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t e m a s liv r e s fr e e t h e m e s 3907 1 Departamento de Nutrição e Saúde, Universidade Federal de Viçosa. Avenida Peter Henry Rolfs s/n, Campus Universitário. 36570-000 Viçosa MG Brasil. patrsmoreira@hotmail.com análise crítica da qualidade da dieta da população brasileira segundo o Índice de alimentação saudável: uma revisão sistemática Critical analysis of the diet quality of the Brazilian population according to the Healthy Eating Index: a systematic review resumo Diante da importância de estudar ins- trumentos que avaliem a qualidade alimentar da população, este trabalho se propõe realizar uma revisão sistemática sobre o Índice de Alimentação Saudável como instrumento utilizado para ava- liar a qualidade da dieta da população brasileira, analisando suas metodologias e resultados. Para a seleção de estudos foram utilizadas as principais bases eletrônicas de dados. Após as buscas com os descritores, foram incluídos 32 artigos. Obser- vou-se o crescente interesse da comunidade cien- tífica na abordagem deste tema, sendo recentes os estudos que utilizam esse instrumento no Brasil. Foram avaliadas e discutidas as questões meto- dológicas dos artigos, considerando as versões re- visadas, bem como as adaptações do IAS. Foram destacados alguns resultados comuns entre os es- tudos como o baixo consumo de frutas, vegetais e/ ou leite e derivados e maior consumo dos grupos de carnes e ovos, colesterol, gordura total e gordu- ra saturada. Dentre os artigos que abordaram o IAS e aspectos socioeconômicos, pode-se observar na população estudada que a qualidade da dieta melhora tanto de acordo com o aumento da esco- laridade dos pais quanto com a renda da família. O IAS pode ser utilizado para monitorar mudan- ças no padrão alimentar, bem como ferramenta de educação nutricional e promoção da saúde. Palavras-chave Índice de Alimentação Saudável, Dieta, População brasileira abstract In light of the importance of studying instruments that assess the food quality of the population, this study sought to conduct a sys- tematic review of the quality of the diet of the Brazilian population using the Healthy Eating Index (HEI) and duly analyzing its methodology and results. The major electronic databases were used for the selection of studies. After the searches with the key words, 32 articles were included in this review. The growing interest of the scientific community in addressing this issue was observed, with recent studies using this instrument in Bra- zil. Methodological issues of articles were evalu- ated and discussed taking into consideration the revised versions and adaptations of the HEI. Some common results were highlighted among the stud- ies such as low consumption of fruit, vegetables and/or dairy products, and the wider consump- tion of meat and eggs, cholesterol, total fat and saturated fat. Among the articles that address the HEI and socioeconomic aspects it was seen that quality of diet improves both in accordance with the increasing level of education of parents and with the family income in the population studied. The HEI can be used to monitor changes in di- etary patterns and also as a nutrition education and health promotion tool. Key words Healthy Eating Index, Diet, Brazilian population Patrícia Regina Silva Moreira 1 Naruna Pereira Rocha 1 Luana Cupertino Milagres 1 Juliana Farias de Novaes 1 DOI: 10.1590/1413-812320152012.18352015 3908 M or ei ra P R S et a l. introdução Atualmente, está amplamente difundida a rela- ção entre hábitos alimentares de um indivíduo ou população com seu estado de saúde. Esta relação pode ser avaliada através do tipo de ali- mento em si ou por grupos alimentares; por seus componentes (nutrientes) ou ainda por padrões alimentares1. No contexto da epidemiologia nutricional, o enfoque permeia a investigação de determi- nadas patologias e suas possíveis relações com a ingestão de certos nutrientes2. A avaliação desta associação pode ser analisada por instrumentos dietéticos que permitam estimar a ingestão ali- mentar individual e populacional e, assim, iden- tificar seus componentes dentro desse processo de nutrição e saúde3. No tocante da avaliação da qualidade do con- sumo alimentar, os índices dietéticos estão sendo estudados e aplicados progressivamente. Estes índices possuem medidas combinadas de variá- veis individuais (itens ou componentes) e, para cada um deles, expressa uma diferente dimensão do mesmo. Normalmente, os índices possuem escores que são somados no sentido de obter-se um escore final que melhor descreva a condição de saúde, de ambiente e atitudes de uma pessoa ou população4. Dentre os vários índices existentes, este estudo destaca o Índice de Alimentação Saudável (IAS), originalmente americano (Healthy Eating Index) e desenvolvido por Kennedy et al., em 19955, ba- seando-se nas recomendações do Dietary Guide- lines for Americans e no The Food Guide Pyramid. É considerado um instrumento adequado para medir a qualidade global da alimentação na popu- lação pela American Dietetic Association (ADA)6. Em 2004, esse instrumento foi adaptado para o Brasil, baseando-se na Pirâmide Alimen- tar7 e denominado Índice de Qualidade da Dieta (IQD). Este estudo concluiu que o IQD mos- trou-se um instrumento de amplo potencial de uso na epidemiologia nutricional, sendo capaz de descrever e monitorar o padrão alimentar da população e, consequentemente, subsidiar inter- venções adequadas8. Um ponto importante a salientar é a nomen- clatura dos índices utilizada nos estudos brasilei- ros. Diante da existência original do Diet Qua- lity Index, traduzido como Índice de Qualidade da Dieta, e sendo este, composto por diferentes parâmetros de avaliação se comparado ao IAS, equívocos podem ocorrer quando a nomenclatu- ra é a mesma para os dois instrumentos. O Diet Quality Index – Índice de Qualidade da Dieta, originalmente, foi descrito por Patter- son et al.9, no qual foi avaliado, através de