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PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO Conceito de planejamento Segundo MEGGINSON (1998), “o planejamento pode ser definido como o processo de estabelecer objetivos ou metas, determinando a melhor maneira de atingi-las. O planejamento estabelece o alicerce para as subseqüentes funções de organizar, liderar e controlar. Inclui atividades que envolvem a definição da missão da organização, o estabelecimento de seus objetivos e o desenvolvimento de estratégias que possibilitem o sucesso das operações no seu ambiente”. É preciso que haja planejamento para que a organização tenha seus objetivos e para que se estabeleça a melhor maneira de alcançá-los. Além disso, os planejamentos permitem que a organização consiga e aplique os recursos necessários para a consecução de seus objetivos, para que os membros da organização executem atividades compatíveis com os objetivos e os métodos escolhidos e o progresso feito rumo aos objetivos seja acompanhado e medido, para que se possam tomar medidas corretivas se o ritmo do progresso for insatisfatório. Conceito de Planejamento de Longo Prazo Planejamento de longo prazo é o processo de planejamento formalizado e de longo alcance empregado para se definir e atingir os objetivos organizacionais. Este planejamento estratégico prevê o futuro da empresa. De uma forma genérica, consiste em saber o que deve ser executado e de que maneira deve ser executado, devido às decisões que é necessário tomar, e os níveis de riscos. É de extrema importância para o sucesso da organização, desde que, seja bem Planejado e executando. O Planejamento de Longo prazo traduz os resultados de planos estratégicos da empresa voltados para períodos superiores a um ano. Podem cobrir períodos de dois a cinco anos, com algumas empresas preparando planos para períodos de 25 anos ou mais. O tempo limite de planejamento é definido pela empresa de acordo com as expectativas e objetivos. O Conteúdo do Planejamento de Longo prazo, está vinculado ao plano estratégico da empresa, mais especificamente com as estratégias e objetivos de crescimento relacionados aos investimentos de capital, expansão em termos de mercados e produtos. Por isso, abrange os investimentos previstos em pesquisa e desenvolvimento de produtos bem como a forma de definição das fontes de financiamento necessárias. O Planejamento de Longo Prazo se concentrará no orçamento de capital e nas expectativas de geração de lucros e recursos financeiros. Fases de Elaboração e Implementação do Planejamento a Longo Prazo Fase 1 – Diagnostico Nesta fase, também denominada auditoria de posição, deve-se determinar “como está a empresa”. Ela é realizada por pessoas representativas das varias informações, que analisam e verificam todos os aspectos inerentes à realidade externa e interna da empresa. É dividido em quatro etapas: - Identificação da Visão Identificar quais são as expectativas e os desejos dos acionistas, conselheiros e elementos da alta administração da empresa, ou seja, identificar a Visão que são os limites que se pode enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. - Análise Externa Identificar as ameaças e oportunidades que estão no ambiente da empresa e as melhores maneiras de evitar ou usufruir dessas situações. Exemplo: mercado nacional, evolução tecnológica, aspectos econômicos e financeiros e políticos, órgãos governamentais, etc. - Análise Interna Verificar os pontos fortes, fracos da empresa. Ponto forte é a diferenciação conseguida pela empresa que lhe proporciona uma vantagem operacional no ambiente empresarial. Ponto fraco é uma situação inadequada da empresa que lhe proporciona uma desvantagem operacional no ambiente empresarial. Exemplo: produtos e serviços, promoção, comercialização, recursos humanos, suprimentos, controle, etc. - Análise dos Concorrentes Evidencia a necessidade de uma avaliação da qualidade da informação para uma avaliação preliminar do nível de risco que a empresa esta adotando ao fornecer seu produto final, pois este deve proporcionar vantagens competitivas. Fase 2 – Missão da Empresa Nesta fase, deve ser estabelecida a razão de ser da empresa, bem como seu posicionamento. Sua missão, propósitos, cenários, postura e postura estratégica, macroestratégias e macropolíticas. Fase 3 – Instrumentos Prescritivos e Quantitativos Nesta fase, a análise básica é a de “como chegar na situação que se deseja”. Divide-se em dois instrumentos perfeitamente interligado: - Instrumentos prescritivos Objetivo: é o alvo ou a situação que se pretende atingir, ou seja, para onde a empresa deve dirigir seus esforços. Objetivo funcional: é o objetivo intermediário, relacionado as áreas funcionais, que deve ser atingido com a finalidade de alcançar os objetivos da empresa. Desafio: é uma realização que deve ser, continuamente, perseguida, perfeitamente quantificável e com prazo estabelecido, que exige esforço extra e representa a modificação de uma situação, bem como contribui para ser alcançada uma situação desejável. Meta: corresponde aos passos ou etapas, perfeitamente quantificados e com prazos para alcançar os desafios e objetivos. Estratégia: é a ação ou caminho mais adequado a ser executado para alcançar o objetivo, o desafio e a meta. Política: á a definição dos níveis de delegação, faixas de valores e/ou quantidades limites e de abrangência das estratégias e ações para a consecução dos objetivos. Projetos: são trabalhos a serem feitos com responsabilidade de execução, resultados esperados com qualificação de benefícios e prazos para execução preestabelecidos, considerando os recursos humanos, financeiros, materiais e de equipamentos, bem como as áreas envolvidas necessárias a seu desenvolvimento. Programas: são os conjuntos de projetos homogêneos quanto a seu objetivo maior. Planos de ação: são os conjuntos das partes comum dos diversos projetos quanto ao assunto que esta sendo tratado. - Instrumentos quantitativos Consistem nas projeções econômico-financeiras do planejamento orçamentário, devidamente associadas à estrutura organizacional da empresa, necessárias ao desenvolvimento dos planos de ação, projetos e atividades previstas. Ou seja, quais são os recursos necessários e quais as expectativas de retorno. Fase 4 – Controle e Avaliação Nesta fase, verifica-se “como a empresa está indo” para a situação desejada. Controle: é a ação necessária para assegurar a realização dos objetivos, desafios, metas, estratégias e projetos estabelecidos. Para que se tenha esse controle é necessário: - Avaliar o desempenho; - Analisar os desvios; - Tomar ação corretiva. Quem deve fazer o Planejamento da empresa? Quem tem maior e melhor conhecimento da realidade da empresa e esta presente nela diariamente (controlador), juntamente com os acionistas, e possivelmente um consultor externo de planejamento. Planejamento de Longo Prazo, pode ser chamado também de decisões de investimento de Capital. O principal processo usado para isso é o Orçamento de Capital. Orçamento de Capital O Orçamento de Capital é um processo básico de análise de projetos e tomada de decisão em suas várias fazes: geração de propostas, determinação das alternativas viáveis, tomada de decisão, implantação e avaliação de desempenho. Na elaboração de Orçamento de Capital, é preciso tomar cuidado com superestimação ou subestimação dos fluxos de caixa associados a cada projeto. Se os gerentes forem muito arrojados, trarão riscos adicionais à empresa e, ao mesmo tempo, poderão trazer grandes prejuízos. Por outro lado se eles forem muito conservadores, a empresa poderá ter dificuldades em seu desenvolvimento econômico e financeiro, pois estará deixando de aprovar bons projetos, os quais poderão ser implementados por concorrentes. O Processo de Orçamento de Capital visa responder uma série de questões, tais como: - O Projeto maximizará a riqueza dos acionistas? - O Projeto se pagará? - Ele traz riscos adicionais à empresa? - Trará benefícios ou custos adicionais para os Projetos já existentes? Demodo geral, quanto maior for o risco do projeto, maior deverá ser o custo de capital considerado, tendo em vista que o custo de capital é afetado pelo risco de negócios e pelo risco financeiro de cada projeto. As decisões de investimento de Capital são essenciais para o sucesso da empresa porque podem assegurar a maximização da riqueza dos acionistas, o encantamento dos clientes e a satisfação dos funcionários. A adoção do Orçamento de Capital ajuda a reduzir os riscos dos projetos, que costumam representar desembolsos consideráveis de recursos financeiros. Os investimentos de Capital são estratégicos, pois quando falham costumam causar grandes prejuízos e são de difícil reversibilidade. Englobam a analise e avaliação de aspectos relevantes tais como: a estratégia global da empresa, o método da avaliação, a barganha risco versus retorno e a dinâmica do mundo dos negócios. O orçamento de Capital procura atender a uma serie de objetivos empresariais estratégicos que são fundamentais , na determinação do sucesso ou fracasso das empresas, tais como: - Maximizar a riqueza do acionista mediante investimentos nos projetos mais rentáveis; - Proteger o mercado; - Conhecer e dominar novas tecnologias; - Dominar novos mercados; - Inibir concorrentes; - Aproveitar recursos