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1 Teoria Geral do Processo - TGP Prof. Carlos Magno Bianca Ferreira – 2017.2 Datas: 1. P1: 06/10 2. P2: 24/11 3. 2ª CH: 27/11 4. PF: 04/12 Conteúdo programático: 1. Processo e noções gerais 2. Direito processual – noções gerais 3. Evolução histórica – noções gerais 4. Meios alternativos de soluções de conflitos 5. Norma processual: fontes do direito processual Eficácia da lei processual no tempo e no espaço 6. Organização judiciária 7. Trilogia do processo: jurisdição, ação e processo Jurisdição: conceitos, princípios e características. Classificações: contenciosa e voluntaria Competência: conceitos e características Absoluta e relativa Modificação da competência: fundamentos políticos da economia processual e segurança jurídica Prevenção, conexão e continência. Ação: conceito e características Espécies de ações Condições da ação Elementos da ação Concurso objetivo de ações Concurso subjetivo de ações Processo: conceito; espécies; sujeitos principais e secundários do processo; Pressupostos processuais Doutrina: 1. Cássio Scarpinella Bueno – Manual de Direito processual civil bem técnico 2. Luiz Guilherme Marinoni – Teoria Geral do Processo politico 3. Fredie Didier – Curso de Direito processual civil, vol I. 4. Alexandre Câmara – O Novo Processo Civil 5. Leonardo Greco – Instituições de P. Civil, Vol. I. 6. Carreira Alvim – Teoria Geral do Processo 2 7. Humberto Theodoro Jr. – curso de Direito Processual Civil, vol. I 8. Ada Pellegrini Grinover – TGP 9. Novo CPC Aula 04/08 Processo conceito clássico: é o conjunto de atos praticados de forma coordenada visando a prestação jurisdicional (Chiovenda); Vai se realizar por meio do procedimento. Principais atos processuais: 1. Petição inicial 2. Citação 3. Audiência de conciliação ou de mediação 4. Contestação 5. Réplica 6. AIJ – audiência de instrução e julgamento 7. Sentença Obs.: no antigo CPC: citação réplica. Sendo os principais atos (NCPC): Petição inicial (1)→ Citação (2) → Audiência de conciliação ou de mediação (3)→ Contestação (4) → réplica (5) → Audiência de instrução e julgamento (A.I.J.)(6) → Sentença (7). CPC antigo: Petição inicial → Citação → Contestação → Réplica → Audiência de conciliação → Audiência de Instrução e Julgamento → Sentença Todos estes são atos isolados e se realizam via o procedimento. Perceba que o novo CPC inverteu a ordem, puxando a conciliação para antes da conciliação e da réplica, pois se tiver um acordo, o juiz não terá que ler contestação e réplica. Teoricamente, estaria ótimo. O novo CPC tenta fazer essa conciliação primeiramente, porém, o acordo entre as partes normalmente as pessoas tentam fazer antes de levar a justiça e, por não terem entrado nesse acordo, as partes ou a parte entra na justiça. Frequentemente, uma das partes nem quer mais um acordo, quer a punição da outra parte e sua indenização. Não foi essa alteração que conseguiu mudar a atual situação da justiça com sua lentidão. OBS.: Não são apenas estes atos citados anteriormente dentro do processo, existem outros, porém, os citados são os principais do processo. Vale-se destacar que não são necessários todos os atos, uma vez que se uma das partes aceitar a proposta na audiência de conciliação, já se profere a sentença. Aula 07/08 JEC’S – juizados especiais cíveis: 1. Petição inicial 3 2. Citação (do réu) 3. Audiência de conciliação + AIJ + contestação (do réu) + instrução probatória + sentença Obs.: audiência de conciliação magistrado ou juiz leigo. Obs2.: sentença – caso for o juiz leigo minuta. Depois de elaborada, será enviada para o juiz togado para que seja ratificada ou não. Juiz togado Juízes leigos (advogados) Conciliadores “Crítica” – o juiz do tem contato uma única vez com o processo. Observações buscadas na internet: O que são Juizados Especiais Cíveis? Órgãos do Poder Judiciário, disciplinados pela Lei n.º 9.099/95, são um importante meio de acesso à justiça, pois permitem que cidadãos busquem soluções para seus conflitos cotidianos de forma rápida, eficiente e gratuita. Nos juizados especiais sempre se busca um acordo entre as pessoas. Quando não há acordo, o problema passa a ser decidido pelo Juiz. Lembre-se: O exercício do direito de ação nos Juizados Especiais Cíveis é facultativo para a parte autora que, se assim escolher, aceitará expressamente os limites processuais da Lei 9.099/99, como, por exemplo: a inexistência de prova pericial e de citação por edital; via de regra, a impossibilidade de representação por procuração e todos os instrumentos processuais existentes somente na Justiça Comum. Fontes do Direito Processual Estudo necessário ao conhecimento do que pode ou não ser considerado direito. Podem ser: 1) Fonte formal Possui força vinculante/obrigatória no direito positivo e representada pela lei. 2) Fonte Material Não possui força vinculante; serve para esclarecimento da fonte formal e o seu alcance. a) Princípios Gerais do Direito Ex.: direito de petição/acesso à justiça Devido processo legal – o qual pressupõe o contraditório e a ampla defesa; Contraditório: ex.: lei de arbitragem – lei 9307 – pode-se desconsiderar o P. da Legalidade; tem-se nesta modalidade, altos honorários advocatícios. 4 b) Costumes condutas reiteradas e socialmente aceitas. Ex.: infanticídio indígena. c) Doutrina d) Jurisprudência Entendimento majoritário do tribunal Não tinha força vinculante, o que tem mudado. Ex.: sumula vinculante do STF Novo CPC força dos precedentes A Súmula vinculante seria fonte formal, como OBS. (Súmula vinculante do STF e precedentes e) Equidade Justiça no caso concreto “Nem tudo que é licito é justo” – contraria parte da filosofia platônica que defende que: para ser considerado direito, deve ser justo. A lei é um meio para a justiça. f) Religião Fonte da estrutura social Estes dois últimos não são considerados, sob a ótica majoritária, como fontes do direito processual. Obs.: jurisdição – conceito: função do Estado com a qual o juiz faz valer a vontade da lei no caso concreto. Crítica: e se, na minha hipótese, não haver lei, não há direito? Sob a ótica crítica, tem-se que tal conceito reduz a função e discricionariedade do juiz, bem como a função do advogado, do defensor público e do MP. Contudo, acrescenta-se o aspecto político – sendo este a vontade do sujeito que fez a lei - legislativo. Assim, tem-se em outro aspecto, que: deve- se cumprir o direito e não necessariamente a LEI. Aqui, assim sendo, entra o seguinte conflito: Jurisdição X legisdição. Vale-se deixar salientado que a fonte material não tem força vinculante, sendo assim, não é obrigatória. Ela tem como função o esclarecimento do alcance da norma. Ex.: compete privativamente a União legislar sobre – etc. aqui, tem-se que o processo deve ser legislado pela União. Noutro lado, tem-se que: compete concorrentemente aos Estados, DF e União, legislar sobre o processo. Aqui, encontra-se uma controvérsia. Como pode o processo ser legislado privativamente pela União e, ao mesmo tempo, concorrentemente pela União, Estados e DF? Aqui, deixa-se claro, por meio da doutrina majoritária, que: sobre o processo JUDICIAL, quem tem competência para legislar é a União. Por outro lado, tem-se que o processo ADMINISTRATIVO pode ser legislado concorrentemente. Esse esclarecimento, portanto, advém da fonte material doutrina! Aula 11/08 Princípios dentro dos princípios há duas especiais: há “princípios fundamentais”, diz a doutrina, relativos à garantia do exercício da cidadania. Apesar de ser considerada uma constituição de vanguarda, ou seja, uma das mais elaboradas do mundo, vê-se que, 5 materialmente, os direitos não são realmente salvaguardados – como a dignidadeda pessoa humana, por exemplo. Aqui, mencionou-se Lassale, cujo livro “a essência da constituição” remonta à ideia da constituição de papel e põe em xeque a eficácia da mesma. Há também “princípios informativos”, referentes à diretrizes técnicas, que inspiram à edição de normas processuais. 