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* Jonathan Silvério dos Santos Silva Enf. Esp. Nefrologia – HRPA Prof. / Preceptor. Enfermagem - FIC * Sistema de Hemodiálise * * INTRODUÇÃO Depois que um dialisador é utilizado, ele pode ser enxaguado para retirada do sangue, ser quimicamente limpo, desinfetado e reutilizado. A reutilização do dialisador é uma prática segura e efetiva nos EUA e nos demais países. 1984- Association for the Advancement of Medical Instrumentation (AAMI): - Estabelece os padrões e recomendações implicadas no reuso de dialisadores - É variável a porcentagem de pacientes que fazem HD com dialisadores reutilizados nos diversos países. Há um aumento crescente observado em todo mundo. * LEGISLAÇÃO A RDC Nº 11/2014 foi elaborada com o intuito de exigir normativas técnicas para o funcionamento dos serviços de diálise, que visem a qualidade do serviço prestado e garantam a segurança para o paciente. A reutilização dos dialisadores é regulamentada Água utilizada p/ o preparo de soluções e reutilização devem seguir os mesmos critérios Número de reusos: - Manual até 12 vezes - Automatizado até 20 vezes - 80% do priming inicial * RECOMENDAÇÕES PARA O REUSO RDC recomendam que : Portadores de Hepatite B, C e HIV não sejam reutilizados devido à elevada carga viral e consequente risco de contágio Pacientes sépticos RECOMENDA-SE O USO DE PRECAUÇÕES UNIVERSAIS RIGOROSAMENTE E INDEPENDENTE DA SOROLOGIA * VANTAGENS Econômicas: - reduz o custo do tratamento - permite o uso mais amplo de dialisadores mais caros c/ seus respectivos benefícios Reduz a incidência de sintomas durante a diálise Exposição reduzida a produtos químicos industriais e residuais usados na produção dos dialisadores Aumenta a biocompatibilidade do dialisador devido ao revestimento protéico da membrana. * DESVANTAGENS Exposição de pacientes e do pessoal a vapores tóxicos das soluções desinfetantes Risco de contaminação bacteriana/endotoxinas do dialisador Perda da capacidade de UF do dialisador Risco de transmissão cruzada de agentes infecciosos Aumento do nº de pessoal p/ realizar o reprocessamento * TIPOS DE DESINFECÇÃO DESINFECÇÃO QUÍMICA: Ácido peracético Formaldeído a 4 % Hipoclorito de sódio 1 % Glutaraldeído * TOXICIDADE DOS DESINFETANTES Expõe pacientes e equipe técnica aos efeitos dos agentes; Manipulação indevida pode provocar acidentes sérios e por em julgamento todo o processo do reuso; Exposição : - contato físico - gases Proteção : luvas, máscaras, protetores oculares, avental impermeável, botas, ventilação e exaustores; * * VERIFICAÇÃO FUNCIONAL VCT ( volume celular total): Inclui o volume dos cabeçotes e fibras capilares viáveis; É uma verificação indireta da capacidade de clearance da membrana; Aplicação de ar sob pressão p/ medir o volume de líquido obtido; O valor de VCT ≥ 80% do valor inicial; Uma redução de 20% do VCT corresponde a 10% de redução do clearance de uréia; Um paciente que não atinge o número alvo de reusos devido as falhas do VCT sugere formação excessiva de coágulos e deve implicar na revisão da prescrição de heparina; * TESTES DE PRESSÃO OBJETIVO : Evidenciar rompimentos ou defeitos da integridade física do dialisador Geração de um gradiente de PTM no dialisador e observação da queda da pressão no compartimento do sangue ou do dialisato Instilação de ar ou nitrogênio pressurizado pela via sangüínea do dialisador ou pela produção de vácuo pela via do dialisato * Somente quantidades mínimas de ar podem escapar de uma membrana umedecida intacta, fibras danificadas rompem-se sob PTM; Este teste avalia também defeitos dos anéis em O do dialisador , do suporte do feixe de fibras capilares e das tampas das extremidades; *IMPORTÂNCIA: a existência de roturas favorece o aparecimento de reações pirogênicas; * Desinfecção e eliminação do desinfetante Indispensável conhecer e orientar a equipe sobre a solução