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3907
1 Departamento de Nutrição 
e Saúde, Universidade 
Federal de Viçosa. Avenida 
Peter Henry Rolfs s/n, 
Campus Universitário. 
36570-000 Viçosa MG 
Brasil. 
patrsmoreira@hotmail.com
análise crítica da qualidade da dieta da população brasileira 
segundo o Índice de alimentação saudável: 
uma revisão sistemática
Critical analysis of the diet quality of the Brazilian population 
according to the Healthy Eating Index: a systematic review
resumo Diante da importância de estudar ins-
trumentos que avaliem a qualidade alimentar da 
população, este trabalho se propõe realizar uma 
revisão sistemática sobre o Índice de Alimentação 
Saudável como instrumento utilizado para ava-
liar a qualidade da dieta da população brasileira, 
analisando suas metodologias e resultados. Para a 
seleção de estudos foram utilizadas as principais 
bases eletrônicas de dados. Após as buscas com 
os descritores, foram incluídos 32 artigos. Obser-
vou-se o crescente interesse da comunidade cien-
tífica na abordagem deste tema, sendo recentes os 
estudos que utilizam esse instrumento no Brasil. 
Foram avaliadas e discutidas as questões meto-
dológicas dos artigos, considerando as versões re-
visadas, bem como as adaptações do IAS. Foram 
destacados alguns resultados comuns entre os es-
tudos como o baixo consumo de frutas, vegetais e/
ou leite e derivados e maior consumo dos grupos 
de carnes e ovos, colesterol, gordura total e gordu-
ra saturada. Dentre os artigos que abordaram o 
IAS e aspectos socioeconômicos, pode-se observar 
na população estudada que a qualidade da dieta 
melhora tanto de acordo com o aumento da esco-
laridade dos pais quanto com a renda da família. 
O IAS pode ser utilizado para monitorar mudan-
ças no padrão alimentar, bem como ferramenta de 
educação nutricional e promoção da saúde.
Palavras-chave Índice de Alimentação Saudável, 
Dieta, População brasileira
abstract In light of the importance of studying 
instruments that assess the food quality of the 
population, this study sought to conduct a sys-
tematic review of the quality of the diet of the 
Brazilian population using the Healthy Eating 
Index (HEI) and duly analyzing its methodology 
and results. The major electronic databases were 
used for the selection of studies. After the searches 
with the key words, 32 articles were included in 
this review. The growing interest of the scientific 
community in addressing this issue was observed, 
with recent studies using this instrument in Bra-
zil. Methodological issues of articles were evalu-
ated and discussed taking into consideration the 
revised versions and adaptations of the HEI. Some 
common results were highlighted among the stud-
ies such as low consumption of fruit, vegetables 
and/or dairy products, and the wider consump-
tion of meat and eggs, cholesterol, total fat and 
saturated fat. Among the articles that address the 
HEI and socioeconomic aspects it was seen that 
quality of diet improves both in accordance with 
the increasing level of education of parents and 
with the family income in the population studied. 
The HEI can be used to monitor changes in di-
etary patterns and also as a nutrition education 
and health promotion tool.
Key words Healthy Eating Index, Diet, Brazilian 
population
Patrícia Regina Silva Moreira 1
Naruna Pereira Rocha 1
Luana Cupertino Milagres 1
Juliana Farias de Novaes 1
DOI: 10.1590/1413-812320152012.18352015
3908
M
or
ei
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 P
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S 
et
 a
l.
introdução
Atualmente, está amplamente difundida a rela-
ção entre hábitos alimentares de um indivíduo 
ou população com seu estado de saúde. Esta 
relação pode ser avaliada através do tipo de ali-
mento em si ou por grupos alimentares; por seus 
componentes (nutrientes) ou ainda por padrões 
alimentares1.
No contexto da epidemiologia nutricional, 
o enfoque permeia a investigação de determi-
nadas patologias e suas possíveis relações com a 
ingestão de certos nutrientes2. A avaliação desta 
associação pode ser analisada por instrumentos 
dietéticos que permitam estimar a ingestão ali-
mentar individual e populacional e, assim, iden-
tificar seus componentes dentro desse processo 
de nutrição e saúde3.
No tocante da avaliação da qualidade do con-
sumo alimentar, os índices dietéticos estão sendo 
estudados e aplicados progressivamente. Estes 
índices possuem medidas combinadas de variá-
veis individuais (itens ou componentes) e, para 
cada um deles, expressa uma diferente dimensão 
do mesmo. Normalmente, os índices possuem 
escores que são somados no sentido de obter-se 
um escore final que melhor descreva a condição 
de saúde, de ambiente e atitudes de uma pessoa 
ou população4.
Dentre os vários índices existentes, este estudo 
destaca o Índice de Alimentação Saudável (IAS), 
originalmente americano (Healthy Eating Index) 
e desenvolvido por Kennedy et al., em 19955, ba-
seando-se nas recomendações do Dietary Guide-
lines for Americans e no The Food Guide Pyramid. 
É considerado um instrumento adequado para 
medir a qualidade global da alimentação na popu-
lação pela American Dietetic Association (ADA)6.
Em 2004, esse instrumento foi adaptado 
para o Brasil, baseando-se na Pirâmide Alimen-
tar7 e denominado Índice de Qualidade da Dieta 
(IQD). Este estudo concluiu que o IQD mos-
trou-se um instrumento de amplo potencial de 
uso na epidemiologia nutricional, sendo capaz 
de descrever e monitorar o padrão alimentar da 
população e, consequentemente, subsidiar inter-
venções adequadas8.
Um ponto importante a salientar é a nomen-
clatura dos índices utilizada nos estudos brasilei-
ros. Diante da existência original do Diet Qua-
lity Index, traduzido como Índice de Qualidade 
da Dieta, e sendo este, composto por diferentes 
parâmetros de avaliação se comparado ao IAS, 
equívocos podem ocorrer quando a nomenclatu-
ra é a mesma para os dois instrumentos. 
O Diet Quality Index – Índice de Qualidade 
da Dieta, originalmente, foi descrito por Patter-
son et al.9, no qual foi avaliado, através de um re-
cordatório de 24h e dois registros alimentares de 
dias distintos, oito componentes: gordura total, 
gordura saturada, colesterol, frutas e hortaliças, 
cereais e leguminosas, proteínas, sódio e cálcio. 
Para cada componente, pontuação de zero a dois 
pontos era atribuída de acordo com as recomen-
dações da Diet and Health, dois para consumo 
acima e zero para consumo abaixo. Categorica-
mente, a qualidade da dieta permeia numa escala 
qualitativa de péssima e ótima9.
