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Centro Nacional de Educação a Distância – CENED (http://www.cenedcursos.com.br) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso Recuperação de Áreas 
Degradadas 
Módulo 1 – Degradação Ambiental 
Curso Recuperação de Áreas Degradadas 
 
Centro Nacional de Educação a Distância – CENED (http://www.cenedcursos.com.br) 
 
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Módulo 1 – Degradação Ambiental 
 
 Fundamentos de ecologia 
 Tipos de processos do meio físico 
 Formas de degradação ambiental do solo 
 Consequências da degradação para a sociedade 
 Bases teóricas para a recuperação de áreas degradadas 
 
O material desse módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
programa de educação do CENED. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na bibliografia consultada. 
 
Tutor: Prof. Amarildo R. Ferrari 
Curso Recuperação de Áreas Degradadas 
 
Centro Nacional de Educação a Distância – CENED (http://www.cenedcursos.com.br) 
 
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Módulo 1 – Degradação Ambiental 
 
1. FUNDAMENTOS BÁSICOS ECOLOGIA 
Estamos começando o Módulo 1, nele vamos encontrar material sobre 
fundamentos dos sistemas ambientais, sobre a sinergia entre os modelos 
ecológicos e sobre as exigências para que estes sistemas e modelos se 
mantenham em equilíbrio e pleno funcionamento. 
 A ecologia é sempre descrita como uma ciência que estuda os seres vivos e 
sua relação entre eles. Entende-se que dentro do tema ecologia atualmente se 
estuda o comportamento dos seres vivos, dos fenômenos ambientais e as 
mudanças de correntes destes fenômenos tanto nos seres vivos, como no 
clima. Para a escolha de um modelo de recuperação de área degradada – 
RAD, é preciso conhecer profundamente a interação e a relação entre o 
sistema a ser recuperado, portanto, deve ter domínio do sistema ecológico 
determinante e de todas as exigências legais para efetuar o projeto de 
recuperação. 
Assim iremos definir alguns conceitos básicos e usuais dentro do tema a ser 
tratado pelo curso e especifico em cada módulo. 
Existe uma variedade de conceitos sobre meio ambiente, estes estão 
dissipados pelas legislações estaduais do Brasil e na Política Nacional do Meio 
Ambiente. As definições apresentadas geralmente são abrangentes, sendo 
difícil o entendimento do que vem a ser meio ambiente, torna-se complexo e 
figurativo determinar o perfil de meio ambiente observando somente às 
definições legais. Porém o conceito apresentado pela ABNT é também 
abrangente, mas determina com clareza os componentes que compõem o meio 
ambiente. 
Neste curso o conceito adotado será o formulado pela ABNT, conforme figura 
apresentada abaixo (Proin/Capes & Unesp/IGCE, 1999). 
Curso Recuperação de Áreas Degradadas 
 
