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Aula 2 PCC Terapia Cognitiva 2017 1 (1)

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FATORES COMUNS AS PSICOTERAPIAS
(O que muda são os processos de leitura do homem)
Relação Intensa de Confiança;
Uma teoria explicativa das causas dos problemas do paciente;
Acesso as novas informações sobre a natureza dos problemas e de alternativas de como manejá-los;
Aumento da esperança de auxílio em virtude das qualidades e capacidades do terapeuta;
 Qualidade de vida e autoconfiança;
Oportunidade para expressão de emoções pessoais.
(Cordioli, 2008)
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Terapia Cognitiva
A Terapia Cognitiva começou a ser desenvolvida por Aaron Beck no início da década de 60, a partir de insatisfações com as formulações psicodinâmicas sobre a depressão. 
Várias Abordagens influenciaram o embasamento teórico da terapia cognitiva. 
Contribuição Fenomenológica- A afirmação de que o comportamento é determinado pelo modo como o indivíduo vê o mundo e a si mesmo (Adler, 1936; Horney, 1950).
Também fundamentou os princípio da Terapia Cognitiva a abordagem Cognitiva de Ellis (1962), que aponta as crenças irracionais como a fonte de consequencias emocionais e comportamentais perturbadas.
 
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Bandura (1977) com os seus estudos sobre modelação e auto eficácia
(baseado na idéia de que toda a mudança de comportamento voluntária era medida pelas percepções que os indivíduos tinham de sua capacidade de adotar o comportamento em questão);
Mahoney(1974) com as suas pesquisas sobre o controle cognitivo;
Meichenbaum (1973) com o seu trabalho sobre treinamento auto instrucional.
Teoria do Processamento da Informação- Sustenta a existência de um processo cognitivo como mediador entre o estímulo e a resposta.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS
Judith Beck (1997)
Ativa, pois paciente e terapeuta estão constantemente agindo cooperativamente para solucionar problemas, de modo a permitir que o próprio paciente aprenda a identificar e a modificar os seus pensamentos;
Diretiva, pois é dirigida aos problemas apresentados no aqui e agora, trabalhando pensamentos, sentimentos e comportamentos atuais do cliente e usando os dados da história passada apenas quando contribuem para uma maior e melhor compreensão de suas crenças;
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Psicoeducativa, pois o terapeuta ensina ao paciente o modelo cognitivo, a natureza do (s) seu(s) problema(s), o processo terapêutico e a prevenção de recaída;
Outra forma de educar o paciente ocorre por meio da descoberta guiada. Em vez de oferecer diretamente um ponto de vista alternativo para as interpretações distorcidas do paciente, a descoberta guiada consiste em levantar questões que possam ajudar o próprio cliente a desenvolver uma perspectiva alternativa, a qual será mais confiável para ele. Combater diretamente as interpretações do paciente faz com que este se sinta incompreendido e torne-se resistente (Padesky e Greenberger, 1995).- Método Socrático.
Estruturada, pois a terapia estabelece uma sequencia de sessões previamente estabelecida;
Breve, pois, de uma forma geral, entre a 16ª e a 20ª sessões já há visível melhora dos transtornos do Eixo I (Transtornos psiquiátricos clínicos, incluindo transtornos do desenvolvimento e aprendizado); O número de sessões necessárias para o tratamento varia em função do tipo, da gravidade e da quantidade de problemas; das características do paciente e da experiência do terapeuta. Sabe-se que os casos de transtorno do Eixo II (transtornos de personalidade) exige um número maior de ssões;
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Que utiliza de tarefas de casa como atividade integrada ao processo terapêutico. Elas consistem na realização de exercícios e experimentos entre as sessões, com o objetivo de aumentar a efetividade e a generalização dos efeitos da terapia;
Que utiliza técnicas cognitivas e/ou comportamentais para a modificação das crenças do paciente.
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Elementos Básicos de Uma Sessão de Terapia Conitiva
Breve atualização (incluindo avaliação do humor e uma verificação do uso da medicação, quando aplicável).
Ponte com a sessão anterior.
Estabelecimento da agenda.
Revisão da Tarefa de Casa.
Discussão do (s) tópico (s) estabelecido (s) na agenda.
Indicação de nova Tarefa de Casa.
Resumo da sessão e feedback (Beck, 1997).
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Bases Teóricas da Terapia Cognitiva
O modelo Cognitivo propõe que os transtornos psicológicos decorrem de um modo distorcido de perceber os acontecimentos, influenciando o afeto e o comportamento (Beck et al, 1982; Beck 1997)
Isso não significa que os pensamentos causam os problemas emocionais, mas sim que eles modulam e mantêm as emoções disfuncionais, independentemente de suas origens.
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BASES METODOLÓGICAS E CONCEITUAÇÃO COGNITIVA
A terapia cognitiva baseia-se no modelo cognitivo, que levanta a hipótese de que as emoções e os comportamentos das pessoas são influenciados por sua percepção dos eventos. 
Não é a situação por si só que determina o que as pessoas sentem, mas sim, o modo como elas interpretam essa situação. 
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 Exemplos: a leitura de um livro; 
 a apreciação de um filme; 
 a avaliação de uma aula. 
 Cada indivíduo tem uma resposta emocional diferente para cada uma dessas situações com base 
 no que está passando por suas cabeças naquele momento. Portanto o modo como as pessoas se sentem está associado ao modo como elas interpretam e pensam sobre uma situação.
 
