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Trabalho de Processo Civil IV

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DA EXECUÇÃO DE ENTREGAR, DE FAZER E NÃO FAZER
SUMÁRIO
Da classificação das obrigações
Da obrigação de entregar
Da obrigação de fazer
Da obrigação de não fazer
Da execução
Da execução da obrigação de entregar
Aplicação no título executivo judicial
Aplicação no título extrajudicial
Da execução da obrigação de fazer
Aplicação no título executivo judicial
Aplicação no título executivo extrajudicial
Da execução da obrigação de não fazer
Aplicação no título executivo judicial
Aplicação no título executivo extrajudicial
Do julgamento das ações relativas às prestações de fazer, não fazer e de entregar coisa
Fontes bibliográficas
Da classificação das obrigações
Da obrigação de entregar (ou de dar)
Conceito [2: TARTUCE, Flávio. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL. 11º edição. Forense. p.44]
É aquela em que o sujeito passivo compromete-se a entregar alguma coisa certa ou incerta. Há na maioria das vezes há uma intenção de transmissão de propriedade de uma coisa móvel ou imóvel.
Exemplo de obrigação de dar
A obrigação de dar se faz presente, por exemplo, no contrato de compra e venda, em que o comprador tem a obrigação de pagar o preço e o vendedor de entregar a coisa.
Subclassificação em duas modalidades:
Obrigação de dar coisa certa ou obrigação específica
São os casos em que o devedor se obriga a dar uma coisa individualizada, móvel ou imóvel, cujas características foram acertadas pelas partes, geralmente em um instrumento negocial.
Na obrigação de dar coisa certa o credor não é obrigado a receber coisa diversa da acordada com o devedor, ainda que mais valiosa, conforme o artigo 313 do CC.
Princípio da gravitação jurídica
A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios, salvo se contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Como acessório deve ser incluído os frutos, os produtos, as benfeitorias e as pertenças que tenham natureza essencial, essas últimas nos termos do artigo 94 do CC.
Perdendo-se a coisa sem culpa do devedor
Antes da tradição ou pendente condição suspensiva, resolvem-se a obrigação e o respectivo contrato para ambas as partes, sem o pagamento das perdas e danos. Isso porque a coisa perece para o dono (res perit domino).
Nos casos em que a culpa é ausente envolvem, por regra, as coreencias de caso fortuito e força maior.
Casos em que devedor ainda responde em caso fortuito ou força maior
Devedor em mora, a não ser que prove ausência total de culpa ou que a perda da coisa, objeto da obrigação, ocorreria mesmo não havendo a mora (art.399,CC)
Havendo previsão no contrato quanto à responsabilidade por tais eventos (art.393,CC)
Havendo previsão legal quanto à responsabilização por tais fatos, em casos específicos.
Havendo culpa do devedor
Ele responderá pelo valor da obrigação, sem prejuízo das perdas e danos, que devem ser acrescidas (art.234, CC)
RESOLUÇÃO + PERDAS E DANOS
Coisa deteriorada ou desvalorizada sem culpa do devedor (art.235,CC)
Resolver a obrigação, sem direito a perdas e danos, já que não houve culpa genérica da outra parte;
Ficar com a coisa, abatido do preço o valor correspondente ao perecimento parcial.
Deterioração da coisa com culpa do devedor (art.236,CC)
Exigir o valor equivalente à obrigação, como o preço pago anteriormente, sem prejuízo das perdas e danos;
Aceitar a coisa deteriorada ou desvalorizada, também sem prejuízo de perdas e danos
Melhoramento e acrescidos (art.237,CC)
 Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Frutos (art.237, parágrafo único,CC)
Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. 
Obrigação de restituir coisa certa (238 a 242 do CC)
Perda da coisa sem culpa do devedor
Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. (Art. 238,CC)
Perda da coisa por culpa do devedor
Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. (Art. 239,CC).
