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processo do trabalho 2 bimestre 6 termo

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Resumo Processo do Trabalho - 2º Bimestre 
 Procedimento Comum 
- Postulação do autor: o autor pode ingressar com a reclamação trabalhista, podendo ser de forma verbal ou escrita. 
*Verbal: com fundamento no art. 731 CLT aquele que promover RT de forma verbal tem o prazo de 05 dias para apresentar-se ao Juízo e reduzi-la a termo e não o fazendo incorre na pena de 06 meses do direito de propor reclamação trabalhista. 
*Escrita: disposta no art. 840 deve conter os seguintes requisitos: designação à quer for dirigida, qualificação do reclamante e reclamado, breve exposição dos fatos, pedido, data e assinatura do reclamante ou de seu representante, indicação do valor da causa para identificar o procedimento. 
- Aditamento pelas regras do CPC: até a citação poderá aditar sem o consentimento do réu, porém após a citação e até a fase de saneamento do processo exige-se consentimento do réu garantindo o contraditório, podendo este manifestar sua defesa no prazo 15 dias. 
Obs: a doutrina majoritária trabalhista admite o aditamento da petição inicial até a audiência, antes da resposta do réu. 
- Indeferimento da PI: pelas regras no CPC o indeferimento da inicial se dá pelos dispostos no art. 330, porém na Justiça do trabalho tal indeferimento não comum, visto que o primeiro contato do juiz com a petição se dá na audiência, mas isso não impede que a inicial antes da audiência seja indeferida, mas deve exigir cautela face ao informalismo da JT e do jus postulandi. 
- Citação: o que ocorre de fato na justiça do trabalho é uma Notificação, a qual os próprios servidores da Secretaria daquela vara encaminham aos reclamados informando e intimando para comparecimento à audiência. 
- Contestação: aplica-se de forma subsidiária o art. 336 CPC e de acordo com os princípios da impugnação especificada e da eventualidade o réu tem o direito de se defender expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor. 
- Revelia: conforme aplicação do art. 344 CPC se o réu não contestar a ação será considerado revel e todos os fatos alegados pelo autor serão presumidos verdadeiros. 
- Conseqüência de atraso na audiência: não se admite atrasos injustificados nas audiências, porém se ocorrerem resultarão as seguintes conseqüências: 
*Para o reclamante: arquivamento da demanda. 
*Para o reclamado: revelia e confissão dos fatos. 
- Defesa Processual: o réu pode, antes da discussão de mérito apontar vícios da RT de forma indireta, atacando os aspectos meramente processuais que encontram-se no art. 337 do CPC. 
- Defesa de Mérito: nas defesas de mérito a contestação pode utilizar-se de duas formas de defesa: direta e indireta, sendo: 
*Defesa direta de mérito: quando o reclamado nega o fato do direito a qual o autor está pleiteando, ex: reclamante está postulando o reconhecimento de vínculo empregatício e o reclamado nega tal fato. 
*Defesa indireta de mérito: conhecida também como "exceção substancial" o réu reconhece o direito pleiteado pelo autor mas alega um fato extintivo, modificativo ou impeditivo. 
- Compensação: pode ser alegada somente na contestação como matéria de defesa, sob pena de preclusão, não podendo exceder a um mês de remuneração. 
- Dedução: pode ser deferida pelo Magistrado para evitar enriquecimento ilícito do reclamante e devem ser determinadas sempre que sejam comprovados os pagamentos pelo reclamado
- Retenção: 
- Prescrição e Decadência - Prazo prescricional para trabalhadores urbanos e rurais até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. CF art. 7º XXIX. 
- Ação rescisória: prazo decadencial de dois anos contados a partir da última decisão proferida na causa. 
- Reconvenção: é admitida pela doutrina majoritária trabalhista em face aos princípios da celeridade e economia processual
Provas 
- Provas: meio utilizado por aquele à quem incumbe o ônus de demonstrar a veracidade dos fatos alegados. 
- Princípios da prova: 
*Necessidade da prova: é necessário provar os fatos alegados, pois se não fizer prova esses fatos são considerados inexistentes no mundo jurídico. 
