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complexo de edipo

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PSICOPATOLOGIA
A teoria freudiana do Complexo de Édipo e sua relevância para o estudo da Psicopatologia
ÉDIPO – mito (tragédia grega)
A peça começa com Édipo governando uma cidade que está sendo dizimada por uma praga. Ele envia Creonte, seu cunhado, ao oráculo de Delphos para obter orientação para solucionar os problemas da população. A resposta que recebe é que o homem responsável pela morte de Laio (rei anterior à Édipo) vive entre ele e deve morrer para que a tragédia na cidade chegue ao fim.
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ÉDIPO – mito (tragédia grega)
O rei Édipo vai atrás do tal assassino (o rei Laio havia sido assassinado misteriosamente), até que um cego de Tebas lhe diz que o assassino procurado estava mais perto do que ele pensava.
Édipo se lembra então de uma profecia que lhe é atribuída quando era bem jovem...
Édipo havia sido uma criança abandonada na divisa entre as cidade de Tebas e Corinto. Um pastor o encontra e entrega ao governante de Corinto, Pólibo. Quando atinge a idade adulta, Édipo vai ao Oráculo descobrir seu destino. O Oráculo lhe diz que seu destino era assassinar seu pai e casar-se com sua mãe.
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ÉDIPO – mito (tragédia grega)
Édipo não sabia que não era filho legítimo de Pólibo. Portanto, para evitar o cumprimento da profecia que acabara de ouvir, ele foge em direção à Tebas.
No caminho cruza com Laio e sua comitiva. Os dois tem uma discussão muito grave, na qual Édipo acaba assassinando Laio.
Édipo empreende fuga e, ao chegar em Tebas, é colocado frente à esfinge. Ela lhe lança um enigma.
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ÉDIPO – mito (tragédia grega)
DECIFRA-ME OU TE DEVORO:
“Que animal tem 4 pés pela manhã, dois à tarde e três à noite?”
Édipo decifra o enigma, resolvendo a praga que havia se instalado na cidade. Com isso, ele é coroado rei e lhe é entregue a viúva do rei que acabara de ser assassinado, Jocasta.
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ÉDIPO – mito (tragédia grega)
Somente quando chega à Tebas a notícia da morte de Pólibo (pai adotivo de Édipo) é que a verdade vem a tona. Quem leva essa notícia é o único homem que estava com Laio na noite do assassinato.
Édipo descobre que não era filho legítimo de Pólibo, mas de Laio. Esse, quando jovem, recebe da esfinge como que uma maldição: não ter filhos. Caso o fizesse, seu filho o mataria e desposaria a mãe.
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ÉDIPO – mito (tragédia grega)
Laio não liga para isso e tem um filho com Jocasta. Porém, logo se arrepende e pede a um servo seu que fure os pés da criança e a deixe para morrer num local longe de Tebas.
Quando descobre toda verdade, Édipo fura os olhos, abandona o trono e perambula pelas ruas de Tebas.
Jocasta enforca-se.
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A TEORIA FREUDIANA
Freud se vale da história de Édipo Rei para explicar o que opera na estrutura do inconsciente.
O Édipo é nossa forma simbólica de compreender como se estrutura nosso inconsciente e, consequentemente, nossa linguagem e forma de nos relacionar com a vida e os outros.
O complexo de édipo é a descrição de um processo simbólico que coloca ambos os sexos frente a uma posição irreversível: a castração
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Para Freud o complexo de castração ocorre em dois tempos: primeiro as ameaças de castração durante a masturbação na infância e, num segundo tempo, a ameaça tem efeito simbólico quando a criança se depara com a ausência de pênis na mulher.
Cabe ressaltar ainda que, a teoria do complexo de édipo nos serve para dar conta de questões cruciais de nossa existência, por exemplo: laços sociais, saber, poder, desejo e lei
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Freud escreveu dois textos principais sobre essa teoria: A dissolução do complexo de édipo (Vol XIX); e Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (Vol. VII)
Jacques Lacan é quem melhor nos fornece uma exposição didática sobre a teoria freudiana do Édipo. Ele divide-o em três tempos lógicos:
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No primeiro tempo do édipo, a criança é identificada ao objeto de desejo da mãe. A criança é identificada ao falo materno.