Já o Healthy Eating Index – Índice de Alimen-
tação Saudável (IAS), foi desenvolvido por Ken-
nedy et al.5 no qual consiste, originalmente, na 
avaliação de dez componentes alimentares: cere-
ais, hortaliças, frutas, leite, carnes, gordura total, 
gordura saturada, colesterol, sódio e variedade da 
dieta. Os inquéritos dietéticos aplicados também 
foram um recordatório de 24h e dois registros 
alimentares. Para cada componente é atribuída 
pontuação de zero a dez, sendo categorizado ao 
final como satisfatório se houver obtenção de es-
core superior a 80; necessidade de melhoria da 
qualidade, se escores entre 51 e 80; e dieta insatis-
fatória, se escore inferior a 505.
Após definição e esclarecimento dos termos 
e verificado a ausência de publicações com esta 
abordagem, este estudo propõe realizar uma re-
visão sistemática sobre o Índice de Alimentação 
Saudável como instrumento utilizado para ava-
liar a qualidade da dieta da população brasilei-
ra, analisando suas metodologias e resultados. 
Foram consideradas suas versões revisadas, bem 
como suas adaptações para a realidade local, vis-
to a necessidade constante de instrumentos que 
melhor avaliem a qualidade alimentar dessa po-
pulação. 
métodos
Utilizaram-se as bases eletrônicas Medline(Na-
tional Library of Medicine, Estados Unidos), 
Lilacs (Literatura Latino-americana e do Caribe 
em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Ele-
tronic Library Online) e PubMed sem limite de 
data de publicação. A revisão buscou estudos que 
avaliaram a qualidade da dieta utilizando como 
instrumento o Índice de Alimentação Saudável 
adaptado do Healthy Eating Index (HEI), um 
instrumento desenvolvido pelo Departamento 
de Agricultura dos Estados Unidos para avaliar a 
qualidade da dieta da população americana. 
3909
C
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cia &
 Saú
de C
oletiva, 20(12):3907-3923, 2015
As palavras utilizadas como descritores 
foram: Índice de Alimentação Saudável, Índice de 
Qualidade da Dieta, IAS e IQD, em inglês e por-
tuguês. Os termos referentes ao IQD foram inse-
ridos nos descritores de busca tendo em vista que 
a nomenclatura do IAS e do IQD pode ter sido 
utilizada, como descrito anteriormente, para o 
mesmo instrumento. Para auxiliar a busca foram 
utilizadas como filtros as palavras “Brasil”, para 
limitar a busca para estudos realizados com a 
população brasileira, área temática “ciências da 
saúde e humanas” e “humanos”. 
As referências bibliográficas dos estudos loca-
lizados nas bases de dados foram também rastre-
adas para localizar outras pesquisas de potencial 
interesse ao assunto estudado.
Estabelecidos os critérios de inclusão e exclu-
são, excluíram-se os artigos de revisão de litera-
tura, os que avaliavam populações que não eram 
brasileiras, dissertações e teses. 
A identificação e a seleção dos artigos foram 
realizadas por três pesquisadores de forma inde-
pendente, os quais selecionaram inicialmente os 
estudos pelos títulos e posteriormente pelos re-
sumos obtidos. Após seleção inicial, realizou-se 
uma nova análise mais criteriosa de todas as pub-
licações, e de forma consensual, foram determi-
nados os estudos a serem incluídos. O período de 
busca nas bases eletrônicas foi de maio a junho 
de 2014.
Nesse sentido, realizou-se uma revisão bi-
bliográfica de estudos epidemiológicos realiza-
dos com a população brasileira que utilizavam o 
Índice de Alimentação Saudável, incluindo suas 
formas adaptadas ou revisadas.
resultados
Após as buscas com os descritores, foram en-
contrados 7573 artigos, sendo selecionados 32 
artigos que utilizavam o Índice de Alimentação 
Saudável para avaliar a dieta da população brasi-
leira (Figura 1) segundo os critérios de exclusão 
e inclusão. Os artigos selecionados, bem como as 
principais características dos estudos, são descri-
tos nos Quadros 1 e 2.
Foi possível observar o crescente interesse da 
comunidade científica brasileira na abordagem 
deste tema e a utilização deste instrumento como 
forma de avaliar a qualidade da dieta da popu-
lação. Os estudos que utilizam esse instrumento 
no Brasil são recentes, visto que o IAS original 
foi desenvolvido na década de 905, sendo o artigo 
mais antigo selecionado referente ao ano de 2004.
Dos estudos listados, observou-se uma maior 
concentração das publicações nas regiões sudeste 
(63%), seguida da região sul (22%), o que cha-
ma a atenção para que as outras regiões também 
tenham o interesse em realizar estudos que abor-
dem a qualidade da dieta, visto que o instrumen-
to pode ser utilizado para monitorar mudanças 
no padrão alimentar, bem como ferramenta de 
educação nutricional e promoção da saúde5.
Ressalta-se a importância das definições e es-
clarecimento quanto aos termos IAS e IQD. No 
entanto, para fins de avaliação das metodologias, 
optou-se por manter a nomenclatura dada pelos 
autores no artigo original. Foi observada a utili-
zação do termo IQD em 25% dos estudos sele-
cionados (n = 8) quando estes, na prática, apli-
caram o IAS. 
Um dos parâmetros que diferencia as ques-
tões metodológicas dos artigos é o critério de 
pontuação, no qual a maior parte (72%) utiliza a 
pontuação de 0 a 100 pontos, que foi o primeiro 
critério, bem como a primeira classificação pro-
posta por Bowman et al.6. Os demais utilizaram 
uma pontuação de 0 a 120 que foi proposta pos-
teriormente por Mota et al.10. 
Foi observado que 41% dos estudos (n = 13) 
citou baixo consumo de frutas, vegetais e/ou leite 
e derivados11-23. Já em relação aos componentes 
com o maior consumo, destacaram-se os grupos 
de carnes e ovos, colesterol, gordura total e gor-
dura saturada11,15,17,24-28. Alguns estudos17,20 relata-
ram que a elevada ingestão de carne vermelha e 
processada esteve associado a uma pior qualida-
de da dieta.
Santos et al.17 também destacaram a neces-
sidade de melhorar a ingestão do grupo de lei-
te e derivados, ressaltando que o consumo deve 
ser de produtos lácteos magros, pois ao ingerir 
quantidade elevada desse grupo alimentar pode-
se aumentar o consumo total de gordura satura-
da e colesterol. Alguns estudos destacaram que o 
grupo das frutas apresentou o maior percentual 
de pontuação zero devido a baixa ingestão deste 
grupo pela população brasileira8,16,19,29. 
Todos os artigos desta revisão utilizaram 
como instrumento base a versão do IAS de 19955, 
exceto o estudo de Loreiro et al.11, que utilizou 
uma referência mais atualizada30. Nenhuma pes-
quisa utilizou a referência de Guenther et al.31, 
sendo esta a mais recente atualização do IAS.
 Dentre os artigos que abordaram o índice 
de alimentação saudável e aspectos socioeco-
nômicos pode-se observar, na população estu-
dada, que a qualidade da dieta melhora tanto 
de acordo com o aumento da escolaridade dos 
3910
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figura 1. Número de artigos selecionados após critérios de inclusão e exclusão com os descritores em inglês e 
português.