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( 1 ) - O meio físico condiciona, primeiramente, as características do meio 
biológico e sócio-econômico, através de fluxos de energia e matéria. 
Portanto, meio 
ambiente é a 
interação entre 
os meios físico, 
biológico e 
sócio-econômico
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( 2 ) e ( 3 ) - Os meios biológico e sócio-econômico, por realimentação, 
completam a interação com o meio físico, regulando seus processos (Fornasari 
Filho et al., 1992 apud Fornasari & Bitar, 1995). 
O meio físico é um dos componentes que devem ser obrigatoriamente tratados 
no EIA/RIMA, podendo ser considerado como passivo e/ou ativo, recebendo ou 
deflagrando impactos e processos, em resposta à interação com determinado 
empreendimento. 
Neste contexto, devemos considerar o meio físico como "uma totalidade 
estruturada em equilíbrio dinâmico, com seus vários aspectos guardando 
relações de interdependência em termos causais, de gênese, evolução, 
constituição e organização" (Leite, Fornasari Filho & Bitar, 1990). 
Portanto, é necessário realizar uma abordagem integrada do meio físico, 
enfocando a dinâmica de cada uma de suas formas de interação, envolvendo 
desde fluxos energéticos atuantes no meio até seus componentes materiais. 
Para isso deve-se rever noções fundamentais relacionadas com à inserção do 
meio físico no contexto dos grandes ciclos terrestres (ciclo da água, do ar e das 
rochas) e suas interações (Bitar, Fornasari Filho & Vasconcelos, 1990). 
A figura abaixo sintetiza as informações descritas (modificado de Proin/Capes 
& Unesp/IGCE, 1999). 
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2. TIPOS DE PROCESSOS DO MEIO FÍSICO 
Para abordar o meio físico nos Estudos Ambientais deve-se conhecer as 
principais características dos processos do meio físico, para que seja feita a 
melhor avaliação possível dos processos atuantes no meio em questão. 
1- erosão pela água, 10- deposição de sedimentos ou partículas, 
2- erosão eólica, 11- escoamento de água na superfície, 
3- escorregamento, 12- dinâmica de água no subsolo, 
4- queda de blocos, 13- interações físico-químicas na água e no 
solo, 
5- queda de detritos, 14- dinâmica da água no ar, 
6- rastejo de solo ("creep"), 15- potencialização e desencadeamento de 
sismo, 
7- corrida de massa, 16- radioatividade, 
8- subsidência, 17- inundação, 
9- carstificação 18- processos pedogenéticos 
 
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3. PROCESSO TECNOLÓGICO 
A tabela acima apresenta os tipos de processos do meio físico. 
Conjunto de técnicas utilizadas na implantação, no funcionamento, na 
ampliação e na desativação de uma atividade modificadora do meio ambiente 
(Fornasari Filho et al., 1992 apud Fornasari Filho & Bitar, 1995). 
O entendimento dos processos tecnológicos como agentes de alteração 
ambiental e seu potencial modificador dos processos do meio ambiente é de 
fundamental importância para a realização do EIA, isso porque deve-se 
conhecer em detalhes os processos tecnológicos de um empreendimento, para 
analisar a interação destes com os meios físico, biológico e sócio-econômico. 
A intervenção do PROCESSO TECNOLÓGICO sobre PROCESSO DO MEIO 
FÍSICO acarreta, na maioria das vezes, em um PROCESSO ALTERADO. As 
figuras a seguir esquematizam e exemplificam como o processo tecnológico 
pode modificar os processos físicos, levando muitas vezes a sérios problemas 
ambientais, com prejuízos econômicos associados. 
 
Fonte: modificado de Fornasari Filho et al. (1992) 
 
 
 
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EXEMPLO 
 
No exemplo apresentado podemos observar uma área de uma antiga 
mineração em zona urbana. A remoção da cobertura vegetal realizada pela 
mineração, a impermeabilização do solo e a concentração do fluxo d´água no 
loteamento (Processo Tecnológico) causaram a intensificação dos processos 
físico, resultando no aparecimento de sulcos e ravinas, que podem evoluir para 
boçorocas (Processos Alterados). Também como conseqüência, o material 
erodido se acumula nas porções mais baixas (Processo Alterado) 
Muitas vezes os processos físicos que vimos na página anteriorsão 
acelerados, como no caso do exemplo acima, os processos de erosão pela 
água e a deposição de sedimentos e partículas foram intensificados, 
acarretando em prejuízo econômico pela necessidade de obras de correção 
para a implantação de futuros empreendimentos na área alterada. 
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Em geral, a área de expansão urbana apresenta muitos problemas ambientais 
devido a intervenção brusca na dinâmica do meio físico pelos processos 
tecnológicos, produzindo os processos alterados. 
 