O credor só poderá exigir o valor equivalente à coisa, mais perdas e danos, podendo também, aceitar a ficar com a coisa no estado em que se encontra (Enunciado n 15 do CJF)
Deterioração de coisa restituível sem e com culpa do devedor
Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. (Art. 240,CC)
“As disposições do artigo 236 do CC são aplicáveis ao artigo 240 in fine” (Enunciado n.15 do CJF). As disposições previstas no artigo 236 do CC, a favor do prejudicado também podem ser exercidas se a obrigação for de restituir, modalidade de obrigação de dar e havendo culpa do devedor. Em suma, o credor, se quiser, poderá ficar coma coisa no estado que se encontrar ou exigir seu equivalente, mais perdas e danos, como prevê o artigo 236 do cc.
Acréscimo ou melhoramento da coisa que se perdeu sem culpa do devedor
Vedação do enriquecimento sem causa
Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. (Art. 241,CC)
A coisa perece para o dono e, pelos mesmos fundamentos, havidos em contrário, havendo melhoramentos, essas vantagens também serão acrescidas ao patrimônio do proprietário da coisa, no caso o credor da obrigação.
Benfeitorias úteis e necessárias feitas pelo devedor
Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. (Art. 242,CC).
As benfeitorias úteis e necessárias realizadas pelo devedor deverão ser indenizadas, conforme dispõe os artigos 1.219 e 1.222 do CC. Apesar da boa-fé referenciada ser a subjetiva ou a intencional (art.1.201 do CC), deve-se compreender que o artigo 242 também valoriza a boa-fé objetiva, entendida como o dever de conduta leal dos sujeitos obrigacionais (art.113 e 422 do CC).
Frutos percebidos
Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. (Art. 242, parágrafo único,CC)
Obrigação de dar coisa incerta ou obrigação genérica
Conceito [3: TARTUCE, Flávio. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL. 11º edição. Forense. p.54]
É a obrigação que tem por objeto uma coisa indeterminada, pelo menos inicialmente, sendo ela somente indicada pelo gênero e quantidade, restando uma indicação posterior à sua qualidade que, em regra, cabe ao devedor. Na verdade, o objeto obrigacional deve ser reputado determinável, nos moldes do artigo 104, II do CC.
A coisa incerta não quer dizer qualquer coisa, mas coisa indeterminada, porém suscetível de determinação futura. A determinação se faz pela escolha, denominada concentração, que constitui ato jurídico unilateral.
Prevê o artigo 243 do CC, que a coisa incerta será determinada pelo menos por gênero e pela quantidade.
Exemplo da obrigação de dar coisa incerta
Duas partes obrigacionais pactuam a entrega de um animal que faz parte do rebanho do vendedor (devedor da coisa), nesse caso, haverá a determinação futura do objeto, por meio de uma escolha.
Concentração – regra geral
Segundo o artigo 244 do CC, a escolha caberá ao devedor, se contrário não resultar do título da obrigação. 
Princípio da equivalência das prestações
De qualquer forma, cabendo-lhe a escolha, o devedor não poderá dar o pior e, nem será obrigado a dar o melhor. Neste caso, fixa-se o conteúdo da obrigação no gênero médio ou intermediário.
 
Concentração feita pelo credor
Aplica-se o princípio constitucional da isonomia, pois se a escolha
da coisa for feita pelo o credor, ele não poderá escolher a coisa mais valiosa e, não será obrigado a ficar com a coisa menos valiosa.
Vedação do enriquecimento sem causa (art.884 a 886 do CC)
 Este princípio está sintonizado com a função social obrigacional e com a boa-fé objetiva. Entendida como norma de ordem pública, que não pode ser afastada por vontade dos contratantes ou negociantes.
Concentração feita pelo devedor e sua conversão em obrigação específica
Após feita a escolha pelo devedor, e tendo sido cientificado o credor, a obrigação genérica é convertida em obrigação específica (art.245,CC). Com essa conversão aplicam-se as regras previstas para a obrigação de dar coisa certa (arts. 233 a 242 do CC). Antes dessa concentração, não há de que se falar em inadimplemento da obrigação genérica, em regra.
Aplicação da regra do artigo 313 do CC
“O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.”
Regra: O gênero nunca perece (genus nunquam perit)
Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito (art.246,CC), isso porque ainda não houve a individualização da coisa.