um re- cordatório de 24h e dois registros alimentares de dias distintos, oito componentes: gordura total, gordura saturada, colesterol, frutas e hortaliças, cereais e leguminosas, proteínas, sódio e cálcio. Para cada componente, pontuação de zero a dois pontos era atribuída de acordo com as recomen- dações da Diet and Health, dois para consumo acima e zero para consumo abaixo. Categorica- mente, a qualidade da dieta permeia numa escala qualitativa de péssima e ótima9. Já o Healthy Eating Index – Índice de Alimen- tação Saudável (IAS), foi desenvolvido por Ken- nedy et al.5 no qual consiste, originalmente, na avaliação de dez componentes alimentares: cere- ais, hortaliças, frutas, leite, carnes, gordura total, gordura saturada, colesterol, sódio e variedade da dieta. Os inquéritos dietéticos aplicados também foram um recordatório de 24h e dois registros alimentares. Para cada componente é atribuída pontuação de zero a dez, sendo categorizado ao final como satisfatório se houver obtenção de es- core superior a 80; necessidade de melhoria da qualidade, se escores entre 51 e 80; e dieta insatis- fatória, se escore inferior a 505. Após definição e esclarecimento dos termos e verificado a ausência de publicações com esta abordagem, este estudo propõe realizar uma re- visão sistemática sobre o Índice de Alimentação Saudável como instrumento utilizado para ava- liar a qualidade da dieta da população brasilei- ra, analisando suas metodologias e resultados. Foram consideradas suas versões revisadas, bem como suas adaptações para a realidade local, vis- to a necessidade constante de instrumentos que melhor avaliem a qualidade alimentar dessa po- pulação. métodos Utilizaram-se as bases eletrônicas Medline(Na- tional Library of Medicine, Estados Unidos), Lilacs (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Ele- tronic Library Online) e PubMed sem limite de data de publicação. A revisão buscou estudos que avaliaram a qualidade da dieta utilizando como instrumento o Índice de Alimentação Saudável adaptado do Healthy Eating Index (HEI), um instrumento desenvolvido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para avaliar a qualidade da dieta da população americana. 3909 C iên cia & Saú de C oletiva, 20(12):3907-3923, 2015 As palavras utilizadas como descritores foram: Índice de Alimentação Saudável, Índice de Qualidade da Dieta, IAS e IQD, em inglês e por- tuguês. Os termos referentes ao IQD foram inse- ridos nos descritores de busca tendo em vista que a nomenclatura do IAS e do IQD pode ter sido utilizada, como descrito anteriormente, para o mesmo instrumento. Para auxiliar a busca foram utilizadas como filtros as palavras “Brasil”, para limitar a busca para estudos realizados com a população brasileira, área temática “ciências da saúde e humanas” e “humanos”. As referências bibliográficas dos estudos loca- lizados nas bases de dados foram também rastre- adas para localizar outras pesquisas de potencial interesse ao assunto estudado. Estabelecidos os critérios de inclusão e exclu- são, excluíram-se os artigos de revisão de litera- tura, os que avaliavam populações que não eram brasileiras, dissertações e teses. A identificação e a seleção dos artigos foram realizadas por três pesquisadores de forma inde- pendente, os quais selecionaram inicialmente os estudos pelos títulos e posteriormente pelos re- sumos obtidos. Após seleção inicial, realizou-se uma nova análise mais criteriosa de todas as pub- licações, e de forma consensual, foram determi- nados os estudos a serem incluídos. O período de busca nas bases eletrônicas foi de maio a junho de 2014. Nesse sentido, realizou-se uma revisão bi- bliográfica de estudos epidemiológicos realiza- dos com a população brasileira que utilizavam o Índice de Alimentação Saudável, incluindo suas formas adaptadas ou revisadas. resultados Após as buscas com os descritores, foram en- contrados 7573 artigos, sendo selecionados 32 artigos que utilizavam o Índice de Alimentação Saudável para avaliar a dieta da população brasi- leira (Figura 1) segundo os critérios de exclusão e inclusão. Os artigos selecionados, bem como as principais características dos estudos, são descri- tos nos Quadros 1 e 2. Foi possível observar o crescente interesse da comunidade científica brasileira na abordagem deste tema e a utilização deste instrumento como forma de avaliar a qualidade da dieta da popu- lação. Os estudos que utilizam esse instrumento no Brasil são recentes, visto que o IAS original foi desenvolvido na década de 905, sendo o artigo mais antigo selecionado referente ao ano de 2004. Dos estudos listados, observou-se uma maior concentração das publicações nas regiões sudeste (63%), seguida da região sul (22%), o que cha- ma a atenção para que as outras regiões também tenham o interesse em realizar estudos que abor- dem a qualidade da dieta, visto que o instrumen- to pode ser utilizado para monitorar mudanças no padrão alimentar, bem como ferramenta de educação nutricional e promoção da saúde5. Ressalta-se a importância das definições e es- clarecimento quanto aos termos IAS e IQD. No entanto, para fins de avaliação das metodologias, optou-se por manter a nomenclatura dada pelos autores no artigo original. Foi observada a utili- zação do termo IQD em 25% dos estudos sele- cionados (n = 8) quando estes, na prática, apli- caram o IAS. Um dos parâmetros que diferencia as ques- tões metodológicas dos artigos é o critério de pontuação, no qual a maior parte (72%) utiliza a pontuação de 0 a 100 pontos, que foi o primeiro critério, bem como a primeira classificação pro- posta por Bowman et al.6. Os demais utilizaram uma pontuação de 0 a 120 que foi proposta pos- teriormente por Mota et al.10. Foi observado que 41% dos estudos (n = 13) citou baixo consumo de frutas, vegetais e/ou leite e derivados11-23. Já em relação aos componentes com o maior consumo, destacaram-se os grupos de carnes e ovos, colesterol, gordura total e gor- dura saturada11,15,17,24-28. Alguns