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TERAPIA COGNITIVA DA DEPRESSÃO 
AARON BECK
 TRÍADE COGNITIVA VISÃO DE SI     EXPERIÊNCIAS FUTURO   É a forma como o indivíduo vê a si mesmo, o mundo e o seu futuro. Na depressão, pela visão essencialmente negativa, geram-se sentimentos de desvalia, autoacusação ou derrota. 
E o sentimento e o comportamento estão de acordo com a sua percepção distorcida.
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A Terapia Cognitiva identifica três níveis de pensamento: 
O pensamento automático;
As Crenças Intermediárias e as
Crenças Centrais.
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“As idéias não só podiam controlar os sentimentos mais intensos de uma pessoa, como também eram capazes de modificá-los”
 Beck e cols (1982)
 
AARON TEMKIN BECK
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Pensamentos Automáticos
surgem espontaneamente e fluem na nossa mente a partir dos acontecimentos do dia a dia. 
Parecem surgir espontaneamente, mas estão ligados ao nosso sistema de crenças centrais e subjacentes.
São quase sempre negativos, a menos que o paciente seja maníaco ou hipomaníaco, tenha um transtorno de personalidade narcisístico ou seja um viciado em drogas.
Geralmente, não são acessíveis à nossa consciência, mas podem ser identificados após treino adequado.
São usualmente breves e o paciente com frequência está mais ciente da emoção que sente em decorrência do pensamento do que do pensamento em si. 
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Pensamentos Automáticos
Ajudam a definir os estados de humor que experimentamos
Influenciam o comportamento: o que escolhemos ou não fazer e a qualidade do nosso desempenho.
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 CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS OU SUBJACENTES, PRESSUPOSTOS CONDICIONAIS
As crenças centrais influenciam o desenvolvimento das crenças intermediárias.  
compostas por
regras (eu devo...tenho que): 
atitudes (é preciso que...): 
suposições (se eu...)
Essas crenças pressupõe que uma vez cumpridas as regras, normas e atitudes não haverá problema, o indivíduo se mantém relativamente estável e produtivo. No entanto, se, por alguma circunstância, os pressupostos não estão sendo cumpridos, o indivíduo torna-se vulnerável ao transtorno emocional quando a crença negativa é ativada
   