1) Princípios fundamentais a) Princípio do Direito de Petição (art. 5º, XXXIV e XXXIX, CF) Esse princípio está relacionado com a ideia do acesso à justiça, todos nós temos a garantia de buscarmos de buscarmos a prestação jurisdicional, inclusive se nós não tivermos o direito. “Se eu quisesse sair daqui, e ir para o judiciário propor uma ação de alimentos dizendo que a Beatriz é meu pai – ela é mulher, mais nova – se eu quiser, eu tenho direito de entrar com o processo. Apesar de que o processo não vai resultar naquilo que eu espero. Ele será extinto antes mesmo do juiz analisar o direito material”. O processo só foi instaurado porque alguém propôs a ação e, assim, exerceu o direito constitucional de ação. Art. 5º - XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Direito material Direito processual Ex.: alimento, família – quem regula é o CC Responsabilidade civil Juiz (Estado) autor réu – relação jurídica processual. Tal relação, por sua vez, é assentada, em regra, numa relação jurídica material. Relação jurídica material: Credor devedor Ação de cobrança Filho pai Ação de alimentos Esposa marido Ação de divórcio Locador locatário Indenização Vítima agente Ação de despejo Obs.: pode-se ter uma relação jurídica material e não ter uma relação jurídica processual. O inverso também pode ocorrer (mover uma ação sem ter o direito). Direito processual não se confunde com o direito material. 6 O direito de petição é uma garantia constitucional. Processo, independentemente da existência do direito material. b) Princípio da Inafastabilidade do controle jurisdicional (art. 5º, XXXV, LXXIV CF; art. 140 CPC. A partir do momento em que o Estado diz que você não poderá mais exercer a “autotutela” –justiça com as próprias mãos; Ex.: quando se coloca uma cerca elétrica – deve-se informar a existência de alta carga elétrica; “sorria, você está sendo filmado”; “esta ligação está sendo gravada” – para dar a transparência exigida pela democracia. Desse modo, o Estado precisa trazer mecanismos para que a “justiça”/o direito seja aplicado; e ainda, não pode se recusar a tutelar direitos. Em verdade, ele pode se recusar a tutelar direitos sim, se eu exercitar o meu direito de ação sem observar os requisitos necessários para o exercício desse direito. Esses requisitos necessários, em modo genérico, estão nas normas processuais. Como eu faço uma petição inicial? Esta regulado no direito processual. Não se pode afastar o controle jurisdicional. Contudo, para isso, necessita-se respeitar certos requisitos. “Quando eu movo a ação, eu necessito respeitar certos requisitos. E aonde eu vejo isso? CPC. ”. A inafastabilidade do controle jurisdicional, em tese, num primeiro momento, dependendo da situação, vem quando lê-se “Lei de arbitragem” – lei 9307/96. Isso porque, se teve um contrato em que os contratantes fizeram uma clausula, como a seguinte: “no caso de desavença contratual, não se recorrerá ao judiciário, mas sim à arbitragem”. Se isso ocorrer, havendo a violação de direitos, a gente precisa procurar um árbitro. Mesmo assim, há a necessidade de mitigação, uma vez que o árbitro não é membro do poder judiciário. Certos poderes ele não tem. Ex.: o juiz quando recebe a petição inicial, dá ordem: cite-se o réu. A citação ao réu vai dar ciência ao mesmo de que há uma ação sendo movida em face dele; e que ele tem o direito de se defender. Se ele não apresentar a contestação, ele será qualificado como um réu revel: a revelia, em regra, torna todos os fatos narrados pelo autor, na petição inicial, presumidos como verdadeiros. A consequência disso, na esmagadora maioria, é a condenação do réu. Cerne da questão: “se não houver contestação, os fatos serão presumidos verdadeiros”. Se os fatos são verdadeiros, porque ouvir testemunhas, ver provas? Logo, o fato é verdadeiro. O que precisa ser feito? Julgar procedente a ação provida em face do réu. Se há uma clausula de arbitragem no contrato, e eu sou um dos contratantes e tive o meu direito violado, antes de ir ao judiciário – encaminha-se à arbitragem. Vale-se lembrar que o árbitro não tem poder jurisdicional, daí a ideia de que não vale a pena recorrer ao judiciário de primeira. Há uma relativização em relação a esse princípio. Se tiver lei de arbitragem, num primeiro momento está afastada a via jurisdicional. Contido, isso não é absoluto – e sim, relativo. Eu fui para arbitragem, tentei de toda forma trazer a outra parte para o processo de arbitragem para resolver a questão, ela não veio, não tenho como forçar – agora recorre-se ao órgão que tem poder que, no caso, é o judiciário. Obs.: AI-5 – essa questão foi mitigada na época do AI-5. Art. 5º - XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 7 LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; Art. 140 CPC - O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. c) Princípio do Juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII, CF) Relacionado com a ideia de imparcialidade – não pode tomar partido de lugar nenhum. Significa dizer que, quando algum processo for levado ao judiciário, levar a petição inicial, ela vai a chamada livre distribuição. Obs.: tribunal de exceção a constituição sustenta que não haverá tribunais de exceção. Na leitura do professor, Serasa, SPC são tribunais de exceção. Art. 5º - XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; d) Princípio da fundamentação das decisões (art. 93, IX, CF – e art. 489 CPC) Todas as decisões judiciais, diz o art. 93, IX CF/88, deverão ser fundamentadas sob pena de nulidade. A parte tem o direito de saber os motivos pelos quais o pedido foi julgado procedente ou improcedente, ou procedente em pai, ou o motivo pelo qual alguém vira réu em um processo. 1ª instância _______---------2ª instância/2ºgrau de jurisdição recurso/recorrente – aquele que já correu em 1º grau. Para que eu faça um recurso e o tribunal entenda o que aconteceu, é necessário que eu conheça as razoes pelas quais eu fui condenado. Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: IX - todos Os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; Art. 489 CPC - São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolveráas questões principais que as partes lhe submeterem. § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o 8 motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. § 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. § 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa- fé. e) Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, LIX, CF) f) Princípio da Ampla Defesa e do Contraditório (art. 5º, LV, CF) – embutidos no PDPL Direito de praticar todos os atos processuais possíveis, inclusive com provas. O exercício dessa ampla defesa, se uma das partes está praticando vários atos no exercício da ampla defesa, estes atos praticados por exemplo pela parte autora, o réu, a parte ré, vai ter direito de se manifestar. Ex.: petição inicial: o réu é citado e, por conseguinte, contesta. O devido processo legal vai ser verificado quando nós tivermos a ampla defesa respeita e o contraditório. Art. 5º - LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; g) Princípio da Isonomia (art. 5º, caput, CF) Igualdade de tratamento Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 9 h) Princípio da Celeridade (art. 5º, LXXVIII) Foi incluído com a EC45/04, que diz que o processo para ser efetivo, deve ser célere. A prestação jurisdicional deve se dar em um tempo hábil. Hábil a que ponto? A ponto de que o titular do direito possa gozar de seus direitos. Obs.: EC – 45/2004 Adentro – livro: teologia política – nome que prestigia determinada classe. Carl schimitt Aula 18/08 Princípio do Devido Processo Legal Introduzido pela CF/88, embora tenha sido empregado na Inglaterra em 1354, tendo surgido, em essência, em 1215 na Magna Carta (João sem-terra). Compreendido sob dois aspetos: 1. Substantive due processo of law devido processo legal sob a ótica substantiva - visa garantir a vida, liberdade e propriedade, impondo às decisões o emprego da razão (princípios da proporcionalidade e da razoabilidade). Faz com as decisões judiciais se ateiam a esses valores existentes no ordenamento jurídico. Uma vez que a gente fala que estamos na onda do estado democrático de direito; já passamos pelo estado de direito. Contudo, no fundo a democracia serve para justificar as decisões hierárquicas tomadas pelos órgãos superiores. 