estudos17,20 relata- ram que a elevada ingestão de carne vermelha e processada esteve associado a uma pior qualida- de da dieta. Santos et al.17 também destacaram a neces- sidade de melhorar a ingestão do grupo de lei- te e derivados, ressaltando que o consumo deve ser de produtos lácteos magros, pois ao ingerir quantidade elevada desse grupo alimentar pode- se aumentar o consumo total de gordura satura- da e colesterol. Alguns estudos destacaram que o grupo das frutas apresentou o maior percentual de pontuação zero devido a baixa ingestão deste grupo pela população brasileira8,16,19,29. Todos os artigos desta revisão utilizaram como instrumento base a versão do IAS de 19955, exceto o estudo de Loreiro et al.11, que utilizou uma referência mais atualizada30. Nenhuma pes- quisa utilizou a referência de Guenther et al.31, sendo esta a mais recente atualização do IAS. Dentre os artigos que abordaram o índice de alimentação saudável e aspectos socioeco- nômicos pode-se observar, na população estu- dada, que a qualidade da dieta melhora tanto de acordo com o aumento da escolaridade dos 3910 M or ei ra P R S et a l. figura 1. Número de artigos selecionados após critérios de inclusão e exclusão com os descritores em inglês e português. Pesquisa Bibliográfica Bases de dados Descritores: Índice de Alimentação Saudável, Índice de Qualidade da Dieta, IAS e IQD e os respectivos termos em inglês. MEDLINE 592 artigos LILACS 126 artigos SCIELO 214 artigos PUBMED 6641 artigos Artigos repetidos entre as bases 144 artigos Artigos incluídos após leitura do título e resumo 0 artigos Artigos incluídos após leitura do título e resumo 11 artigos Artigos incluídos após leitura do título e resumo 10 artigos Artigos incluídos após leitura do título e resumo 13 artigos Artigos incluídos após leitura na íntegra 0 artigos Artigos incluídos após leitura na íntegra 10 artigos Artigos incluídos após leitura na íntegra 9 artigos Artigos incluídos após leitura na íntegra 12 artigos Artigos acrescentados após rastreamento de referências 1 artigo Total de artigos da revisão 32 artigos pais e/ou quanto melhor for a renda da famí- lia12,17-19,21,28,29,32,33. A Figura 2 apresenta o histórico e tendências do IAS desde sua criação em 1995. Discussão Esta revisão demonstrou importantes pontos que caracterizaram a qualidade da dieta da população brasileira, apontando os grupos alimentares que merecem atenção para tornar a dieta saudável. Os grupos mais discutidos pelos estudos foram os de frutas, verduras e legumes, leite e derivados e os referentes à gordura. 3911 C iên cia & Saú de C oletiva, 20(12):3907-3923, 2015 Quadro 1. Avaliação metodológica dos artigos selecionados sobre IAS com a população brasileira. Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 autor/ano Fisberg et al., 20048 Godoy et al., 200612 Barbosa et al., 200634 Gomes e Cyrillo, 200632 Domenes et al., 200627 Fisberg et al., 200629 Morimoto et al., 200819 Gomes et al., 200818 Delineamento Transversal Transversal Transversal Transversal Transversal Transversal Transversal Transversal amostra 50 indivíduos de ambos os sexos. 437 adolescentes entre 12 e 19 anos de ambos os sexos. 437 adolescentes entre 12 e19 anos de ambos os sexos. 284 mulheres entre 20 e 50 anos. 94 pré- escolares entre 2 e 6 anos. 3.454 adultos de ambos os sexos. 1.840 adultos de ambos os sexos. 295 mulheres com idade entre 20 e 50 anos. local do estudo Botucatu, SP. Butantã, SP. Butantã, SP. São Paulo, SP. Campinas, SP. Regiões do Estado de São Paulo. Regiões do Estado de São Paulo. São Paulo, SP. Objetivo Adaptar e aplicar o HEI norte-americano para avaliar a qualidade da dieta de indivíduos brasileiros. Avaliar a qualidade da dieta dos adolescentes segundo o sexo e a escolaridade dos chefes da família. Avaliar a qualidade da dieta dos adolescentes segundo o sexo e a escolaridade dos chefes da família. Analisar a relação entre a utilização de rótulos dos alimentos embalados e a qualidade da alimentação. Avaliar a aplicação do HEI para uso no Brasil, empregando- se como referência para porcionamento e classificação dos alimentos consumidos em grupos as DAPBs. Analisar a qualidade da dieta associada a outros fatores entre os adultos que vivem em regiões do Estado de São Paulo. Avaliar os fatores demográficos, socioeconômicos e de estilo de vida associados à qualidade da dieta de adultos. Descrever o consumo alimentar de mulheres adultas, utilizando o IAS como medida- resumo da qualidade da alimentação, bem como os componentes desse índice. instrumento IQD** adaptado por Fisberg et al., 20048. IQD adaptado por Fisberg et al., 20048, modificado por Godoy et al., 200612. HEI estabelecido por Kennedy et al.5, 1995. IAS adaptado por Bowman et al.6, 1998. IAS adaptado ao porcionamento e classificação dos alimentos de acordo com as DAPBs. IQD adaptado por Fisberg et al. 20048. IQD adaptado por Fisberg et al., 20048. IAS adaptado por Bowman et al., 19986. continua 3912 M or ei ra P R S et a l. Quadro 1. continuação Nº 9 10 11 12 13 14 15 autor/ano Mota et al., 200810 Santos et al., 200917 Nespeca e Cyrillo, 201016 Vitolo et al., 201035 Jaime et al., 201036 Tardivo et al., 201025 Portero- McLellan et al., 201028 Delineamento Transversal Transversal Transversal Intervenção Transversal Transversal Transversal amostra 502 indivíduos de ambos os sexos. 67 diabéticos tipo II de ambos os sexos. 276 funcionários públicos de ambos os sexos. 500 pares mãe-filho de baixa renda. 737 adultos. 