgem os princípios do contraditório e da ampla defesa, os quais foram 
explicados na última aula. Princípios do contraditório, ampla defesa (exercício pleno 
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das faculdades processuais de todos os atos processuais) e razoável duração do 
processo – daí interroga-se: o que vem a ser algo razoável? Em 2004 entrou princípio 
da celeridade no art. 5º como garantia fundamental. Este acaba, por sua vez, 
contrapondo-se à morosidade judicial. 
Obs.: maiores litigantes ligados aos direitos do consumidor. Isso ocorre devido ao 
raciocínio mercadológico pensando unicamente no lucro. 
Doutrina: traduz a supremacia da lei  Leonardo Greco e etc (garantistas – pensa-se 
muito na legalidade). Isso significa dizer que olha para o direito e vê a lei. Quando se diz 
que é o princípio da legalidade, a lei está acima de tudo. Então, o juiz está no patamar 
inferior.
Obs.: “consenso de Washington” – se quisesse contar com o capital estrangeiro, dever-se-ia 
abrir o mercado. Foi na verdade uma imposição e, assim, os mercados foram abertos. Muitas 
empresas quebraram/faliram. 
 Obs.: 1 e 2
Obs1 - direito penal e princípios: dúvida quanto a autoria de crime
 Princípio do indubio pro reo – julgar em favor do réu; absolvição.
Contudo, o que houve com o passar do tempo? Massificação  criminalidade
 X 
 “Princípio” do in dubio pro societate 
Muitas vezes a única prova é a prova testemunhal, e normalmente, a testemunha é o policial 
que prendeu o sujeito que praticou o ato delitivo. Na dúvida, dependendo de quem eles 
acham que praticou o ato criminoso, aplica-se o “princípio” in dubio pro societate. Daí indaga-
se: e o princípio da legalidade?
O enunciado acima é de um princípio jurídico brasileiro, segundo o qual, mesmo que um juiz 
não tenha a certeza, mas esteja convencido pessoalmente da materialidade do fato, e da 
existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, ele deverápronunciar o 
acusado a Júri Popular, para que a própria sociedade decida pela condenação ou não do 
acusado. O In Dubio Pro Societate é uma espécie de contraponto ao princípio do In Dubio Pro 
Reo, aquele, segundo o qual, em caso de dúvida, o acusado deve ser sempre beneficiado.
Obs2:
Tragédia grega édipo rei (Sófocles) – nessas peças haviam a discussão de valores morais; tinha 
uma moralidade discutida. Os escravos tinham a verdade, mas não tinham o poder – em 
relação ao assassinato de Laio por édipo. Este, tinha o poder, mas não tinha a verdade. No fim, 
prevaleceu o poder em detrimento da verdade. 
1. Poder sem verdade 
 X 
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2. Verdade sem poder 
 Princípios informativos – Formam a estrutura do processo civil. Entenda-se como 
princípios principais.:
1. Princípio do dispositivo/princípio da demanda/Princípio da iniciativa da parte  no 
fundo, é tudo a mesma coisa. Prova.: esclarecer o que é o princípio da 
demanda=dispositivo.
2. Princípio da Ampla Defesa e Contraditório  presentes em todos os atos do 
processo. Se o réu juntou uma petição o autor vai ter o direito de falar. 
3. Princípio da Igualdade de Tratamento (5º, I, CF + 139, I CPC)  tenta-se minimizar a 
diferença com a DP; contudo, se tem uma causa patrocinada por um escritório de 
renome, as relações processuais materialmente mudam. Crítica! “Alguns nomes 
abrem portas”. Ex.: Gilmar mendes mandou soltar o Barata - Nestes casos, tem-se 
mecanismos para arguir a suspensão ou o impedimento do juiz. 
Art. 5º CF/88- I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição;
Art. 139 CPC - I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
4. Princípio da indelegabilidade (16, CPC) o processo foi distribuído para o juiz, se não 
tiver problemas de suspeição ou impedimento, o juiz não pode delegar a função. 
Embora, na prática, ele delegue para os secretários e assessores. 
Art. 16 CPC - A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território 
nacional, conforme as disposições deste Código.
5. Princípio da imediatividade do juiz (359, CPC)  presença física do juiz nas 
audiências, coleta de provas etc.
Art. 359 CPC. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do 
emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a 
arbitragem.
6. Princípio do término da jurisdição (203, 204, 494, CPC) – tudo que começa deve ter 
um fim; uma sentença é necessária. 
Art. 203 CPC Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e 
despachos. § 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é 
o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à 
fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2o Decisão 
interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 
1o. § 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de 
ofício ou a requerimento da parte. § 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a 
vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e 
revistos pelo juiz quando necessário.
Art. 204 CPC. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
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Art. 494 CPC. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para corrigir-lhe, de ofício ou 
a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - por meio de embargos 
de declaração.
7. Princípio da Correlação (141, 492, CPC)  princípio da congruência. A sentença deve 
manter uma correlação com o pedido. Ex.: se eu pedi o despejo, o juiz não pode julgar 
procedente o pedido para que o réu entregue uma bicicleta. 
Art. 141 CPC. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado 
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Art. 492 CPC. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como 
condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. 
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
8. Princípio do duplo grau de jurisdição (994, CPC)  caso das pessoas no exercício do 
recurso. Sentença  cabe recurso  2º grau de jurisdição (após a ação correr em 1º 
grau). O que recorrer? Correr novamente; curso refeito. 
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: I - apelação; II - agravo de instrumento; III - 
agravo interno; IV - embargos de declaração; V - recurso ordinário; VI - recurso especial; VII - 
recurso extraordinário; VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; IX - embargos de 
divergência.
Aula 21/08
Retomando a aula passada – Princípio do dispositivo: sustenta que a jurisdição é inerte. Se o 
titular do direito ofendido não provocar, o Estado nada faz, nem no direito penal. Até os 
crimes que exigem ação penal pública, a jurisdição do judiciário precisa ser provocada pelo 
Ministério Público (que é o autor da ação).