*Unidade da prova: a prova deve ser apreciada como um todo e não isoladamente. 
*Lealdade da prova ou probidade: as provas devem ser produzidas de acordo com o princípio da boa fé processual com ética e lealdade. 
- Provas Ilícitas: 
- Objeto da prova: são os fatos relevantes, pertinentes e controvertidos narrados no processo por autor e réu. 
- Ônus da prova: a quem incumbe o dever de provar. 
- Distribuição do ônus da prova: pode ser realizada pelo legislador (distribuição estática) pelas partes e pelo juiz (distribuição dinâmica). 
- Sumulas que tratam do ônus da prova: 6,16,212,254 e 338 TST. 
- Valoração das provas: fundamenta-se no princípio do convencimento motivado, o qual o juiz aprecia a prova independente de qual das partes tiver promovido e ao sentenciar deverá expor as razões pelas quais se convenceu de tal fato. 
- Produção antecipada da prova: comum na JT em relação aos interrogatórios seja da parte ou de testemunhas, principalmente quando quaisquer delas forem se ausentar por longo período ou portarem alguma doença terminal,
- Meios de prova: 
*Prova emprestada: trata-se de uma prova que deriva de um outro processo a qual o juiz atribuirá o valor que considerar adequado, respeitando o contraditório. 
*Ata notarial: conteúdo transcrito e registrado em cartório. 
- Depoimento pessoal e Interrogatório: 
*Parte ou testemunha que não fale a língua nacional: o interrogatório será feito por intérprete nomeado pelo juiz ou presidente. 
*Inquirição direta de testemunhas: não é aplicável na Justiça do Trabalho. 
- Confissão: pode haver confissão contrária aos interesses e a favor do adversário, podendo ser judicial ou extrajudicial. Se for judicial pode ser espontânea, em regra feita por petição e provocada, geralmente proveniente de depoimento pessoal da parte. 
- Confissão Ficta: ocorre quando não há comparecimento da parte na audiência designada para prestar seu depoimento pessoal, desde que tenha sido devidamente intimada, ou também quando comparece mas se recusa a responder as perguntas formuladas pelo Magistrado ou ignore os fatos relevantes para solução da lide. Súm 7 TST. 
- Testemunhas: é uma prova significativa para a comprovação da verdade dos fatos que muitas vezes prevalece sobre a escrita, porém, atualmente perdeu um pouco desse prestígio em virtude de algumas forjarem situações que não ocorreram. 
- Comparecimento das testemunhas- devem comparecer independente de intimação, sendo que o não comparecimento implicará em intimação pelo juízo sujeita a condução coercitiva e multa se não justificada a ausência. 
- Incapacidade, suspeição e impedimento de testemunha: todas as pessoas capazes e que possuam conhecimento dos fatos da lide poderão ser testemunhas, com exceção das incapazes, suspeitas e impedidas. 
- Contradita ou Momento para contraditar testemunha impedida, suspeita ou incapaz: pode ser contraditada pela parte com documentos ou até três testemunhas inquiridas em separado, logo após sua qualificação e antes de seu depoimento, devendo o juiz dispensá-la se ficarem provados os fatos contraditados pela parte. 
 - Testemunha que litiga contra mesmo empregador - não torna suspeita segundo a Súm. 357 TST. 
- Limite do número de testemunhas: 
	Procedimento 
	Nº de testemunhas 
	Fundamento 
	Ordinário 
	03
	Art. 821 CLT
	Inquérito para Apuração de Falta Grave 
	06 
	Art. 821 CLT 
	Sumaríssimo 
	02 
	Art.852 H §2ºCLT
- Procedimento para o depoimento de testemunhas: Inicia-se com o compromisso da testemunha em dizer somente a verdade, sendo advertida pelo juiz sobre a sanção penal aplicada por crime de falso testemunho caso falte com a verdade, se cale ou oculte. A seguir o juiz vai inquiri-las podendo ser reinquiridas, por seu intermédio pelas partes, representantes e procuradores, pois no processo do trabalho segundo entendimento do
TST não se aplica a regra do CPC que garante a inquirição de testemunha pelas partes de forma direta.