Pesquisa Bibliográfica
Bases de dados
Descritores:
Índice de Alimentação Saudável, Índice de Qualidade da Dieta, IAS e IQD e os respectivos termos em inglês.
MEDLINE
592 artigos
LILACS
126 artigos
SCIELO
214 artigos
PUBMED
6641 artigos
Artigos repetidos entre as bases
144 artigos
Artigos incluídos 
após leitura do 
título e resumo
0 artigos
Artigos incluídos 
após leitura do 
título e resumo
11 artigos
Artigos incluídos 
após leitura do 
título e resumo
10 artigos
Artigos incluídos 
após leitura do 
título e resumo
13 artigos
Artigos incluídos 
após leitura 
na íntegra
0 artigos
Artigos incluídos 
após leitura 
na íntegra
10 artigos
Artigos incluídos 
após leitura 
na íntegra
9 artigos
Artigos incluídos 
após leitura 
na íntegra
12 artigos
Artigos acrescentados após rastreamento de referências
1 artigo
Total de artigos da revisão
32 artigos
pais e/ou quanto melhor for a renda da famí-
lia12,17-19,21,28,29,32,33.
A Figura 2 apresenta o histórico e tendências 
do IAS desde sua criação em 1995.
Discussão
Esta revisão demonstrou importantes pontos que 
caracterizaram a qualidade da dieta da população 
brasileira, apontando os grupos alimentares que 
merecem atenção para tornar a dieta saudável. 
Os grupos mais discutidos pelos estudos foram 
os de frutas, verduras e legumes, leite e derivados 
e os referentes à gordura. 
3911
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oletiva, 20(12):3907-3923, 2015
Quadro 1. Avaliação metodológica dos artigos selecionados sobre IAS com a população brasileira.
Nº
1
2
3
4
5
6
7
8
autor/ano
Fisberg et 
al., 20048
Godoy et 
al., 200612
Barbosa et 
al., 200634
Gomes e 
Cyrillo, 
200632
Domenes 
et al., 
200627
Fisberg et 
al., 200629
Morimoto 
et al., 
200819
Gomes et 
al., 200818
Delineamento
Transversal
Transversal
Transversal
Transversal
Transversal
Transversal
Transversal
Transversal
amostra
50 indivíduos 
de ambos os 
sexos.
437 
adolescentes 
entre 12 e 
19 anos de 
ambos os 
sexos.
437 
adolescentes 
entre 12 e19 anos de 
ambos os 
sexos.
284 mulheres 
entre 20 e 50 
anos.
94 pré-
escolares entre 
2 e 6 anos.
3.454 adultos 
de ambos os 
sexos.
1.840 adultos 
de ambos os 
sexos.
295 mulheres 
com idade 
entre 20 e 50 
anos.
local do 
estudo
Botucatu, 
SP.
Butantã, SP.
Butantã, SP.
São Paulo, 
SP.
Campinas, 
SP.
Regiões do 
Estado de 
São Paulo.
Regiões do 
Estado de 
São Paulo.
São Paulo, 
SP.
Objetivo
Adaptar e aplicar o HEI 
norte-americano para 
avaliar a qualidade da dieta 
de indivíduos brasileiros.
Avaliar a qualidade da 
dieta dos adolescentes 
segundo o sexo e a 
escolaridade dos chefes da 
família.
Avaliar a qualidade da 
dieta dos adolescentes 
segundo o sexo e a 
escolaridade dos chefes da 
família.
Analisar a relação entre a 
utilização de rótulos dos 
alimentos embalados e a 
qualidade da alimentação.
Avaliar a aplicação 
do HEI para uso no 
Brasil, empregando-
se como referência 
para porcionamento e 
classificação dos alimentos 
consumidos em grupos as 
DAPBs.
Analisar a qualidade da 
dieta associada a outros 
fatores entre os adultos 
que vivem em regiões do 
Estado de São Paulo. 
Avaliar os fatores 
demográficos, 
socioeconômicos e de 
estilo de vida associados 
à qualidade da dieta de 
adultos.
Descrever o consumo 
alimentar de mulheres 
adultas, utilizando o 
IAS como medida-
resumo da qualidade da 
alimentação, bem como os 
componentes desse índice.
instrumento
IQD** adaptado 
por Fisberg et 
al., 20048.
IQD adaptado 
por Fisberg 
et al., 20048, 
modificado por 
Godoy et al., 
200612.
HEI 
estabelecido 
por Kennedy et 
al.5, 1995.
IAS adaptado 
por Bowman et 
al.6, 1998.
IAS 
adaptado ao 
porcionamento 
e classificação 
dos alimentos 
de acordo com 
as DAPBs.
IQD adaptado 
por Fisberg et 
al. 20048.
IQD adaptado 
por Fisberg et 
al., 20048.
IAS adaptado 
por Bowman et 
al., 19986.
continua
3912
M
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 P
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et
 a
l.
Quadro 1. continuação
Nº
9
10
11
12
13
14
15
autor/ano
Mota et al., 
200810
Santos et 
al., 200917
Nespeca 
e Cyrillo, 
201016
Vitolo et 
al., 201035
Jaime et al., 
201036
Tardivo et 
al., 201025
Portero-
McLellan et 
al., 201028
Delineamento
Transversal
Transversal
Transversal
Intervenção
Transversal
Transversal
Transversal
amostra
502 
indivíduos 
de ambos os 
sexos.
67 diabéticos 
tipo II de 
ambos os 
sexos.
276 
funcionários 
públicos de 
ambos os 
sexos.
500 pares 
mãe-filho de 
baixa renda.
737 adultos.
173 mulheres 
no com idade 
entre 45 e 75 
anos. 
448 adultos 
com idade 
entre 35 e 85 
anos.
local do 
estudo
Botucatu, 
SP.
Rio de 
Janeiro, RJ.
São Paulo, 
SP.
São 
Leopoldo, 
RS.
São Paulo, 
SP.
Sudeste do 
Brasil.
Não relata 
o local do 
estudo.
Objetivo
Adaptar o IAS norte-
americano ao Guia 
Alimentar para a 
População Brasileira e 
à Pirâmide Alimentar 
Adaptada.
Avaliar a qualidade 
nutricional do consumo 
alimentar de diabéticos 
tipo II através do IAS.
Avaliar a qualidade da 
dieta dos funcionários não 
docentes da Universidade 
de São Paulo por meio do 
IAS.
Avaliar o impacto do 
programa da política 
nacional sobre a qualidade 
da dieta de pré-escolares, 
utilizando-se o IAS.
Desenvolver um 
índice de qualidade da 
dieta ajustado para as 
necessidades de energia 
(IQD-a) e aplicar o índice 
a uma amostra de adultos 
brasileiros.