Breve elucidação acerca dos números processuais.:
 Processo nº 0000026-82.1929(ano que foi proposta a ação).8.19.0001 (comarca da 
capital) – nº antigo 1929(ano que foi proposta a ação).001(comarca da 
capital).100026-0 – proposto sem resolução do mérito. 
Com o CNJ veio a numeração única. Vale-se destacar que, dependendo de algumas regras, 
tem-se um vício insanável que leva o processo a ser extinto sem tutela do direito/sem 
resolução do mérito – porque teve um vício que não foi sanado no processo. 
Enquadrando os princípios nos atos processuais.: 
 petição inicial (1º grau de jurisdição) – art. 319 CPC  citação – art. 238 CPC  
audiência de conciliação - art. 334 CPC  contestação – art. 335 CPC  réplica – art. 
13
350, 351 CPC  AIJ – art. 358 CPC  sentença – art. 485, 489 CPC  recurso (2º grau 
de jurisdição) – art. 1009 CPC. 
Artigos (todos do CPC).:
Art. 319. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o 
estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de 
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio 
e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido 
com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende 
demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de 
audiência de conciliação ou de mediação. § 1o Caso não disponha das informações previstas no 
inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua 
obtenção. § 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que 
se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3o A petição inicial não será indeferida pelo 
não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar 
impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para 
integrar a relação processual.
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação 
com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 
(vinte) dias de antecedência. § 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará 
necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste 
Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. § 2o Poderá haver mais de 
uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses dadata de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. § 3o A 
intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. § 4o A audiência 
não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na 
composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. § 5o O autor deverá 
indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por 
petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. § 6o 
Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por 
todos os litisconsortes. § 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por 
meio eletrônico, nos termos da lei. § 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do 
réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será 
sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor 
da causa, revertida em favor da União ou do Estado. § 9o As partes devem estar acompanhadas 
por seus advogados ou defensores públicos. § 10. A parte poderá constituir representante, 
por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. § 11. A 
autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. § 12. A pauta das 
audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo 
mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte.
14
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo 
termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão 
de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver 
autocomposição; II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou 
de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; III - 
prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. § 1o No 
caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6o, o termo inicial previsto 
no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de 
cancelamento da audiência. § 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso II, havendo 
litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para 
resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este 
será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.
Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a 
oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova.
Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e 
julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras 
pessoas que dela devam participar.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial; II - o processo 
ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os 
atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular 
do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; VII - acolher a alegação de 
existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua 
competência; VIII - homologar a desistência da ação; IX - em caso de morte da parte, a ação for 
considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste 
Código. § 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente 
para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. § 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes 
pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao 
pagamento das despesas e dos honorários de advogado. § 3o O juiz conhecerá de ofício da 
matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto 
não ocorrer o trânsito em julgado. § 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o 
consentimento do réu, desistir da ação. § 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a 
sentença. § 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo 
autor depende de requerimento do réu. § 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de 
que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
Art. 489 - São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das 
partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das 
principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz 
15
analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as 
questões principais que as partes lhe submeterem. § 1o Não se considera fundamentada 
qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à 
indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a 
causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o 
motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar 
qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo 
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar 
precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem 
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir 
enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a 
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. § 2o No caso 
de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação 
efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as 
premissas fáticas que fundamentam a conclusão. § 3o A decisão judicial deve ser interpretada a 
partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-
fé.
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. § 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, 
se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela 
preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra 
a decisão final, ou nas contrarrazões. § 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em 
contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito 
delas. § 3o O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas 
no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.
Obs.: a petição inicial não se esgota no art. 319; começa com ele e se prolonga em diversos 
artigos. Art. 334 não esgota o ato processual de audiência de conciliação. 
Petição inicial é proposta pelo ator; citação – ato processual praticado pelo poder judiciário; 
audiência de conciliação – é o ato praticado pelo poder judiciário + partes (composta pelo 
autor e pelo réu). Se não teve acordo, a fase seguinte é a Contestação – ato processual 
praticado pelo réu; Réplica – autor; AIJ – é a audiência de instrução e julgamento. É um ato 
processual composto pelo Poder Judiciário + partes + testemunhas (se for o caso) + perito. 
Instrução tem a ver com prova. “A petiçãode folhas tais...” isso significa dizer que provas 
foram colhidas. Essa audiência também serve para julgamento. Sentença é ato praticado pelo 
juiz. Recurso – no caso da sentença o principal recurso é a apelação. Quando interposta, 
instaura-se o 2º grau de jurisdição. O exercício da jurisdição só vai ser realizada se a parte 
autora propor a ação
Atenção.: petição inicial  Princípio do dispositivo – sustenta que ninguém será privado de 
seus bens sem o devido processo legal (pressupõe ampla defesa e contraditório). Contestação 
 princípio do contraditório. AIJ  princípio da ampla defesa. 
Interpretação da lei processual 
16
 Objetivo
Os métodos de interpretações servem para que se chegue ao real sentido da norma. Isso 
porque o jogo de palavras pode dar diversos sentidos, a depender do tipo de interpretação 
usada. A possibilidade de sentidos distintos pode ser um erro de elaboração, mas também 
pode não ser. Volta-se, portanto, à ideia de que o Direito é uma disciplina conceitual; não é 
uma disciplina exata. Portanto, os métodos de interpretação irão nos levar a um melhor 
entendimento a respeito daquela norma no caso processual.