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Esses pensamentos estão relacionados com as 
CRENÇAS
 As crenças mais centrais são entendimentos tão fundamentais e profundos que as pessoas freqüentemente não os articulam, sequer para si mesmas. Essas idéias são consideradas pela pessoa como verdades absolutas.
As crenças centrais são o nível mais fundamental de pensamento.
 São globais, rígidas e supergeneralizadas
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Crenças Centrais
Idéias e conceitos fundamentais sobre nós mesmos, os outros e o mundo
Formadas desde a infância e se fortalecem com o tempo
Suas mudanças proporcionarão os melhores resultados na terapia no que se refere ao tratamento da psicopatologia em questão.
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Agrupamento das Crenças Centrais
Judith Beck(1995)
Desamparo: impotente, frágil, vulnerável, carente, desamparado, necessitado
Desamor: indesejável, incapaz de ser gostado, de ser amado, sem atrativos, imperfeito, rejeitado, abandonado, sozinho
Desvalor: incapaz, incompetente, inadequado, ineficiente, falho, defeituoso, enganador, fracassado, sem valor
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Crenças nucleares sobre si mesmo: 
Eu sou um fracasso
Crenças nucleares sobre os outros:
As pessoas são más, desleais, traiçoeiras, só querem se aproveitar, tirar vantagens, etc.
Crenças nucleares sobre o mundo:
O mundo é injusto, ameaçador, perigoso, etc.
 As crenças nucleares ou centrais são mais abstratas e gerais, constituindo um nível mais profundo de representação dos pensamentos.
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Crenças Centrais
Ativam-se durante os transtornos emocionais
O processo de informação torna-se tendencioso, extraindo da realidade os aspectos que confirmam a crença disfuncional. (viés confirmatório)
Passado o problema emocional ela volta a ser latente.
Nos traços e transtornos de personalidade os indivíduos tem suas crenças disfuncionais ativadas na maior parte do tempo .
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Esquemas
Conceito de crença e esquema geralmente são indistintos.
Esquemas são estruturas internas de relativa durabilidade que armazenam aspectos genéricos ou protótipos de estímulos, idéias ou experiências, e também organizam informações novas para que tenham significado, determinando como os fenômenos são percebidos e conceitualizados
Estruturas Cognitivas que “orientam o indivíduo ao lidar com uma situação, ajudando-o a selecionar detalhes sobre o ambiente e a lembrar de dados relevantes” (Beck, Emery e Greenberg, 1985, p.54).
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Esquemas são estruturas cognitivas com conteúdos (crenças)
Estruturas mentais que contêm armazenadas as representações de significados.
São fundamentais para orientar a seleção, codificação, organização, armazenamento e recuperação de informações de dentro do aparato cognitivo.
Tem uma estrutura interna consistente que ordena novas informações que entram no sistema cognitivo. 
 (Williams, 1997)
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O esquema
 (Clark, Beck, Alford, 1999)
 Dá à experiência sua forma e significado, provendo, dessa forma, a estabilidade (estrutura) dos sistemas cognitivo, afetivo e comportamental ao longo do tempo e dos eventos.
 São padrões ordenadores da experiência que ajudam os indivíduos a explicá-la, mediar sua percepção e guiar suas respostas (cognitivas, emocionais e comportamentais).
A “arquitetura” dos esquemas faz o indivíduo ser como é
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Obst Camerini, J. (2008). La Terapia Cognitiva. Integrada y actualizada. Buenos Aires: CATREC. 
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Emoções
As emoções são de importância primária para o terapeuta cognitivo. Afinal uma meta importante da terapia é o alívio de sintomas, uma redução no nível de aflição do paciente quando ele modifica o pensamento disfuncional. 
A emoção negativa intensa é dolorosa e pode ser disfuncional quando interfere com a capacidade do paciente de pensar claramente, resolver problemas, agir efetivamente ou obter satisfação. 
Os pacientes com um transtorno psicológico, freqüentemente experimentam uma intensidade de emoção que é excessiva ou inapropriada à situação. 
Podem sentir-se cansados e não reconhecerem que estão deprimidos, ou sentirem-se nervosos e não reconhecerem a ansiedade. Junto com a depressão e a ansiedade, a raiva, a vergonha e a culpa são estados de humor problemáticos comuns a muitas pessoas.
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Emoções
Uma forma de observação das emoções são as mudanças na tensão do corpo. Ombros caídos podem indicar medo ou tensão; corpo pesado pode indicar depressão ou frustração.
Conseguir notar 3 estados de humor durante o mesmo dia.Ou usar lista com estados de humor.
Muitos pacientes não entendem claramente a diferença entre o que eles estão pensando e o que estão sentindo emocionalmente. 
O terapeuta tenta obter o sentido da experiência do paciente e partilha seu entendimento com o paciente, tentando explicar-lhe a diferença entre um material racional (verbal ou pictórico) e um material emocional (aflitivo ou não). 
Ao fazer essa distinção o paciente pode perceber exatamente qual pensamento o deixa triste, ansioso, com raiva ou constrangido 
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Um caso
Paulo, no início da terapia, relatou que não sentia vontade de estar com sua família e amigos tanto quanto costumava sentir. Contou que preferiria ficar sozinho.
Quando começou a analisar de perto as situações nas quais queria se isolar descobriu que com frequência, estava pensando “Eles não querem estar comigo” e “Se for lá,não vou me divertir”, ele reconheceu que seu humor era triste. Durante a terapia aprendeu a relação entre pensamentos e estados de humor e a diferenciá-los
Era importante para Paulo diferenciar entre fatores situacionais (ambiente), pensamentos e estados de humor.(Com quem?O que?Quando?Onde?)
Os estados de humor são expressos por uma única palavra.
Os pensamentos são as frases ou imagens visuais, incluindo as lembranças que passam pela cabeça.
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Quantificando as emoções
 É importante para o paciente identificar suas emoções e quantificar o grau de emoção que está experimentando.
 Alguns pacientes tem a crença que se sentirem uma pequena quantidade de aflição, isso aumentará e se tornará intolerável. Aprender a classificar a intensidade das emoções auxiliará o paciente a testar essa crença
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Terapia
Cognitiva
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Metodologicamente, a trajetória da terapia cognitiva, envolve uma ênfase inicial sobre os pensamentos automáticos, ou seja as cognições mais próximas à percepção consciente.
O terapeuta ensina o paciente a identificar, avaliar e modificar seus pensamentos, a fim de produzir alívio de sintomas. 
Então, as crenças que estão por trás dos pensamentos disfuncionais e constantes em muitas situações tornam-se o foco do tratamento.
Crenças relevantes de nível intermediário e crenças centrais são avaliadas de vários modos e subseqüentemente modificadas para que as conclusões dos pacientes sobre os eventos e as percepções dos eventos mudem.
A modificação profunda de crenças mais fundamentais torna os pacientes menos propensos a apresentar recaída no futuro. 
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Crença Central
 