Investigar a associação 
entre a qualidade da 
dieta, usando o IAS, e 
os indicadores de risco 
metabólicos em mulheres 
pós-menopáusicas.
Identificar a influência das 
gorduras dietéticas sobre 
o IMC e a circunferência 
abdominal em uma 
amostra populacional de 
adultos.
instrumento
IAS adaptado 
a Pirâmide 
Alimentar 
Adaptada 
brasileira e ao 
Guia Alimentar 
da população 
brasileira por 
Mota et al.*, 
200810.
HEI 
estabelecido 
por Kennedy et 
al., 19955.
IAS adaptado 
por Fisberg et 
al., 20048.
HEI 
estabelecido 
por Kennedy et 
al. 19955 com 
adaptações 
realizadas pelos 
autores para 
esse estudo.
IQD ajustado 
por energia 
desenvolvido 
pelos autores.
HEI 
estabelecido 
por Kennedy et 
al., 19955.
IAS adaptado 
por Mota et al.*, 
200810.
continua
3913
C
iên
cia &
 Saú
de C
oletiva, 20(12):3907-3923, 2015
Quadro 1. continuação
Nº
16
17
18
19
20
21
22
autor/ano
Silva et al., 
201115
Felippe et 
al., 201137
Pimentel et 
al., 201126
Da Costa et 
al., 201213
De Oliveira 
et al., 
201238
Carvalho et 
al., 201220
Louzada et 
al., 201240
Delineamento
Transversal
Caso Controle
Transversal
Transversal
Transversal
Transversal
Transversal
amostra
246 
indivíduos 
de ambos os 
sexos
100 
indivíduos 
adultos (54 
casos e 46 
controles) 
de ambos os 
sexos
624 adultos 
de ambos os 
sexos
169 mulheres 
praticantes 
de atividade 
física.
335 
indivíduos 
com idade 
entre 44-65 
anos de 
ambos os 
sexos.
1677 
indivíduos 
com idade 
superior a 19 
anos. Sendo 
847 adultos e 
830 idosos. 
228 idosos 
entre 60 e 
90 anos de 
ambos os 
sexos. 
local do 
estudo
Inhaumas, 
BA.
Porto 
Alegre, RS.
Botucatu, 
SP.
Aracaju, SE.
Botucatu, 
SP.
Estado de 
São Paulo
Carlos 
Barbosa, RS.
Objetivo
Descrever a frequência de 
SM e comparar o padrão 
de consumo alimentar 
através do HEI (1995) e de 
exames bioquímicos entre 
adultos, com ou sem SM, 
vivendo em área rural do 
Brasil.
Comparar a qualidade 
da dieta de indivíduos 
expostos e não expostos 
a um programa de 
reeducação alimentar, 
utilizando o IAS.
Verificar a associação da 
ingestão de diferentes 
gorduras dietéticas com 
a qualidade da dieta, 
homocisteinemia e 
resistência insulínica em 
adultos.
Avaliar a qualidade 
da dieta de mulheres 
praticantes de atividade 
física, através do IQD.
Associar a HAS com 
fatores dietéticos 
(utilizando o IAS) de 
adultos clinicamente 
selecionados para 
programa de mudança de 
estilo de vida.
Avaliar o consumo 
de carne vermelha e 
processada, e o impacto 
que consumo tem sobre 
a qualidade da dieta e o 
ambiente. 
Avaliar os fatores 
associados à qualidade da 
dieta de idosos de uma 
cidade no sul do Brasil. 
instrumento
HEI 
estabelecido 
por Kennedy et 
al., 19955.
IAS adaptado 
por Mota et al.*, 
200810.
IAS adaptado 
por Mota et al.*, 
200810.
IQD 
modificado por 
Godoy et al., 
200612.
IAS adaptado 
por Mota et al.*, 
200810.
IAS-revisado 
(IAS-R) de 
Previdelli et al., 
201139.
HEI 
estabelecido 
por Kennedy et 
al., 19955.
continua
3914
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Quadro 1. continuação
Nº
23
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29
autor/ano
Rauber et 
al., 201321
Melendez-
Araújo et 
al., 201241
Assumpção 
et al., 
201233
Melere et 
al., 201342
Malta et al., 
201314
Loureiro et 
al., 201311
De Lima et 
al., 201323
Delineamento
Transversal
Intervenção
Transversal
Transversal
Transversal
Transversal
Transversal
amostra
345 crianças 
de 3 a 4 anos 
de idade.
32 pacientes.
409 
adolescentes 
de 12 a 19 
anos de 
ambos os 
sexos.
712 gestantes 
entre a 16ª e 
36ª semana de 
gestação, com 
idade de 12 a 
49 anos.
73 indivíduos 
de ambos os 
sexos com 
idade ≥ 60 
anos.
195 adultos de 
20 a 50 anos 
de ambos os 
sexos.
747 
beneficiários 
do PBF, a 
partir dos 19 
anos de idade. 
de ambos os 
sexos.
local do 
estudo
São 
Leopoldo, 
RS.
Brasília, DF.
Campinas, 
SP.
Porto Alegre 
e Bento 
Gonçalves, 
RS.
Avaré, SP.
Cuiabá, MT.Curitiba, 
PR.
Objetivo
Avaliar a qualidade 
geral da dieta de pré-
escolares de baixo 
status socioeconômico 
e identificar fatores 
maternos e familiares 
associados a essa 
pontuação e seus 
componentes.
Avaliar o impacto de 
diferentes intervenções 
nutricionais sobre o peso 
corporal, o consumo de 
energia e qualidade da 
dieta em pacientes obesos 
mórbidos durante o 
período pré-operatório.
Avaliar a qua-lidade global 
da dieta e a adequação 
do consumo de cada 
componente da dieta de 
adolescentes segundo 
fatores demográficos, 
socioeconômicos e IMC. 
Avaliar a qualidade global 
da dieta em uma amostra 
de gestantes brasileiras a 
partir de um parâmetro 
único, simples e objetivo.
Avaliar a qualidade da 
dieta da população idosa 
do município de Avaré-SP 
através do IAS.
Analisar a qualidade da 
dieta e identificar fatores 
associados em adultos, 
através do IQD-R.
Avaliar a qualidade da 
dieta dos beneficiários do 
programa Bolsa Família.
instrumento
HEI 
estabelecido 
por Kennedy et 
al., 19955.
IAS adaptado 
por Mota et al.*, 
200810.
IAS modificado 
por Godoy et 
al., 200612.
HEIP-B 
adaptado à 
população 
gestante pelos 
autores do 
estudo.
IAS adaptado 
por Mota et al.*, 
200810.
IQD-R 
adaptado por 
Previdelli et al., 
201139.