4. FORMAS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DO SOLO 
 
A degradação do solo caracteriza-se pela redução da fertilidade e dos 
potenciais recursos oferecidos. Esta degradação pode levar à desertificação 
da terra ou ao seu abandono como área cultivável e produtora de alimentos. 
Conforme dados da FAO (1980), 
 
“11% da área mundial não apresentam limitações para uso 
agrícola; em 28% o clima é muito seco, e em 10% é muito 
úmido; em 23% o solo apresenta desequilíbrios químicos 
críticos e em 22% é muito raso; os 6% restantes estão 
permanentemente congelados (Souza Araújo;Almeida;Teixeira 
Guerra)”. 
 
A produção de alimentos está sofrendo drástica redução. Este fato somado ao 
vertical crescimento populacional tem criado novas situações de conflito em 
diversas partes do mundo. Um dos fatores causadores da redução de 
alimentos disponíveis à população é o mau uso das terras. As atividades 
agrícolas com o uso indiscriminado de pesticidas e fertilizantes cria condições 
favoráveis à infertilidade do solo e ao seu conseqüente abandono ou 
desertificação. Em torno de 1990, foi constatado que devido às práticas 
agrícolas inadequadas, 562 milhões de hectares de terras férteis haviam sido 
degradados. Isto correspondia a 38% das terras agrícolas do mundo todo. 
Desde então, 5 ou 6 milhões de hectares a cada ano apresentam severas 
degradações. 
A degradação do solo acontece de diversas maneiras, porém a mais conhecida 
delas e causa maior impacto negativo é a erosão. 
 
 
 
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4.1 Erosão 
 
A erosão do solo é um processo natural e acontece pela ação do vento e da 
água sobre as camadas superficiais do solo. O escoamento superficial da água 
sobre o solo carrega consigo as partículas férteis e, aos poucos, cria uma 
redução no potencial fértil do solo. A erosão eólica (ocasionada pelo vento) 
desloca as partículas da camada superior do solo. Esse tipo de erosão é mais 
comum em solos áridos ou semi-áridos. 
 
“A perda dessa camada de solo reduz a fertilidade porque: a) 
conforme o solo se torna mais denso e fino, fica menos 
penetrável às raízes e pode se tornar superficial demais a elas; 
b) reduz-se a capacidade de o solo reter água e torná-la 
disponível às plantas, e c) os nutrientes para as plantas são 
lavados com as partículas de solo erodidas”. (Souza 
Araújo;Almeida;Teixeira Guerra) 
 
A ação humana sobre o meio ambiente contribui grandemente para a 
aceleração do processo erosivo do solo. Conseqüentemente temos “a perda de 
solos férteis, a poluição da água, o assoreamento dos cursos d'água e 
reservatórios e a degradação e redução da produtividade global dos 
ecossistemas terrestres e aquáticos”. 
(http://www.drenagem.ufjf.br/06erosao_02_Introd.htm) 
 
A sociedade global como um todo tem perdas muito grandes devido à erosão 
contínua dos solos, pois além do dano ao meio ambiente, problemas sociais e 
econômicos gerados pela escassez de alimentos, criam clima de instabilidade 
em muitas regiões do mundo. Devido ao assoreamento de reservatórios e de 
cursos d’água, a energia e as regiões urbanas também são afetadas, 
ocasionando grandes transtornos e gastos financeiros em busca de soluções. 
Quando o solo é submetido a contínuas remoções da camada superficial 
podem surgir a voçorocas e estas, se não forem controladas, tornam o solo 
infértil à agricultura e podem prejudicar construções, obras viárias, projetos de 
irrigação e até mesmo o abastecimento de energia elétrica. 
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A erosão acontece em maior ou menor proporção dependendo das condições 
naturais, do uso inadequado da terra ou mesmo das características das 
encostas. O clima é uma das condições naturais que mais influencia na erosão, 
especialmente as chuvas. Porém, qualquer forma de remoção da cobertura 
vegetal, com ação humana ou não, facilita e promove a erosão. 
 