2. Procedure due processo of law devido processo legal sob a ótica processual – visa garantir o pleno acesso à justiça. Daí vem uma nova discussão na doutrina: o que seria o acesso à justiça: seria o acesso ao judiciário/propor uma ação; ou o acesso/realização, de fato, aos direitos? A ideia é montar mecanismos para que esses direitos possam ser efetivados. Contudo, vê-se que “efetivar” direitos não é a prioridade. Kazuo Watanabe (de uma forma simples sintetiza a essência – que estamos longe). Acesso à uma ordem jurídica justa. Pensa-se em leis, costumes, jurisprudência, doutrinas justas. É uma forma de pensamento utópica, talvez platônica, principalmente no sistema em que a injustiça é legalizada (Nem tudo que é lícito é justo). É necessária vontade política para fazer as coisas acontecerem no âmbito processual. Assegurar às partes as faculdades processuais, a participação no processo (conjunto de atos praticados de forma coordenada tendo visando a prestação jurisdicional, sentença.) Deve-se garantir o exercício/as faculdades dos atos processuais –ex.: mandado de citação. Tenta-se trazer uma certa isonomia e, assim, surgiu a Defensoria Pública em 1988. Isso não é suficiente; a legitimidade das decisões - aqui a ideia do Juiz Natural é remetida – juiz imparcial. Baseia-se nas decisões legítimas tomadas por quem é órgão do poder, que no caso é o magistrado, juiz togado. Disto mencionado, surgem os princípios do contraditório e da ampla defesa, os quais foram explicados na última aula. Princípios do contraditório, ampla defesa (exercício pleno 10 das faculdades processuais de todos os atos processuais) e razoável duração do processo – daí interroga-se: o que vem a ser algo razoável? Em 2004 entrou princípio da celeridade no art. 5º como garantia fundamental. Este acaba, por sua vez, contrapondo-se à morosidade judicial. Obs.: maiores litigantes ligados aos direitos do consumidor. Isso ocorre devido ao raciocínio mercadológico pensando unicamente no lucro. Doutrina: traduz a supremacia da lei Leonardo Greco e etc (garantistas – pensa-se muito na legalidade). Isso significa dizer que olha para o direito e vê a lei. Quando se diz que é o princípio da legalidade, a lei está acima de tudo. Então, o juiz está no patamar inferior. Obs.: “consenso de Washington” – se quisesse contar com o capital estrangeiro, dever-se-ia abrir o mercado. Foi na verdade uma imposição e, assim, os mercados foram abertos. Muitas empresas quebraram/faliram. Obs.: 1 e 2 Obs1 - direito penal e princípios: dúvida quanto a autoria de crime Princípio do indubio pro reo – julgar em favor do réu; absolvição. Contudo, o que houve com o passar do tempo? Massificação criminalidade X “Princípio” do in dubio pro societate Muitas vezes a única prova é a prova testemunhal, e normalmente, a testemunha é o policial que prendeu o sujeito que praticou o ato delitivo. Na dúvida, dependendo de quem eles acham que praticou o ato criminoso, aplica-se o “princípio” in dubio pro societate. Daí indaga- se: e o princípio da legalidade? O enunciado acima é de um princípio jurídico brasileiro, segundo o qual, mesmo que um juiz não tenha a certeza, mas esteja convencido pessoalmente da materialidade do fato, e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, ele deverápronunciar o acusado a Júri Popular, para que a própria sociedade decida pela condenação ou não do acusado. O In Dubio Pro Societate é uma espécie de contraponto ao princípio do In Dubio Pro Reo, aquele, segundo o qual, em caso de dúvida, o acusado deve ser sempre beneficiado. Obs2: Tragédia grega édipo rei (Sófocles) – nessas peças haviam a discussão de valores morais; tinha uma moralidade discutida. Os escravos tinham a verdade, mas não tinham o poder – em relação ao assassinato de Laio por édipo. Este, tinha o poder, mas não tinha a verdade. No fim, prevaleceu o poder em detrimento da verdade. 1. Poder sem verdade X 11 2. Verdade sem poder Princípios informativos – Formam a estrutura do processo civil. Entenda-se como princípios principais.: 1. Princípio do dispositivo/princípio da demanda/Princípio da iniciativa da parte no fundo, é tudo a mesma coisa. Prova.: esclarecer o que é o princípio da demanda=dispositivo. 2. Princípio da Ampla Defesa e Contraditório presentes em todos os atos do processo. Se o réu juntou uma petição o autor vai ter o direito de falar. 3. Princípio da Igualdade de Tratamento (5º, I, CF + 139, I CPC) tenta-se minimizar a diferença com a DP; contudo, se tem uma causa patrocinada por um escritório de renome, as relações processuais materialmente mudam. Crítica! “Alguns nomes abrem portas”. Ex.: Gilmar mendes mandou soltar o Barata - Nestes casos, tem-se mecanismos para arguir a suspensão ou o impedimento do juiz. Art. 5º CF/88- I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; Art. 139 CPC - I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 4. Princípio da indelegabilidade (16, CPC) o processo foi distribuído para o juiz, se não tiver problemas de suspeição ou impedimento, o juiz não pode delegar a função. Embora, na prática, ele delegue para os secretários e assessores. Art. 16 CPC - A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. 5. Princípio da imediatividade do juiz (359, CPC) presença física do juiz nas audiências, coleta de provas etc. Art. 359 CPC. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem. 6. Princípio do término da jurisdição (203, 204, 494, CPC) – tudo que começa deve ter um fim; uma sentença é necessária. Art. 203 CPC Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o. § 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. § 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. Art. 204 CPC. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais. 12 Art. 494 CPC. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração. 7. Princípio da Correlação (141, 492, CPC) princípio da congruência. A sentença deve manter uma correlação com o pedido. Ex.: se eu pedi o despejo, o juiz não pode julgar procedente o pedido para que o réu entregue uma bicicleta. Art. 141 CPC. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. Art. 492 CPC. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional. 8. Princípio do duplo grau de jurisdição (994, CPC) caso das pessoas no exercício do recurso. Sentença cabe recurso 2º grau de jurisdição (após a ação correr em 1º grau). O que recorrer? Correr novamente; curso refeito. Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: I - apelação; II - agravo de instrumento; III - agravo interno; IV - embargos de declaração; V - recurso ordinário; VI - recurso especial; VII - recurso extraordinário; VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; IX - embargos de divergência. Aula 21/08 Retomando a aula passada – Princípio do dispositivo: sustenta que a jurisdição é inerte. Se o titular do direito ofendido não provocar, o Estado nada faz, nem no direito penal. Até os crimes que exigem ação penal pública, a jurisdição do judiciário precisa ser provocada pelo Ministério Público (que é o autor da ação). Breve elucidação acerca dos números processuais.: Processo nº 0000026-82.1929(ano que foi proposta a ação).8.19.0001 (comarca da capital) – nº antigo 1929(ano que foi proposta a ação).001(comarca da capital).100026-0 – proposto sem resolução do mérito. Com o CNJ veio a numeração única. Vale-se destacar que, dependendo de algumas regras, tem-se um vício insanável que leva o processo a ser extinto sem tutela do direito/sem resolução do mérito – porque teve um vício que não foi sanado no processo. Enquadrando os princípios nos atos processuais.: petição inicial (1º grau de jurisdição) – art. 319 CPC citação – art. 238 CPC audiência de conciliação - art. 334 CPC contestação – art. 335 CPC réplica – art. 13 350, 351 CPC AIJ – art. 358 CPC sentença – art. 485, 489 CPC recurso (2º grau de jurisdição) – art. 1009 CPC. Artigos (todos do CPC).: Art. 319. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. § 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. § 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual. Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. § 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses dadata de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. § 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. § 4o A audiência não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. § 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. § 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. § 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. § 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. § 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. § 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. § 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. 14 Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. § 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. § 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência. Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova. Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar. Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial; II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; VIII - homologar a desistência da ação; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste Código. § 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. § 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. § 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. § 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. § 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. § 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu. § 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. Art. 489 - São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz 15 analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. § 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. § 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa- fé. Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. § 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. § 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. § 3o O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença. Obs.: a petição inicial não se esgota no art. 319; começa com ele e se prolonga em diversos artigos. Art. 334 não esgota o ato processual de audiência de conciliação. Petição inicial é proposta pelo ator; citação – ato processual praticado pelo poder judiciário; audiência de conciliação – é o ato praticado pelo poder judiciário + partes (composta pelo autor e pelo réu). Se não teve acordo, a fase seguinte é a Contestação – ato processual praticado pelo réu; Réplica – autor; AIJ – é a audiência de instrução e julgamento. É um ato processual composto pelo Poder Judiciário + partes + testemunhas (se for o caso) + perito. Instrução tem a ver com prova. “A petiçãode folhas tais...” isso significa dizer que provas foram colhidas. Essa audiência também serve para julgamento. Sentença é ato praticado pelo juiz. Recurso – no caso da sentença o principal recurso é a apelação. Quando interposta, instaura-se o 2º grau de jurisdição. O exercício da jurisdição só vai ser realizada se a parte autora propor a ação Atenção.: petição inicial Princípio do dispositivo – sustenta que ninguém será privado de seus bens sem o devido processo legal (pressupõe ampla defesa e contraditório). Contestação princípio do contraditório. AIJ princípio da ampla defesa. Interpretação da lei processual 16 Objetivo Os métodos de interpretações servem para que se chegue ao real sentido da norma. Isso porque o jogo de palavras pode dar diversos sentidos, a depender do tipo de interpretação usada. A possibilidade de sentidos distintos pode ser um erro de elaboração, mas também pode não ser. Volta-se, portanto, à ideia de que o Direito é uma disciplina conceitual; não é uma disciplina exata. Portanto, os métodos de interpretação irão nos levar a um melhor entendimento a respeito daquela norma no caso processual. Métodos a) Literal (gramatical) Lê as palavras com sentido próprio dentro da estrutura da ‘práxis’. Isso pode trazer, principalmente em processo administrativo, um certo receio gestor em tomar decisões. Isso porque só se vê a letra da lei. Não se pensa em interpretar o alcance da norma. Leguleio (Indivíduo que cumpre servilmente a lei) vê a lei no seu aspecto mais frio, contudo, não é assim que o direito deve ser analisado. Deve-se analisar o direito levando em consideração os fins sociais, o bem comum. Por ex.: ninguém será privado da liberdade ou dos seus bens sem o devido processo legal. Contudo, o que isso quer dizer? O que é devido processo legal? Deve- se interpretar por meio dos conjuntos das normas e não se prender à literalidade dos dispositivos. b) Lógico-sistemático - art. 1022, CPC Aristóteles é o pai da ciência. Começou a trabalhar com o método cientifico, descrevendo os fatos. Chegou a ideia, em seguida, do não contraditório. Para que um argumento seja válido, é preciso que não seja contraditório (sob pena de invalidação da ideia). Ex.: não pode ser noite e dia ao mesmo tempo. À luz do Direito, para sanar a questão da lógica, tem-se um recurso: embargos de declaração. c) Histórico – trabalhar com alcance da norma CC/1916 CC/02; CPC 1939 1973 – no auge da ditadura militar CPC 2015 d) Comparativo Está relacionado com legislação, doutrina, jurisprudência. É este método que o professor sempre roga nas causas de indenização como, por exemplo, contra os maiores litigando, quando.: Confronta-se mal maior mal menor – morosidade ou enriquecimento ilícito? Precisa- se de vontade política! Punitives damages. Ex.: condenação do McDonalds devido à queimadura de café na mulher. Teleológico – art. 5 º, lei de introdução às normas do direito brasileiro e art. 8º, CPC Usa-se de embasamento para o método comparativo. Pensa-se na finalidade. A finalidade do direito é fazer a justiça. Mas o nosso sistema admite que nem tudo que é licito é justo. Ou seja, tem normas legais que são injustas. Isso fere o método teleológico. 