173 mulheres no com idade entre 45 e 75 anos. 448 adultos com idade entre 35 e 85 anos. local do estudo Botucatu, SP. Rio de Janeiro, RJ. São Paulo, SP. São Leopoldo, RS. São Paulo, SP. Sudeste do Brasil. Não relata o local do estudo. Objetivo Adaptar o IAS norte- americano ao Guia Alimentar para a População Brasileira e à Pirâmide Alimentar Adaptada. Avaliar a qualidade nutricional do consumo alimentar de diabéticos tipo II através do IAS. Avaliar a qualidade da dieta dos funcionários não docentes da Universidade de São Paulo por meio do IAS. Avaliar o impacto do programa da política nacional sobre a qualidade da dieta de pré-escolares, utilizando-se o IAS. Desenvolver um índice de qualidade da dieta ajustado para as necessidades de energia (IQD-a) e aplicar o índice a uma amostra de adultos brasileiros. Investigar a associação entre a qualidade da dieta, usando o IAS, e os indicadores de risco metabólicos em mulheres pós-menopáusicas. Identificar a influência das gorduras dietéticas sobre o IMC e a circunferência abdominal em uma amostra populacional de adultos. instrumento IAS adaptado a Pirâmide Alimentar Adaptada brasileira e ao Guia Alimentar da população brasileira por Mota et al.*, 200810. HEI estabelecido por Kennedy et al., 19955. IAS adaptado por Fisberg et al., 20048. HEI estabelecido por Kennedy et al. 19955 com adaptações realizadas pelos autores para esse estudo. IQD ajustado por energia desenvolvido pelos autores. HEI estabelecido por Kennedy et al., 19955. IAS adaptado por Mota et al.*, 200810. continua 3913 C iên cia & Saú de C oletiva, 20(12):3907-3923, 2015 Quadro 1. continuação Nº 16 17 18 19 20 21 22 autor/ano Silva et al., 201115 Felippe et al., 201137 Pimentel et al., 201126 Da Costa et al., 201213 De Oliveira et al., 201238 Carvalho et al., 201220 Louzada et al., 201240 Delineamento Transversal Caso Controle Transversal Transversal Transversal Transversal Transversal amostra 246 indivíduos de ambos os sexos 100 indivíduos adultos (54 casos e 46 controles) de ambos os sexos 624 adultos de ambos os sexos 169 mulheres praticantes de atividade física. 335 indivíduos com idade entre 44-65 anos de ambos os sexos. 1677 indivíduos com idade superior a 19 anos. Sendo 847 adultos e 830 idosos. 228 idosos entre 60 e 90 anos de ambos os sexos. local do estudo Inhaumas, BA. Porto Alegre, RS. Botucatu, SP. Aracaju, SE. Botucatu, SP. Estado de São Paulo Carlos Barbosa, RS. Objetivo Descrever a frequência de SM e comparar o padrão de consumo alimentar através do HEI (1995) e de exames bioquímicos entre adultos, com ou sem SM, vivendo em área rural do Brasil. Comparar a qualidade da dieta de indivíduos expostos e não expostos a um programa de reeducação alimentar, utilizando o IAS. Verificar a associação da ingestão de diferentes gorduras dietéticas com a qualidade da dieta, homocisteinemia e resistência insulínica em adultos. Avaliar a qualidade da dieta de mulheres praticantes de atividade física, através do IQD. Associar a HAS com fatores dietéticos (utilizando o IAS) de adultos clinicamente selecionados para programa de mudança de estilo de vida. Avaliar o consumo de carne vermelha e processada, e o impacto que consumo tem sobre a qualidade da dieta e o ambiente. Avaliar os fatores associados à qualidade da dieta de idosos de uma cidade no sul do Brasil. instrumento HEI estabelecido por Kennedy et al., 19955. IAS adaptado por Mota et al.*, 200810. IAS adaptado por Mota et al.*, 200810. IQD modificado por Godoy et al., 200612. IAS adaptado por Mota et al.*, 200810. IAS-revisado (IAS-R) de Previdelli et al., 201139. HEI estabelecido por Kennedy et al., 19955. continua 3914 M or ei ra P R S et a l. Quadro 1. continuação Nº 23 24 25 26 27 28 29 autor/ano Rauber et al., 201321 Melendez- Araújo et al., 201241 Assumpção et al., 201233 Melere et al., 201342 Malta et al., 201314 Loureiro et al., 201311 De Lima et al., 201323 Delineamento Transversal Intervenção Transversal Transversal Transversal Transversal Transversal amostra 345 crianças de 3 a 4 anos de idade. 32 pacientes. 409 adolescentes de 12 a 19 anos de ambos os sexos. 712 gestantes entre a 16ª e 36ª semana de gestação, com idade de 12 a 49 anos. 73 indivíduos de ambos os sexos com idade ≥ 60 anos. 195 adultos de 20 a 50 anos de ambos os sexos. 747 beneficiários do PBF, a partir dos 19 anos de idade. de ambos os sexos. local do estudo São Leopoldo, RS. Brasília, DF. Campinas, SP. Porto Alegre e Bento Gonçalves, RS. Avaré, SP. Cuiabá, MT.Curitiba, PR. Objetivo Avaliar a qualidade geral da dieta de pré- escolares de baixo status socioeconômico e identificar fatores maternos e familiares associados a essa pontuação e seus componentes. Avaliar o impacto de diferentes intervenções nutricionais sobre o peso corporal, o consumo de energia e qualidade da dieta em pacientes obesos mórbidos durante o período pré-operatório. Avaliar a qua-lidade global da dieta e a adequação do consumo de cada componente da dieta de adolescentes segundo fatores demográficos, socioeconômicos e IMC. Avaliar a qualidade global da dieta em uma amostra de gestantes brasileiras a partir de um parâmetro único, simples e objetivo. Avaliar a qualidade da dieta da população idosa do município de Avaré-SP através do IAS. Analisar a qualidade da dieta e identificar fatores associados em adultos, através do IQD-R. Avaliar a qualidade da dieta dos beneficiários do programa Bolsa Família. instrumento HEI estabelecido por Kennedy et al., 19955. IAS adaptado por Mota et al.*, 200810. IAS modificado por Godoy et al., 200612. HEIP-B adaptado à população gestante pelos autores do estudo. IAS adaptado por Mota et al.*, 200810. IQD-R adaptado por Previdelli et al., 201139. IAS adaptado por Fisberg et al., 20048. continua 3915 C iên cia & Saú de C oletiva, 20(12):3907-3923, 2015 Quadro 1. continuação Nº 30 31 32 autor/ano Tavares et al., 201343 Wendpap et al., 201424 Rauber et al., 201422 Delineamento Transversal Transversal Longitudinal amostra 75 nutrizes em aleitamento exclusivo a partir do 28º dia pós-parto. 1.326 adolescentes de escolas públicas e privadas de ambos os sexos. 500 pares mãe-filho. Crianças: 3 a 4 anos= 356 avaliadas 7 a 8 anos= 315 avaliadas local do estudo São Paulo, SP. Cuiabá, MT. São Leopoldo, RS. Objetivo Identificar estado nutricional, consumo alimentar e qualidade da dieta de nutrizes em amamentação exclusiva. Analisar a qualidade da dieta pelo IQD-Revisado e fatores associados. Determinar mudanças na qualidade da dieta de crianças, usando dados longitudinais de uma amostra de pré – escolar (3-4 anos) e escolar (7-8 anos), as quais as mães receberam aconselhamento dietético durante o primeiro ano de vida em práticas de alimentação infantil. instrumento IAS adaptado por Mota et al.