- Prova documental: meio idôneo utilizado como prova material da existência de um fato, abrangendo não só os escritos, mas também gráficos, fotos, desenhos, etc. 
- Anotação na carteira de trabalho por parte do empregador - essas anotações geram apenas presunção relativa (juris tantum) pois admitem prova em contrário (podem estar desatualizadas), não gerando portando presunção jure et de jure. 
- Validade do contrato de trabalho como prova: possuem certa informalidade, porém em alguns casos exige-se a obediência à forma escrita, como os contratos de trabalho temporários, de atleta profissional, aprendiz. Quanto a pagamento dos salários é essencial a existência do contra recibo assinado pelo empregado, pois não sendo haverá presunção de que não foi pago, salvo contrário o empregado confessar que recebeu. 
Audiência
- Audiência: com previsão no art. 813 CLT, as audiências trabalhistas serão públicas e realizadas na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis das 8:00 as 18:00 não podendo exceder o período de 05 seguidas. 
- Exceção: em casos especiais poderá ser designado outro local para a realização da audiência mediante aviso prévio de 24 horas em edital fixado na sede do juízo ou tribunal. 
- Atrasos: não é admitido atrasado na audiência trabalhista de acordo com a OJ 245, gerando efeitos, como revelia no atraso cometido pelo reclamado e arquivamento no atraso cometido pelo reclamante. 
- Procedimento da audiência: será contínua, podendo por motivo de força maior ter sua continuidade remarcada, independente de notificação. Sabe-se que os juízes com respaldo no art. 765 CLT tem liberdade quanto a direção do processo, porém com base no art.849 vem adotando a hipótese de divisão da audiência em três sessões, sendo: 
*1ª sessão - AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA: tem a finalidade de propor uma composição do litígio de forma conciliatória. Caso exista proposta de acordo e as partes concordem, o juiz homologará, não existindo acordo o processo prossegue e é marcada nova audiência. 
*2ª sessão - AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO: tem a finalidade de ouvir o preposto, o reclamante, as testemunhas e demais provas pertinentes. Ainda na audiência, após ouvir as partes e testemunhas o juiz autoriza as partes a apresentar razões finais praticados de forma oral pelas partes, salvo assunto de alta complexidade definido pelo juiz, o qual o poderá fixar prazo para as partes apresentarem pós audiência. Tal prazo também pode ser requerido pelo advogado, ficando a cargo do juiz ceder ou não. 
*3ª sessão - AUDIÊNCIA DE JULGAMENTO: destinada somente ao juízo, sem a presença das partes, porém estas terão ciência da decisão seja por edital, oficial de justiça, imprensa oficial ou pelo enunciado 197 (as partes dão-se por notificadas no dia e hora marcados para publicação da decisão). 
*Presença na audiência: devem estar presentes o reclamante e o reclamado, independente da presença dos representantes. Exceção: ações plúrimas (vários autores) ou ações de cumprimento (empregados representados pelo sindicato). Salvo as exceções previstas no art. 843 CLT o empregado deve comparecer pessoalmente. 
*Presença do advogado na audiência trabalhista: é dispensável em face ao princípio do jus postulandi, salvo em recursos dirigidos ao TST. 
*Preposto: A súmula 377 exige que o preposto, com exceção dos casos de RT de empregados domésticos e micro e pequenos empresários, o preposto deve ser obrigatoriamente empregado do reclamado. Porém com as inovações da reforma trabalhista o art. 843 teve um acréscimo do §3º afirmando tal dispositivo que os prepostos em audiências não mais necessitam ser empregados da reclamada. Pode-se concluir que em breve essa súmula será cancelada. 
- Revelia X Atestado Médico: em casos de ausência da reclamada em audiência, a revelia poderá ser impedida se apresentado atestado médico que expressamente alegue a impossibilidade de locomoção do empregador ou de seu proposto neste dia. 
- Não comparecimento do reclamante: resulta no arquivamento da RT com extinção do processo sem resolução de mérito. 