FALO: imagem do órgão reprodutor masculino. O pênis ou o clitóris, ou o órgão embrionário sexualmente não diferenciado que os origina.
Etimologia: objeto remetido ao pênis que era carregado nos antigos festivais em honra a Dioniso, Baco (deuses do vinho e do prazer), para simbolizar o poder e completude.
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Temos então três elementos nesse tempo do édipo: a criança, a mãe e o falo, sendo criança = falo.
A mãe, como ser falante, está submetida a uma lei. Porém, nesse momento do édipo, para a criança a mãe é onipotente, pois só ela satisfaz as necessidades da criança, podendo ou não fazê-lo. Trata-se de uma lei que depende da boa ou má vontade de quem cuida da criança
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É nesse momento que localizamos o que Lacan chamou “Estádio do espelho”. Esse estágio é quando a criança consegue apenas ter uma imagem do seu eu que é dada pelo outro (movimento especular), não passa por uma construção particular (coisa que fazemos conforme crescemos – especialmente após o desenvolvimento da fala)
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Portanto, a suposta unidade do eu é totalmente imaginária, pois ela é formada pela imagem do semelhante e não corresponde a essa imagem que nós mesmos constituímos para nossos corpos e seres.
Há nessa fase uma identificação com o outro sem mediação. Portanto, a separação entre eu-outro é ainda quase impossível.
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O segundo tempo lógico do édipo corresponde à inauguração da simbolização.
No processo de simbolização existe uma mediação entre a mãe e a criança. Trata-se de uma intervenção, que não se produz sozinha, sendo necessária uma instância que interdita o uso da criança como objeto de uso da mãe.
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É aí que opera o que Lacan chamou “metáfora paterna”. Uma instância (que pode ser o pai ou outro ator) que representa a lei no discurso da mãe. É a prova, para a criança, de que a lei da mãe tem limites sim pois essa mãe não é incompleta. Ela tem desejos. Ela deseja o pai. Ela não é só mãe, ela é mulher também.
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Lacan chamou essa instância de “Nome-do-Pai”.
Trata-se de uma função simbólica, que metaforiza a mãe enquanto um ser de falta.
Essa falta (castração), ao ser instalada na mãe, simboliza para a criança a máxima “Somos todos faltosos”, somos todos incompletos, castrados.
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Outra vertente da castração é a instalação da lei no outro e no sujeito, via Nome-do-Pai (castração simbólica).
O terceiro tempo lógico do édipo é aquele do declínio do complexo de édipo, em que os meninos passarão da posição inicial de ser falo à ter falo, podendo dar significação ao seu pênis.
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Para as meninas, Freud encontrou sempre muitas reservas, impossibilidades e complicações para teorizar a saída do édipo nas mulheres.
Em uma conferência chamada “Feminilidade”, Freud propõe três formas de saída do édipo nas mulheres:
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Nos meninos, o édipo termina no complexo de castração e a instalação do supereu.
Nas mulheres é mais complicado, pois não há ameaça de castração pois não há pênis.
Nos primórdios Freud alega que a dissolução do édipo nas meninas era desejar um filho para compensar a falta do pênis.
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Mas, em 1931 Freud escreve um texto chamado Sexualidade feminina, onde diz que a ligação entre a menina e a mãe é mais forte do que se poderia supor. Afirma ainda que, a universalidade do édipo conforme havia suposto precisaria ser repensada, pois muitas meninas permaneceriam estacionadas nessa ligação com a mãe, sem entrar no édipo.
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Ele diz então nesse texto que, frente à castração a mulher não empreende luta. Reconhece-a, e constrói três possibilidades de saída à sua sexualidade: renúncia, reivindicação ou construção da feminilidade.
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COMPLEXO DE ÉDIPO E ESTRUTURAS CLÍNICAS

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