*, 200810. IQD-Revisado adaptado por Mota et al.*, 200810. HEI estabelecido por Kennedy et al., 19955. Siglas: HEI: Health Eating Index, DAPBs: Diretrizes Alimentares para a População Brasileira, IQD: Índice de Qualidade da Dieta, IMC: Índice de Massa Corporal, SM: Síndrome Metabólica, HAS: Hipertensão Arterial Sistemica, IQD-R: Índice de Qualidade da Dieta Revisado, PBF: Programa Bolsa Família, HEIP-B: Índice de Alimentação Saudável para Gestantes Brasileiras. Nota: *Pontuação segundo proposto por Mota et al.10, considera pontuação máxima de 120 pontos; ** IQD: Índice de Qualidade da dieta adaptado por Fisberg et al.8 para população Brasileira segundo o HEI (1995). A avaliação do consumo alimentar da popu- lação é importante apesar das limitações encon- tradas44, pois permite analisar e identificar suas características, especialmente as práticas não sau- dáveis, e abordá-las em programas de educação nutricional, proporcionando melhores condições de saúde à população, além de avaliar a qualidade total da dieta e não apenas componentes isolados5. De acordo com a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crô- nicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realiza- da no Brasil em 201345, o consumo alimentar da população foi avaliado em relação ao consumo de frutas e hortaliças. Os pesquisadores encon- traram que os adultos que consumiam regular- mente frutas e hortaliças variaram entre 23,4% a 46,0%. Percebe-se que o consumo desse gru- po alimentar é baixo na população brasileira e, essas modificações do padrão alimentar já são observadas em publicações que confirmam um consumo insuficiente de carboidratos comple- xos e fibras, aumento do consumo de gorduras e açúcares refinados46,47, que concordam com os resultados dos estudos agrupados nesta revisão. 3916 M or ei ra P R S et a l. Quadro 2. Pontuação total e resultados obtidos com a utilização do IAS na população brasileira. Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Pontuação Obtida Média do IAS = 51, 5 pontos (necessidade de melhora). 74% da população com dieta necessitando de melhorias e 14% com dieta inadequada. Média do IAS = 58,4 pontos (necessidade de melhora). 68% da população classificada com dieta necessitando de melhorias e 28% com dieta inadequada. Média do IAS = 74,5 pontos (necessidade de melhoria); após 6 meses, média do IAS = 93,8 pontos (dieta adequada). A média dos escores do IAS foi de 63,6 (alimentação pouco saudável). O valor para o IAS para as meninas foi de 73,97 e para os meninos 75,70. Média do IQD: 60,4 pontos. Com 73,4% classificados com dieta que exigia modificações e 21,6% com dieta inadequada. Média do IQD: 60,42 pontos; Com 75% da população classificada com dieta necessitando de modificações e 21% com dieta inadequada. A média dos escores do IAS foi de 63,6 pontos (alimentação pouco saudável). Dos indivíduos avaliados 71% estavam com dieta necessitando de melhorias (Média IAS=87,2) e 14% com dietas de má qualidade (Média IAS = 62,2). 7,5% foi considerada com uma alimentação pobre (IAS = 45,0 ± 1,6 e CV: 0,32) e 52,2% necessitavam melhorar a dieta (IAS = 67,8 ± 7,0 e CV: 0,10). resultados principais Observado consumo elevado dos componentes de gordura total, gordura saturada, colesterol e sódio. Os maiores percentuais de observações com valor zero foram atribuídos ao item frutas e gordura saturada. Os adolescentes do sexo masculino apresentaram maior pontuação nos componentes: cereais, pães e raízes, hortaliças, leguminosas e variedade da dieta, enquanto que para sódio ocorreu o inverso. A escolaridade do chefe da família, os componentes cereais, pães e raízes, hortaliças, leite e derivados, e variedade de alimentos tiveram correlação positiva. Houve diferença significativa (p<0,05) entre as médias das porções de frutas e vegetais, com base na pirâmide alimentar Americana e um escore satisfatório do IAS após 6 meses de frequência da criança na creche. Uma associação positiva foi encontrada entre as mulheres que tinham o hábito de ler os rótulos dos alimentos e maior IAS (p<0,05), porém com pontuação no status de alimentação pouco saudável. Independente do gênero 70% dos pré-escolares apresentaram IAS entre o intervalo de 80 a 51 pontos, necessitando de intervenção nutricional. A aplicação mostrou baixo consumo de cereais, verduras e legumes e excesso no consumo de leguminosas, carnes, ovos, laticínios, gordura saturada e açúcares. A qualidade da dieta esteve positivamente relacionada à escolaridade do chefe da família, número de bens de consumo duráveis, idade e consumo de energia e, inversamente associada ao IMC e tabagismo. O consumo de vegetais, frutas e leite melhorou com o aumento da escolaridade, embora geralmente com baixa pontuação. Observaram-se médias baixas para os componentes: frutas, verduras e legumes, leite e derivados. Número de bens de consumo duráveis, escolaridade do chefe da família e ter 60 anos ou mais se associaram positivamente ao IQD em homens. Para as mulheres, ter 60 anos ou mais se associou ao IQD. A qualidade da dieta não apresentou diferenças entre os estratos sociais. A variação foi encontrada no consumosegundo alguns dos componentes do IAS. O IAS adaptado pode ser utilizado na população brasileira para avaliar os hábitos alimentares populacionais. A pontuação do instrumento variou de 0 a 120 pontos. A maioria da população teve sua dieta avaliada como necessitando de melhorias. A população avaliada necessita modificar os hábitos alimentares, especialmente quanto ao consumo à ingestão de produtos lácteos magros, frutas e vegetais. continua 3917 C iên cia & Saú de C oletiva, 20(12):3907-3923, 2015 Quadro 2. continuação Nº 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Pontuação Obtida A média do valor do IAS encontrada foi de 68,08 (±10,75) equivalendo à dieta com necessidades de modificação. A média do IAS foi de 66,8 ± 11,2 para todas as crianças. 