 
Da obrigação de fazer
Conceito [4: TARTUCE, Flávio. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL. 11º edição. Forense. p.57]
A obrigação de fazer pode ser conceituada como uma obrigação positiva cuja prestação consiste no cumprimento de uma tarefa ou atribuição por parte do devedor.
Classificação da obrigação de fazer[5: TARTUCE, Flávio. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL. 11º edição. Forense. p.58]
Obrigação de fazer fungível: é aquela que ainda pode ser cumprida por outra pessoa, à custa do devedor originário, segundo procedimento que constam dos artigos 816 e 817 do CPC.
Fixação da “astreintes” na obrigação de fazer fungível: será possível somente em relação ao devedor originário, o que visa a conservação do negócio assumido entre as partes 
Conversão em perdas e danos: deve ser somente admitida em casos excepcionais, para a preservação da autonomia privada e a conservação do negócio jurídico celebrado.
Conceito de obrigação de fazer fungível (art.249,CC)
Obrigação cumprida por terceiro: o credor ainda poderá pleitear perdas e danos, desde que comprovados o prejuízos. (art.403, CC).
Autotutela civil: O credor, sem necessidade de autorização judicial, poderá executar ou mandar executar o fato, em caso de urgência, e ser depois ressarcido (sem prejuízo de eventual perdas e danos) - (art.249, parágrafo único,CC)
APELAÇÃO. Prestação de serviços de medicina diagnóstica. Obrigação de manutenção do equipamento que incumbia à contratada Reparos realizados pela contratante. Contratada que pretende cobrar valor integral da prestação de serviços sem desconto dos valores gastos com os reparos. Inteligência do artigo 249, parágrafo único do Código Civil. Credor que, mediante urgência no cumprimento da obrigação de fazer, pode mandar executá-la, sendo, depois, ressarcido pelos gastos incorridos. Hipótese à qual se aplicam os artigos 368 e seguintes do Código Civil. Compensação de valores devidos que é direito do devedor. Valores a serem compensados que, contudo, limitam-se às despesas efetivamente comprovas nos autos. “Apelação parcialmente provida”. (TJSP, Apelação 0009001-77.2012.8.26.0296, 33ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Sá Moreira de Oliveira, l. 18.05.2015).
Obrigação de fazer infungível: é aquela que tem natureza personalíssima ou “intuitu personae” , em decorrência de regra constante no instrumento obrigacional ou pela própria natureza da prestação.
Observação: 
O artigo 247 do CC trata da última modalidade da obrigação de fazer. Nesta, negando-se o devedor ao seu cumprimento, a obrigação de fazer converte-se em obrigação de dar, devendo o sujeito passivo arcar com perdas e danos, incluindo os danos materiais (art.402 a 404 do CC) e os danos morais (art.5º, V e X, CF/88).
Mas, antes de pleitear indenização, o credor poderá requer o cumprimento da obrigação de fazer nas suas duas modalidades, por meio de ação específica com fixação de multa ou “astreintes” pelo juiz conforme os artigos 497 do CPC e do 84 do CDC.
Inadimplemento da obrigação de fazer sem culpa do devedor: em suas modalidades, resolve-se a obrigação sem a necessidade de perdas e danos, tal como ocorre em decorrência de caso fortuito ou força maior.
Inadimplemento da obrigação de fazer sem culpa do devedor em mora: Nessas duas hipóteses, é notório que deve ser feita uma exceção quanto ao devedor em mora, que responderá por tais eventos, conforme o artigo 399 da codificação material, a não ser que prove ausência total de culpa ou que o evento ocorreria mesmo se não estivesse em mora com a obrigação.
