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14/09/2017 1 DOENÇA DE PARKINSON Doutoranda Ana Elisa Gonçalves anaelisa.g@hotmail.com DOENÇA DE PARKINSON DESORDENS DO MOVIMENTO NEURODEGENERATIVO POGRESSIVO 14/09/2017 2 Níveis de dopamina em uma neurônio normal e em um neurônio com Doença de Parkinson Neurônio normal Neurônio com DP Movimento normal Desordens do movimento Red Nucleus Cerebral Peduncle Substantia Nigra Melanina 14/09/2017 3 Área Tegmental Ventral (VTA) ▪S i s t e m a m o t o r ▪R e c o m p e n s a Caminhos mesocorticolimbico e nigroestriatal da Dopamina P r a z e r R e c o m p e n s a I m p u l s i v i d a d e ▪M e m ó r i a ▪ C o m p o r t a m e n t o s o c i a l ▪ P l a n e j a m e n t o ▪ T o m a d a d e d e c i s ã o ▪ A t e n ç ã o EPIDEMIOLOGIA A doença de Parkinson é rara antes dos 50 anos, mas a incidência aumenta 5-10 vezes da sexta para a nona década de vida. Incidência mundial da doença de Parkinson variam de 5 a > 35 novos casos por 100.000 indivíduos por ano A prevalência global, estimada é de 0,3%, e aumenta acentuadamente com a idade para > 3% naqueles > 80 anos 14/09/2017 4 A doença de Parkinson é duas vezes mais comum nos homens do que nas mulheres na maioria das populações, embora em poucas populações, incluindo um estudo do Japão, nenhuma diferença ou mesmo um excesso feminino foi observado. ▪Efeito protetor dos hormônios sexuais femininos, ▪Mecanismo genético associado ao gênero, ▪Diferenças do gênero na exposição a fatores de risco ambientais, ▪Disparidades nos cuidados de saúde S I N TO M A S C L Í N I C O S Bradicinesia – Início lento dos movimentos Rigidez ou tremor de repouso MOTORES Instabilidade postural 14/09/2017 5 S I N TO M A S C L Í N I C O S NÃO - MOTORES ▪ Distúrbios cognitivos ▪ Demência ▪ Distúrbios sensoriais (hiposmia) ▪ Constipação ▪ Alterações de humor (apatia, depressão, ansiedade) ▪ Alucinações ▪ Problemas de sono ▪ Alteração do sistema nervoso autônomo (hipotensão ortostática, pele oleosa e transpiração excessiva, incontinência urinária e função sexual alterada) NÃO RESPONDEM A TERAPIA ACOMETE 90% DOS PACIENTES 14/09/2017 6 As metanálises sugerem que a constipação é mais de duas vezes mais comum em pessoas que desenvolvem DP em comparação com aqueles que não. Estudos prospectivos e retrospectivos descobriram que a constipação se torna aparente em uma média de 10 anos antes da DP ser diagnosticada, tornando-se um dos primeiros indicadores de processos patológicos que levam para DP. S I N TO M A S C L Í N I C O S NÃO - MOTORES • Psicose e alucinações: as alucinações visuais são o sintoma psicótico mais comum. • Até 40 por cento dos pacientes com DP tratados com fármaco demonstram alguma forma de psicose. • O distúrbio do sono afeta quase 98% dos pacientes com DP. Mais comumente, o despertar do amanhecer e o despertar frequente durante a noite são relatados. • O tremor no repouso pode atuar para despertar o paciente durante o sono leve. Por outro lado, a sonolência diurna também é um problema notável. Os pacientes com DP podem estar com sono ou experimentar "ataques de sono" (episódios involuntários de sono). 14/09/2017 7 60-70% de neurodegeneração ▪ A causa da doença de Parkinson é desconhecida, mas acredita-se que envolve fatores tanto genéticos quanto ambientais. ▪ A idade é o risco mais potente para DP com uma idade média de início de aproximadamente 50 a 60 anos. ▪ Há também um risco aumentado em pessoas expostas a certos pesticidas, enquanto há um risco reduzido nos fumantes de tabaco e que bebem café ou chá. 14/09/2017 8 Cerca de 15% dos indivíduos com DP têm um parente de primeiro grau que tem a doença, e 5-10% das pessoas com DP tem uma mutação em um dos vários genes específicos. Manter uma dessas mutações genéticas não levam necessariamente à doença; fatores de susceptibilidade colocam o indivíduo em risco aumentado, muitas vezes em combinação com outros fatores de risco, que também afetam a idade de início, gravidade e progressão. SNCA, LRRK2, GBA, PRKN, PINK1, PARK7, VPS35, EIF4G1, DNAJC13 e CHCHD2. Codifica a proteína alfa-sinucleína, principal componente dos corpos de Lewy que se acumulam no cérebro de pacientes com DP FISIOPATOLOGIA 14/09/2017 9 Perda ou degeneração dos neurônios dopaminérgicos na substância negra Os corpos de