em uso; Seguir rigorosamente as orientações do fabricante a fim de garantir desinfecção adequada; Remoção da solução desinfetante deve garantir níveis residuais de segurança biológica; Remover o desinfetante do compartimento do dialisato Fluxo de 500ml/min sol. Salina e dialisato a 37°C com aplicação de PTM; Retirada do ar; Testes p/ verificação da presença de resíduos específicos p/ cada agente utilizado; Formol < 5ng/L Ac. Peracético< 1 mg/L * Efeitos da reutilização das membranas dos dialisadores 1) CONTROVÉRSIAS NA AVALIAÇÃO DOS DIALISADORES REUSADOS Nos dialisadores reusados, observa-se uma redução nas taxas de transporte de água(KUF) e de solutos, extremamente variável; * Ativação do complemento e neutropenia O contato do sangue com as mbns NÃO biocompatíveis induz neutropenia e ativação do complemento Reuso/biocompatibilidade =depende do desinfetante: - formaldeído e ácido peracético não eliminam a capa protéica, aumentando a biocompatibilidade - hipoclorito de sódio = elimina a capa protéica e restaura a capacidade dos dialisadores de ativar o complemento e induzir neutropenia * Reuso automático - Echo Teste de pressurização Teste volume capilar Estação simples Múltiplos germicidas T= 8-30 min/dialisador * Seratronics- DRS-4 Teste pressurização Teste volume capilar Teste de UF Multiestação (4) Múltiplosgermicidas Manuseio computadorizado de dados T= 35min/4dialisadores * Renatron II Teste de pressurização Teste volume capilar Estação modular até 6 unidades combinadas AgenteRenalin Manuseio computadorizado de dados Tempo = 8 a 10 min/dialisador * Resuso manual * * * REPROCESSAMENTO DE DIALISADORES * * Processar o dialisador antes do primeiro uso (Recomendado para pré-avaliar os dialisadores e as variações no processo de reutilização) Estabelece o Priming (volume interno das fibras) (Usado como referência de avaliação do teste) Desinfecção após o pré-processo é requerida Etiquetar o dialisador Pré-processo * Pré-Processo Novo Dialisador Ciclo de Vida do Dialisador * Ciclo de Vida do Dialisador Pré-Processo Novo Dialisador Priming * Priming Preparar a membrana para o tratamento dialítico: Remover o ar Remover desinfetante Procedimento apropriado para: prevenção de reação do paciente efetividade da heparina * Priming Exemplo: Priming ruim Ar no dialisador Coágulos Área de superfície reduzida Menor clearance de solutos Poucos reusos Cada passo dentro do Ciclo de Vida do dialisador impacta na sua performance e nos resultados Reuso * Pré-Processo Novo Dialisador Tratamento Priming Ciclo de Vida do Dialisador * Heparinização Prevenir formação de coágulos e garantir melhor adequação da diálise Mantém as fibras abertas, a área de superfície e, consequentemente, o clearance de solutos. Proporciona limpeza mais fácil e menos agressiva. - Administração: Sistêmica Dosagem deve ser individualizada Heparinização deve ser prescrita pelo médico responsável. * Monitoração do Paciente Importante para avaliação da terapia e da técnica de reuso Variáveis que impactam na terapia e no reuso Priming inadequado Fluxo de sangue interrompido ou reduzido Bolhas de ar Variáveis da máquina Bomba de infusão de heparina Calibração/oclusão da bomba de sangue Posicionamento inadequado da agulha Tratamento do Paciente * Fim do Tratamento: Minimizar a quantidade de sangue residual do sistema (diminui a formação de coágulos) Recirculação com soro fisiológico Remover da máquina e reprocessar rapidamente Tratamento do Paciente * RECIRCULAÇÃO COM SORO FISIOLÓGICO * Pré-Processo Novo Dialisador Tratamento Priming Ciclo de Vida do Dialisador Limpeza * Associada com Sistemas Automáticos Pode diminuir o reuso, NÃO aumentar. Se for remover a tampa (se aplicável): Procedimento específico para o tipo de tampa Remove grandes coágulos e porções de sangue A Tampa deve ser desinfectada se for removida Qualquer combinação dos passos da limpeza remove a