OBS: se o reclamante der causa a dois arquivamentos seguidos por não comparecimento injustificado à audiência ficará impossibilitado de propor RT contra o mesmo empregador e mesmo objeto pelo prazo de 06 meses conforme art. 731 e 732 CLT. 
- Não comparecimento do reclamado: resultará em revelia e confissão quanto a matéria de fato. 
- Primeiro momento para propor conciliação: de acordo com o art. 846 CLT, assim que aberta a audiência o juiz deve obrigatoriamente propor a primeira tentativa de conciliação. Se houver acordo será lavrado um termo de conciliação, geralmente composto por um multa em caso de descumprimento. Também é válido ressaltar que é lícito as partes celebrarem acordo que coloque termo ao processo, mesmo encerrado o juízo conciliatório (art.764 CLT). 
- Ação rescisória para termo de conciliação: o termo de conciliação lavrado é irrecorrível podendo ser atacado somente por ação rescisória de acordo com a Súmula 259 TST. Exceção: a Previdência Social pode interpor recurso ordinário quanto as contribuições que lhe forem devidas. 
- Postulação do Réu - de acordo com o art. 847 CLT o reclamado tem 20 minutos para alegar sua defesa após a leitura da RT (se esta não for dispensa por ambas as partes). Essa defesa verbal norteia o princípio da oralidade, porém é mais comum a apresentação de defesa escrita, não podendo ser genérica pois todos os pedidos da inicial devem ser contestados individualmente em face ao princípio da impugnação especificada, sob pena dos pedidos não contestados serem presumidos como verdadeiros. 
- Instrução probatória: ocorre após a apresentação da contestação, começando pelo interrogatório das partes, tendo por finalidade a apresentação de provas ao Magistrado para que este aprecie cada prova livremente e forme seu convencimento a respeito dos fatos, devendo sua decisão ser fundamentada. 
- Razões finais: momento após o término da instrução onde as partes podem alegar razões finais manifestando-se oralmente nos autos antes do Magistrado proferir a sentença, contribuindo assim para o fortalecimento do seu convencimento. Alguns juízes vem permitindo que as partes apresentem razões finais por escrito em forma de memoriais. 
- Segundo momento para propor conciliação: também é obrigatória uma segunda tentativa de propor conciliação conforme o art. 850 CLT, após as razões finais e somente será proferida decisão pelo Magistrado se novamente essa proposta for rejeitada. 
- Posição doutrinária quanto a proposta de conciliação: para a doutrina ambas propostas de conciliação são obrigatórias mas só geram nulidade absoluta da decisão a ausência da segunda proposta conciliatória pois a primeira seria suprida pela segunda. 
- Encerramento da audiência - as partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que for proferida, conforme art. 852 CLT, salvo em casos de revelia que o réu será intimado nos termos do art. 841 §2º CLT. Por fim, a ata de julgamento devidamente assinada pelo juiz deverá ser juntada ao processo por prazo improrrogável de 48 horas, sendo este prazo contado da audiência de julgamento, conforme previsão do art. 851§2º CLT. 
Sentença e Coisa Julgada: 
- Classificação das sentenças: podem ser classificadas em duas espécies, sendo: 
*Quanto a natureza: 
a) Sentença declaratória: é aquela que tem por objetivo eliminar uma situação de incerteza sobre a relação jurídica, declarando a existência ou inexistência desta relação. Ex: reconhecimento do vínculo empregatício. 
b) Sentença constitutiva: além da declaração do direito ela cria, modifica ou extingue a relação jurídica. Ex: pedido de rescisão indireta. 
c) Sentenças condenatórias: Não satisfaz por si só a pretensão do autor, pois fixa uma obrigação a ser cumprida, sendo que se o condenado não a cumprir "espontaneamente" poderá ser executado. Ex: condenação ao pagamento
das verbas trabalhistas. 