 
Crença Intermediária
 
 
Situação
 
 
Pensamento Automático
 
 
Reações: emocional
comportamental
fisiológica
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Conceitualização (Conceituação)
Cognitiva
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É essencial para o terapeuta aprender a conceituar as dificuldades do paciente em termos cognitivos, a fim de determinar como proceder na terapia: 
. quando trabalhar sobre uma meta específica
 
. pensamento automático
 
. crença ou comportamento
. que técnicas escolher e 
. como melhorar o relacionamento terapêutico.
 
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As perguntas básicas que o terapeuta faz a si mesmo são:
Como esse paciente veio parar aqui?
Que vulnerabilidades e eventos de vida (traumas, experiências, interações) foram importantes? 
Como o paciente enfrentou sua vulnerabilidade? 
Quais são seus pensamentos automáticos e de que crenças eles brotaram?
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É importante para o terapeuta colocar-se no lugar do paciente para desenvolver empatia pelo que o paciente está passando, entender como ele está se sentindo e perceber o mundo através dos seus
olhos.
Dessa maneira, de acordo com a sua história e conjunto de crenças, suas percepções, pensamentos, emoções e comportamentos deveriam fazer sentido.
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Uma conceituação cognitiva fornece a estrutura para o entendimento de um paciente pelo terapeuta, que faz a si mesmo as seguintes perguntas:
Qual é o diagnóstico do paciente? 
Quais são seus problemas atuais, como esses problemas se desenvolveram e como eles são mantidos?
Que pensamentos e crenças disfuncionais estão associados aos problemas?
Quais reações (emocionais, fisiológicas e comportamentais) estão associadas ao seu pensamento? 
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Então o terapeuta levanta hipóteses sobre como o paciente desenvolveu essa desordem psicológica particular, fazendo a si mesmo as seguintes perguntas:
Que aprendizagens e experiências antigas (e talvez predisposições genéticas) contribuem para seus problemas hoje?
Quais são suas crenças subjacentes (incluindo atitudes, expectativas e regras) e pensamentos?
Como ele enfrentou suas crenças disfuncionais? 
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Que mecanismos cognitivos, afetivos e comportamentais, positivos e negativos, ele desenvolveu para enfrentar suas crenças disfuncionais?
Como ele via (e vê) a si mesmo, aos outros, seu mundo pessoal, seu futuro?
Que estressores contribuíram para seus problemas psicológicos ou interferiram em sua habilidade para resolver esses problemas?
Dessa maneira o terapeuta começa a construir uma conceituação cognitiva durante seu primeiro contato com um paciente e continua a refinar sua conceituação até a última sessão. 
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Exercício Prático
Desenhe 3 colunas em uma folha de papel e escreva em cada uma delas
 “situação”
 “pensamento automático”
 “emoções”
Relembre uma situação recente ou uma lembrança ou evento que lhe trouxe emoções como ansiedade, tristeza, raiva, tensão física ou alegria
Tente se colocar na situação
 Quais foram os pensamentos automáticos que passaram por sua cabeça?
Escreva-os na folha, juntamente com as emoções e a situação 
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Erros Cognitivos 
 