 Métodos
a) Literal (gramatical) 
Lê as palavras com sentido próprio dentro da estrutura da ‘práxis’. Isso pode trazer, 
principalmente em processo administrativo, um certo receio gestor em tomar decisões. Isso 
porque só se vê a letra da lei. Não se pensa em interpretar o alcance da norma. Leguleio 
(Indivíduo que cumpre servilmente a lei) vê a lei no seu aspecto mais frio, contudo, não é 
assim que o direito deve ser analisado. Deve-se analisar o direito levando em consideração os 
fins sociais, o bem comum. Por ex.: ninguém será privado da liberdade ou dos seus bens sem o 
devido processo legal. Contudo, o que isso quer dizer? O que é devido processo legal? Deve-
se interpretar por meio dos conjuntos das normas e não se prender à literalidade dos 
dispositivos. 
b) Lógico-sistemático - art. 1022, CPC
Aristóteles é o pai da ciência. Começou a trabalhar com o método cientifico, descrevendo os 
fatos. Chegou a ideia, em seguida, do não contraditório. Para que um argumento seja válido, é 
preciso que não seja contraditório (sob pena de invalidação da ideia). Ex.: não pode ser noite e 
dia ao mesmo tempo. À luz do Direito, para sanar a questão da lógica, tem-se um recurso: 
embargos de declaração. 
c) Histórico – trabalhar com alcance da norma
CC/1916  CC/02; CPC 1939  1973 – no auge da ditadura militar  CPC 2015
d) Comparativo
Está relacionado com legislação, doutrina, jurisprudência. É este método que o professor 
sempre roga nas causas de indenização como, por exemplo, contra os maiores litigando, 
quando.: Confronta-se mal maior mal menor – morosidade ou enriquecimento ilícito? Precisa-
se de vontade política! Punitives damages. Ex.: condenação do McDonalds devido à 
queimadura de café na mulher. 
Teleológico – art. 5
º, lei de introdução às normas do direito brasileiro e art. 8º, CPC
Usa-se de embasamento para o método comparativo. Pensa-se na finalidade. A finalidade do 
direito é fazer a justiça. Mas o nosso sistema admite que nem tudo que é licito é justo. Ou seja, 
tem normas legais que são injustas. Isso fere o método teleológico. 
17
Art. 8º CPC Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências 
do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a 
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
 Crítica – constituição de papel/CPC de papel fazendo uma breve referência à Lassale, 
cujo livro a “essência da constituição” retrata os aspectos normativos e efetivos da 
constituição. 
Aula 25/08
Fonte da lei processual - Eficácia da lei processual no espaço
A principal fonte é o CPC – o qual serve também como fonte subsidiária para o processo penal, 
para o processo trabalhista. Esse CPC, oriundo de lei federal, é aplicado em todo território 
brasileiro e tão somente nele. O CPC se aplica em todos os processos no território brasileiro. 
 A jurisdição é exercida em todo o território brasileiro
 art. 16, CPC
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território 
nacional, conforme as disposições deste Código.
 Tem-se a ação chamada.: homologação de sentença estrangeira que é processada 
diretamente no STJ. Este, vai se limitar aos requisitos formais, ratificando a sentença 
estrangeira. Em seguida, é encaminhado para o registro civil brasileiro. 
Ex.: Exemplo de ação que pode: Joãozinho e Mariazinha se casaram há 20 anos atrás no Rio de 
Janeiro e os dois foram promovidos e estão a 15 anos estabelecidos em Paris. E agora 
resolvem se divorciar. Eles são obrigados a vir para o Brasil para fazer o divórcio aqui? Não. 
Podem fazer o divórcio na França. São estados soberanos. A questão é.: O casamento foi feito 
no Brasil, mexeu-se na certidão deles no cartório de Registro Civil no Brasil. Eles podem fazer 
isso na França e contratar um advogado no Brasil para fazer a homologação em Brasília (sede 
do STJ). O STJ não vai julgar nada, só vai se limitar a analisar os requisitos do processo. Vai 
simplesmente ratificar se estiver tudo certo. Com essa decisão, modifico os registros deles. 
Mas o que se preserva é a decisão brasileira, para que essa decisão estrangeira tenha eficácia 
aqui no território brasileiro ela precisa ser homologada, há um procedimento para isso 
(homologação de sentença estrangeira).
Eficácia da lei processual no tempo
18
O novo CPC começou a surtir efeito em 2016, iniciando a sua vigência (apesar de ter sido 
colocado em 2015). Quando ele entrou em vigor, já existia uma série de processos que tinham 
acabados. Esses processos que já acabaram antes da vigência do novo CPC, põe-se como 
encerrado. Por outro lado, os processos que ainda não foram movidos, serão regidos pelo 
novo CPC. A questão que exige um cuidado é que.: a entrada da lei nova em vigência nos 
processos que estão em curso. A eficácia da lei processual no tempo é imediata. Entrou em 
vigor, aplica-se a lei nova. 
Questões importantes.: 1) os atos que já foram praticados conforme a lei anterior, serão 
respeitados. Ex.: o processo entrou em vigor agora e a contestação é daqui a dois meses  
far-se-á a contestação conforme o Novo CPC. 
 Aplica-se imediatamente, ao entrar em vigor, a todos os processos em curso e aos 
futuros. 
 Aos processos em curso, preservar-se-á os atos já praticados conforme a lei processual 
anterior. 
 Art. 1.043 CPC
Obs.: CPC/73 – dia 10 --------------------l------l CPC/15 – dia 17 ---------------l-----------------l dia 25
Aqui eu público a decisão. (Dia 15)
A lei nova não poderia me 
prejudicar. O prazo seria de 5 dias. Vai ser de 15.
A hipótese mais delicada é a seguinte.: Tem-se que o CPC entrou em vigor no dia 17. Mas no 
dia 10, a parte foi intimada para interpor um recurso. Esse recurso tinha 15 dias para recorrer 
(até dia 25). Mas no dia 17 entrou em vigor o Novo CPC, durante o curso do prazo que eu tinha 
para praticar o ato. Digamos, porém, que o CPC novo tenha como prazo para esse recurso 5 
dias, e não mais 15. Teríamos então até o dia 15. Essa lei nova não poderia me prejudicar, 
porque ela entrou no dia 17 dizendo que o prazo era menor. E assim, como não teríamos 
tempo – a lei nova vai respeitar esse prazo anterior. Ela não pode vir e prejudicar. 
Ex.: Dia 10 publicou a decisão da qual caberia os embargos infringentes. Dia 11 entra em vigor 
o Novo CPC e não tem mais embargos infringentes. O “cara” do dia 10 vai ter o direito de usar. 
Se a decisão fosse publicada no dia 13, ele não teria, aplicando-se as normas do NCPC. 
EMBARGOS INFRINGENTES – 1) CPC/73 – 15 dias. 2) CPC/15 – não tem. 
Organização judiciária (art. 92 CF e “CODJERJ”)
Cada Estado, para a sua justiça estadual, tem um código de organizaçãojudiciária própria. 