79,7% foram classificadas como precisando melhorar a qualidade da dieta consumida. Média do IQD-a: Mulheres: 59,2 pontos e Homens: 56,7 pontos. Média do IAS: 60 pontos; 48,5% da população com dieta precisando de melhorias e 8,5% com dieta inadequada. A média do IAS para o grupo de maior renda foi de 82,93 e o grupo de menor renda, 77,98 com p=0,004 para os dois grupos. A média da pontuação da qualidade da dieta obtida para os grupos com SM e sem SM foi de 56,9 (Intervalo: 12-99). Grupo caso: IAS = 97 pontos; grupo controle = 84,2 pontos; p<0,001. Valor médio do IAS-ad = 80 pontos (pontuação do método de 0 a 120 pontos). Média do IQD = 66,6 pontos (necessidade de melhoria). 90,6% da população apresentou dieta com necessidade de modificações. Média do IAS semelhante em ambos os grupos: com HAS = 82,5 pontos e sem HAS = 82,1 pontos (dieta adequada). resultados principais A maioria da população avaliada necessita melhorar o consumo alimentar em termos qualitativos. Ao se separar a amostra em grupos conforme IMC, escolaridade e renda, não foram encontradas diferenças estatísticas nos valores do instrumento utilizado. Houve grande efeito do programa de intervenção durante o primeiro ano da vida, porque ele também foi eficaz na promoção de uma dieta melhor qualidade em toda a infância. O IQD-a proposto pode ser usado em inquéritos epidemiológicos/ estudos de avaliação do comportamento alimentar em uma população semelhante ao do estudo. Recomenda-se que, o índice de pontuação deva ser baseado nas necessidades estimadas de energia. Não foram encontradas correlações significativas do IAS com indicadores de risco metabólico. O percentual de gordura corporal foi maior entre as mulheres com necessidade de melhoria da dieta ou com dieta pobre. A dieta das mulheres com necessidade de melhorias foi atribuída à ingestão elevada de gordura saturada. O IAS foi maior no grupo de maior renda devido ao maior consumo de proteína (+12,8%), laticínios (p<0,001), hortaliças (p<0,01), frutas (p<0,001) e menor de gordura (-9,8%). Ambos os grupos tiveram baixa pontuação para o consumo de vegetais, frutas, leites e derivados. O grupo com SM obteve em geral pontuações mais baixas que o grupo controle. A pontuação do IAS foi maior no grupo de exposição do que no grupo controle, concluindo que a exposição à reeducação alimentar apresenta dieta com melhor qualidade. O consumo de lipídios saturados (>8% do VET) e/ou colesterol (>165 mg/d), porções de óleo vegetal (>1,5-2,0/dia) e/ou gordura poliinsaturada, representam os principais fatores lipídicos- dietéticos associados a má qualidade da dieta, resistência insulínica e hiperhomocisteinemia de adultos. Mulheres obesas apresentaram menor consumo de hortaliças que as não obesas. Os componentes colesterol e sódio obtiveram maiores percentuais para escore 10. Observou-se correlação positiva da pressão arterial diastólica com o consumo de colesterol e açúcar. A variedade da dieta ≥ 8 itens alimentares, apresentou efeito protetor para alterações da pressão arterial sistólica (OR = 0,361 IC 0,148-0,878). continua 3918 M or ei ra P R S et a l. Quadro 2. continuação Nº 21 22 23 24 25 26 27 28 Pontuação Obtida Média do IAS com consumo moderado: Homens: 59,6; Mulheres: 57,9. Com consumo elevado: Homens: 54,5 e Mulheres: 56,2. Média do IAS: 66,63; 9,7%. 80,9% da população com dieta precisando de melhorias e 9,4% com dieta inadequada. Média do IAS: 65,7 pontos 79,7% da amostra com dieta necessitando de melhorias e 10,7% com dieta inadequada. Média do IAS: Grupo Intervenção Padrão: 80 pontos; Grupo Intervenção intensiva: 77 pontos. 73% da população com dieta precisando de melhorias e 25,4% com dieta inadequada. Média do IQD: 59,7 pontos; Meninos – 60,5 pontos e meninas – 58,9 pontos. De acordo com o HEIP-B, a média encontrada foi de 67,4. 62,6% apresentaram pontuações equivalentes a dieta com necessidade de melhorias. Os resultados evidenciaram que 32,9% dos idosos avaliados apresentaram dieta de má qualidade e 60,3% com dieta classificada como necessitando de melhorias. Mulheres: melhor pontuação para frutas inteiras e sódio (p<0,01). Homens: maiores escores para óleos, oleaginosas e gordura de peixe (p=0,02). resultados principais O excesso de consumo de carne vermelha e processada esteve associado a uma pior qualidade da dieta em homens. A dieta esteve negativamente relacionada a leite e derivados e positivamente relacionada com os vegetais em mulheres. Aconselham reduzir a ingestão de carne vermelha e processada para quantidades recomendadas, como parte de uma dieta saudável. Apenas o estado civil mostrou um efeito independente sobre o IAS. Indivíduos casados apresentaram maior chance de ter uma dieta adequada. Os resultados sugerem que a qualidade da dieta deste grupo necessita de melhorias. Neste grupo de pré-escolares as características maternas e familiares não foram associadas com total de pontos do IAS. Foram afetados o consumo de leite e a variedade da dieta, que foi maior entre aqueles cujas mães tinham níveis mais elevados de escolaridade. O consumo de gordura total e saturada foi menor entre aqueles cujas mães tinham níveis mais elevados de escolaridade. Ambas as intervenções nutricionais promoveram perda de peso, redução do consumo de energia e melhoria da qualidade alimentar em obesos mórbidos durante o período pré-operatório. A pontuação do instrumento utilizado variava de 0 a 120 pontos. O IQD global esteve associado so¬mente com o sexo; porém, a escolaridade do chefe da família e a renda mostraram que quanto maiores podem ter melhores pontuações nos componentes. Ressaltam que é relevante analisar separadamente cada componente do indicador. A qualidade da dieta da maioria das gestantes foi classificada como precisando de melhorias além de ter apresentado boas correlações com os nutrientes em investigação no