	DIREITO CIVIL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE BEM DECLARADO TERRITÓRIO INDÍGENA ANTES DO CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO A CARGO DO VENDEDOR. Resolve-se, por motivo de força maior, o contrato de promessa de compra e venda sobre o qual pendia como ônus do vendedor a comprovação do trânsito em julgado de ação de usucapião, na hipótese em que o imóvel objeto do contrato foi declarado território indígena por decreto governamental publicado após a celebração do referido contrato. Sobrevindo a inalienabilidade antes do implemento da condição a cargo do vendedor, não há falar em celebração do contrato principal de compra e venda, não se caracterizando como contrato diferido, nem incidindo a teoria da imprevisão. Trata-se de não perfazimento de contrato por desaparecimento da aptidão do bem a ser alienado (art. 248 do CC). (STJ,REsp 1.288.033-MA, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 16/10/2012, publicado no seu informativo n. 507).
	
Inadimplemento da obrigação por culpa do devedor: O artigo 248 do CC diz que havendo culpa do devedor no descumprimento da obrigação de fazer, este deverá arcar com os danos presentes no caso concreto.
Da obrigação de não fazer
Conceito[6: TARTUCE, Flávio. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL. 11º edição. Forense. p.65]
É a única obrigação negativa admitida na Direito Privado Brasileiro, tendo como objeto a abstenção de uma conduta.
Inadimplemento da obrigação de não fazer
Aplica-se a regra do artigo 390 do CC pela qual “ mas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplemente desde o dia em que executou o ato de que devia se abster”.
Inadimplemento da obrigação de não fazer sem culpa do devedor
Se o cumprimento da obrigação torna-se impossível sem culpa do devedor, será resolvida, mesmo ocorrendo nas situações de caso fortuito ou força maior (art.250,CC), com exceção dos casos discutidos, em que o sujeito passivo obrigacional responde por tais ocorrência.
Modalidade da obrigação de não fazer
É quase sempre infungível e personalíssima (intuito personae), sendo também predominantemente indivisível pela sua natureza, nos termos do artigo 258 do CC.
Origem da obrigação de não fazer
Legal
Exemplo: O caso de um proprietário de imóvel que tem o dever de não construir até certa distância do imóvel do vizinho (art.1.301 e 1.303 do CC)
Convencional 
Exemplo: O caso de um ex-empregado que celebra com a empresa ex-empregadora um contrato de sigilo industrial por ter sido contratado pelo concorrentes (secret agreement).
Consequências do inadimplemento
Prevê o artigo 251 do CC que praticado o ato pelo devedor, cuja abstenção se obrigara, o credor poderá exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer a sua custa, ressarcindo o culpado as perdas e danos. O credo poderá exigir que o ato seja desfeito, caso haja culpa em sentido amplo do devedor. Para tanto, poderá ingressar com ação de obrigação de não fazer, requerendo a fixação de preceito cominatório, ou “astreintes” (art.497, CPC e art.84 do CDC).
Autotutela civil
O parágrafo único do artigo 251 diz que “em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do
ressarcimento devido.”
Classificação das obrigações de não fazer[7: TARTUCE, Flávio. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL. 11º edição. Forense. p.66]
Transeunte ou instantâneas: são irreversíveis e só caberá ao credor perdas e danos.
Permanentes: podem ser desfeitas e o credor poderá exigir o desfazimento do ato (que pode ser feito por terceiro ou pelo próprio credor – art.820 do CPC- mais as perdas e danos.
Súmula 410 do STJ: A prévia intimação pessoal do devedor constitui condição necessária para a cobrança de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.( Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, em 25/11/2009.)
A súmula não é clara por não fazer menção Express de qual multa está tratando: as “astreintes” ou a cláusula penal. Pesquisando os seus precedentes que a referencia é à primeira, merecendo destaque:
Ementa: AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO DE ASTREINTES. INTIMAÇÃOPESSOAL. NECESSIDADE. INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO. CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO. ANTERIOR À INTIMAÇÃO. DESCABIMENTO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA. IMPROVIMENTO. I. É necessária a intimação pessoal do devedor quando aplicada multa diária pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. II. Cumprida a obrigação de fazer antes mesmo da intimação ser efetuada - é o que se extrai do acórdão recorrido (fl. 87) - não há como incidir honorários advocatícios. III. Os agravantes não trouxeram nenhum argumento capaz de modificar a conclusão do julgado, a qual se mantém por seus próprios fundamentos. IV. Agravo improvido.