No caso do RJ, CODJERJ.: tem toda a estrutura do tribunal de justiça do RJ. A lei especial 
prevalece sobre a geral. Primeiro deve-se olhar.: Esse caso é da Justiça Federal? É do direito 
19
militar? É uma relação trabalhista? Por exceção, tem-se a justiça comum. Esta, por sua vez, é 
representada pelos tribunais de justiça. Nesta lógica, o CODJERJ diz.: Estado do RJ, quais 
municípios são comarcas e quais não são. Vai ter um município contiguo, provavelmente um 
pouco maior, que é comarca. Esse município vai ter competência para julgar o processo desse 
município que não é comarca. 
 A lei especial prevalece sobre a comum. Ex.: federal, militar, trabalhista. 
Obs.: embora seja da competência federal julgar crimes em face da União, uma exceção 
possível ocorria em Resende. Lá, como não tinha vara federal, a 2ª vara cível julgava as ações 
como se tivesse competência para tal (mesmo sendo servidor do Estado). Outra exceção, pode 
ser.: pode ser que exista vara única em uma comarca. O que acontece nesse caso? O juiz 
precisa ter amplo conhecimento de matéria processual, crime, família, cível, dentre outros. 
Isso faz com ele julgue muito mais espécie de direitos. Qual a consequência disso? Por exigir 
muito mais do juiz, aumenta-se muito mais as chances/riscos de o magistrado errar. 
A organização judiciária se dá.: 
 1ª instância  julga crimes de 1º grau de jurisdição; 
 Juízes e varas
 2ª instância  exceção se dá quando julga crimes de 1º grau de jurisdição; + 2º grau 
de jurisdição. 
 Desembargadores, câmaras ou turmas.
É assim em regra, mas há exceções no segundo grau – isso ocorre quando este acaba atuando 
na primeira instância. O normal é que o primeiro contato com o judiciário seja na 1ª instância: 
juízes e varas. No tribunal, há desembargadores e câmaras (como no TJ) ou turmas (como a 
Justiça Federal chama). 
Mandado de segurança no RJ contra o governador CODJERJ diz que é movido diretamente na 
segunda instância, mas não é segundo grau porque não é recurso, é segunda instância 
exercendo primeiro grau.
 Obs.: ação rescisória – “o que eu quero atacar é uma sentença de mérito” = não é 
recurso; é quando se acabam todos os recursos. Quando a sentença entrou em 
Trânsito em julgado. Código diz que dependendo da sentença de mérito que já 
transitou em julgado o sujeito tem 2 anos para mover uma outra ação para pegar essa 
sentença e rasgar. Se o juiz é impedido de atuar no processo – pode gerar ação 
rescisória.
Qual o objeto principal da ação rescisória? Uma sentença. Essa ação que vai ser proposta já vai 
ser na segunda instância, porque não faz sentido propor em 1ª instancia (é ilógico ter um juiz 
da 2ª vara cível que tem a mesma hierarquia de competência do juiz que decidiu antes para 
rescindir a decisão). Eles “mandam igual”, então não pode rescindir, tem que ser um órgão de 
instância superior. Mas é a exceção da exceção! Em suma.: Esta que será proposta, quem será 
que vai exercer é a 2ª instância. Cabe em pouquíssimas hipóteses, é exceção. 
20
 1ª instância exercerá, em regra, o 1º grau de jurisdição.: temos as varas (federais, 
cíveis, criminais, família, empresariais, fazenda pública estadual, fazenda pública 
municipal, infância e juventude, trabalho e etc.). 
 2ª instância exercerá, em regra, o 2º grau de jurisdição mediante a interposição de 
recursos: câmaras (ou turmas) cíveis, criminais, do trabalho e etc. pode exercer o 1º 
grau de jurisdição. Quem vai julgar.: desembargadores, TJ, justiça federal (Câmara). 
 Não há a 3ª instância, embora muitos afirmem que, na prática, os tribunais superiores 
(STJ, TST, STF) acabem atuando como. 
 Comarcas – se estiver falando de justiça estadual - (se falar de justiça federal – 
chamamos de seções judiciárias) 
 Fórum – fórum central - (e fóruns regionais = da mesma comarca do fórum central).
Aula 28/08
Jurisdição 
Introdução.: A ideia de se atrelar a conduta à legislação foi de suma relevância numa 
determinada época. Nas vésperas da Revolução Francesa, o que nós tínhamos na Europa, de 
um modo geral, era o poder monárquico concedido pelo direito divino. Fato esse em que a 
monarquia fazia e desfazia o que queria. A ideia de legitimidade, de um poder legitimo, era 
oriunda da vontade divina. O que acontecia? Mandos e desmandos de várias monarquias. 
Existia, portanto, a noção de um direito absoluto – desde às vésperas da Revolução Francesa. 
Vale-se ressaltar que a burguesia fomentava esse sistema. Por outro lado, tinha-se a 
necessidade de conter esses desmandos, e eles conseguiram atrelar a ideia de legitimidade do 
poder quando exercido segundo a lei. Daí, por sua vez, a lei tornou-se o carro chefe. Essa ideia 
encontra-se no nosso Código Civil de 1916, o qual foi inspirado no Código Napoleônico. 
Há algum tempo, percebeu-se que o Conceito clássico, de Chiovenda (processualista clássico), 
precisava ser reescrito, o qual afirmava que a jurisdição “É a função do estado pela qual o juiz 
faz atuar a vontade (da lei) no caso concreto”. Isso já não mais funciona hoje. Em verdade, 
vontade da lei é a vontade do sujeito que faz a lei, ou seja, a vontade do legislador. Daí, cai-se 
numa contradição no nosso sistema porque, se o juiz vai fazer atuar a vontade da lei no caso 
concreto, ele se encontra num patamar inferior à do legislador. Encontra-se uma contradição 
na questão da independência que se encontra no art. 2º da CF. É importante ter isso em mente 
para que não fiquemos à mercê de um Congresso Nacional tão corrupto quanto esse. 