4.2. Deterioração Química 
 
Segundo Souza Araújo, Almeida e Teixeira Guerra, a deterioração química de 
uma área geralmente consiste em; 
a) perda dos nutrientes do solo; 
b) Acúmulo de sais na camada superior do solo devido a diversos fatores 
como: 
i)“manejo mal realizado da irrigação ou alta concentração de 
sais na água de irrigação ou atenção indevida à drenagem, 
levando facilmente à rápida salinização dos solos, 
especialmente em regiões áridas onde as altas taxas de 
evaporação estimulam o processo; ii) invasão da água do mar 
ou águas subterrâneas salinas em reservas de água de boa 
qualidade...; iii) atividades humanas que elevam a evaporação 
em solos com material salino ou com lençol freático salino”. 
(Souza Araújo;Almeida;Teixeira Guerra) 
 
c) A acidificação que ocorre por uso abusivo de fertilizantes ácidos ou por 
drenagem em tipos de solo não adequados. 
d) Pelas diversas formas de poluição (acúmulo de lixo, agrotóxicos, 
derramamento de óleo, etc). 
 
4.3. Deterioração física 
 
Conforme (Souza Araújo;Almeida;Teixeira Guerra) são três os tipos de 
deterioração física: 
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a) Compactação do solo, geralmente ocasionado pelo pisoteamento 
contínuo do gado sobre um determinado solo, pelo uso de máquinas 
pesadas em solos sem estabilidade e pelo selamento e encrostamento 
ocasionado pelas gotas de chuva. 
b) Elevação do lençol freático até a zona radicular das plantas, ocasionada 
pela entrada de excessiva quantidade de água, além da capacidade de 
drenagem natural do solo. Isto acontece em sua maioria em áreas 
irrigadas, mas também devido a enchentes.Esta forma de deterioração 
do solo também eleva a salinidade. 
c) Rebaixamento da superfície de solos orgânicos (subsidência), 
ocasionado pela drenagem ou oxidação. 
 
4.4. Desertificação 
 
A desertificação é definida com um processo de deterioração e diminuição do 
potencial produtivo de regiões de clima árido, semi-árido e sub-úmido seco. A 
Conferência sobre Desertificação das Nações Unidas (UNCOD), em 1977, 
definiu a desertificação como: “a redução ou destruição do potencial biológico 
da terra, resultando, finalmente, no aparecimento de condições desérticas”. A 
FAO em 1986, definiu a desertificação da seguinte maneira; “é somente um 
aspecto extremo da deterioração dos ecossistemas, disseminada sob a 
pressão combinada do clima adverso e da exploração agrícola”. 
“As causas mais freqüentes da desertificação estão associadas ao uso 
inadequado do solo e da água no desenvolvimento de atividades 
agropecuárias, na mineração, na irrigação mal planejada e no desmatamento 
indiscriminado. 
Conseqüências da desertificação: 
Natureza ambiental e climática 
Como perda de biodiversidade (flora e fauna), a perda de solos por erosão, 
a diminuição da disponibilidade de recursoshídricos, resultado tanto dos 
fatores climáticos adversos quando do mau e a perda da capacidade 
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produtiva dos solos em razão da baixa umidade provocada, também, pelo 
manejo inadequado da cobertura vegetal. 
Natureza social 
Abandono das terras por partes das populações mais pobres, a diminuição 
da qualidade de vida e aumento da mortalidade infantil, a diminuição da 
expectativa de vida da população e a desestruturação das famílias como 
unidades produtivas. Acrescente-se, também, o crescimento da pobreza 
urbana devido às migrações, a desorganização das cidades, o aumento da 
poluição e problemas ambientais urbanos. 
Natureza econômica 
Destacam-se a queda na produtividade e produção agrícolas, a diminuição 
da renda do consumo das populações, dificuldade de manter uma oferta de 
produtos agrícolas de maneira constante, de modo a atender os mercados 
regional e nacional, sobretudo a agricultura de sequeiro que é mais 
dependente dos fatores climáticos. 
Natureza político institucional 
Há uma perda da capacidade produtiva do Estado, sobretudo no meio rural, 
que repercute diretamente na arrecadação de impostos e na circulação da 
renda e, por outro lado, criam-se novas demandas sociais que extrapolam a 
capacidade do Estado de atendê-las”. 
Fonte: 
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agropecuario/inde
x.html&conteudo=./agropecuario/artigos/desertificacao.html 
 