Encontrado em: DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL AgRg nos EDcl no REsp 1067903 RS 2008/0138885-6 (STJ) Ministro SIDNEI BENETI... da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo.../11/2008 AgRg no Ag 1012383 RS 2008/0029758-6 Decisão:21/10/2008 AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS...
Da execução
Da execução da obrigação de entregar (ou de dar)
Aplicação no título executivo judicial
Da Entrega de Coisa Certa
Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação de Entregar Coisa
Tutela específica e a obrigação de entregar coisa certa
Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel (Art. 538, CPC)
Obrigação de dar coisa certa e as benfeitorias no processo de conhecimento
A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhecimento, em contestação, de forma discriminada e com atribuição, sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor (Art. 538,§1º, CPC)
Direito de retenção das benfeitorias
O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento (Art. 538,§2º, CPC)
Da execução da obrigação de entregar coisa certa
Fixação de multa e sua alteração
Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo (Art. 806, §1º,CPC)
Inadimplemento e a imissão de posse e a busca e apreensão
§ 2o Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a obrigação no prazo que lhe foi designado(Art. 806, §2º,CPC)
Entrega da coisa e a extinção da obrigação
Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução para o pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, se houver (Art. 807,CPC)
Alienação de coisa já litigiosa
Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido após depositá-la (Art. 808,CPC)
Deterioração da coisa e o direito do credor
O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente (Art. 809,CPC)
Quanto ao valor da coisa
Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial (Art. 809, §1º,CPC)
Liquidação 
Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos (Art. 809, §2º,CPC)
Benfeitorias e liquidação prévia
Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo executado ou por terceiros de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é obrigatória (Art. 810,CPC)
Quanto ao saldo 
Havendo saldo em favor do executado ou de terceiros, o exequente o depositará ao requerer a entrega da coisa; em favor do exequente, esse poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo (Art. 810, parágrafo único, incisos I e II, CPC)
Da Entrega de Coisa Incerta
Citação e a individualização da coisa pelo o executado
Quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe couber a escolha (Art. 811,CPC)
Individualização da coisa feita pelo exequente
Se a escolha couber ao exequente, esse deverá indicá-la na petição inicial (Art. 811, parágrafo único, CPC)
Impugnação da concentração da outra parte
Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 dias, impugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário, ouvindo perito de sua nomeação (Art. 812, CPC)
Aplicação das regras de entregar coisa certa
Aplicar-se-ão à execução para entrega de coisa incerta, no que couber, as disposições da Seção I deste Capítulo (Art. 813, CPC)
Aplicação no título extrajudicial
Da Entrega de Coisa Certa
Prazo para satisfazer a obrigação em título executivo extrajudicial
O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, em 15 dias, satisfazer a obrigação (Art. 806,CPC)
Fixação de multa e sua alteração
Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo (Art. 806, §1º,CPC)
Inadimplemento e a imissão de posse e a busca e apreensão
Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a obrigação no prazo que lhe foi designado(Art. 806, §2º,CPC)
Da execução da obrigação de fazer
Aplicação no título executivo judicial
Inadimplemento da obrigação
Se o executado não satisfazer a obrigação no prazo designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá em indenização (art.816,CPC). O valor das perdas e danos será apurado em liquidação, seguindo-se a execução por quantia certa (art.816, parágrafo único, CPC)
Prazo para o cumprimento da obrigação
Estará estabelecido no título executivo, caso não esteja, poderá ser determinado pelo juiz (art.815,CPC)
Regra quanto a tutela específica e as benfeitorias de obrigação de entregar coisa certa aplicam-se as obrigações de fazer e não fazer
Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer (Art. 538,§3º, CPC)
Obrigação de fazer fungível
O artigo 249 do CC é que o apresenta o conceito de obrigação fungível, aquela que é suscetível e que ser cumprida à custa de terceiro. Nessa modalidade obrigacional, resta ainda uma opção ao credor, antes da conversão em perdas e danos, que é a de exigir que outra pessoa cumpra com a obrigação, conforme os procedimentos constantes no CPC.