 Leia-se “do direito” (em substituição “da lei”). Afinal de contas o direito não é só a 
lei. (Relembre-se das fontes do direito processual). Interpretar o direito como 
sendo só a lei é uma visão reducionista, a qual faz com que os magistrados se 
coloquem numa situação inferior à do legislador, e faz com que os advogados se 
coloquem numa situação inferior, o MP, a defensoria pública (todos os operadores 
do direito). Isso, por sua vez, nega a própria independência do poder judiciário. 
21
Para se ter uma ideia de como isso estava na corrente sanguínea, o MP pode atuar no 
processo como duas qualidades.: como parte (por ex.: o autor propôs uma ação civil pública 
para defender o interesse da coletividade – meio ambiente, consumidor, o que quer que seja; 
ou propôs uma ação penal pública com crime, assassinato); ou pode atuar como custus legis 
(denominado há dois anos para cá como fiscal do direito, mas denominado como fiscal da lei 
desde o século passado até o início desse século). 
Uma outra questão de difícil compreensão é quando vamos na doutrina e se fala.: “pela 
jurisdição, o Estado procura preservar a paz social”. Mas deve-se entender o que eles quiseram 
dizer por “paz social”. Se, nessa preservação, significa preservar conflitos de interesses, 
preservando antes a questão da propriedade; Ok. Mas, se eu estiver pensando em preservar a 
humanidade e dignidade das pessoas, estaríamos muito longe de atingir esse objetivo. Em 
suma.: Seria, numa análise reflexiva, ignorar as mazelas sociais – preservando o patrimônio - 
em detrimento dos conflitos sociais? Ex.: mendigos na rua.
 Tem o objetivo precípuo, diz a doutrina, de preservar a “paz social”, o que deveria 
ser visto com cautela, exigindo-se conceituar “paz social”. 
A jurisdição é inerte. Princípio da inércia da jurisdição, ou seja, a jurisdição para ser prestada, o 
título do suposto direito ofendido precisa provocar a jurisdição – exercendo o seu direito de 
ação, distribuindo a petição inicial que vai dar início ao processo (conjunto de atos) para que 
se tenha a prestação jurisdicional – sentença. Essa jurisdição provocada vai vir se for 
necessária. Se eu sou credor e tem alguém que me deve; o sujeito vai e me paga, a pessoa 
cumpriu com a obrigação. Cumprida a obrigação, extingue-se o direito que correspondia. 
 Jurisdição propriamenteserve para dirimir conflitos de interesses! Tem-se duas 
pessoas (jurídica, física) que tem interesses diferentes. Quem pode resolver essa 
situação é quem tem poder.: Poder Judiciário que exerce a jurisdição via propositura 
da ação. Nesse sentido, como o Estado detém o monopólio da jurisdição, é ele que 
nós vamos chamar para resolver o conflito de interesses. Deverá ele resolver, 
aplicando no caso concreto, “o direito” (lei, doutrina, jurisprudência, princípios, 
costumes, “equidade” e etc.), inclusive a lei. 
É exercida, como visto no art. 16 do CPC, em todo território nacional, preservando-se a 
soberania brasileira. 
Art. 16 CPC. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território 
nacional, conforme as disposições deste Código.
Estávamos falando que a jurisdição serve como um meio para dirimir/resolver conflito de 
interesses. “Uma parte autora quer isso e a parte ré quer aquilo”. Tem, ainda hoje no CPC, um 
tópico que fala da jurisdição contenciosa; e tem um outro tópico que fala da jurisdição 
voluntária em que é pacifico na doutrina que aqui o Estado/juiz exerce uma função 
administrativa. Administra o interesse dos particulares. Nesse caso, a maior parte da doutrina 
fala que é uma típica função administrativa apesar no nome “jurisdição”. Aqui não tem conflito 
de interesses. Não tem alguém demandando em face de alguém, não tendo autor nem réu. O 
22
que tem, em verdade, são “requerentes”. Exemplo.: art. 733. Tem-se um casal, e eles 
resolvem se divorciar. Esse divorcio pode ser litigioso (conflito de interesses); se for litigioso, 
esse divorcio será por meio de uma jurisdição contenciosa – uma vez que tem decisão judicial 
por meio do exercício da jurisdição. Se for um divórcio amigável, conflito de interesses não há. 
Os interesses caminham no mesmo sentido. Nesse caso o juiz vai se restringir a observar os 
requisitos formais para essa separação. 
 Espécies 
1. Jurisdição contenciosa 
 Há “conflitos de interesses”, partes (autor e réu).
 É propriamente a jurisdição 
2. Jurisdição voluntária 
 Não há “conflito de interesses”, ou seja, os interesses são afins, não há partes, mas 
“requerentes”. 
 Art. 732 CPC, 610, 733.
 Função administrativa. Não há função jurisdicional. Verificar-se-á por meio dos 
seguintes artigos (todos do CPC).:
Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união 
estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão 
ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731. § 
1o A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato 
de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições 
financeiras. § 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos 
por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato 
notarial.
 O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual pode ser feitos 
no Cartório de notas cujo chefe é o tabelião, que não é juiz e não exerce jurisdição. 
Exerce uma função administrativa. Ou seja, aquilo que está dentro da jurisdição 
voluntária pode ser feito fora do poder judiciário, perante alguém que não tem 
jurisdição. Isso porque os interesses caminham no mesmo sentido. 
Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial. § 
1o - Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por 
escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como 
para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. § 2o - O tabelião 
somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por 
advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
 O procedimento para transferir os bens do falecido para quem de direito é via 
inventario. Se tiver interessado incapaz, precisa-se ir para a esfera judicial. 
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Art. 723. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. O juiz não é 
obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que 
considerar mais conveniente ou oportuna. 
 Equidade. O juiz está autorizado à equidade. 
Este artigo está dentro do tópico de procedimentos de jurisdição voluntária. O legislador 
autoriza o juiz a decidir por equidade no art. 723 que está inserido no tópico de jurisdição 
voluntária (que não tem conflito de interesses). Se não tem conflito de interesses ele vai 
decidir o que? Começa-se a perceber nas entrelinhas a malícia do sistema. Nos casos que não 
estão previstas em lei, o juiz não pode usar a equidade. Ele deve usar a legalidade estrita. 