17 Art. 8º CPC Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. Crítica – constituição de papel/CPC de papel fazendo uma breve referência à Lassale, cujo livro a “essência da constituição” retrata os aspectos normativos e efetivos da constituição. Aula 25/08 Fonte da lei processual - Eficácia da lei processual no espaço A principal fonte é o CPC – o qual serve também como fonte subsidiária para o processo penal, para o processo trabalhista. Esse CPC, oriundo de lei federal, é aplicado em todo território brasileiro e tão somente nele. O CPC se aplica em todos os processos no território brasileiro. A jurisdição é exercida em todo o território brasileiro art. 16, CPC Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. Tem-se a ação chamada.: homologação de sentença estrangeira que é processada diretamente no STJ. Este, vai se limitar aos requisitos formais, ratificando a sentença estrangeira. Em seguida, é encaminhado para o registro civil brasileiro. Ex.: Exemplo de ação que pode: Joãozinho e Mariazinha se casaram há 20 anos atrás no Rio de Janeiro e os dois foram promovidos e estão a 15 anos estabelecidos em Paris. E agora resolvem se divorciar. Eles são obrigados a vir para o Brasil para fazer o divórcio aqui? Não. Podem fazer o divórcio na França. São estados soberanos. A questão é.: O casamento foi feito no Brasil, mexeu-se na certidão deles no cartório de Registro Civil no Brasil. Eles podem fazer isso na França e contratar um advogado no Brasil para fazer a homologação em Brasília (sede do STJ). O STJ não vai julgar nada, só vai se limitar a analisar os requisitos do processo. Vai simplesmente ratificar se estiver tudo certo. Com essa decisão, modifico os registros deles. Mas o que se preserva é a decisão brasileira, para que essa decisão estrangeira tenha eficácia aqui no território brasileiro ela precisa ser homologada, há um procedimento para isso (homologação de sentença estrangeira). Eficácia da lei processual no tempo 18 O novo CPC começou a surtir efeito em 2016, iniciando a sua vigência (apesar de ter sido colocado em 2015). Quando ele entrou em vigor, já existia uma série de processos que tinham acabados. Esses processos que já acabaram antes da vigência do novo CPC, põe-se como encerrado. Por outro lado, os processos que ainda não foram movidos, serão regidos pelo novo CPC. A questão que exige um cuidado é que.: a entrada da lei nova em vigência nos processos que estão em curso. A eficácia da lei processual no tempo é imediata. Entrou em vigor, aplica-se a lei nova. Questões importantes.: 1) os atos que já foram praticados conforme a lei anterior, serão respeitados. Ex.: o processo entrou em vigor agora e a contestação é daqui a dois meses far-se-á a contestação conforme o Novo CPC. Aplica-se imediatamente, ao entrar em vigor, a todos os processos em curso e aos futuros. Aos processos em curso, preservar-se-á os atos já praticados conforme a lei processual anterior. Art. 1.043 CPC Obs.: CPC/73 – dia 10 --------------------l------l CPC/15 – dia 17 ---------------l-----------------l dia 25 Aqui eu público a decisão. (Dia 15) A lei nova não poderia me prejudicar. O prazo seria de 5 dias. Vai ser de 15. A hipótese mais delicada é a seguinte.: Tem-se que o CPC entrou em vigor no dia 17. Mas no dia 10, a parte foi intimada para interpor um recurso. Esse recurso tinha 15 dias para recorrer (até dia 25). Mas no dia 17 entrou em vigor o Novo CPC, durante o curso do prazo que eu tinha para praticar o ato. Digamos, porém, que o CPC novo tenha como prazo para esse recurso 5 dias, e não mais 15. Teríamos então até o dia 15. Essa lei nova não poderia me prejudicar, porque ela entrou no dia 17 dizendo que o prazo era menor. E assim, como não teríamos tempo – a lei nova vai respeitar esse prazo anterior. Ela não pode vir e prejudicar. Ex.: Dia 10 publicou a decisão da qual caberia os embargos infringentes. Dia 11 entra em vigor o Novo CPC e não tem mais embargos infringentes. O “cara” do dia 10 vai ter o direito de usar. Se a decisão fosse publicada no dia 13, ele não teria, aplicando-se as normas do NCPC. EMBARGOS INFRINGENTES – 1) CPC/73 – 15 dias. 2) CPC/15 – não tem. Organização judiciária (art. 92 CF e “CODJERJ”) Cada Estado, para a sua justiça estadual, tem um código de organizaçãojudiciária própria. No caso do RJ, CODJERJ.: tem toda a estrutura do tribunal de justiça do RJ. A lei especial prevalece sobre a geral. Primeiro deve-se olhar.: Esse caso é da Justiça Federal? É do direito 19 militar? É uma relação trabalhista? Por exceção, tem-se a justiça comum. Esta, por sua vez, é representada pelos tribunais de justiça. Nesta lógica, o CODJERJ diz.: Estado do RJ, quais municípios são comarcas e quais não são. Vai ter um município contiguo, provavelmente um pouco maior, que é comarca. Esse município vai ter competência para julgar o processo desse município que não é comarca. A lei especial prevalece sobre a comum. Ex.: federal, militar, trabalhista. Obs.: embora seja da competência federal julgar crimes em face da União, uma exceção possível ocorria em Resende. Lá, como não tinha vara federal, a 2ª vara cível julgava as ações como se tivesse competência para tal (mesmo sendo servidor do Estado). Outra exceção, pode ser.: pode ser que exista vara única em uma comarca. O que acontece nesse caso? O juiz precisa ter amplo conhecimento de matéria processual, crime, família, cível, dentre outros. Isso faz com ele julgue muito mais espécie de direitos. Qual a consequência disso? Por exigir muito mais do juiz, aumenta-se muito mais as chances/riscos de o magistrado errar. A organização judiciária se dá.: 1ª instância julga crimes de 1º grau de jurisdição; Juízes e varas 2ª instância exceção se dá quando julga crimes de 1º grau de jurisdição; + 2º grau de jurisdição. Desembargadores, câmaras ou turmas. É assim em regra, mas há exceções no segundo grau – isso ocorre quando este acaba atuando na primeira instância. O normal é que o primeiro contato com o judiciário seja na 1ª instância: juízes e varas. No tribunal, há desembargadores e câmaras (como no TJ) ou turmas (como a Justiça Federal chama). Mandado de segurança no RJ contra o governador CODJERJ diz que é movido diretamente na segunda instância, mas não é segundo grau porque não é recurso, é segunda instância exercendo primeiro grau. Obs.: ação rescisória – “o que eu quero atacar é uma sentença de mérito” = não é recurso; é quando se acabam todos os recursos. Quando a sentença entrou em Trânsito em julgado. Código diz que dependendo da sentença de mérito que já transitou em julgado o sujeito tem 2 anos para mover uma outra ação para pegar essa sentença e rasgar. Se o juiz é impedido de atuar no processo – pode gerar ação rescisória. Qual o objeto principal da ação rescisória? Uma sentença. Essa ação que vai ser proposta já vai ser na segunda instância, porque não faz sentido propor em 1ª instancia (é ilógico ter um juiz da 2ª vara cível que tem a mesma hierarquia de competência do juiz que decidiu antes para rescindir a decisão). Eles “mandam igual”, então não pode rescindir, tem que ser um órgão de instância superior. Mas é a exceção da exceção! Em suma.: Esta que será proposta, quem será que vai exercer é a 2ª instância. Cabe em pouquíssimas hipóteses, é exceção. 20 1ª instância exercerá, em regra, o 1º grau de jurisdição.: temos as varas (federais, cíveis, criminais, família, empresariais, fazenda pública estadual, fazenda pública municipal, infância e juventude, trabalho e etc.). 2ª instância exercerá, em regra, o 2º grau de jurisdição mediante a interposição de recursos: câmaras (ou turmas) cíveis, criminais, do trabalho e etc. pode exercer o 1º grau de jurisdição. Quem vai julgar.: desembargadores, TJ, justiça federal (Câmara). Não há a 3ª instância, embora muitos afirmem que, na prática, os tribunais superiores (STJ, TST, STF) acabem atuando como. Comarcas – se estiver falando de justiça estadual - (se falar de justiça federal – chamamos de seções judiciárias) Fórum – fórum central - (e fóruns regionais = da mesma comarca do fórum central). Aula 28/08 Jurisdição Introdução.: A ideia de se atrelar a conduta à legislação foi de suma relevância numa determinada época. Nas vésperas da Revolução Francesa, o que nós tínhamos na Europa, de um modo geral, era o poder monárquico concedido pelo direito divino. Fato esse em que a monarquia fazia e desfazia o que queria. A ideia de legitimidade, de um poder legitimo, era oriunda da vontade divina. O que acontecia? Mandos e desmandos de várias monarquias. Existia, portanto, a noção de um direito absoluto – desde às vésperas da Revolução Francesa. Vale-se ressaltar que a burguesia fomentava esse sistema. Por outro lado, tinha-se a necessidade de conter esses desmandos, e eles conseguiram atrelar a ideia de legitimidade do poder quando exercido segundo a lei. Daí, por sua vez, a lei tornou-se o carro chefe. Essa ideia encontra-se no nosso Código Civil de 1916, o qual foi inspirado no Código Napoleônico. Há