*Quanto ao resultado da lide: 
a) Sentença terminativa: art 485 CPC 
Trata -se das sentenças processuais onde não há resolução de mérito em decorrência de um bloqueio formal antes da análise do mérito, impedindo o juiz de chegar nesta etapa. 
b) Sentença definitiva: art. 487 CPC 
Trate-se de sentença de mérito (com resolução) quando foram superadas ou inexistiram questões processuais possibilitando ao juiz que analise o mérito, operando coisa julgada material, pois resolve o objeto da lide que torna-se imutável e indiscutível se não for recorrida (art. 502). 
- Requisitos essenciais da sentença: 
a) Relatório: neste elemento deve conter os nomes das partes, a identificação do caso breve resumo do pedido e da contestação e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo, devendo ser sucinto e completo. Sua finalidade é de que as partes tenham convicção de que o juiz conhece a causa. 
b) Fundamentação ou Motivação: deve indicar as razões de fato e de direito que embasam a sentença, de forma que as partes sejam guiadas pelo raciocínio lógico - jurídico do magistrado até a conclusão. Trata-se de um direito fundamental que justifica o porquê da decisão do juiz (quais fundamentos jurídicos cooperaram para que a decisão fosse essa). A fundamentação tem 2 funções básicas: 
b1) Dentro do processo (endo processual): função de dar às partes uma resposta para que tenham conhecimento da forma utilizada pelo juiz (raciocínio) para chegar àquela conclusão. De certa forma, controla o ato de decidir do juiz. 
b2) Fora do processo (extra processual): promover à sociedade o conhecimento de como o juiz decidiu aquela causa, afim de que possa haver um controle da atividade jurisdicional. 
- Importância da fundamentação: além de contemplar as alegações das partes também contempla os pontos controvertidos, mediante a análise da instrução probatória, aperfeiçoando a convicção motivada do juiz que deve demonstrar nesta etapa as razões de seu convencimento. É por meio da fundamentação que a parte que se sentir prejudicada poderá impor recurso, daí sua importância. 
- Ausência de Fundamentação: são os casos descritos no art. 489 § 1º, porém este rol é exemplificativo. 
O §2º esclarece que em casos de colisão entre normas diferentes que resolvam o mesmo conflito o juiz, aplicando o princípio da proporcionalidade deverá esclarecer o porquê uma norma prevaleceu sobre a outra no caso concreto. 
c) Dispositivo: trata-se da última parte do corpo da sentença/acórdão onde o magistrado vai decidir se acolhe (julga procedente) ou não acolhe (julga improcedente) o pedido pleiteado pelo autor e se for procedente, de que forma será realizado (fazer, pagar, desfazer, entregar, etc). Esta última etapa gera a norma jurídica individualizada, fazendo coisa julgada material (art. 503), com exceção dos casos previstos no art. 504 (não fazem coisa julgada). 
Obs: quanto aos requisitos da sentença deve-se observar também o disposto no art. 832 da CLT o qual afirma que a decisão deve conter: nome das partes, resumo do pedido e da defesa, correspondente ao relatório; apreciação das provas e fundamentos da decisão correspondente à fundamentação e a respectiva conclusão correspondente ao dispositivo. 
- Julgamento citra, ultra e extra petita:
a) Sentença extra petita: ocorre quando o juiz condena a parte à um pedido diferente ao que foi demandado em juízo. 
Ex: o autor pede apenas dano material e o juiz condena o réu a pagar também danos morais. 
b) Sentença ultra petita: ocorre quando o juiz concede em sua decisão algo além do que foi pedido. 
Ex: o autor pediu R$ 5.000,00 a título de danos morais e o juiz condenou o réu a pagar R$ 10.000,00. 
c) citra ou intra petita: nestes casos o juiz fica aquém, deixando de apreciar determinado pedido. 
Ex: autor pede danos morais e materiais e o juiz deixa de apreciar um dos pedidos em sua decisão. 
Todos esses vícios de sentença podem ser impugnados por recurso e também por ação rescisória em decorrência de violação aos arts. 141 e 492 CPC. Quanto à sentença citra petita, poderá ser corrigida por meio de embargos de declaração, porém contra as sentenças extra e ultra petita deverá ser interposto recurso ordinário. 