Desse modo, observa-se um juiz dependente do legislativo. 
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do 
ordenamento jurídico (afinal de contas nós temos o Princípio da indelegabilidade – não pode 
deixar de decidir.) Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em 
lei. Ou seja, o juiz só decidirá por equidade quando o legislador autorizar. 
 Retomar a próxima aula com art. 2º - tripartição dos poderes. 
 Diz o art. 2º da CF que coexistem, em harmonia e independência, os poderes 
legislativos, executivo e judiciário, o que, igualmente, merece críticas. 
A teoria da tripartição do poder por Montesquieu visa a melhor administração do poder 
público que, em sua leitura, é UNO. Limites vão aparecer com as competências dos juízes, ou 
seja, o limite da jurisdição é até aonde surgem as competências. O exercício da jurisdição é 
delimitado pela competência para potencializar essa função. 
O que se quer é deixar o juiz mais especialista possível em uma determinada matéria, 
atenuando os riscos de ele errar. Ao fazer isso, ou melhor, em fazendo assim, estou utilizando 
de um fator limitador que é a competência. Temos, portanto, a ideia de otimização do poder 
utilizada por Montesquieu, no próprio judiciário. 
Aula 06/09
Relembrando a aula anterior.: vale-se relembrar a filosofia de Montesquieu, segundo a qual o 
poder é uno. A teoria da tripartição (legislativo, executivo e judiciário) se deu em razão de 
buscar a buscar a melhor administração desse poder; serviria para potencializar o exercício do 
poder estatal que é uno. 
No caso da jurisdição, nós temos algo parecido. A ideia de jurisdição, em sua essência, é 
resolver conflito de interesses. A explicação melhor encontra-se a seguir.:
Jurisdição 
 A jurisdição é una porque seu objeto, que é a resolução de conflitos de interesses 
– é único, seja ela cível, penal, trabalhista, eleitoral, militar, estadual ou federal, de 
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hierarquia superior ou inferior. No fundo, o que se pretende com o exercício da 
jurisdição é a resolução do conflito de interesses, dando àquele sujeito, o seu 
direito.
 Classificação.: 
Pergunta-se.: o que prevalece? A norma especial ou a geral? A especial. Chegou o caso 
concreto e pergunta-se qual é a jurisdição. Se não for especial, o que nos sobra é jurisdição 
comum.
1. Jurisdição comum (ordinária)
Corresponde ao Tribunal de Justiça dos estados; é feito por exclusão dos demais tipos de 
jurisdição. Os normativos para isso se encontram na Constituição. 
2. Jurisdição especial 
2.1.Jurisdição federal (art. 109, I, p.3º e 4º CF)
2.2.Jurisdição trabalhista (art. 112 e 114 CF)
2.3.Jurisdição eleitoral (art. 121, CF)
2.4.Jurisdição militar (art. 124, 125 p4º CF)
2.5.Jurisdição itinerante (art. 125, p7º, CF)
É a modalidade com a qual se presta a jurisdição de maneira itinerante. Muito presente em 
locais mais afastados, ex.: Amazônia. Mas no que concerne a conflitos de interesses, à 
jurisdição, a questãoé um pouco mais complexa. 
 A jurisdição é “função típica” do poder judiciário que, de forma “atípica”, exerce as 
funções legislativas e executiva. É a função própria do poder judiciário, é exercer a 
jurisdição. O judiciário pode editar artigos e resoluções, como função atípica, e além 
de exercer essa função legislativa sob a sua organização interna, vai executar, 
administrar o próprio tribunal. 
 No mesmo sentido, o poder legislativo, cuja “função típica” é legislar, fazer leis, exerce 
como “função atípica” a jurisdição que, nos termos do art. 52, I e II, CF, julgará através 
do Congresso Nacional determinadas questões contra o presidente, vice-presidente, 
ministros de estado e etc. Ou seja, o legislativo pode ter, excepcionalmente, a função 
jurisdicional. Vê-se como exemplo o Impeachment da Dilma, que não ocorreu no 
Judiciário, mas sim no Senado. 
Por meio do dispositivo a seguir mencionado ilustrar-se-á a função atípica do Poder Legislativo.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o 
Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de 
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma 
natureza conexos com aqueles; II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério 
Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de 
responsabilidade; 
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 A jurisdição pode ser, na doutrina, compreendida como: 
a) Atividade provocada
Sabe-se que a jurisdição é inerte. Para que se provoque a jurisdição, é preciso que se tenha o 
Princípio do Dispositivo, da Demanda ou da Iniciativa das partes. Sem isso, o máximo que o 
juiz pode fazer é extrair peça para o Ministério Público, ou dar uma ordem de prisão de 
momento. Mas, processar e julgar sem que seja provocada a jurisdição, sem que o MP 
proponha a ação penal ou nós, se o direito violado for nosso, a jurisdição nada faz.
b) Atividade pública
Pública porque é exercida por Servidores Públicos e o Estado tem o monopólio da jurisdição. A 
EXCEÇÃO aqui, mas que também não é jurisdição, é a legítima defesa da posse e legítima 
defesa do corpo. 
c) Atividade substituta
CASO HIPOTÉTICO.: estava precisando de R$20.000,00 e com nome sujo, em todos os órgãos 
de restrição ao crédito, até interpol; minha família virou as costas, meus amigos viraram as 
costas, meus vizinhos viraram as costas; só o porteiro quis me ajudar, mas não tinha. Apareceu 
alguém, contudo, que me emprestou os R$20.000,00 quando eu estava no fundo do poço. A 
tendência é olhar para aquela pessoa como uma salvação. Chegou o dia do vencimento, eu 
não recebi o que tinha para receber, liguei e expliquei que não recebi. Ele, então, disse que 
quando eu recebesse eu pagasse, que estaria tudo ok. Estou com dinheiro e vou pagar, e 
constrangido, não peço o recibo. Para pior, pago em espécie. E ainda, não tinha nenhuma 
testemunha. Se meu credor propuser uma ação de cobrança, juntando o papel de 
transferência do empréstimo de 20K, reunir informações, eu sairia prejudicado porque não 
temos prova que eu tinha pago. – A regra básica é.: aquele que alega deve provar. Então, 
mesmo que eu tenha falado em juízo que paguei, devo eu ter de provar que paguei. Daí, 
afirma-se.: “Quem paga mal paga duas vezes”. O que o judiciário decidir vai prevalecer, 
porque é atividade substitutiva. Vai vir a prestação jurisdicional; se não é aquilo que você quer, 
vai prevalecer o que foi decidido, mesmo nesse exemplo supramencionado. 