 Wright, Beck,Knapp
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Abstração seletiva 
(filtro mental)
Conclusão depois de examinar apenas uma pequena porção das informações disponíveis. Os dados importantes são descartados ou ignorados, a fim de confirmar a visão tendenciosa que a pessoa tem da situação.
Um homem deprimido com baixa auto-estima não recebe um cartão de boas-festas de um velho amigo. 
Ele pensa: "Estou perdendo todos os meus amigos; ninguém se importa mais comigo". Ele ignora as evidências de que recebeu cartões de vários outros amigos, que seu velho amigo tem lhe enviado cartões todos os anos nos últimos 15 anos, que seu amigo esteve muito ocupado no ano passado com uma mudança e um novo emprego e que ele ainda tem bons relacionamentos com outros amigos.
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Inferência arbitrária
Conclusão a partir de evidências contraditórias ou na ausência de evidências.
Uma mulher com medo de elevador é solicitada a prever as chances de um elevador cair com ela dentro. Ela responde que as chances são de 10% ou mais de o elevador cair até o chão e ela se machucar. Muitas pessoas tentaram convencê-la de que as chances de um acidente catastrófico com um elevador são desprezíveis.
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Supergeneralização
Conclusão sobre um acontecimento isolado é estendida de maneira ilógica a outras áreas do funcionamento.
Um universitário deprimido tira nota B em uma prova. Ele considera insatisfatório e supergeneraliza com pensamentos automáticos: 
"Estou com problemas nessa aula; estou ficando para trás em todas as áreas da minha vida; não consigo fazer nada direito".
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Maximizacão e Minimização
A importância de um atributo, evento ou sensação é exagerada ou minimizada.
 