Lewy contêm várias proteínas, incluindo α-sinucleína e ubiquitina que prejudicam o funcionamento do neurônio dopaminérgico C O R P O S D E L E W Y 14/09/2017 10 A homeostase intracelular da α-sinucleína é mantida pelas ações do sistema ubiquitina-proteassoma e do sistema de autofagia lisossômica (LAS). α - s i n u c l e í n a Sistema de Ubiquitina-Proteassoma 14/09/2017 11 C O R P O S D E L E W Y α-sinucleína adquire propriedades neurotóxicas durante um processo patogênico no qual monômeros de Mecanismos subjacentes ao acúmulo e agregação de α-sinucleína podem ser múltiplos, por exemplo, uma super-produção relativa da proteína, a presença de mutações que aumentam a probabilidade de oligomerização. Um declínio progressivo e relacionado à idade nos mecanismos de defesa proteolítica no envelhecimento do cérebro pode desempenhar um papel importante na acumulação de α-sinucleína α-sinucleína fibrilas de α-sinucleína insolúveissolúveis inicialmente formam oligômeros, em seguida, combinam-se progressivamente para formar pequenas protofibrilas e, eventualmente, grandes 14/09/2017 12 14/09/2017 13 MICROBIOTA DOENÇA DE PARKINSON SIBO: Alto Crescimento Bacteriano do Intestino DISBIOSE P R E VA L Ê N C I A 25 a 54% em DP vs 8 a 20% normais Avaliações detalhadas da microbiota intestinal na DP Diminuição de: Bacteroidetes fecais Lactobacillaceae, Faecalibacterium prausnitzii, Enterococcaceae, Prevotella e Clostridium spp Aumento de: Bifidobacterium Lactobacillus spp Enterobacteriaceae Prevotellaceae, Lactobacillaceae, Bradyrhizobiaceae Clostridiales Incertae Sedis IV 90% de especificidade, e apenas 47,2% de sensibilidade 14/09/2017 14 Ambos podem ser possíveis. Alterações observadas na microbiota Inicial ou tardia Contribui para o desenvolvimento da neurodegeneração Resposta à patologia relacionada à atividade peristáltica e inflamação ? A nicotina tem propriedades anti-inflamatórias bem estabelecidas e o café aumenta a mobilidade intestinal, o que pode contribuir para um ambiente intestinal que é resistente à patologia associada à DP. de estilo de vida. Tanto o tabagismo quanto o consumo de café estão associados a uma incidência significativamente reduzida de DP, e foi proposto que os efeitos protetores do tabaco e do café possam ser mediados, pelo menos em parte, pela modulação da microbiota. 14/09/2017 15 Processo inflamatório desencadeia resposta imune no intestino aumento da permeabilidade intestinal e aumento da expressão e agregação de αSYN A sinucleinopatia pode ser transmitida do intestino para o cérebro através do nervo vago aumento da permeabilidade à barreira hematoencefálica pela inflamação sistêmica E a inflamação e a disfunção neuronal se propagam para regiões cerebrais, atingindo a substância negra. Quando ocorreu uma depleção suficiente da dopamina estriatal resultante da perda desses neurônios dopaminérgicos, as alterações motoras começam a se manifestar e os sintomas clínicos da DP se desenvolveram. Sinucleinopatia propaga do núcleo motor dorsal do vago 14/09/2017 16 TRATAMENTO A LVO S D O PA M I N É R G I C O S L-DOPA Rasagilina Selegilina Safinamida Bromocriptina Pramipexol, Ropinirol Piribedil,Cabergolina Apomorfina, Lisurida Benserazida Carbidopa Entacapona Talcapona Opicapone 14/09/2017 17 DOPAMINA LEVODOPA 14/09/2017 18 LEVODOPA Efeitos periféricos também podem ocorrer com a administração do levodopa, e se traduzem por manifestações gastrointestinais como náuseas e vômitos e também cardiovasculares, por exemplo, hipotensão postural e arritmias, esses efeitos podem ser minimizados com uso de um inibidor da descarboxilase. levodopa + carbidopa (PARKIDOPA® ) 250 mg 25 mg O medicamento é uma combinação de carbidopa, um inibidor de descarboxilase, e a levodopa, um precursor metabólico da dopamina. A levodopa alivia os sintomas da doença de Parkinson através da descarboxilação para dopamina no cérebro. A carbidopa, que não cruza a BHE, inibe a descarboxilação da levodopa, liberando mais levodopa para transporte ao cérebro e subsequente conversão em dopamina. levodopa + benserazida (PROLOPA® ) 200 mg 57 mg entacapona (COMTAN®) 200 mg Inibidor da catecol-O-metiltransferase. Administrada em conjunto com L-DOPA, impede a COMT de metabolizar a L-DOPA em-3-metoxi 4-hidroxi-L-fenilalanina (3- OMD) na