existentes e potencial de crédito; - Reduzir custos e deficiências; - Aproveitar novas oportunidades, mudar o ritmo dos gastos e utilizar ativos de terceiro. O Orçamento de Capital exige das empresas a criteriosa elaboração de propostas de investimentos envolvendo um complexo sistema de obtenção e análise de amplas e variadas informações, tais como: - Análise de mercado: Definição do produto a ser produzido, quantidade, preço a ser praticado, produto concorrente, fabricantes concorrentes. - Localização Física: Local de implantação, tamanho do projeto, distância dos centros, fornecedores de matéria-prima, acesso a portos, aeroportos, telecomunicações e mercado consumidores. - Análise de custos: Calculo dos custos dos equipamentos, máquinas, ferramentas, transportes, construção civil, custos fabris: matéria-prima, mão-de-obra, despesas operacionais, administrativas, Calculo do ponto de equilíbrio, da margens de contribuição. - Análise de Suprimentos: Determinação detalhada dos fornecedores de matéria-prima e insumos, energia, água, telecomunicações e transportes. - Análise da carga tributária: Planejamento tributário abrangendo COFINS, ICMS, ISS, IPI, IR, IPVA, e IPTU e encargos trabalhistas. - Análise de preços a serem praticados: estudo dos preços a serem praticados por fabricantes concorrentes do mesmo produto, comparação entre preços que o mercado aceita, e custo dos produtos fabricados, prazo médio de recebimento política de desconto e prazo médio de rotação de estoques. Sucessos e Insucessos em Planejamentos de Longo Prazo Se o orçamento de capital não for bem preparado, poderão vir consequências econômicas bastante negativas para a empresa. A empresa que investe demais assume enormes gastos de depreciação e de juros. Aquela que não investe o suficiente pode ver os equipamentos tornarem-se obsoletos por não cumprirem sua função de produção, a tecnologia ser superada, e as inovações não aparecerem. Existem grandes exemplos de sucesso de investimentos no país. Caso como o do grupo Gerdau, que tem expandido seus negócios no Brasil e no exterior, tendo investido na aquisição de quatro siderúrgicas nos Estados Unidos. Outro exemplo significativo é o da Embraer, que investiu fortemente durante mais de duas décadas no desenvolvimento de tecnologias e de equipamentos para a fabricação de aviões médios, tornando-se uma das três maiores do mundo. Podemos citar também o caso da Petrobrás, que investe sistematicamente no seu ramo de negócios com grande sucesso, conseguindo a auto-suficiência na produção de petróleo no país. Um exemplo também significativo é o da Ambev, que antes de ser adquirida pela Interbrew, tornou-se a maior Cervejeira da América Latina, fazendo investimentos altamente rentáveis, principalmente ao longo da década de 1990. Merece destaque também o Grupo Votorantim, que se tornou um dos maiores grupos industriais do país, adquirindo fábricas de cimento nos Estados Unidos e Canadá. A Natura, uma das empresas mais conhecidas do país começou com uma fábrica, um Fusca e sete funcionários na Rua Oscar Freire, em São Paulo, hoje é uma das maiores empresas de cosméticos do país. É importante também citarmos casos de insucessos de investimentos a longo prazo. Os projetos da Chrysler, da Mercedez-Benz e de centenas de empresas de e-business dos Estados Unidos são exemplos de decisões de investimentos de longo prazo que envolveram detalhados orçamentos de capital e que, mesmo assim, culminaram em grandes insucessos. No Brasil, podemos citar também alguns outros investimentos que não deram certo, tais como: a construção do carro nacional Gurgel, a fábrica de papel Impacel, e o ex-Bamerindus, que acabou sendo vendido para grupos estrangeiros. De modo geral, o grande motivo do fracasso de projetos a longo prazo, é o excesso de otimismo quanto às vendas e às entradas de caixa. Outros problemas como a má gestão, a elevação de preços de matéria-prima e insumos, as mudanças nas cotações cambiais, a entrada de novos concorrentes, a elevação dos custos de máquinas e equipamentos, a obsolescência tecnológica e os financiamentos inadequados também contribuem para que os projetos falhem. Dentre os motivos de sucesso estão as previsões de vendas acuradas, permitindo que a empresa determine corretamente oportunidades de aquisição ou leasing de ativos e desinvestimentos ou redução de investimentos durante períodos de baixa demanda, mantendo políticas equilibradas e grande disciplina econômico-financeira, evitando ora excesso de capacidade e custos altos, ora reduzida capacidade de atender a demanda, o que evita grandes dificuldades financeiras.
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