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ARTICULAÇÃO DO JOELHO, CARACTERISTAS E TESTES ORTOPEDICOS

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GONIOMETRIA DO JOELHO
O movimento da articulação do joelho acontece no plano sagital entre os côndilos do fêmur e da tíbia.
MOVIMENTO DE FLEXÃO: 0 – 140 graus
Posição ideal: Indivíduo em decúbito dorsal com quadril e joelho em flexão.
Alinhamento Goniométrico 
Eixo: linha articular do fêmur com a tíbia.
Braço Fixo: em direção ao trocânter maior, paralelamente a coxa. 
Braço Móvel: colocado paralelamente a perna, em direção ao maléolo lateral.
Estabilização: a coxa é estabilizada.
	
MOVIMENTO DE EXTENSÃO
Corresponde ao retorno a partir de sua flexão e ocorre no plano sagital;
Amplitude articular: 140°- 0°
ARTICULAÇÃO DO JOELHO
O joelho é o maior complexo articular do corpo, formado por 4 ossos e 3 articulações e quase todas as pessoas terão algum problema em alguma destas articulações, seja por desgaste ou por lesão traumática. O joelho é a segunda articulação do corpo que mais sofre com lesões, perdendo apenas para a articulação do ombro. 
É a articulação intermediária dos membros inferiores (MMII), pois se encontra entre a articulação do quadril e a articulação do tornozelo, e é responsável por absorver parte dos impactos dos MMII e fornecer estabilidade durante a macha. As articulações do joelho são formadas por quatro ossos: o fêmur, a tíbia, a patela e a fíbula. Estes ossos se articulam formando 3 articulações, sendo duas sinoviais (fêmoro-tibial e fêmoro-patelar) e uma sinartrose (tíbio-fibular proximal). 
Abaixo as classificações e os movimentos permitidos pelas articulações do joelho: Fêmoro-Tibial: Entre o fêmur e a tíbia; 
Classificação: Gíglimo (dobradiça) e Trocóide (pivô) 
Movimentos permitidos: Flexão, extensão, rotação interna e rotação externa (as rotações só são permitidas com o joelho flexionado a pelo menos 5°) 
Fêmoro-Patelar ou Patelo-Femoral: Entre o fêmur e a patela; 
Classificação: Plana (artrodial) 
Movimentos permitidos: Deslizamento crânio-caudal (pra cima e pra baixo) e látero-lateral (de um lado pro outro) da face articular da patela sobre a tróclea do fêmur.
Tíbio-Fibular Proximal: Entre a tíbia e a fíbula. 
Classificação: Sindesmose
Fonte: 
Medimagery
.
net
Cada uma destas articulações é importante para manter a estabilidade dos membros inferiores durante a marcha, e a articulação fêmoro-tibial é responsável pela absorção de impactos e dissipação de energias sobre o joelho, pelo fato de ter uma grande área de superfície e possuir os meniscos, responsáveis pela absorção de boa parte das cargas axiais impostas ao joelho. 
Na articulação fêmoro-tibial temos estruturas anatômicas importantíssimas para a manutenção de sua estabilidade. Estas estruturas são os ligamentos cruzados (anterior e posterior), os ligamentos colaterais (lateral e medial) e os meniscos (lateral e medial). 
Os ligamentos cruzados serão o principal elemento de estabilização da articulação do joelho. O ligamento cruzado anterior (LCA) é responsável por limitar a anteriorização da tíbia em relação ao fêmur, a hiperextensão do joelho e a rotação interna. O ligamento cruzado posterior (LCP) limita a posteriorização da tíbia em relação ao fêmur, a hiperflexão do joelho e a rotação externa. Mesmo o LCA sendo mais forte e fibroso ele sofre lesões com maior frequência, principalmente em esportes onde haja excessos de movimentos e mudanças de direção. 