Colocação.: a decisão judicial vai substituir a vontade das partes. Ou seja, vai substituir a sua 
vontade em prol do exercício jurisdicional do Estado, que tem o monopólio da jurisdição. 
d) Atividade indeclinável 
Aqui tem-se que o juiz não pode declinar na sua atribuição. As exceções que podem aparecer 
em relação a indeclinabilidade do juiz, são.: 1) impedimento; 2) suspeição. São hipóteses que 
mitigam a indeclinabilidade. O juiz recebeu o processo, não pode se negar a julgar, como regra 
geral. Contudo, tem-se alguns fatores que vão mitigar uma característica que todos os juízes, 
na medida do possível, devem ter.: Imparcialidade. Deve aplicar o direito de forma imparcial. 
Nos casos do impedimento, a parcialidade do juiz vem de uma presunção absoluta. Na 
suspeição, a presunção é relativa; são casos de amizade/inimizade, ex.: Caso do Gilmar 
Mendes, do Barato – é uma questão mais delicada. 
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 A Parcialidade pode ser – 1) presunção absoluta; 2) presunção relativa. 
Essa jurisdição que é uma função primordial do Estado e fundamental necessário para uma 
vida em sociedade, não pode sofrer influências externas. O juiz que, por exemplo, atua na 
Justiça Federal, vai julgar muitos processos. E em meio a esses, haverá partes que, hora autor, 
hora ré, o próprio “treinador”. O juiz federal é funcionário público federal. Se estivéssemos 
pensando em uma esfera privada, e o sujeito praticasse um ato contra a empresa, era o olho 
da rua. O que acontece? Esses juízes precisam de certas garantias para que exerça a jurisdição 
conforme nós esperamos. Na justiça estadual, é funcionário público estadual; tribunal de 
justiça. Vai julgar muitos processos em que estão envolvidos o Estado do RJ, muitas vezes 
como autor, ou como réu. Assim, tem-se certas garantias previstas na Constituição para que o 
juiz possa exercer com zelo, a jurisdição. Estão no art. 95 CF/88; servem para preservar a 
imparcialidade dos juízes. 
 A jurisdição é, dentre outros que serão tratados em tópico próprio, um dos 
“pressupostos processuais” que podemos resumir, aqui, da seguinte forma: partes, 
capacidade postulatória, pedido e jurisdição. 
 Relembre-se, também, que embora seja atividade de um poder (Poder Judiciário) é na 
realidade em Poder-Dever tendo em vista o monopólio, mantido pelo estado. 
 Para resguardar o efetivo exercício da jurisdição, a CF reservou aos órgãos judiciais, 
certas garantias dispostas no art. 95:
1. Vitaliciedade 
2. Inamovibilidade Preservação da imparcialidade
3. Irredutibilidade de subsídios 
 
1. Vitaliciedade. 
O estágio probatório para o juiz são de 02 (dois) anos. Para adquirir a estabilidade, elevada a 
potência. Chama-se vitaliciedade. Funcionário público em geral, seria estabilidade. É 
necessária uma sentença judicial para que o juiz perca o cargo, além de um processo 
administrativo. Segundo Magno, tem muito corporativismo. 
2. Inamovibilidade
A partir do momento em que o juiz adquire a titularidade de um determinado juízo, de uma 
determinada vara, ele só sairá dali caso ele queira. Não haverá uma pressão externa para 
mandá-lo embora. 
3. Irredutibilidade de subsídios
Consiste no fato em que os subsídios não podem ser reduzidos, cortados. 
Relembrando.: a jurisdição é a atividade do poder judiciário, consiste em um poder-dever. O 
Estado, neste sentido, pensando em uma condição de crédito e débito, se coloca numa 
situação de devedor – enquanto nós somos credores da prestação jurisdicional. O Estado é 
obrigado à prestação jurisdicional. 
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Para concluir.: a jurisdição é um dos pressupostos processuais que estudaremos mais para o 
final do semestre. Podemos resumir da seguinte forma.: 
1. Partes; Capacidade postulatória, quem tem em regra é o advogado; pedido e 
jurisdição. 
Pressuposto processual.: para que um processo exista, são necessários alguns elementos 
processuais. 
1. Partes – autora e ré, e seus respectivos advogados. Relação jurídica processual. Autor 
e réu precisam de capacidade postulatória – que é atribuição que o sujeito tem para 
postular pedidos perante o judiciário. E quem é esse sujeito? O advogado. 
2. Pedido– não tem processo se não tem pedido. Vai ser formulado e requerido pela 
jurisdição. 
Em regra, a relação jurídica processual é constituída por uma relação jurídica material. 
Aula 11/09
OBS.: Alguns princípios já foram vistos, os quais não caberá retomá-los na aula de hoje. Ex.: 
Indegabilidade, indeclinabilidade, Juiz Natural. 
Princípios fundamentais da jurisdição
a) Princípio da investidura 
Jurisdição é monopólio do ESTADO, que por sua vez será prestada por um servidor daquele 
poder judiciário que tenha atribuição para a função jurisdicional. O escrevente é servidor, o 
serventuário é servidor, o oficial de justiça é servidor. Deve ser um Servidor para essa função. 
Ressalva.: enquanto não tomar posse não pode julgar. Tomei posse, posso julgar? Enquanto o 
tribunal não me mandar para aquela vara para que eu trabalhe lá, não, não posso. É preciso 
que seja investido na jurisdição, caso contrário seria usurpação de função pública – é crime. 
Não é só ser juiz, é ser juiz investido na função. 