Caso ela puder ser satisfeita por terceiro, é lícito ao juiz autorizar, a requerimento do exequente, que aquela a satisfaça à custa do executado (art.817,CPC).
O exequente adiantará as quantias previstas na proposta que, ouvidas as partes, o juiz houver aprovado (art.817, parágrafo único,CPC).
Adimplemento da obrigação de fazer
Realizada a prestação, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10 dias e, não havendo impugnação, considerará satisfeita a obrigação (art.818,CPC). Caso haja impugnação, o juiz a decidirá (art.818, parágrafo único).
Prestação fora do prazo, incompleta ou defeituosa
Se o terceiro contratado não realizar a prestação no prazo ou se o fizer de modo incompleto ou defeituoso, poderá o exequente requerer ao juiz, no prazo de 15 dias, que o autorize a concluí-la ou a repará-la à custa do contratante. (art.819,CPC)  Ouvido o contratante no prazo de 15 dias, o juiz mandará avaliar o custo das despesas necessárias e o condenará a pagá-lo.(art.819, parágrafo único,CPC)
Direito de preferência do exequente em igualdade de oferta em relação ao terceiro 
Se o exequente quiser executar ou mandar executar, sob sua direção e vigilância, as obras e os trabalhos necessários à realização da prestação, terá preferência, em igualdade de condições de oferta, em relação ao terceiro (art.320,CPC). O direito de preferência deverá ser exercido no prazo de 5 dias, após aprovada a proposta do terceiro.(art.320,parágrafo único, CPC)
Obrigação de fazer infungível
Na obrigação de fazer, quando se convencionar que o executado a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá requerer ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la (art.321,CPC). Havendo recusa ou mora do executado, sua obrigação pessoal será convertida em perdas e danos, caso em que se observará o procedimento de execução por quantia certa. (art.321, parágrafo único, CPC).
 Aplicação no título executivo extrajudicial
Fixação de multa e prazo de vencimento
Art. 814,CPC – “Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em título extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz fixará multa por período de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida.”
Alteração do valor da multa prevista no título em caso de excesso
Art. 814, Parágrafo único, CPC – “  Se o valor da multa estiver previsto no título e for excessivo, o juiz poderá reduzi-lo.”
Da execução da obrigação de não fazer
Aplicação no título executivo judicial
Prazo para desfazer
Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava obrigado por lei ou por contrato, o exequente requererá ao juiz que assine prazo ao executado para desfazê-lo. (art.822,CPC).
Recusa ou mora do executado
Havendo recusa ou mora do executado, o exequente requererá ao juiz que mande desfazer o ato à custa daquele, que responderá por perdas e danos. (art.823,CPC).
Obrigações transeuntes ou instantâneas
Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos, caso em que, após a liquidação, se observará o procedimento de execução por quantia certa. (art.823, parágrafo único ,CPC).
Regra quanto a tutela específica e as benfeitorias de obrigação de entregar coisa certa aplicam-se as obrigações de fazer e não fazer
Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer (Art. 538,§3º, CPC)
Aplicação no título executivo extrajudicial
Fixação de multa e prazo de vencimento
Art. 814,CPC – “Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em título extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz fixará multa por período de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida.”
Alteração do valor da multa prevista no título em caso de excesso
Art. 814, Parágrafo único, CPC – “  Se o valor da multa estiver previsto no título e for excessivo, o juiz poderá reduzi-lo.”
Do Julgamento das Ações Relativas às Prestações de Fazer, de Não Fazer e de Entregar Coisa
Obrigação de fazer ou de não fazer e a tutela específica
Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente (Art. 497,CPC)  
Tutela específica e a irrelevância de demonstrar culpa ou dolo
Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo. (Art. 497, Parágrafo único,CPC)  
Conversão da obrigação de entregar, de fazer ou não fazer em perdas e danos
A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente (Art. 499,CPC).
Perdas e danos e “astreintes”
A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação (Art.500,CPC)
Transito em julgado de ação de emissão de declaração de vontade e seus efeitos
Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida (Art. 501,CPC)
Ribeirão Preto
Outubro, 2017

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