IAS adaptado 
por Fisberg et 
al., 20048.
continua
3915
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 Saú
de C
oletiva, 20(12):3907-3923, 2015
Quadro 1. continuação
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autor/ano
Tavares et 
al., 201343
Wendpap 
et al., 
201424
Rauber et 
al., 201422
Delineamento
Transversal
Transversal
Longitudinal
amostra
75 nutrizes 
em 
aleitamento 
exclusivo a 
partir do 28º 
dia pós-parto.
1.326 
adolescentes 
de escolas 
públicas e 
privadas de 
ambos os 
sexos.
500 pares 
mãe-filho.
Crianças:
3 a 4 anos= 
356 avaliadas
7 a 8 anos= 
315 avaliadas
local do 
estudo
São Paulo, 
SP.
Cuiabá, MT.
São 
Leopoldo, 
RS.
Objetivo
Identificar estado 
nutricional, consumo 
alimentar e qualidade 
da dieta de nutrizes em 
amamentação exclusiva.
Analisar a qualidade da 
dieta pelo IQD-Revisado e 
fatores associados.
Determinar mudanças 
na qualidade da dieta 
de crianças, usando 
dados longitudinais de 
uma amostra de pré 
– escolar (3-4 anos) e 
escolar (7-8 anos), as 
quais as mães receberam 
aconselhamento dietético 
durante o primeiro ano 
de vida em práticas de 
alimentação infantil. 
instrumento
IAS adaptado 
por Mota et al.*, 
200810.
IQD-Revisado 
adaptado por 
Mota et al.*, 
200810.
HEI 
estabelecido 
por Kennedy et 
al., 19955.
Siglas: HEI: Health Eating Index, DAPBs: Diretrizes Alimentares para a População Brasileira, IQD: Índice de Qualidade da Dieta, 
IMC: Índice de Massa Corporal, SM: Síndrome Metabólica, HAS: Hipertensão Arterial Sistemica, IQD-R: Índice de Qualidade da 
Dieta Revisado, PBF: Programa Bolsa Família, HEIP-B: Índice de Alimentação Saudável para Gestantes Brasileiras.
Nota: *Pontuação segundo proposto por Mota et al.10, considera pontuação máxima de 120 pontos; ** IQD: Índice de Qualidade da 
dieta adaptado por Fisberg et al.8 para população Brasileira segundo o HEI (1995).
A avaliação do consumo alimentar da popu-
lação é importante apesar das limitações encon-
tradas44, pois permite analisar e identificar suas 
características, especialmente as práticas não sau-
dáveis, e abordá-las em programas de educação 
nutricional, proporcionando melhores condições 
de saúde à população, além de avaliar a qualidade 
total da dieta e não apenas componentes isolados5.
De acordo com a pesquisa de Vigilância de 
Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crô-
nicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realiza-
da no Brasil em 201345, o consumo alimentar da 
população foi avaliado em relação ao consumo 
de frutas e hortaliças. Os pesquisadores encon-
traram que os adultos que consumiam regular-
mente frutas e hortaliças variaram entre 23,4% 
a 46,0%. Percebe-se que o consumo desse gru-
po alimentar é baixo na população brasileira e, 
essas modificações do padrão alimentar já são 
observadas em publicações que confirmam um 
consumo insuficiente de carboidratos comple-
xos e fibras, aumento do consumo de gorduras 
e açúcares refinados46,47, que concordam com os 
resultados dos estudos agrupados nesta revisão. 
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Quadro 2. Pontuação total e resultados obtidos com a utilização do IAS na população brasileira.
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Pontuação Obtida 
Média do IAS = 51, 5 pontos 
(necessidade de melhora). 
74% da população com dieta 
necessitando de melhorias e 
14% com dieta inadequada.
Média do IAS = 58,4 pontos 
(necessidade de melhora).
68% da população classificada 
com dieta necessitando de 
melhorias e 28% com dieta 
inadequada. 
Média do IAS = 74,5 pontos 
(necessidade de melhoria); após 
6 meses, média do IAS = 93,8 
pontos (dieta adequada). 
A média dos escores do IAS foi 
de 63,6 (alimentação pouco 
saudável). 
O valor para o IAS para as 
meninas foi de 73,97 e para os 
meninos 75,70. 
Média do IQD: 60,4 pontos. 
Com 73,4% classificados com 
dieta que exigia modificações e 
21,6% com dieta inadequada. 
Média do IQD: 60,42 pontos; 
Com 75% da população 
classificada com dieta 
necessitando de modificações e 
21% com dieta inadequada. 
A média dos escores do IAS foi 
de 63,6 pontos (alimentação 
pouco saudável). 
Dos indivíduos avaliados 71% 
estavam com dieta necessitando 
de melhorias (Média IAS=87,2) 
e 14% com dietas de má 
qualidade (Média IAS = 62,2). 
7,5% foi considerada com 
uma alimentação pobre (IAS = 
45,0 ± 1,6 e CV: 0,32) e 52,2% 
necessitavam melhorar a dieta 
(IAS = 67,8 ± 7,0 e CV: 0,10). 
resultados principais
Observado consumo elevado dos componentes de gordura total, 
gordura saturada, colesterol e sódio. Os maiores percentuais de 
observações com valor zero foram atribuídos ao item frutas e gordura 
saturada.
Os adolescentes do sexo masculino apresentaram maior pontuação nos 
componentes: cereais, pães e raízes, hortaliças, leguminosas e variedade 
da dieta, enquanto que para sódio ocorreu o inverso. A escolaridade do 
chefe da família, os componentes cereais, pães e raízes, hortaliças, leite 
e derivados, e variedade de alimentos tiveram correlação positiva.
Houve diferença significativa (p<0,05) entre as médias das porções 
de frutas e vegetais, com base na pirâmide alimentar Americana e um 
escore satisfatório do IAS após 6 meses de frequência da criança na 
creche.
Uma associação positiva foi encontrada entre as mulheres que tinham 
o hábito de ler os rótulos dos alimentos e maior IAS (p<0,05), porém 
com pontuação no status de alimentação pouco saudável.
Independente do gênero 70% dos pré-escolares apresentaram IAS entre 
o intervalo de 80 a 51 pontos, necessitando de intervenção nutricional. 
A aplicação mostrou baixo consumo de cereais, verduras e legumes e 
excesso no consumo de leguminosas, carnes, ovos, laticínios, gordura 
saturada e açúcares.
A qualidade da dieta esteve positivamente relacionada à escolaridade 
do chefe da família, número de bens de consumo duráveis, idade e 
consumo de energia e, inversamente associada ao IMC e tabagismo. 
O consumo de vegetais, frutas e leite melhorou com o aumento da 
escolaridade, embora geralmente com baixa pontuação.
Observaram-se médias baixas para os componentes: frutas, verduras 
e legumes, leite e derivados. Número de bens de consumo duráveis, 
escolaridade do chefe da família e ter 60 anos ou mais se associaram 
positivamente ao IQD em homens. Para as mulheres, ter 60 anos ou 
mais se associou ao IQD.