periferia, que não atravessa facilmente a barreira hemato-encefálica. Usada no tratamento adjuvante com levodopa e carbidopa. tolcapona (TASMAR®) 100 e 200 mg 14/09/2017 19 Potente inibidor seletivo da MAO-B, aumento dos níveis de dopamina extracelular no estriado. Melhora da disfunção motora dopaminérgica. O uso concomitante de rasagilina com fluoxetina ou fluvoxamina deve ser evitado. • Como a rasagilina potencializa os efeitos da levodopa, por isso, os eventos adversos da levodopa podem ser aumentados e o distúrbio da atividade motora pré- existente fica exacerbada. • A redução da dose de levodopa pode melhorar esta reação adversa. • Foram relatados efeitos hipotensivos quando a rasagilina é administrada concomitantemente com a levodopa. Rasagilina (AZILECT® ) Potente inibidor seletivo da MAO-B, aumento dos níveis de dopamina extracelular no estriado. Melhora da disfunção motora dopaminérgica. Não é indicada em caso de hipertensão não tratada, hipertiroidismo, feocromocitoma, glaucoma de ângulo fechado, adenoma prostático com urina residual, taquicardia, arritmia, angina de peito grave, psicoses, demência avançada, duodenal ou úlcera gástrica. Potencializa os efeitos colaterais de antidepressivos e outros agonistas da serotonina, epinefrina e/ou norepinefrina. Inibe os antagonistas da dopamina, serotonina, epinefrina e/ou norepinefrina. • Os efeitos adversos mais frequentes são: boca seca, excitação, náuseas, insônia e raramente arritmias Selegilina (Anipril, L-deprenil, Eldepril, Emsam, Zelapar ) 10 mg 14/09/2017 20 • Inibidor de monoamino-oxidase B (MAO-B), • reduz a atividade glutamatérgica (por inibir a liberação de glutamato) • e bloqueia a recaptação de dopamina. • Por estas características farmacológicas peculiares pode atuar como antiparkinsoniano e possivelmente como droga de efeito neuroprotetor e potencial efeito sobre discinesias induzidas pela levodopa. safinamida (XADAGO®) 10 mg Tem características farmacológicas distintas da selegilina e da rasagilina: é mais seletiva para a MAO-B que ambas e sua ação é reversível. Portanto é uma droga, a priori, mais segura que a selegilina e a rasagilina quanto a efeitos colaterais decorrentes da inibição da MAO-B. bromocriptina (PARDOLEL®) 2,5 mg Agonista de receptores D2 e vários receptores de serotonina. Também inibe a liberação de glutamato. pramipexol (SIFROL®) 1,5 mg ou 0,75 mg Agonista D2 e D3. Inibe a síntese, a liberação e a recaptação da dopamina. Protege os neurônios dopaminérgicos da degeneração devida à isquemia ou à neurotoxicidade Pode ser usado como monoterapia ou em associação com levodopa A bromocriptina oferece um efeito comparável a levodopa, é indicada em situações onde o paciente não tolera a terapêutica com este medicamento ou em associação com o mesmo. 14/09/2017 21 Agosnita D1 e D2, além de aumentar síntese, liberação e inibição da recaptação da dopamina no striatum de pacientes parkinsonianos. A amantadina atua preferencialmente sobre a bradicenesia e tremor, tendo como contra-indicações casos de epilepsia, insuficiência cardíaca congestiva e confusão mental amantadina (MANTIDAN®) 100 mg Injeções subcutâneas CANABIS 14/09/2017 22 TRATAMENTO CIRÚRGICO A cirurgia pode ser uma opção de tratamento eficaz para diferentes sintomas de DP, porém, apenas os sintomas que melhoraram anteriormente em levodopa podem melhorar após a cirurgia. O tratamento cirúrgico é reservado para pacientes com DP que esgotaram o tratamento médico do tremor da DP ou que sofrem flutuações motoras profundas. A DBS não prejudica o tecido cerebral saudável. 14/09/2017 23 TRATAMENTO CIRÚRGICO A cirurgia é realizada para inserir eletrodos em uma área específica do cérebro, usando ressonância magnética e gravações de atividade celular cerebral durante o procedimento. Um segundo procedimento é realizado para implantar um gerador de impulso sob a clavícula ou no abdômen. Aqueles que são submetidos à cirurgia DBS recebem um controlador para ligar ou desligar o dispositivo. DBS é certamente o avanço terapêutico mais importante desde o desenvolvimento da levodopa. Não é uma cura e não retarda a progressão da PD. Também não é indicado para todos os pacientes. 14/09/2017 24 TERAPIAS ALTERNATIVAS ▪Exercício físico ▪Exercícios mentais ▪Grupos de apoio ▪Terapia de fala ▪Dieta