- Princípio da congruência: a sentença está subordinada à esse princípio devendo o magistrado, ao proferir sentença, ater-se aos limites em que foi proposta a lide. 
- Sentença de Improcedência Liminar do Pedido – será aplicável ao processo do trabalho as normas do art. 332 CPC com as necessárias adaptações à legislação processual trabalhista, cabendo ao juiz do trabalho julgar liminarmente improcedente os casos descritos nos incisos I ao IV. 
- Julgamento antecipado parcial do mérito: aplica-se ao processo do trabalho nos casos descritos no art. 356 CPC inc. I e II §§1º, 2°, 3º e 4º. 
Coisa julgada 
- Conceito: são decisões transitadas em julgado das quais não cabem mais recursos pois tornaram-se imutáveis e irrecovírreis. A coisa julgada divide-se em: 
- Coisa julgada formal: está ligada às sentenças terminativas sem resolução do mérito que não podem ser alteradas no mesmo processo pois transitou em julgado, mas por não ter sido decidido o mérito podem ser rediscutidas em nova demanda proposta, salvo exceções legais. 
- Coisa julgada material: são decisões transitadas em julgado ligadas às sentenças definitivas, as quais não podem ser rediscutidas nem dentro desse processo e nem fora pois houve resolução de mérito, não se permitindo a propositura de nova demanda para rediscutir o mesmo objeto. 
Recursos 
- Conceito: trata-se de um remédio processual concedido as partes, ao terceiro prejudicado e ao MP por autoridade hierarquicamente superior ou pela própria autoridade prolatora da decisão afim de reexaminá-la e submetê-la à novo julgamento, com o objetivo de reformar ou modificar essa decisão. 
- Classificação dos recursos: 
a) quanto à autoridade: próprios quando for rediscutido por órgão superior e impróprios quando for rediscutido pela mesma autoridade. 
b) quanto ao assunto: ordinário e extraordinário: Os recursos ordinários são os recursos cabíveis para impugnar decisões havidas nos casos previstos no art. 539 do CPC; o recurso extraordinário é um mecanismo processual que viabiliza a análise de questões constitucionais pelo Supremo Tribunal Federal.
c) quanto à extensão da matéria: total e parcial.
d) quanto a forma de recorrer: principal e adesivo. 
- Princípios recursais: duplo grau de jurisdição, unirrecorribilidade, fungibilidade, voluntariedade, proibição da reformatio in pejus. 
- Características dos recursos: 
a) Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias: a regra viabiliza a celeridade processual, uma vez que não há possibilidade, regra geral, de se interpor recurso de decisões interlocutórias, como ocorre no direito processual civil, em que o recurso de agravo pode ser interposto, em diversas modalidades, de todas as decisões interlocutórias. As exceções à regra da irrecorribilidade encontram-se na Súmula nº 214 do TST. Na hipótese de ser proferida uma decisão interlocutória, pode ser cabível a impetração de mandado de segurança, desde que provada a violação à direito liquido e certo.
b) Inexigibilidade de fundamentação: a simplicidade inerente ao processo do trabalho levou o legislador a criar a regra sobre interposição de recursos por simples petição, o que significa dizer que os recursos trabalhistas não possuem por requisito de admissibilidade a demonstração do erro do julgador. A petição do recurso precisa conter apenas o inconformismo do recorrente com uma decisão que, na visão do mesmo, mostra-se injusta. A indicação da causa do pedir do recurso é dispensável. Tal regra encontra-se previsto no art. 899 da CLT. Contudo, a regra foi restringida pelo TST, que ao editar a Súmula nº 422, indicou a necessidade de fundamentação dos apelos dirigidos ao Tribunal Superior do Trabalho, sob pena de inadmissão por ausência
de regularidade formal, conforme descreve a súmula ao fazer menção ao art. 514, II do CPC.
c) Efeito devolutivo dos recursos: o art. 899 da CLT prevê que os recursos trabalhistas serão recebidos apenas no efeito devolutivo que significa dizer que sempre há possibilidade de iniciar-se a execução/liquidação provisória. A interposição de recurso não retira da decisão recorrida a possibilidade de produção de efeitos, o que aumenta, de maneira significativa, a celeridade processual. 
d) Uniformidade de prazo para recurso: a regra é de 08 dias para a interposição dos recursos, com exceção dos embargos de declaração com prazo de 05 dias e interposição de contrarrazões para recurso extraordinário com prazo de 15 dias. 