A qualidade da dieta não apresentou diferenças entre os estratos 
sociais. A variação foi encontrada no consumosegundo alguns dos 
componentes do IAS.
O IAS adaptado pode ser utilizado na população brasileira para avaliar 
os hábitos alimentares populacionais. A pontuação do instrumento 
variou de 0 a 120 pontos. A maioria da população teve sua dieta 
avaliada como necessitando de melhorias.
A população avaliada necessita modificar os hábitos alimentares, 
especialmente quanto ao consumo à ingestão de produtos lácteos 
magros, frutas e vegetais.
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Pontuação Obtida 
A média do valor do IAS 
encontrada foi de 68,08 
(±10,75) equivalendo à 
dieta com necessidades de 
modificação. 
A média do IAS foi de 66,8 ± 
11,2 para todas as crianças. 
79,7% foram classificadas 
como precisando melhorar a 
qualidade da dieta consumida.
Média do IQD-a: Mulheres: 
59,2 pontos e Homens: 56,7 
pontos.
Média do IAS: 60 pontos; 
48,5% da população com dieta 
precisando de melhorias e 8,5% 
com dieta inadequada. 
A média do IAS para o grupo 
de maior renda foi de 82,93 e o 
grupo de menor renda, 77,98 
com p=0,004 para os dois 
grupos.
A média da pontuação da 
qualidade da dieta obtida para 
os grupos com SM e sem SM foi 
de 56,9 (Intervalo: 12-99). 
Grupo caso: IAS = 97 pontos; 
grupo controle = 84,2 pontos; 
p<0,001.
Valor médio do IAS-ad = 80 
pontos (pontuação do método 
de 0 a 120 pontos).
Média do IQD = 66,6 pontos 
(necessidade de melhoria).
90,6% da população apresentou 
dieta com necessidade de 
modificações. 
Média do IAS semelhante em 
ambos os grupos: com HAS = 
82,5 pontos e sem HAS = 82,1 
pontos (dieta adequada). 
resultados principais
A maioria da população avaliada necessita melhorar o consumo 
alimentar em termos qualitativos. Ao se separar a amostra em 
grupos conforme IMC, escolaridade e renda, não foram encontradas 
diferenças estatísticas nos valores do instrumento utilizado. 
Houve grande efeito do programa de intervenção durante o primeiro 
ano da vida, porque ele também foi eficaz na promoção de uma dieta 
melhor qualidade em toda a infância.
O IQD-a proposto pode ser usado em inquéritos epidemiológicos/
estudos de avaliação do comportamento alimentar em uma população 
semelhante ao do estudo. Recomenda-se que, o índice de pontuação 
deva ser baseado nas necessidades estimadas de energia.
Não foram encontradas correlações significativas do IAS com 
indicadores de risco metabólico. O percentual de gordura corporal foi 
maior entre as mulheres com necessidade de melhoria da dieta ou com 
dieta pobre. A dieta das mulheres com necessidade de melhorias foi 
atribuída à ingestão elevada de gordura saturada.
O IAS foi maior no grupo de maior renda devido ao maior consumo 
de proteína (+12,8%), laticínios (p<0,001), hortaliças (p<0,01), frutas 
(p<0,001) e menor de gordura (-9,8%).
Ambos os grupos tiveram baixa pontuação para o consumo de 
vegetais, frutas, leites e derivados. O grupo com SM obteve em geral 
pontuações mais baixas que o grupo controle.
A pontuação do IAS foi maior no grupo de exposição do que no grupo 
controle, concluindo que a exposição à reeducação alimentar apresenta 
dieta com melhor qualidade.
O consumo de lipídios saturados (>8% do VET) e/ou colesterol 
(>165 mg/d), porções de óleo vegetal (>1,5-2,0/dia) e/ou gordura 
poliinsaturada, representam os principais fatores lipídicos-
dietéticos associados a má qualidade da dieta, resistência insulínica e 
hiperhomocisteinemia de adultos.
Mulheres obesas apresentaram menor consumo de hortaliças que as 
não obesas. Os componentes colesterol e sódio obtiveram maiores 
percentuais para escore 10.
Observou-se correlação positiva da pressão arterial diastólica com 
o consumo de colesterol e açúcar. A variedade da dieta ≥ 8 itens 
alimentares, apresentou efeito protetor para alterações da pressão 
arterial sistólica (OR = 0,361 IC 0,148-0,878).
continua
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Pontuação Obtida 
Média do IAS com consumo 
moderado: Homens: 59,6; 
Mulheres: 57,9.
Com consumo elevado: 
Homens: 54,5 e Mulheres: 56,2. 
Média do IAS: 66,63; 9,7%. 
80,9% da população com dieta 
precisando de melhorias e 9,4% 
com dieta inadequada. 
Média do IAS: 65,7 pontos
79,7% da amostra com dieta 
necessitando de melhorias e 
10,7% com dieta inadequada. 
Média do IAS: Grupo 
Intervenção Padrão: 80 pontos; 
Grupo Intervenção intensiva: 77 
pontos. 73% da população com 
dieta precisando de melhorias e 
25,4% com dieta inadequada. 
Média do IQD: 59,7 pontos; 
Meninos – 60,5 pontos e 
meninas – 58,9 pontos.
De acordo com o HEIP-B, a 
média encontrada foi de 67,4. 
62,6% apresentaram 
pontuações equivalentes a dieta 
com necessidade de melhorias. 
Os resultados evidenciaram 
que 32,9% dos idosos avaliados 
apresentaram dieta de má 
qualidade e 60,3% com dieta 
classificada como necessitando 
de melhorias. 
Mulheres: melhor pontuação 
para frutas inteiras e sódio 
(p<0,01).
Homens: maiores escores para 
óleos, oleaginosas e gordura de 
peixe (p=0,02). 
resultados principais
O excesso de consumo de carne vermelha e processada esteve 
associado a uma pior qualidade da dieta em homens. A dieta esteve 
negativamente relacionada a leite e derivados e positivamente 
relacionada com os vegetais em mulheres. Aconselham reduzir 
a ingestão de carne vermelha e processada para quantidades 
recomendadas, como parte de uma dieta saudável.
Apenas o estado civil mostrou um efeito independente sobre o IAS. 
Indivíduos casados apresentaram maior chance de ter uma dieta 
adequada. Os resultados sugerem que a qualidade da dieta deste grupo 
necessita de melhorias.
Neste grupo de pré-escolares as características maternas e familiares 
não foram associadas com total de pontos do IAS. Foram afetados o 
consumo de leite e a variedade da dieta, que foi maior entre aqueles 
cujas mães tinham níveis mais elevados de escolaridade. O consumo 
de gordura total e saturada foi menor entre aqueles cujas mães tinham 
níveis mais elevados de escolaridade.
Ambas as intervenções nutricionais promoveram perda de peso, 
redução do consumo de energia e melhoria da qualidade alimentar em 
obesos mórbidos durante o período pré-operatório. A pontuação do 
instrumento utilizado variava de 0 a 120 pontos.