período gestacional. A maioria dos idosos estudados apresentavam uma dieta que necessitava de melhorias, com baixo consumo de frutas, hortaliças, carboidratos preferencialmente complexos e leite e derivados em relação as porções recomendadas pela pirâmide brasileira. Indivíduos com idade igual ou superior a 30 anos obtiveram maior pontuação para o IQD-R total, fruta inteira, gordura saturada e calorias provenientes de gordura sólida, álcool e açúcar de adição. continua 3919 C iên cia & Saú de C oletiva, 20(12):3907-3923, 2015 Quadro 2. continuação Nº 29 30 31 32 Pontuação Obtida Média do IQD = 51 pontos (necessidade de melhora). Média do IAS = 72,3 pontos (necessidade de melhora). Média do IQD-R = 75,1 pontos (necessidade de melhora). Grupo de intervenção: 86,2% das crianças de 3-4 anos de idade e 94,7% das crianças de 7-8 anos de idade, classificadas com dietas pobres ou que necessitavamde melhoria. A média do HEI - 3 a 4 anos: 68,2 e 7 a 8 anos: 65,1. resultados principais A média geral do IQD identificou necessidade de melhora da dieta da população. A população possui uma dieta monótona, com um consumo adequado de leguminosas, porém baixo para frutas, verduras e produtos lácteos. As nutrizes apresentaram sobrepeso, consumo energético abaixo do recomendado, porcentagens de macronutrientes adequadas exceto para proteína, que foi elevada. A dieta foi classificada como precisando de melhorias, conforme o Índice de Alimentação Saudável. Foi observado que tempo ≥ 300 minutos por semana de atividade física e excesso de peso dos adolescentes foram associados a maiores pontuações do IQD-R. Estilo de vida saudável foi associado à dieta de melhor qualidade. As mudanças na qualidade da dieta ao longo do tempo ilustram a perda do efeito de intervenção aos 7-8 anos de idade. Em ambos os grupo (controle e intervenção), a pontuação para o consumo de frutas e leite diminuiu ao longo do tempo, enquanto que a pontuação para a ingestão de gordura saturada e variedade alimentar aumentou. Siglas: IAS: Índice de Alimentação Saudável, SM: Síndrome Metabólica, IQD: Índice de Qualidade da Dieta, IQD-R: Índice de Qualidade da Dieta Revisado, HEI: Health Eating Index, HEIP-B: Índice de Alimentação Saudável para Gestantes Brasileiras, IAS- ad: Índice de Alimentação Saudável adaptado. IQD-a: Índice de Qualidade da Dieta ajustado por necessidade de energia. Vale ressaltar que o critério utilizado no Vigi- tel foi ter consumido pelo menos um alimento do grupo ao dia e não levou em consideração a ade- quação em relação a porções diárias recomenda- das pelos guias alimentares brasileiros, portanto, possivelmente esta frequência pode estar supe- restimada para adequação de consumo. Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar (2008-2009), a prevalência de ingestão de gor- dura saturada acima do limite recomendado foi de 82% na população48. Alguns dos estudos avaliados apontam para um elevado consumo de gordura, incluindo a saturada, como o principal componente para caracterizar uma dieta como de má qualidade. Todas as publicações selecionadas obtiveram pontuações classificadas como necessitando de melhorias (variaram entre 51 e 87,2), apesar das diferenças dos pontos de corte entre os trabalhos avaliados e das diferentes metodologias dos ins- trumentos. As pesquisas que utilizam índices para ava- liar a qualidade da dieta costumam ter pontos de corte diferentes que refletem as adaptações realizadas no instrumento42. A classificação ini- cial da qualidade da dieta encontrada nos artigos foi proposta por Bowman et al.6, que definiu ca- tegorias para o HEI (1995), a fim de caracteri- zar a qualidade da dieta da população avaliada, considerando uma dieta inadequada aquela com pontuação inferior a 51 pontos, dieta em que são necessárias modificações entre 51 e 80 pontos, e uma dieta saudável aquela com pontuação supe- rior a 80 pontos. Outro tipo de pontuação foi proposto por Mota et al.10, ao adaptar o IAS ao Guia e a pirâ- mide alimentar para a população brasileira, dessa forma, a alteração ocorreu em função do acrés- cimo de três novos componentes (grupos das leguminosas, açúcares e gorduras) e à exclusão do componente sódio. Com 12 componentes, o método poderia ter uma pontuação máxima de 3920 M or ei ra P R S et a l. até 120 pontos, classificando-se em dietas de boa qualidade (superior a 100 pontos), precisando de melhorias (71-100 pontos) e má qualidade (infe- rior a 71 pontos). Vale ressaltar que Godoy et al.12 ao adaptar o IAS para a população de adolescen- tes, já havia incluído pela primeira vez o compo- nente leguminosas, substituindo-o por gordura saturada. Em relação a utilização da pontuação do IAS, tem sido discutido que a classificação de dietas de acordo com a pontuação total obtida não seria recomendada, já que a avaliação final não reflete necessariamente a realidade de cada componen- te30. Entretanto, as pontuações podem possibili- tar a distinção entre dietas de alta e baixa pon- figura 2. Histórico do Índice de Alimentação Saudável desde a sua formulação. Bowman et al.49 - propõe classificação para o HEI < 51: inadequado; 51-80: necessita modificação e > 80: saudável. Godoy et al.12 - alterou um componente do instrumento adaptado por Fisberg et al. (2004), substituindo gordura saturada por leguminosas. Domeni et al.50 - 13 componentes - Pontuação máxima: 100 pontos - adaptou o HEI 95 às Diretrizes Alimentares para a População Brasileira. Jaime et al.36 - desenvolveu o IQD-a: ajustado por necessidade de energia - 10 componentes - 0 a 10 pontos por componente - adaptou o HEI 95 ao Guia Alimentar Brasileiro. melere et al. 42 - propõe HEIP-B: adaptado para gestantes - 10 componentes - pontuação máxima: 100 pontos - classificação para o HEI: < 51: inadequado; 51-80: necessita modificação e > 80: saudável. 