algum tempo, percebeu-se que o Conceito clássico, de Chiovenda (processualista clássico), precisava ser reescrito, o qual afirmava que a jurisdição “É a função do estado pela qual o juiz faz atuar a vontade (da lei) no caso concreto”. Isso já não mais funciona hoje. Em verdade, vontade da lei é a vontade do sujeito que faz a lei, ou seja, a vontade do legislador. Daí, cai-se numa contradição no nosso sistema porque, se o juiz vai fazer atuar a vontade da lei no caso concreto, ele se encontra num patamar inferior à do legislador. Encontra-se uma contradição na questão da independência que se encontra no art. 2º da CF. É importante ter isso em mente para que não fiquemos à mercê de um Congresso Nacional tão corrupto quanto esse. Leia-se “do direito” (em substituição “da lei”). Afinal de contas o direito não é só a lei. (Relembre-se das fontes do direito processual). Interpretar o direito como sendo só a lei é uma visão reducionista, a qual faz com que os magistrados se coloquem numa situação inferior à do legislador, e faz com que os advogados se coloquem numa situação inferior, o MP, a defensoria pública (todos os operadores do direito). Isso, por sua vez, nega a própria independência do poder judiciário. 21 Para se ter uma ideia de como isso estava na corrente sanguínea, o MP pode atuar no processo como duas qualidades.: como parte (por ex.: o autor propôs uma ação civil pública para defender o interesse da coletividade – meio ambiente, consumidor, o que quer que seja; ou propôs uma ação penal pública com crime, assassinato); ou pode atuar como custus legis (denominado há dois anos para cá como fiscal do direito, mas denominado como fiscal da lei desde o século passado até o início desse século). Uma outra questão de difícil compreensão é quando vamos na doutrina e se fala.: “pela jurisdição, o Estado procura preservar a paz social”. Mas deve-se entender o que eles quiseram dizer por “paz social”. Se, nessa preservação, significa preservar conflitos de interesses, preservando antes a questão da propriedade; Ok. Mas, se eu estiver pensando em preservar a humanidade e dignidade das pessoas, estaríamos muito longe de atingir esse objetivo. Em suma.: Seria, numa análise reflexiva, ignorar as mazelas sociais – preservando o patrimônio - em detrimento dos conflitos sociais? Ex.: mendigos na rua. Tem o objetivo precípuo, diz a doutrina, de preservar a “paz social”, o que deveria ser visto com cautela, exigindo-se conceituar “paz social”. A jurisdição é inerte. Princípio da inércia da jurisdição, ou seja, a jurisdição para ser prestada, o título do suposto direito ofendido precisa provocar a jurisdição – exercendo o seu direito de ação, distribuindo a petição inicial que vai dar início ao processo (conjunto de atos) para que se tenha a prestação jurisdicional – sentença. Essa jurisdição provocada vai vir se for necessária. Se eu sou credor e tem alguém que me deve; o sujeito vai e me paga, a pessoa cumpriu com a obrigação. Cumprida a obrigação, extingue-se o direito que correspondia. Jurisdição propriamenteserve para dirimir conflitos de interesses! Tem-se duas pessoas (jurídica, física) que tem interesses diferentes. Quem pode resolver essa situação é quem tem poder.: Poder Judiciário que exerce a jurisdição via propositura da ação. Nesse sentido, como o Estado detém o monopólio da jurisdição, é ele que nós vamos chamar para resolver o conflito de interesses. Deverá ele resolver, aplicando no caso concreto, “o direito” (lei, doutrina, jurisprudência, princípios, costumes, “equidade” e etc.), inclusive a lei. É exercida, como visto no art. 16 do CPC, em todo território nacional, preservando-se a soberania brasileira. Art. 16 CPC. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. Estávamos falando que a jurisdição serve como um meio para dirimir/resolver conflito de interesses. “Uma parte autora quer isso e a parte ré quer aquilo”. Tem, ainda hoje no CPC, um tópico que fala da jurisdição contenciosa; e tem um outro tópico que fala da jurisdição voluntária em que é pacifico na doutrina que aqui o Estado/juiz exerce uma função administrativa. Administra o interesse dos particulares. Nesse caso, a maior parte da doutrina fala que é uma típica função administrativa apesar no nome “jurisdição”. Aqui não tem conflito de interesses. Não tem alguém demandando em face de alguém, não tendo autor nem réu. O 22 que tem, em verdade, são “requerentes”. Exemplo.: art. 733. Tem-se um casal, e eles resolvem se divorciar. Esse divorcio pode ser litigioso (conflito de interesses); se for litigioso, esse divorcio será por meio de uma jurisdição contenciosa – uma vez que tem decisão judicial por meio do exercício da jurisdição. Se for um divórcio amigável, conflito de interesses não há. Os interesses caminham no mesmo sentido. Nesse caso o juiz vai se restringir a observar os requisitos formais para essa separação. Espécies 1. Jurisdição contenciosa Há “conflitos de interesses”, partes (autor e réu). É propriamente a jurisdição 2. Jurisdição voluntária Não há “conflito de interesses”, ou seja, os interesses são afins, não há partes, mas “requerentes”. Art. 732 CPC, 610, 733. Função administrativa. Não há função jurisdicional. Verificar-se-á por meio dos seguintes artigos (todos do CPC).: Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731. § 1o A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. § 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual pode ser feitos no Cartório de notas cujo chefe é o tabelião, que não é juiz e não exerce jurisdição. Exerce uma função administrativa. Ou seja, aquilo que está dentro da jurisdição voluntária pode ser feito fora do poder judiciário, perante alguém que não tem jurisdição. Isso porque os interesses caminham no mesmo sentido. Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial. § 1o - Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. § 2o - O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. O procedimento para transferir os bens do falecido para quem de direito é via inventario. Se tiver interessado incapaz, precisa-se ir para a esfera judicial. 23 Art. 723. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna. Equidade. O juiz está autorizado à equidade. Este artigo está dentro do tópico de procedimentos de jurisdição voluntária. O legislador autoriza o juiz a decidir por equidade no art. 723 que está inserido no tópico de jurisdição voluntária (que não tem conflito de interesses). Se não tem conflito de interesses ele vai decidir o que? Começa-se a perceber nas entrelinhas a malícia do sistema. Nos casos que não estão previstas em lei, o juiz não pode usar a equidade. Ele deve usar a legalidade estrita. Desse modo, observa-se um juiz dependente do legislativo. Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico (afinal de contas nós temos o Princípio da indelegabilidade – não pode deixar de decidir.) Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. Ou seja, o juiz só decidirá por equidade quando o legislador autorizar. Retomar a próxima aula com art. 2º - tripartição dos poderes. Diz o art. 2º da CF que coexistem, em harmonia e independência, os poderes legislativos, executivo e judiciário, o que, igualmente, merece críticas. A teoria da tripartição do poder por Montesquieu visa a melhor administração do poder público que, em sua leitura, é UNO. Limites vão aparecer com as competências dos juízes, ou seja, o limite da jurisdição é até aonde surgem as competências. O exercício da jurisdição é delimitado pela competência para potencializar essa função. O que se quer é deixar o juiz mais especialista possível em uma determinada matéria, atenuando os riscos de ele errar. Ao fazer isso, ou melhor, em fazendo assim, estou utilizando de um fator limitador que é a competência. Temos, portanto, a ideia de otimização do poder utilizada por Montesquieu, no próprio judiciário. Aula 06/09 Relembrando a aula anterior.: vale-se relembrar a filosofia de Montesquieu, segundo a qual o poder é uno. A teoria da tripartição (legislativo, executivo e judiciário) se deu em razão de buscar a buscar a melhor administração desse poder; serviria para potencializar o exercício do poder estatal que é uno. No caso da jurisdição, nós temos algo parecido. A ideia de jurisdição, em sua essência, é resolver conflito de interesses. A explicação melhor encontra-se a seguir.: Jurisdição A jurisdição é una porque seu objeto, que é a resolução de conflitos de interesses – é único, seja ela cível, penal, trabalhista, eleitoral, militar, estadual ou federal, de 24 hierarquia superior ou inferior. No fundo, o que se pretende com o exercício da jurisdição é a resolução do conflito de interesses, dando àquele sujeito, o seu direito. Classificação.: Pergunta-se.: o que prevalece? A norma especial ou a geral? A especial. Chegou o caso concreto e pergunta-se qual é a jurisdição. Se não for especial, o que nos sobra é jurisdição comum. 1. Jurisdição comum (ordinária) Corresponde ao Tribunal de Justiça dos estados; é feito por exclusão dos demais tipos de jurisdição. Os normativos para isso se encontram na Constituição. 2. Jurisdição especial 2.1.Jurisdição federal (art. 109, I, p.3º e 4º CF) 2.2.Jurisdição trabalhista (art. 112 e 114 CF) 2.3.Jurisdição eleitoral (art. 121, CF) 2.4.Jurisdição militar (art. 124, 125 p4º CF) 2.5.Jurisdição itinerante (art. 125, p7º, CF) É a modalidade com a qual se presta a jurisdição de maneira itinerante. Muito presente em locais mais afastados, ex.: Amazônia. Mas no que concerne a conflitos de interesses, à jurisdição, a questãoé um pouco mais complexa. A jurisdição é “função típica” do poder judiciário que, de forma “atípica”, exerce as funções legislativas e executiva. É a função própria do poder judiciário, é exercer a jurisdição. O judiciário pode editar artigos e resoluções, como função atípica, e além de exercer essa função legislativa sob a sua organização interna, vai executar, administrar o próprio tribunal. No mesmo sentido, o poder legislativo, cuja “função típica” é legislar, fazer leis, exerce como “função atípica” a jurisdição que, nos termos do art. 52, I e II, CF, julgará através do Congresso Nacional determinadas questões contra o presidente, vice-presidente, ministros de estado e etc. Ou seja, o legislativo pode ter, excepcionalmente, a função jurisdicional. Vê-se como exemplo o Impeachment da Dilma, que não ocorreu no Judiciário, mas sim no Senado. Por meio do dispositivo a seguir mencionado ilustrar-se-á a função atípica do Poder Legislativo. Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; 25 A jurisdição pode ser, na doutrina, compreendida como: a) Atividade provocada Sabe-se que a jurisdição é inerte. Para que se provoque a jurisdição, é preciso que se tenha o Princípio do Dispositivo, da Demanda ou da Iniciativa das partes. Sem isso, o máximo que o juiz pode fazer é extrair peça para o Ministério Público, ou dar uma ordem de prisão de momento. Mas, processar e julgar sem que seja provocada a jurisdição, sem que o MP proponha a ação penal ou nós, se o direito violado for nosso, a jurisdição nada faz. b) Atividade pública Pública porque é exercida por Servidores Públicos e o Estado tem o monopólio da jurisdição. A EXCEÇÃO aqui, mas que também não é jurisdição, é a legítima defesa da posse e legítima defesa do corpo. c) Atividade substituta CASO HIPOTÉTICO.: estava precisando de R$20.000,00 e com nome sujo, em todos os órgãos de restrição ao crédito, até interpol; minha família virou as costas, meus amigos viraram as costas, meus vizinhos viraram as costas; só o porteiro quis me ajudar, mas não tinha. Apareceu alguém, contudo, que me emprestou os R$20.000,00 quando eu estava no fundo do poço. A tendência é olhar para aquela pessoa como uma salvação. Chegou o dia do vencimento, eu não recebi o que tinha para receber, liguei e expliquei que não recebi. Ele, então, disse que quando eu recebesse eu pagasse, que estaria tudo ok. Estou com dinheiro e vou pagar, e constrangido, não peço o recibo. Para pior, pago em espécie. E ainda, não tinha nenhuma testemunha. Se meu credor propuser uma ação de cobrança, juntando o papel de transferência do empréstimo de 20K, reunir informações, eu sairia prejudicado porque não temos prova que eu tinha pago. – A regra básica é.: aquele que alega deve provar. Então, mesmo que eu tenha falado em juízo que paguei, devo eu ter de provar que paguei. Daí, afirma-se.: “Quem paga mal paga duas vezes”. O que o judiciário decidir vai prevalecer, porque é atividade substitutiva. Vai vir a prestação jurisdicional; se não é aquilo que você quer, vai prevalecer o que foi decidido, mesmo nesse exemplo supramencionado. Colocação.: a decisão judicial vai substituir a vontade das partes. Ou seja, vai substituir a sua vontade em prol do exercício jurisdicional do Estado, que tem o monopólio da jurisdição. d) Atividade indeclinável Aqui tem-se que o juiz não pode declinar na sua atribuição. As exceções que podem aparecer em relação a indeclinabilidade do juiz, são.: 1) impedimento; 2) suspeição. São hipóteses que mitigam a indeclinabilidade. O juiz recebeu o processo, não pode se negar a julgar, como regra geral. Contudo, tem-se alguns fatores que vão mitigar uma característica que todos os juízes, na medida do possível, devem ter.: Imparcialidade. Deve aplicar o direito de forma imparcial. Nos casos do impedimento, a parcialidade do juiz vem de uma presunção absoluta. Na suspeição, a presunção é relativa; são casos de amizade/inimizade, ex.: Caso do Gilmar Mendes, do Barato – é uma questão mais delicada. 26 A Parcialidade pode ser – 1) presunção absoluta; 2) presunção relativa. Essa jurisdição que é uma função primordial do Estado e fundamental necessário para uma vida em sociedade, não pode sofrer influências externas. O juiz que, por exemplo, atua na Justiça Federal, vai julgar muitos processos. E em meio a esses, haverá partes que, hora autor, hora ré, o próprio “treinador”. O juiz federal é funcionário público federal. Se estivéssemos pensando em uma esfera privada, e o sujeito praticasse um ato contra a empresa, era o olho da rua. O que acontece? Esses juízes precisam de certas garantias para que exerça a jurisdição conforme nós esperamos. Na justiça estadual, é funcionário público estadual; tribunal de justiça. Vai julgar muitos processos em que estão envolvidos o Estado do RJ, muitas vezes como autor, ou como réu. Assim, tem-se certas garantias previstas na Constituição para que o juiz possa exercer com zelo, a jurisdição. Estão no art. 95 CF/88; servem para preservar a imparcialidade dos juízes. A jurisdição é, dentre outros que serão tratados em tópico próprio, um dos “pressupostos processuais” que podemos resumir, aqui, da seguinte forma: partes, capacidade postulatória, pedido e jurisdição. Relembre-se, também, que embora seja atividade de um poder (Poder Judiciário) é na realidade em Poder-Dever tendo em vista o monopólio, mantido pelo estado. Para resguardar o efetivo exercício da jurisdição, a CF reservou aos órgãos judiciais, certas garantias dispostas no art. 95: 1. Vitaliciedade 2. Inamovibilidade Preservação da imparcialidade 3. Irredutibilidade de subsídios 1. Vitaliciedade. O estágio probatório para o juiz são de 02 (dois) anos. Para adquirir a estabilidade, elevada a potência. Chama-se vitaliciedade. Funcionário público em geral, seria estabilidade. É necessária uma sentença judicial para que o juiz perca o cargo, além de um processo administrativo. Segundo Magno, tem muito corporativismo. 2. Inamovibilidade A partir do momento em que o juiz adquire a titularidade de um determinado juízo, de uma determinada vara, ele só sairá dali caso ele queira. Não haverá uma pressão externa para mandá-lo embora. 