O IQD global esteve associado so¬mente com o sexo; porém, a 
escolaridade do chefe da família e a renda mostraram que quanto 
maiores podem ter melhores pontuações nos componentes. Ressaltam 
que é relevante analisar separadamente cada componente do indicador.
A qualidade da dieta da maioria das gestantes foi classificada como 
precisando de melhorias além de ter apresentado boas correlações com 
os nutrientes em investigação no período gestacional.
A maioria dos idosos estudados apresentavam uma dieta que 
necessitava de melhorias, com baixo consumo de frutas, hortaliças, 
carboidratos preferencialmente complexos e leite e derivados em 
relação as porções recomendadas pela pirâmide brasileira.
Indivíduos com idade igual ou superior a 30 anos obtiveram maior 
pontuação para o IQD-R total, fruta inteira, gordura saturada e 
calorias provenientes de gordura sólida, álcool e açúcar de adição.
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Pontuação Obtida 
Média do IQD = 51 pontos 
(necessidade de melhora).
Média do IAS = 72,3 pontos 
(necessidade de melhora). 
Média do IQD-R = 75,1 pontos 
(necessidade de melhora).
Grupo de intervenção: 86,2% 
das crianças de 3-4 anos de 
idade e 94,7% das crianças de 
7-8 anos de idade, classificadas 
com dietas pobres ou que 
necessitavamde melhoria. A 
média do HEI - 3 a 4 anos: 68,2 
e 7 a 8 anos: 65,1.
resultados principais
A média geral do IQD identificou necessidade de melhora da dieta 
da população. A população possui uma dieta monótona, com um 
consumo adequado de leguminosas, porém baixo para frutas, verduras 
e produtos lácteos.
As nutrizes apresentaram sobrepeso, consumo energético abaixo do 
recomendado, porcentagens de macronutrientes adequadas exceto para 
proteína, que foi elevada. A dieta foi classificada como precisando de 
melhorias, conforme o Índice de Alimentação Saudável.
Foi observado que tempo ≥ 300 minutos por semana de atividade 
física e excesso de peso dos adolescentes foram associados a maiores 
pontuações do IQD-R. Estilo de vida saudável foi associado à dieta de 
melhor qualidade.
As mudanças na qualidade da dieta ao longo do tempo ilustram a 
perda do efeito de intervenção aos 7-8 anos de idade.
Em ambos os grupo (controle e intervenção), a pontuação para o 
consumo de frutas e leite diminuiu ao longo do tempo, enquanto que 
a pontuação para a ingestão de gordura saturada e variedade alimentar 
aumentou.
Siglas: IAS: Índice de Alimentação Saudável, SM: Síndrome Metabólica, IQD: Índice de Qualidade da Dieta, IQD-R: Índice de 
Qualidade da Dieta Revisado, HEI: Health Eating Index, HEIP-B: Índice de Alimentação Saudável para Gestantes Brasileiras, IAS-
ad: Índice de Alimentação Saudável adaptado. IQD-a: Índice de Qualidade da Dieta ajustado por necessidade de energia.
Vale ressaltar que o critério utilizado no Vigi-
tel foi ter consumido pelo menos um alimento do 
grupo ao dia e não levou em consideração a ade-
quação em relação a porções diárias recomenda-
das pelos guias alimentares brasileiros, portanto, 
possivelmente esta frequência pode estar supe-
restimada para adequação de consumo.
Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar 
(2008-2009), a prevalência de ingestão de gor-
dura saturada acima do limite recomendado 
foi de 82% na população48. Alguns dos estudos 
avaliados apontam para um elevado consumo de 
gordura, incluindo a saturada, como o principal 
componente para caracterizar uma dieta como 
de má qualidade.
Todas as publicações selecionadas obtiveram 
pontuações classificadas como necessitando de 
melhorias (variaram entre 51 e 87,2), apesar das 
diferenças dos pontos de corte entre os trabalhos 
avaliados e das diferentes metodologias dos ins-
trumentos.
 As pesquisas que utilizam índices para ava-
liar a qualidade da dieta costumam ter pontos 
de corte diferentes que refletem as adaptações 
realizadas no instrumento42. A classificação ini-
cial da qualidade da dieta encontrada nos artigos 
foi proposta por Bowman et al.6, que definiu ca-
tegorias para o HEI (1995), a fim de caracteri-
zar a qualidade da dieta da população avaliada, 
considerando uma dieta inadequada aquela com 
pontuação inferior a 51 pontos, dieta em que são 
necessárias modificações entre 51 e 80 pontos, e 
uma dieta saudável aquela com pontuação supe-
rior a 80 pontos. 
Outro tipo de pontuação foi proposto por 
Mota et al.10, ao adaptar o IAS ao Guia e a pirâ-
mide alimentar para a população brasileira, dessa 
forma, a alteração ocorreu em função do acrés-
cimo de três novos componentes (grupos das 
leguminosas, açúcares e gorduras) e à exclusão 
do componente sódio. Com 12 componentes, o 
método poderia ter uma pontuação máxima de 
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até 120 pontos, classificando-se em dietas de boa 
qualidade (superior a 100 pontos), precisando de 
melhorias (71-100 pontos) e má qualidade (infe-
rior a 71 pontos). Vale ressaltar que Godoy et al.12 
ao adaptar o IAS para a população de adolescen-
tes, já havia incluído pela primeira vez o compo-
nente leguminosas, substituindo-o por gordura 
saturada.
Em relação a utilização da pontuação do IAS, 
tem sido discutido que a classificação de dietas 
de acordo com a pontuação total obtida não seria 
recomendada, já que a avaliação final não reflete 
necessariamente a realidade de cada componen-
te30. Entretanto, as pontuações podem possibili-
tar a distinção entre dietas de alta e baixa pon-
figura 2. Histórico do Índice de Alimentação Saudável desde a sua formulação.
Bowman et al.49
- propõe 
classificação 
para o HEI 
< 51: 
inadequado; 
51-80: necessita 
modificação e > 
80: saudável.
Godoy et al.12
- alterou um 
componente 
do instrumento 
adaptado 
por Fisberg 
et al. (2004), 
substituindo 
gordura saturada 
por leguminosas.
Domeni et al.50
- 13 
componentes
- Pontuação 
máxima: 100 
pontos
- adaptou o HEI 
95 às Diretrizes 
Alimentares 
para a População 
Brasileira.
Jaime et al.36
- desenvolveu o 
IQD-a: ajustado 
por necessidade 
de energia
- 10 
componentes
- 0 a 10 pontos 
por componente
- adaptou o 
HEI 95 ao Guia 
Alimentar 
Brasileiro.
melere et al. 42
- propõe 
HEIP-B: 
adaptado para 
gestantes
- 10 
componentes
- pontuação 
máxima: 100 
pontos
- classificação 
para o HEI: < 
51: inadequado; 
51-80: necessita 
modificação e > 
80: saudável.