Para auxiliar na estabilidade do joelho temos também os ligamentos colaterais que impedem excessivos movimentos em valgo (colateral medial) e varo (colateral lateral). Os meniscos são estruturas em forma de meia lua e ficam aderidas sobre o “platô tibial”. O menisco medial fica apoiado sobre o côndilo tibial medial e o menisco lateral fica apoiado sobre o côndilo tibial lateral. Anatomicamente eles são diferentes, pois o menisco lateral tem o formato de um O e o menisco medial tem o formato de um C. A função primária dos meniscos é conferir estabilidade para a articulação fêmoro-tibial, adaptando o formato reto do “platô tibial” ao formato convexo do fêmur. Além disso, pelo fato de os meniscos serem compostos por fibrocartilagem (mesmo tecido que compõe os discos intervertebrais), eles apresentam alta resistência para absorver cargas axiais, sendo um importante elemento de amortecimentos de impactos sobre o joelho.
Os meniscos são discos articulares fibrocartilaginosos no interior de articulações sinoviais. 
A estabilidade dinâmica do joelho é feita pelos grupos musculares que o atravessam. Na parte anterior do joelho temos a ação do músculo quadríceps femoral e na parte posterior do joelho temos a ação dos músculos isquiotibiais, gastrocnêmio e poplíteo. Estes músculos em conjunto, além de movimentarem a articulação do joelho auxiliam na estabilidade desta articulação juntamente com os ligamentos cruzados, colaterais e com os meniscos.
LESÕES MAIS FREQUENTES DO JOELHO
Condromalácia Patelar: A condromalácia patelar, conhecida também como síndrome patelo-femoral, é a lesão mais frequente do joelho e pode afetar qualquer pessoa, independente do peso, idade e sexo. O termo condro significa cartilagem e o termo malácia significa amolecimento, portanto nesta patologia ocorre o amolecimento da cartilagem patelar deixando-a mais delgada. Normalmente as cartilagens devem ter a superfície lisa, mas no caso da condromalácia este adelgaçamento da cartilagem aumenta o atrito entre as duas superfícies levando a um rangido denominado crepitação, e em casos mais avançados estalos que podem ou não ser acompanhados de dor na face anterior do joelho. Esta dor pode ocorrer durante a marcha mas piora ao subir e descer escadas.
Lesão do ligamento cruzado anterior (LCA): A lesão do LCA é muito frequente em atletas e pessoas que praticam atividades físicas em geral. Ao contrário do que se pensa, a lesão do LCA geralmente ocorre sem contato direto ou trauma com outro atleta. Pode ocorrer até em uma rua quando a pessoa pisa em um buraco e torce o joelho. Quando a pessoa está com o pé fixo e tenta mudar de direção, esta rotação do joelho pode levar à ruptura do LCA. Quando isto ocorre a pessoa pode sentir um forte estalo no joelho e rapidamente ocorre edema e dificuldade em flexionar o joelho, acompanhado de uma dor fortíssima. Atualmente as lesões do LCA são corrigidas cirurgicamente, onde o ligamento rompido é substituído por um enxerto do tendão patelar, grácil / semitendinoso ou do trato ilio-tibial. Se reabilitada corretamente, esta pessoa pode voltar a praticar esportes em cerca de 6 meses após a cirurgia.
Lesão dos meniscos: Os meniscos também podem ser lesados na prática esportiva e o menisco medial é mais frequentemente acometido por este tipo de lesão. Isto ocorre porque o menisco medial tem o formato de C e tem menor mobilidade durante os movimentos de joelho, se comparado ao menisco lateral, que apresenta formato de O e possui maior mobilidade. As lesões dos meniscos geralmente são classificadas como lesões em alça de balde pelo formato da lesão, e são também facilmente corrigidos cirurgicamente por artroscopia. A recuperação é bem mais rápida que a do LCA, sendo que a pessoa pode voltar às atividades esportivas em cerca de um mês e meio. Pode ocorrer também lesão associada de LCA e menisco medial, pois ambos têm a mesma origem no côndilo medial da tíbia. Quando isso ocorre, na mesma cirurgia é corrigida a lesão do LCA e do menisco medial.
TESTES ESPECIAIS
TESTE DE GAVETA ANTERIOR
O teste de gaveta anterior é comumente usado para testar a integridade do ligamento cruzado anterior (LCA).
O teste é realizado com o paciente deitado em decúbito dorsal, com os joelhos fletidos a cerca de 90º. O examinador senta-se em ambos os pés do paciente e coloca suas mãos em torno da tíbia superior da perna a examinar. Os polegares de ambas as mãos devem ficar na tuberosidade anterior da tíbia. 