5. CONSEQUÊNCIAS DA DEGRADAÇÃO PARA A SOCIEDADE 
 
Em áreas onde a degradação é bastante acentuada, as terras podem ser 
abandonadas ou mesmo transformadas em áreas de pastagens, ocasionando 
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uma degradação cada vez maior e por vezes leva a uma infertilidade total. Em 
áreas irrigadas onde o lençol freático eleva-se e em áreas com alto teor de 
salinização o empobrecimento do solo e a sua degradação são acelerados. 
Esta redução na capacidade produtiva da terra gera um empobrecimento 
econômico de toda uma sociedade que depende dela para a sua manutenção. 
O rápido crescimento populacional cria uma necessidade mundial de mais 
alimentos e consequentemente o solo produtivo é superexplorado, causando 
desequilíbrios grandiosos nos ecossistemas das áreas exploradas. Esta 
superexploração gera um acelerado desgaste dos nutrientes presentes no solo 
e em pouco tempo a terra produz pouco ou mesmo nada. Dessa forma, os 
problemas agravam-se de modo grandioso, pois enquanto a população cresce 
verticalmente e demanda por mais alimentos, as terras férteis diminuem 
vertiginosamente. 
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a 
Agricultura) dois milhões de pessoas não têm segurança alimentar, ou seja, 
não possuem a qualquer instante o alimento que pode lhe proporcionar uma 
vida saudável. 
Estima-se que a produção de alimentos deverá aumentar em até 60% até 2025 
para poder nutrir de modo desejável a população que até este ano estará em 
aproximadamente 8,5 bilhões de pessoas. Porém, percebemos que diversas 
regiões que necessitam aumentar sua produção alimentar sofrem de escassez 
de água ou possuem terras em péssimo estado para produzir alimentos. As 
terras são desgastadas rapidamente com o plantio contínuo de produtos, 
erosão, fertilizantes, adubos e agrotóxicos. Essa relação desarmônica com as 
terras cultiváveis tem ocasionado perda de biodiversidade e acelerado a 
extinção de espécies. 
A escassez de alimentos não afetará os países uniformemente, sendo que nos 
países desenvolvidos da Europa e da América do Norte, com lento crescimento 
populacional, sobram alimentos para exportar, enquanto em países em 
desenvolvimento, com rápido crescimento populacional, má distribuição das 
terras e degradação constante do solo e do meio ambiente, a tendência é uma 
aceleração na falta de alimentos para a maioria da população. Esses países 
sofrem do que a FAO chama de “déficit alimentar”, pois têm dificuldade de 
produzir alimentos e de importar. Segundo a FAO são aproximadamente 800 
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15 
milhões de pessoas que vivem nestes países e que sofrem de má nutrição. 
Outros países, com poucas terras para cultivar alimentos suficientes para sua 
população, mas com recursos financeiros, importam alimentos de outros 
países, como é o caso do Japão, Singapura, Chile e outros. 
Nos últimos constatou-se que o crescimento populacional está sendo maior 
que a produção de alimentos, principalmente na África e estima-se que em 
poucos anos a China torne-se um grande importador de alimentos. 
Em muitas áreas degradadas acontece um deslocamento populacional, pois 
comunidades inteiras que viviam de suas terras não encontram mais nela 
sustento e migram para outros lugares. 
É interessante buscar soluções urgentes. A reforma agrária, a gestão local e 
políticas de conscientização que evitem a erosão dos solos podem contribuir no 
aumento da produção alimentar. A voz das populações locais deve ser ouvida, 
em especial a das mulheres, que são na maioria dos casos, as responsáveis 
pelo alimento e água para a sua família. Os governos locais e a nível de 
cooperação internacional devem trabalhar para valorizar as comunidades locais 
e empenhar-se para que estas tenham segurança alimentar, acesso ao 
alimento e possibilidades de comprá-lo. 