1995 2004
iQD – fisberg 
et al.8
- 10 
componentes
- 0 a 10 pontos 
por componente
- porções 
adaptadas 
segundo a 
Pirâmide 
Alimentar 
Brasileira
- classificação 
de adequação: ≤ 
40: inadequada; 
41-64: necessita 
de modificação e 
> 65: saudável
hei 95 – 
Kennedy et al. 5
-10 componentes
-0 a 10 pontos 
por componente
*não propõe 
classificação
mota et al.10
- adaptou o HEI 
95 a Pirâmide 
Alimentar e ao 
Guia Alimentar 
brasileiro.
- 12 
componentes
- 0 a 10 pontos 
por componente
-Classificação: 
< 71: má 
qualidade; 71-
100: precisando 
melhorias e 
> 100: boa 
qualidade
Previdelli et al.39
- adaptou o HEI 
2005 ao Guia 
Alimentar para 
a População 
Brasileira
- definiu-se 
o número de 
porções diárias 
dos grupos de 
alimentos para 
1000Kcal
- 12 
componentes
- pontuações 
específicas por 
componente
- pontuação 
máxima: 100 
pontos
1998 2006 2010 2013
2008 2011
tuação e, como sugerido por Guenther et al.30, 
podem possibilitar comparações entre o risco de 
doenças e a dieta. Caso o índice seja classificado 
em quintis, pode haver comparações dos riscos 
nos quintis mais altos e nos mais baixos. Dentre 
os artigos desta revisão apenas um utilizou a clas-
sificação em quintil26 e dois utilizaram quartil33,42.
Os estudos apresentaram diferentes classifica-
ções em muitos aspectos, tais como os elementos 
incluídos, os valores de corte utilizado e o método 
de pontuação. Assim, a contribuição dos compo-
nentes individuais do índice para o total de pon-
tuação continua a ser uma questão complexa que 
necessita ser mais bem examinada51. Observa-se 
que, mesmo os estudos realizados mais recente-
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mente, mantiveram a classificação por pontua-
ções para definição da qualidade da dieta.
Um aspecto a ser considerado quanto a uti-
lização do IAS é a sua comparação com os parâ-
metros convencionais como as Dietary Reference 
Intakes (DRIs), pois uma pontuação satisfatória 
não necessariamente representa uma ingestão 
adequada de alguns nutrientes5,31. Cabe ressaltar 
que apenas um artigo selecionado fez associação 
do IAS com a adequação dos nutrientes47, neces-
sitando de maiores discussões nessa área, a fim 
de compreender se elevadas pontuações podem 
refletir melhor adequação nutricional. Segun-
do Guenther et al.52, para alguns nutrientes tais 
como Vitamina E e potássio, mesmo pontuações 
elevadas do índice podem não refletir valores 
adequados destes nutrientes. 
O IAS, apesar de ter sido proposto original-
mente há quase 20 anos, teve a sua aplicação no 
Brasil iniciada apenas em 2004, demonstrando 
ser um instrumento novo, o que pode ter con-
tribuídopara algumas limitações observadas 
em sua utilização no decorrer dos estudos. Um 
primeiro aspecto a ser mencionado relaciona-
se a não padronização de inquéritos alimenta-
res utilizados. Dentro do compilado de estudos 
desta revisão, observou-se o uso de inquéritos 
que usualmente avaliam tanto a dieta habitual, 
como recordatório habitual e QFA, como os que 
avaliam a dieta atual, recordatório 24 horas41, re-
gistro alimentar e método de pesagem direta do 
alimento. Além da variabilidade de inquéritos, o 
número de dias avaliados também variou. Aliado 
a isso, os parâmetros de recomendações alimen-
tares também diferiram entre as publicações. O 
estudo pioneiro da Fisberg et al.8, que adaptou o 
instrumento ao Brasil, utilizou as recomendações 
da pirâmide alimentar brasileira. Entretanto, al-
guns outros artigos conduziram seus estudos uti-
lizando recomendações internacionais, como a 
pirâmide alimentar americana (USDA) e o Guia 
dietético para Americanos (2000)11,12,15-18,32,34-36,40, 
o que dificulta a comparação de resultados na 
literatura para estudos nacionais quanto ao con-
sumo da população.
Outro ponto importante relaciona-se ao fato 
de que os componentes do IAS contribuem com 
o mesmo peso na pontuação total, desconside-
rando o impacto que cada grupo de alimento 
exerce sobre a saúde. Diante destes resultados, 
seria prudente, além da pontuação total, analisar 
separadamente cada componente51.
Outra consideração a ser feita diz respeito ao 
número de porções consumidas e a pontuação 
atribuída pelo índice. Esta pontuação é máxima 
quando há o consumo mínimo das porções reco-
mendadas, não havendo, portanto, qualquer tipo 
de avaliação negativa para um consumo excessi-
vo dos componentes alimentares, o que também 
caracteriza consumo inadequado53,54.
Ainda com relação aos componentes, obser-
varam-se diversas modificações neste aspecto 
entre os estudos, como inclusão e exclusão de 
itens, o que interfere na comparação adequada 
quando da análise de sua pontuação. Entende-se 
que constantes adaptações são necessárias para 
a população local, quando se trata de consumo 
alimentar e, assim, primar por um padrão de ins-
trumento que se aproxime de forma mais estrei-
ta desse verdadeiro consumo torna-se essencial 
para se obter conclusões mais fidedignas. 
Conclusão
De acordo com o IAS, a população brasileira en-
contra-se na categoria de necessidade de melho-
ria da qualidade da dieta, com baixa adequação 
do consumo para frutas, verduras e legumes, 
bem como leite e derivados e elevado consumo 
de gordura, com atenção especial para gorduras 
saturadas.
Muitos questionamentos acerca desses ins-
trumentos ainda permeiam sua utilização, como 
as verdadeiras inferências que eles podem trazer: 
se de fato, conseguem avaliar a qualidade da ali-
mentação como um todo sem considerar o im-
pacto que cada grupo alimentar exerce sobre a 
qualidade da dieta. Estas questões metodológicas 
necessitam ser avaliadas cautelosamente com re-
petidas aplicações em populações distintas, para 
que a classificação da qualidade da dieta possa ser 
cada vez mais fidedigna. Vale ressaltar que as di-
ferentes metodologias de avaliação do consumo 
alimentar para um mesmo instrumento dificul-
tam as comparações entre os diferentes estudos.
Colaboradores
PRS Moreira, NP Rocha e LC Milagres participa-
ram igualmente de todas as etapas da elaboração 
do artigo e JF Novaes, orientadora do estudo, foi 
a responsável pela revisão e aprovação do artigo 
final para submissão.
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Artigo apresentado em 26/09/2014
Aprovado em 28/01/2015
Versão final apresentada em 30/01/2015
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