1995 2004 iQD – fisberg et al.8 - 10 componentes - 0 a 10 pontos por componente - porções adaptadas segundo a Pirâmide Alimentar Brasileira - classificação de adequação: ≤ 40: inadequada; 41-64: necessita de modificação e > 65: saudável hei 95 – Kennedy et al. 5 -10 componentes -0 a 10 pontos por componente *não propõe classificação mota et al.10 - adaptou o HEI 95 a Pirâmide Alimentar e ao Guia Alimentar brasileiro. - 12 componentes - 0 a 10 pontos por componente -Classificação: < 71: má qualidade; 71- 100: precisando melhorias e > 100: boa qualidade Previdelli et al.39 - adaptou o HEI 2005 ao Guia Alimentar para a População Brasileira - definiu-se o número de porções diárias dos grupos de alimentos para 1000Kcal - 12 componentes - pontuações específicas por componente - pontuação máxima: 100 pontos 1998 2006 2010 2013 2008 2011 tuação e, como sugerido por Guenther et al.30, podem possibilitar comparações entre o risco de doenças e a dieta. Caso o índice seja classificado em quintis, pode haver comparações dos riscos nos quintis mais altos e nos mais baixos. Dentre os artigos desta revisão apenas um utilizou a clas- sificação em quintil26 e dois utilizaram quartil33,42. Os estudos apresentaram diferentes classifica- ções em muitos aspectos, tais como os elementos incluídos, os valores de corte utilizado e o método de pontuação. Assim, a contribuição dos compo- nentes individuais do índice para o total de pon- tuação continua a ser uma questão complexa que necessita ser mais bem examinada51. Observa-se que, mesmo os estudos realizados mais recente- 3921 C iên cia & Saú de C oletiva, 20(12):3907-3923, 2015 mente, mantiveram a classificação por pontua- ções para definição da qualidade da dieta. Um aspecto a ser considerado quanto a uti- lização do IAS é a sua comparação com os parâ- metros convencionais como as Dietary Reference Intakes (DRIs), pois uma pontuação satisfatória não necessariamente representa uma ingestão adequada de alguns nutrientes5,31. Cabe ressaltar que apenas um artigo selecionado fez associação do IAS com a adequação dos nutrientes47, neces- sitando de maiores discussões nessa área, a fim de compreender se elevadas pontuações podem refletir melhor adequação nutricional. Segun- do Guenther et al.52, para alguns nutrientes tais como Vitamina E e potássio, mesmo pontuações elevadas do índice podem não refletir valores adequados destes nutrientes. O IAS, apesar de ter sido proposto original- mente há quase 20 anos, teve a sua aplicação no Brasil iniciada apenas em 2004, demonstrando ser um instrumento novo, o que pode ter con- tribuídopara algumas limitações observadas em sua utilização no decorrer dos estudos. Um primeiro aspecto a ser mencionado relaciona- se a não padronização de inquéritos alimenta- res utilizados. Dentro do compilado de estudos desta revisão, observou-se o uso de inquéritos que usualmente avaliam tanto a dieta habitual, como recordatório habitual e QFA, como os que avaliam a dieta atual, recordatório 24 horas41, re- gistro alimentar e método de pesagem direta do alimento. Além da variabilidade de inquéritos, o número de dias avaliados também variou. Aliado a isso, os parâmetros de recomendações alimen- tares também diferiram entre as publicações. O estudo pioneiro da Fisberg et al.8, que adaptou o instrumento ao Brasil, utilizou as recomendações da pirâmide alimentar brasileira. Entretanto, al- guns outros artigos conduziram seus estudos uti- lizando recomendações internacionais, como a pirâmide alimentar americana (USDA) e o Guia dietético para Americanos (2000)11,12,15-18,32,34-36,40, o que dificulta a comparação de resultados na literatura para estudos nacionais quanto ao con- sumo da população. Outro ponto importante relaciona-se ao fato de que os componentes do IAS contribuem com o mesmo peso na pontuação total, desconside- rando o impacto que cada grupo de alimento exerce sobre a saúde. Diante destes resultados, seria prudente, além da pontuação total, analisar separadamente cada componente51. Outra consideração a ser feita diz respeito ao número de porções consumidas e a pontuação atribuída pelo índice. Esta pontuação é máxima quando há o consumo mínimo das porções reco- mendadas, não havendo, portanto, qualquer tipo de avaliação negativa para um consumo excessi- vo dos componentes alimentares, o que também caracteriza consumo inadequado53,54. Ainda com relação aos componentes, obser- varam-se diversas modificações neste aspecto entre os estudos, como inclusão e exclusão de itens, o que interfere na comparação adequada quando da análise de sua pontuação. Entende-se que constantes adaptações são necessárias para a população local, quando se trata de consumo alimentar e, assim, primar por um padrão de ins- trumento que se aproxime de forma mais estrei- ta desse verdadeiro consumo torna-se essencial para se obter conclusões mais fidedignas. Conclusão De acordo com o IAS, a população brasileira en- contra-se na categoria de necessidade de melho- ria da qualidade da dieta, com baixa adequação do consumo para frutas, verduras e legumes, bem como leite e derivados e elevado consumo de gordura, com atenção especial para gorduras saturadas. Muitos questionamentos acerca desses ins- trumentos ainda permeiam sua utilização, como as verdadeiras inferências que eles podem trazer: se de fato, conseguem avaliar a qualidade da ali- mentação como um todo sem considerar o im- pacto que cada grupo alimentar exerce sobre a qualidade da dieta. Estas questões metodológicas necessitam ser avaliadas cautelosamente com re- petidas aplicações em populações distintas, para que a classificação da qualidade da dieta possa ser cada vez mais fidedigna. Vale ressaltar que as di- ferentes metodologias de avaliação do consumo alimentar para um mesmo instrumento dificul- tam as comparações entre os diferentes estudos. Colaboradores PRS Moreira, NP Rocha e LC Milagres participa- ram igualmente de todas as etapas da elaboração do artigo e JF Novaes, orientadora do estudo, foi a responsável pela revisão e aprovação do artigo final para submissão. 3922 M or ei ra P R S et a l. Nespeca M, Cyrillo DC. 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