6. BASES TEÓRICAS PARA A RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS 
A multidisciplinaridade de conhecimento tem sido considerado como a base 
eficiente para o sucesso do processo de restauração de áreas degradadas, 
entendido como um conjunto de ações idealizadas e executadas por 
especialistas das diferentes áreas do conhecimento, visando proporcionar o re-
estabelecimento de condições de equilíbrio e sustentabilidade, existentes nos 
sistemas naturais. 
O desenvolvimento de modelos de recuperação de áreas degradadas também 
tem sido um tema de estudo, com suporte técnico em três princípios básicos: a 
fitogeografia, a fitossociologia e a sucessão secundária Muito se tem avanço, 
nos últimos anos, no que diz respeito à “restauração florestal” e tem-se 
desenvolvido pesquisas e muito se tem agregado conhecimentos, envolvendo 
dinâmica de formações florestais nativas. Isto não elimina a necessidade de 
muitos outros estudos que preencham lacunas do conhecimento e promovam 
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16 
um maior sucesso dos projetos de recuperação e conservação da 
biodiversidade. 
A pesquisa vem evoluindo no sentido, de determinar ferramentas mais 
eficientes nesta área, existem hoje, diversos modelos possíveis de serem 
utilizados no repovoamento vegetal, pelo plantio de espécies arbóreas de 
ocorrência em ecossistemas naturais, procurando recuperar algumas funções 
ecológicas das florestas, bem como a recuperação dos solos. Em geral estes 
modelos envolvem levantamentos florísticos e fitossociológicos prévios, bem 
como estudos da biologia e ecologia e da ecofisiologia das espécies em 
bancos de sementes, em viveiros e em campo, o que, em conjunto com um 
melhor conhecimento de solos, microclimas, sucessão secundária e 
fitogeografia, deve favorecer a auto-renovação da floresta implantada. Poucos 
estudos são encontrados sobre a recuperação de áreas de cerrado e de 
vegetação de manguezais e das restingas litorâneas no estado deSão Paulo, 
por exemplo, apesar de serem fortemente impactadas pela ocupação humana 
desde o princípio da colonização européia até os dias atuais. As áreas de 
restinga com características naturais são raras e ainda em menor escala 
aquelas que estão protegidas em Unidades de Conservação sendo que as 
florestas de restinga estão entre os ecossistemas brasileiros que mais vêm 
perdendo espaço por ações antrópicas. 
As experiências de recuperação de áreas de restinga ainda são preliminares, 
sem muitos dados conclusivos, dificultadas pela grande relação da vegetação 
com a dinâmica da água no solo e sua qualidade, intensidade e freqüência 
(Rodrigues & Camargo, 2000; Carrasco, 2003). 
Os trabalhos desenvolvidos por Casagrande et al. (2002 a, b) Reis-Duarte et al. 
(2002 a; b) indicam que as correlações entre fertilidade de solo e 
desenvolvimento da vegetação de restinga devem proporcionar informações 
para o melhor entendimento dos modelos de recuperação desse ecossistema. 
Os cerrados paulistas têm também uma situação bem crítica, sendo que dos 
cerca de 14% da área do território paulista ocupado originalmente por cerrados, 
hoje estariam reduzidos a menos de 4%, estando praticamente desaparecidas 
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as grandes manchas de cerrado que existiram no Estado (Serra Filho et al., 
1975; Durigan, 1996; Kronka, 1998). Poucos estudos preocupam-se com a 
recuperação destas áreas, destacando-se os trabalhos de Bertoni (1992), 
Cavassan et al. (1994), Durigan (1996), Durigan et al. (1997), Correa & Melo 
Filho (1998) e Correa & Cardoso (1998). 
As matas ciliares, ripárias ou de galeria, geralmente aquelas com flora 
influenciada pela formação vegetal circundante, são as que têm recebido maior 
atenção dos pesquisadores, quer pela sua importância ecológica na 
manutenção da biodiversidade ou de corredores biológicos, quer pela sua 