A partir desta posição o fisioterapeuta puxa a tíbia para si. Este teste é considerado positivo se houver translação anterior excessiva e uma sensação de fim de movimento mole, que é indicativo de que o movimento é parado não pelo LCA, mas sim
por estruturas secundárias. O teste deve ser realizado no membro contralateral para haver uma comparação com o joelho saudável.
TESTE DE GAVETA POSTERIOR
	
Avaliar a integridade do Ligamento Cruzado Posterior. 
 	O teste é realizado com o paciente em decúbito dorsal com o joelho flexionado. Fisioterapeuta irá sentar no pé do paciente, apoiar os dedos (s/ polegar) na região posterior e o Polegar na anterior e vai empurrar o joelho para trás. 
Este teste é considerado positivo se houver translação posterior excessiva e uma sensação de fim de movimento mole, que é indicativo de que o movimento é parado não pelo LCA, mas sim por estruturas secundárias. O teste deve ser realizado no membro contralateral para haver uma comparação com o joelho saudável. 
TESTE DE APPLEY 
O teste de Appley é usado para avaliar pacientes com suspeita de lesão nos meniscos. O diagnóstico deste tipo de lesões meniscais pode ser difícil por os meniscos serem avasculares e não terem suprimento nervoso nos seus dois terços internos, resultando em muito pouca dor ou inchaço quando ocorre uma lesão.
Para realizar o teste o paciente deve ser posicionado  em decúbito ventral, com o joelho flexionado a 90º. O fisioterapeuta roda então a tíbia lateral e medialmente, combinando este movimento primeiro com distração e depois com compressão. Se a rotação acrescida de distração é mais dolorosa ou mostra amplitude de rotação aumentada em relação ao normal para aquele joelho (testar joelho contralateral), a lesão é provavelmente ligamentosa. Se a rotação acrescida de compressão é mais dolorosa ou mostra rotação diminuída em relação anormal, a lesão é provavelmente no menisco.
TESTE DE MCMURRAY
Permite avaliar a lesão dos cornos posteriores dos meniscos. A manobra consiste na realização passiva dos movimentos alternados de rotação medial e lateral da perna com o quadril fletido a 90º e o joelho em flexão máxima. Durante a manobra devem ser palpadas as interlinhas medial e lateral (Figura). Dor com ou sem estalido na interlinha medial no final da rotação lateral pode sugerir lesão do menisco medial. Dor com ou sem estalido na interlinha lateral ao final da rotação medial sugere lesão do menisco lateral.
TESTE DE DEJOUR 
É realizado com o paciente relaxado, em decúbito dorsal e com o joelho em extensão completa. Neste teste o fisioterapeuta abraça a perna do paciente colocando a mão que irá exercer uma força de translação anterior na região posterior da tíbia. A outra mão do fisioterapeuta deverá estar na região anterior do fêmur de modo a estabiliza-lo e a exercer uma força contrária à mão posicionada na tíbia. Em seguida o fisioterapeuta deve realizar um stress em valgo utilizando a força do próprio corpo enquanto promove o movimento de flexão e extensão do joelho. Se durante a flexão e extensão ocorrer uma redução abrupta da subluxação, então o teste é positivo.
TESTE ÂNGULO Q
Este teste avalia a instabilidade da articulação Femopatelar.
É realizado com o paciente em decúbito dorsal e despido, o fisioterapeuta vai pegar um lápis e vai traçar uma reta da espinha Ilíaca Antero Superior até a patela. Irá localizar a tuberosidade anterior da tíbia e traçar uma reta até o centro da patela. As retas vão se cruzar formando um ângulo normal de 15º a 20º graus. O teste será positivo se quanto maior o ângulo, mais alterações existirá. 
REFERÊNCIAS 
Marques AP. Ângulos articulares dos membros inferiores. In: Manual de Goniometria. 2 ed. São Paulo: Manole; 2003. p.40. 
Hoppenfeld, S. Exame do Joelho. Propedêutica Ortopédica. Coluna e Extremidades. Rio de Janeiro: Atheneu, 1987. p.179-206. 
SIZINIO, Herbert. Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 6.ed. Guanabara Koogan, 2009.
Comissão de Educação Continuada da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Manual de Trauma Ortopédico. São Paulo: SBOT, 2011.

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