3. Irredutibilidade de subsídios Consiste no fato em que os subsídios não podem ser reduzidos, cortados. Relembrando.: a jurisdição é a atividade do poder judiciário, consiste em um poder-dever. O Estado, neste sentido, pensando em uma condição de crédito e débito, se coloca numa situação de devedor – enquanto nós somos credores da prestação jurisdicional. O Estado é obrigado à prestação jurisdicional. 27 Para concluir.: a jurisdição é um dos pressupostos processuais que estudaremos mais para o final do semestre. Podemos resumir da seguinte forma.: 1. Partes; Capacidade postulatória, quem tem em regra é o advogado; pedido e jurisdição. Pressuposto processual.: para que um processo exista, são necessários alguns elementos processuais. 1. Partes – autora e ré, e seus respectivos advogados. Relação jurídica processual. Autor e réu precisam de capacidade postulatória – que é atribuição que o sujeito tem para postular pedidos perante o judiciário. E quem é esse sujeito? O advogado. 2. Pedido– não tem processo se não tem pedido. Vai ser formulado e requerido pela jurisdição. Em regra, a relação jurídica processual é constituída por uma relação jurídica material. Aula 11/09 OBS.: Alguns princípios já foram vistos, os quais não caberá retomá-los na aula de hoje. Ex.: Indegabilidade, indeclinabilidade, Juiz Natural. Princípios fundamentais da jurisdição a) Princípio da investidura Jurisdição é monopólio do ESTADO, que por sua vez será prestada por um servidor daquele poder judiciário que tenha atribuição para a função jurisdicional. O escrevente é servidor, o serventuário é servidor, o oficial de justiça é servidor. Deve ser um Servidor para essa função. Ressalva.: enquanto não tomar posse não pode julgar. Tomei posse, posso julgar? Enquanto o tribunal não me mandar para aquela vara para que eu trabalhe lá, não, não posso. É preciso que seja investido na jurisdição, caso contrário seria usurpação de função pública – é crime. Não é só ser juiz, é ser juiz investido na função. 28 OBS.: art. 328, CP - Usurpação de função pública - Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. b) Princípio da aderência ao território Todos os juízes têm jurisdição quando estiverem investidos na função. Mas isso não quer dizer que todos os juízes investidos na função de jurisdição podem julgar qualquer coisa. Se estou locado na 2ª vara cível de Niterói, só poderei atuar em processos da 2ª vara cível de Niterói. Aqui vão começar as regras de Competência que vamos começar a estudar. O que temos? Ex.: Testemunha, acaba servindo como auxiliar na justiça. Ninguém pode se recusar a auxiliar a justiça, sendo inclusive um dispositivo da Lei. Posso não ser testemunha em casos parecidos como nos de impedimento e suspeição. Se eu não tiver nessas hipóteses e disser.: excelência, não quero ir e não vou no dia da audiência, o juiz vai determinar a condução coercitiva. Auxilio de força policial, pois a ninguém é dado o direito de não contribuir com a justiça. Agora, o problema que temos aqui é o seguinte.: estou falando da 3ª vara de família de São Gonçalo. E a testemunha chave no caso de divórcio, mora em Resende. Cidades muito distantes uma da outra. O juiz de São Gonçalo, por sua vez, não tem o direito de vir para Resende e realizar uma audiência para colher o depoimento da testemunha. Resende também é comarca, e em sendo comarca também tem os seus juízes. O que acontece? Se eu estou em São Gonçalo, os meus poderes jurisdicionais serão exercidos ali. Mas eu preciso praticar determinados atos que estão em uma outra comarca. Farei isso conforme o mecanismo de solicitação, um favor ao juiz de Resende. Tem-se instrumentos processuais para isso, por ex.: carta precatória. Com o processo eletrônico tem-se facilitado muito. Vou juntar cópias da petição inicial, cópias das perguntas que o juiz faria (o juiz de São Gonçalo), e vai ser enviado via malote para Resende. Chegando no fórum, vai ser distribuído entre as varas de família. E, assim, o juiz da vara de família vai fazer um favor. Vai designar uma data para audiência, determinar a intimação da testemunha para comparecer, e vai fazer as perguntas. Os advogados devem, por prudência, comparecer. Acabou aquilo tudo, fecha, dá baixo na distribuição (aquele nº gigantesco do processo); não tem mais a carta precatória, pega e devolve para São Gonçalo. A mesma coisa vai acontecer com Oficial de Justiça. Ex.: Oficial de Justiça do RJ não tem atribuição para fazer uma Citação em Resende; nova Carta Precatória. OBS. Princípio da cooperação Magno seguiu a aula e leu o art. 5º, XXXV CF/88; art. 328 CP; art. 345 CP. Art. 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; é o acesso à justiça. Art. 345 CP - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. Essas hipóteses também se aplicam ao Perito; que se aplicam às seguintes hipóteses.: 29 Art. 144 CPC. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: I - Em que interveio como mandatário da parte (advogado da parte), oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; caso em que o juiz já sustentava uma tese no caso concreto; ele vai decidir alguma coisa diferente que ele sustentava? Não. Aqui se põe em xeque a questão da imparcialidade. II - De que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; sou juiz, já as vésperas da minha promoção no Tribunal, vou virar desembargador. Proferi nesse mês 10 sentenças. Saiu minha promoção, fui para a 2ª câmara cível, agora sou desembargador. Aquelas sentenças foram algo de recurso, e das 10 sentenças que proferi mês passado, 02 (dois) recursos caíram para mim na 2ª câmara cível. Não posso julgar; porque senão qual é o duplo grau de jurisdição que a parte está tendo acesso? Eu, juiz, 1º grau, proferi a minha decisão conforme o meu entendimento. Aí, via recurso, vai para a 2ª instancia. Eu, por outro lado, vou votar diferente e dar sentença de maluco? Não, não vou. Então na verdade a parte não tem, nesse caso, um segundo grau de jurisdição. III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; ex.: Gilmar Mendes dá habeas corpus para o Barata. (...) o dispositivo não acaba aqui, mas o professor pede para seguir para Suspeição. A suspeição é uma situação menos grave que o impedimento. Neste, gera-se a nulidade do ato, dá ensejo à ação rescisória. A suspeição gera efeitos diferentes. Art. 145 CPC Há suspeição do juiz: I - Amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; II - Que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; ex.: encontros feitos por Planos de Saúde para juízes, desembargadores. (...) o dispositivo não se esgota aqui, mas teremos um momento propício para retomá-lo. c) Princípio da indelegabilidade d) Princípio da indeclinabilidade (impedimento e suspeição) Exercício arbitrário das próprias razões e) Princípio do juiz natural 30 Aqui deve-se preservar a imparcialidade. Não estamos diante de uma loteria, de uma escolha, opção. Não é possível a escolha de um juízo. Relembre-se dos advogados de antigamente que iam para o fórum com 15 petições iniciais idênticas, do mesmo processo, para distribuir. Assim sendo, esperava que o processo caísse em um juízo de sua vontade. f) Princípio da inércia da jurisdição – princípio do dispositivo, da demanda. Princípio no qual nenhum juiz prestará tutela sem que a parte a provoque. Críticas à jurisdição 1. Conceito e sua aplicação; Aplicação da lei no caso concreto que vigora na corrente sanguínea dos operados do direito, atentado ao jurisdicionado. 2. Direitos “sem” instrumentos hábeis à efetividade da jurisdição A questão da tutela inibitória (art. 85 + 487, CPC) – tutela para coibir a prática de determinados atos. Tutela antecipada para que o réu se abstenha. Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. Nós estamos combinando com o art. 487 CPC. (...) Magno não trabalhou com todo o dispositivo. Art. 487. Haverá resolução
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