maioria do sangue das fibras. Pré-Limpeza (Opcional) * Pré-Limpeza/Limpeza ÁGUA TRATADA PARA DIÁLISE Parâmetros: Pressão Máxima: 25 PSI Fluxo Máximo: 2 L/min Tempo de Enxágue Máximo: 3 minutos 1. ENXÁGUE DO COMPARTIMENTO DE SANGUE Alta pressão dentro das fibras podem rompê-las * Parâmetros: Pressão Máxima: 25 PSI Fluxo Máximo: 1 L/min Tempo de Enxágue Máximo: 3 minutos SAÍDA 2. ENXÁGUE DO COMPARTIMENTO DO DIALISATO Pré-Limpeza/Limpeza ÁGUA TRATADA PARA DIÁLISE Alto fluxo pode provocar o rompimento de fibras ou misturá-las com componentes da carcaça Nota: Dialisadores com proteção no compartimento do dialisato reduzem este efeito * REUSO AUTOMÁTICO * IMPORTANTE: Assegurar-se da remoção do ar do compartimento do dialisato antes de iniciar a UFR para prevenir que a água cruze a membrana neste ponto (prejudicando a intenção da UFR) 3. ULTRAFILTRAÇÃO REVERSA (UFR) Pré-Limpeza/Limpeza Parâmetros: Pressão Máxima: 25 PSI Fluxo Máximo: 1 L/min Tempo Máximo: 5 minutos Nota: UFR pode causar colapso das fibras . Após a UFR, é necessário o enxágue do compartimento de sangue para reinflar as fibras ! * Necessário para reinflar as fibras depois da UFR SAÍDA 4. ENXÁGUE DO COMPARTIMENTO DE SANGUE (REINFLAR AS FIBRAS) ÁGUA TRATADA PARA DIÁLISE Pré-Limpeza/Limpeza Parâmetros: Pressão Máxima: 25 PSI Fluxo Máximo: 2 L/min Tempo Máximo: 10 minutos ( PSN, CA) 5 minutos (CT) * Pré-Processo Novo Dialisador Tratamento Priming Teste Ciclo de Vida do Dialisador Limpeza * 5. MEDIÇÃO DO PRIMING Indireto: Medir a Performance Medição do volume interno das fibras Critério de Performance (Portaria vigente do M.S.) : Manter Clearance de Uréia com queda de até 10% da performance inicial Queda de 20% do priming = queda de 10% no clearance de U Comparação do volume inicial (determinado no pré-processo) Se o priming atual for < 80% do inicial, o dialisador deve ser descartado pelas recomendações da Portaria vigente do M.S. Teste * Inspeção Visual (Teste Estético) Define máximo número de fibras coaguladas ou tamanho dos coágulos na área da tampa Número Máximo de Reuso Define o número máximo de reusos permitidos TESTE ADICIONAL (OPCIONAL) Teste * Pré-Processo Novo Dialisador Tratamento Priming Desinfecção Teste Ciclo de Vida do Dialisador Limpeza * Desinfecção FLUXO DE DESINFETANTE/ ESTERILIZANTE 7. ENCHER COM DESINFETANTE / ESTERILIZANTE O COMPARTIMENTO DE SANGUE Encher o compartimento do sangue ( dialisador e linhas ) com desinfetante/esterilizante por gravidade ou bomba. Ácido Peracético 0,2% Renalin 3-4% Formaldeido 1-4% Glutaraldeido 0.8% Calor água a 100°C Acido Cítrico 95°C Conectar as linhas arterial e venosa em sistema fechado apôs o preenchimento Nota: Certifique-se que não há bolhas de ar no sistema * Desinfecção 8. ENCHER COM DESINFETANTE / ESTERILIZANTE O COMPARTIMENTO DO DIALISATO Encher o compartimento de dialisato com desinfetante por gravidade ou bomba Tampar as duas saídas apôs o preenchimento Nota: Certifique-se que não há bolhas de ar no dialisador FLUXO DE DESINFETANTE/ ESTERILIZANTE * 9. LIMPEZA DE SUPERFÍCIE - OPCIONAL 0,2% Ácido Peracético 1% Renalin = 100% Actril Outros - Cheque compatibilidade do material Agentes químicos contendo componentes a base de benzil são agressivos ao policarbonato e podem causar rachaduras na carcaça. Faça a imersão total do dialisador na solução, ou umedeça completamente com uma compressa ou esborrife a solução no dialisador Deixe secar naturalmente QUÍMICO Desinfecção * Pré-Processo Novo Dialisador Tratamento Priming Armazenagem Desinfecção Teste Ciclo de Vida do Dialisador Limpeza * Armazenar o dialisador até o próximo tratamento Tempo mínimo de contato para desinfetantes/esterilizantes: Ácido Peracético 0,2% por 8 horas Renalin 3-4% por 11 horas Formaldeido 4% por 24 horas Glutaraldeido 0.8% por 1 hora Armazenagem 10. ARMAZENAR O DIALISADOR * Pré-Processo Novo Dialisador Tratamento Priming Armazenagem