28
OBS.: art. 328, CP - Usurpação de função pública - Art. 328 - Usurpar o exercício de função 
pública: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se do fato o 
agente aufere vantagem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
b) Princípio da aderência ao território 
Todos os juízes têm jurisdição quando estiverem investidos na função. Mas isso não quer dizer 
que todos os juízes investidos na função de jurisdição podem julgar qualquer coisa. Se estou 
locado na 2ª vara cível de Niterói, só poderei atuar em processos da 2ª vara cível de Niterói. 
Aqui vão começar as regras de Competência que vamos começar a estudar. O que temos? 
 Ex.: Testemunha, acaba servindo como auxiliar na justiça. Ninguém pode se recusar a 
auxiliar a justiça, sendo inclusive um dispositivo da Lei. Posso não ser testemunha em 
casos parecidos como nos de impedimento e suspeição. Se eu não tiver nessas 
hipóteses e disser.: excelência, não quero ir e não vou no dia da audiência, o juiz vai 
determinar a condução coercitiva. Auxilio de força policial, pois a ninguém é dado o 
direito de não contribuir com a justiça. Agora, o problema que temos aqui é o 
seguinte.: estou falando da 3ª vara de família de São Gonçalo. E a testemunha chave 
no caso de divórcio, mora em Resende. Cidades muito distantes uma da outra. O juiz 
de São Gonçalo, por sua vez, não tem o direito de vir para Resende e realizar uma 
audiência para colher o depoimento da testemunha. Resende também é comarca, e 
em sendo comarca também tem os seus juízes. O que acontece? Se eu estou em São 
Gonçalo, os meus poderes jurisdicionais serão exercidos ali. Mas eu preciso praticar 
determinados atos que estão em uma outra comarca. Farei isso conforme o 
mecanismo de solicitação, um favor ao juiz de Resende. Tem-se instrumentos 
processuais para isso, por ex.: carta precatória. Com o processo eletrônico tem-se 
facilitado muito. Vou juntar cópias da petição inicial, cópias das perguntas que o juiz 
faria (o juiz de São Gonçalo), e vai ser enviado via malote para Resende. Chegando no 
fórum, vai ser distribuído entre as varas de família. E, assim, o juiz da vara de família 
vai fazer um favor. Vai designar uma data para audiência, determinar a intimação da 
testemunha para comparecer, e vai fazer as perguntas. Os advogados devem, por 
prudência, comparecer. Acabou aquilo tudo, fecha, dá baixo na distribuição (aquele nº 
gigantesco do processo); não tem mais a carta precatória, pega e devolve para São 
Gonçalo. A mesma coisa vai acontecer com Oficial de Justiça. Ex.: Oficial de Justiça do 
RJ não tem atribuição para fazer uma Citação em Resende; nova Carta Precatória. 
OBS. Princípio da cooperação 
Magno seguiu a aula e leu o art. 5º, XXXV CF/88; art. 328 CP; art. 345 CP.
Art. 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a 
direito; é o acesso à justiça. 
Art. 345 CP - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, 
salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da 
pena correspondente à violência. Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente 
se procede mediante queixa.
Essas hipóteses também se aplicam ao Perito; que se aplicam às seguintes hipóteses.: 
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Art. 144 CPC. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - Em que interveio como mandatário da parte (advogado da parte), oficiou como perito, 
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
caso em que o juiz já sustentava uma tese no caso concreto; ele vai decidir alguma coisa 
diferente que ele sustentava? Não. Aqui se põe em xeque a questão da imparcialidade. 
II - De que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; sou juiz, já as 
vésperas da minha promoção no Tribunal, vou virar desembargador. Proferi nesse mês 10 
sentenças. Saiu minha promoção, fui para a 2ª câmara cível, agora sou desembargador. 
Aquelas sentenças foram algo de recurso, e das 10 sentenças que proferi mês passado, 02 
(dois) recursos caíram para mim na 2ª câmara cível. Não posso julgar; porque senão qual é o 
duplo grau de jurisdição que a parte está tendo acesso? Eu, juiz, 1º grau, proferi a minha 
decisão conforme o meu entendimento. Aí, via recurso, vai para a 2ª instancia. Eu, por outro 
lado, vou votar diferente e dar sentença de maluco? Não, não vou. Então na verdade a parte 
não tem, nesse caso, um segundo grau de jurisdição. 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do 
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, 
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; ex.: Gilmar Mendes dá habeas corpus 
para o Barata.
(...) o dispositivo não acaba aqui, mas o professor pede para seguir para Suspeição. 
 A suspeição é uma situação menos grave que o impedimento. Neste, gera-se a 
nulidade do ato, dá ensejo à ação rescisória. A suspeição gera efeitos diferentes. 
Art. 145 CPC
Há suspeição do juiz:
I - Amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - Que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de 
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que 
subministrar meios para atender às despesas do litígio; ex.: encontros feitos por Planos de 
Saúde para juízes, desembargadores. 
(...) o dispositivo não se esgota aqui, mas teremos um momento propício para retomá-lo. 
c) Princípio da indelegabilidade 
d) Princípio da indeclinabilidade (impedimento e suspeição)
Exercício arbitrário das próprias razões
e) Princípio do juiz natural 
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Aqui deve-se preservar a imparcialidade. Não estamos diante de uma loteria, de uma escolha, 
opção. Não é possível a escolha de um juízo. Relembre-se dos advogados de antigamente que 
iam para o fórum com 15 petições iniciais idênticas, do mesmo processo, para distribuir. Assim 
sendo, esperava que o processo caísse em um juízo de sua vontade. 
f) Princípio da inércia da jurisdição – princípio do dispositivo, da demanda. 
Princípio no qual nenhum juiz prestará tutela sem que a parte a provoque. 
 Críticas à jurisdição 
1. Conceito e sua aplicação; 
Aplicação da lei no caso concreto que vigora na corrente sanguínea dos operados do direito, 
atentado ao jurisdicionado. 
2. Direitos “sem” instrumentos hábeis à efetividade da jurisdição 
A questão da tutela inibitória (art. 85 + 487, CPC) – tutela para coibir a prática de 
determinados atos. Tutela antecipada para que o réu se abstenha. 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. Nós 
estamos combinando com o art. 487 CPC. (...) Magno não trabalhou com todo o dispositivo. 
Art. 487. Haverá resolução

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