importância na manutenção da qualidade hidrológica dos mananciais sendo 
necessário, no entanto, considerar a região ecológica em que elas se localizam 
(cerrado ou floresta) o que pode facilitar a forma de recuperação. 
Mesmo com os avanços obtidos nas pesquisas desenvolvidas, os modelos de 
recuperação gerados ainda estão limitados ao âmbito da ciência e da situação 
a ser recuperada, com aplicabilidade restringida, muitas vezes, pelos altos 
custos de implantação e manutenção, sendo necessário maior envolvimento da 
pesquisa científica no desenvolvimento de tecnologias cada vez mais baratas e 
acessíveis 
Sabe-se que a conservação in situ de recursos genéticos tem sido considerada 
a forma mais efetiva, principalmente para os casos em que toda uma 
comunidade de espécies está sendo o objetivo da conservação. Nesse caso, 
não só as espécies alvo, que têm valor econômico atual, como também 
aquelas de valor potencial, devem estar incluídas na programação de 
conservação genética, inclusive também os seus polinizadores, dispersores de 
sementes e predadores. Ressalta-se a necessidade de se conhecer 
geneticamente as espécies em conservação, não bastando apenas mantê-las 
intocáveis na área onde as espécies em conservação estejam ocorrendo. 
Sem dúvida, as florestas tropicais formam os biomas com maior diversidade de 
espécies do planeta, tendo sido o alvo da discussão para conservação in situ e 
objeto de um acordo mundial assinado por cerca de 170 países na Rio-92, que 
foi a Convenção da Diversidade Biológica. Para o Brasil, que possui dois 
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biomas florestais tropicais de suma importância, a Amazônia e a Mata 
Atlântica, a discussão sobre a conservação genética in situ é de importância 
estratégica, justamente neste momento em que a grande evolução do 
conhecimento da biotecnologia de ponta coloca em evidência a biodiversidade 
como uma das mais valiosas matérias primas no mundo em termos 
econômicos, principalmente para a indústria farmacêutica e de química, 
envolvendo a produção de cosméticos e indústria alimentícia. 
Proteger o meio ambiente não significa impedir o desenvolvimento. O que se 
faz necessário é promover o desenvolvimento em harmonia com o meio 
ambiente. Daí a idéia de “desenvolvimento sustentável”, que tomou corpo nas 
últimas décadas e norteia a ação dos órgãos públicos encarregados da defesa 
do meio ambiente, no mundo todo. 
O êxito dos projetos de recuperação de áreas degradadas só ocorrerá se 
houver uma manutenção constante as mudas plantadas e um monitoramento 
da condição permanente do sistema ambiental natural 
A degradação das áreas pode ocorrer por ação natural ou antrópica, mas 
sempre ficará um rastro de impacto ambiental negativo, onde muitas das 
vezes, torna-se irrecuperável a função do sistema natural. Avaliar o grau de 
impacto e a metodologia a ser aplicada para recuperação desta área é a 
designação do profissional que irá trabalhar nesta atividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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http://www.unfpa.org/swp/2001/portuguese/Brochura.pdf . Acesso em: 10 nov. 2005. 
 
DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: 
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(ABGE) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), 1995. cap. 4.2, p.165-179. 
 
BITAR, O.Y & ORTEGA, R.D. Gestão Ambiental. In: OLIVEIRA, A.M.S. & 
 
BITAR, O.Y., FORNASARI FILHO, N. & VASCONCELOS, M.M.T. 
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impacto ambiental. Publicação Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), São 
Paulo, boletim 56, cap.03, p.09-13, 1990 
 
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http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agropecuario/index.html&co
nteudo=./agropecuario/artigos/desertificacao.html

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