Limpeza Desinfecção Teste Ciclo de Vida do Dialisador * HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO DO SANGUE * HEMOSTASIA Prevenção da perda de sangue Sempre que um vaso é seccionado, ou se rompe, a hemostasia é realizada por diversos mecanismos distintos: - espasmo vascular - formação do tampão plaquetário - coagulação do sangue - crescimento final de tecido fibroso no interior do coágulo sanguíneo p/ fechar permanentemente o vaso. * CONDIÇÕES QUE CAUSAM SANGRAMENTO EXCESSIVO EM SERES HUMANOS DEFICIÊNCIA DE VITAMINA K necessária p/ promover a formação de 4 fatores de coagulação: protrombina, fator VII , IX e X HEMOFILIA TROMBOCITOPENIA < 50 000 /microlitro * CAUSAS QUE CONTRIBUEM P/ O SANGRAMENTO EM PACIENTES COM IRC A síndrome urêmica provoca nos pacientes tendências à hemorragia, devido a : Defeito da adesividade plaquetária, agregação e reações de liberação Utilização de anticoagulantes p/ manter a permeabilidade do CEC e do acesso vascular Toxinas urêmicas : ácido fenólico, ácido guanidinisuccínico e outras pequenas moléculas * EPISÓDIOS HEMORRÁGICOS Nas zonas de venopunção das agulhas de diálise No local de inserção dos CDL Espontaneamente ,em órgãos internos alterados pela própria patologia urêmica ou por condições de comorbidades associadas. * Fatores que favorecem a coagulação do sistema de hemodiálise Baixo fluxo sanguíneo Hematócrito alto por tratamento c/ EPO Altas taxas de UF Recirculação no acesso de diálise Transfusão de sangue durante a HD Uso de câmaras de fluxo (exposição de ar, formação de espuma, turbulência) Natureza da membrana * Controle da coagulação durante a diálise Inspeção visual do Sistema de hemodiálise Pressão no sistema de hemodiálise Aparência do dialisador após a diálise - fibras ocluídas - coágulos sanguíneos ou depósitos esbranquiçados nas extremidades do dialisador Medida do volume residual do dialisador * Sinais de coagulação no Sistema de hemodiálise Sangue extremamente escuro Sombras ou estrias negras no dialisador Espuma com subsequente formação de coágulo nas câmaras de fluxo e cata-bolhas Enchimento rápido do monitor transdutor com sangue Tetering (sangue no segmento da linha venosa pós dialisador que não é capaz de continuar p/ a câmara venosa, mas retorna no segmento da linha) Presença de coágulos na linha arterial * DIÁLISE SEM HEPARINA INDICAÇÕES: Cirurgias recentes, com risco ou complicações de sangramento. ESPECIALMENTE: Cirurgia vascular e cardíaca Cirurgia ocular (retiniana ou catarata) Transplante renal Cirurgia cerebral Pericardite Coagulopatias Trombocitopenia Hemorragia intracerebral Sangramento ativo * Diálise sem Heparina - Método Enxaguar o sistema de hemodiálise com soro fisiológico, cobrindo todo o sistema e a membrana do dialisador para reduzir o efeito trombogênico. Desprezar o priming * Diálise sem Heparina 2. FLUXO ALTO: O mais alto possível (400-500 ml/min) Se contra-indicado devido a risco de desequilíbrio, crianças, altos níveis de nitrogênio uréico. * Diálise sem Heparina 3. ENXAGUE PERIÓDICO COM SOLUÇÃO SALINA: Enxágüe o sistema c/ infusão de SF 0,9% (100-150 ml) a cada 30 min ou 1/1h Objetivos: Permitir inspeção das fibras p/ avaliar coagulação Reduzir a propensão da formação de coágulos no dialisador ou interferir com ela Incluir na UF o volume utilizado para fazer o enxágüe * Diálise sem Heparina RISCO DE COAGULAÇÃO: Ocorre geralmente em 5% dos casos Pode ser reduzido por: - aumento da frequência de infusões de SF - pela maximização das velocidades de fluxo de sangue - evitar transfusão de produtos sanguíneos durante a sessão de diálise * OBRIGADO PELA ATENÇÃO * Atividade 01 – Como é composto o SISTEMA DE HEMODIÁLISE? 02 – Quais as vantagens do reuso de dialisadores? 03 – Quais as desvantagens do reuso de dialisadores? * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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