Uma mulher com transtorno de pânico começa a sentir tonturas durante o início de um ataque de pânico. Ela pensa: "Vou desmaiar; posso ter um ataque cardíaco ou um derrame".
“Eu tenho um ótimo emprego, mas todo mundo tem”.
“Obter notas boas não quer dizer que sou inteligente, os outros obtêm notas melhores do que as minhas.”
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Personalização
Assume-se responsabilidade excessiva ou culpa por eventos negativos.
Houve um revés econômico e um negócio anteriormente de sucesso passa por dificuldades para cumprir o orçamento anual. Pensa-se em fazer demissões. Uma série de fatores levaram à crise no orçamento, mas um dos gerentes pensa:
 "É tudo culpa minha; eu deveria saber que isso iria acontecer e ter feito alguma coisa; falhei com todos na empresa".
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Pensamento absolutista
 (dicotômico ou do tipo tudo-ou-nada)
Os julgamentos sobre si mesmo, as experiências pessoais ou com os outros são separados em duas categorias ( totalmente mau ou totalmente bom, fracasso total ou sucesso, cheio de defeitos ou completamente perfeito)
Paulo, um homem com depressão, compara-se com Roberto, um amigo que parece ter um bom casamento e cujos filhos estão indo bem na escola. Embora o amigo seja muito feliz em sua casa, sua vida está longe do ideal. Roberto tem problemas no trabalho, restrições financeiras e dores físicas, entre outras dificuldades. Paulo está se envolvendo em pensamento absolutista quando diz para si mesmo: 
"Tudo vai bem para Roberto; para mim nada vai bem".
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Catastrofização
 Pensar que o pior de uma situação vai ocorrer, sem levar em consideração outros desfechos. Acreditar que esse acontecimento será terrível e insuportável.
“Perder o emprego será o fim da minha carreira”
“Não suportarei a separação da minha mulher”
“Se eu perder o controle será o meu fim” 
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Raciocínio Emocional
Presumir que sentimentos são fatos. “Sinto, logo existe”. Pensar que algo é verdadeiro porque tem um sentimento (na verdade um pensamento) muito forte a respeito. Deixar os sentimentos guiarem a interpretação da realidade. Presumir que as reações emocionais refletem a situação verdadeira.
“Eu sinto que minha mulher não gosta mais de mim.”
“Sinto que meus colegas riem às minhas costas”.
“Sinto que estou tendo um enfarto, então deve ser verdadeiro.”
“Sinto-me desesperado, então a situação deve ser desesperadora.”
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Advinhação
 Prever o futuro. Antecipar problemas que talvez não venham a ocorrer. Expectativas negativas estabelecidas como fatos.
“Não irei gostar da viagem.”
“Ela não aprovará meu trabalho.”
“Dará tudo errado.”
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Leitura Mental
 Presumir, sem evidências, que sabe o que os outros estão pensando, desconsiderando outras hipóteses possíveis.
“Ela não está gostando da minha conversa.”
“Ele está me achando inoportuna.”
“Ele não gostou do meu projeto.”
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Rotulação
Colocar um rótulo global, rígido em si mesmo, numa pessoa ou situação, em vez de rotular a situação ou o comportamento específico.
“Sou incompetente.”
“Ele é uma pessoa má.”
“Ela é burra.”
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Desqualificando o positivo
“O sucesso obtido naquela tarefa não importa, porque foi fácil.”
“Isso é o que esposas devem fazer, portanto, ela ser legal comigo não conta.”
“Eles só estão elogiando meu trabalho porque estão com pena.”
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Imperativos
“deveria” e “tenho que”
 Interpretar eventos em termos de como as coisas deveriam ser, em vez de simplesmente considerar as coisas como são. Afirmações absolutistas na tentativa de prover motivação ou modificar um comportamento. Demandas feitas a si mesmo, aos outros e ao mundo para evitar as consequências do não cumprimento dessas demandas.
“Eu tenho que ter controle sobre todas as coisas.”
“Eu devo ser perfeito em tudo que faço.”
“Eu não deveria ter ficado incomodado com meu amigo.”
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Vitimização
 Considerar-se injustiçado ou não entendido. A fonte dos sentimentos negativos é algo ou alguém, havendo recusa ou dificuldade de se
responsabilizar pelos próprios sentimentos e comportamentos.
“Minha esposa não entende meus sentimentos.”
“Faço tudo pelos meus filhos e eles não me agradecem.”
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Questionalização
(E se?)
Focar o evento naquilo que poderia ter sido e não foi. Culpar-se pelas escolhas do passado e questionar-se por escolhas futuras.
“Se eu tivesse aceitado o outro emprego, estaria melhor agora.”
“E se o novo emprego não der certo?”
“Se eu não tivesse viajado, isso não teria acontecido.”
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De onde os pensamentos automáticos surgem?
O que faz uma pessoa interpretar uma situação diferentemente de uma outra pessoa?
Por que a mesma pessoa pode interpretar um evento idêntico de forma diferente em um momento e em outro?
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Estratégias de Enfrentamento
Comportamentos que a pessoa usa na tentativa de lidar com a crença.
Tem correlação direta com as regras e os pressupostos disfuncionais que acabam por reforçar ainda mais as crenças.
Os pressupostos condicionais modelam a relação entre as estratégias comportamentais e as crenças nucleares.
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Exemplo:
Indivíduo Fóbico Social
Sou incapaz de ser amado (CRENÇA CENTRAL)
 É perigoso interagir com as pessoas, pois elas não vão gostar de mim. (ATITUDE) 
     Para não ter problemas, não devo interagir com as pessoas (REGRA) 
 Se eu me engajar em minha estratégia compensatória, estarei bem; se não, minha crença central ficará evidente. Devo me afastar, caso contrário me machucarão. (SUPOSIÇÃO) 
 Não vou ter assunto pra conversar na festa. (PENSAMENTO AUTOMÁTICO)
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Bibliografia
Aprendendo a Terapia Cognitivo-Comportamental – Um Guia Ilustrado
 Jesse H. Wright, Monica R. Basco e Michael E. Thase. ARTMED, 2008
Terapia Cognitiva – Teoria e Prática
 Judith Beck. ARTMED, 1997
Terapia Cognitivo-Comportamental na Prática Psiquiátrica. Paulo Knapp e colaboradores. ARTMED, 2004

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