- Efeitos dos recursos: 
a) Devolutivo: o efeito devolutivo é considerado o mais importante dos recursos, pois demonstra a própria essência do instituto, que é o de levar ao conhecimento do Tribunal a matéria objeto do recurso. 
b) Suspensivo: trata-se de efeito excepcional na seara trabalhista, já que o art. 899 da CLT prevê que os recursos serão recebidos apenas no efeito devolutivo, permitindo desde logo a execução/ liquidação provisória. O TST previu na Súmula nº 414 a possibilidade de concessão de efeito suspensivo, por meio de ação cautelar. Assim, não se requer o dito efeito na petição do recurso, e sim, por meio de ação cautelar autônoma. Atualmente a corrente doutrinária e jurisprudência sobre o cabimento de mandado de segurança para imprimir efeito suspensivo é extremamente reduzida. 
c) Translativo: relacionado à possibilidade do Tribunal, ao analisar o recurso, conhecer as matérias de ordem pública de ofício, ou seja, mesmo sem pedido da parte recorrente. Assim, mesmo que no recurso não se alegue a incompetência absoluta da Justiça do Trabalho (matéria de ordem pública), o TRT, ao analisar o recurso, reconhecerá o vício e determinará a remessa dos autos à justiça competente. 
d) Substitutivo: ao se interpor um recurso, requer-se ao Tribunal a reapreciação da matéria. A decisão a ser proferida por aquele órgão, por razões lógicas, substituirá a decisão anterior, caso o mérito do recurso seja analisado, seja para manter a decisão ou reformá-la. Tal regra, denominada de efeito substitutivo, encontra-se prevista no art. 512 do CPC. Decisão do Tribunal que não admite recurso não provoca a substituição da decisão anterior, que somente se dá quando o mérito recursal é julgado, mesmo que seja para manter a decisão.
e) Extensivo: destaca que o recurso interposto por um litisconsorte aproveitará aos demais, isto é, se estenderá automaticamente aos outros litisconsortes, caso os interesses sejam comuns. Segundo doutrina e jurisprudência majoritárias, tal situação somente é possível na hipótese de litisconsórcio unitário, no qual a decisão a ser proferida é a mesma para os litisconsortes.
f) Regressivo: implica na possibilidade do Magistrado retratar-se de sua decisão, ao ser interposto recurso daquela. Não é aplicável, como regra geral, à sentença, sendo comum nas decisões interlocutórias.
- Pressupostos recursais objetivos e subjetivos: 
*Objetivos: adequação, recorribilidade do ato (despachos e decisões interlocutórias), tempestividade, preparo (custas e depósito recursal) e regularidade de representação. 
*Subjetivos: legitimidade, capacidade e interesse. 
- Prazos Processuais: são contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, podendo ser prorrogados pelo tempo necessário conforme disposição legal do art. 775 quando o juízo entender necessário e por motivo de força maior devidamente comprovado. 
- Custas e depósito recursal: art. 789
Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas: 
 I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor; 
II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa;  
III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor da causa;             
 IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar.
- Isenção do pagamento das custas: além dos beneficiários da Justiça gratuita são isentos: art. 790 CLT. 
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica; 
II – o Ministério Público do Trabalho. 
Obs: empresas públicas e sociedade de economia mista não estão isentas do pagamento de custas, pois estão sujeitas a regime jurídico de empresa privada. 
- Finalidade do depósito recursal: garantir o juízo para o pagamento de futura execução a ser movida pelo empregado, portanto, só é realizado pelo reclamado quando empregador ou tomador dos serviços, mesmo que seja vencido parcialmente deve efetuar tal depósito que somente será exigido se houver sentença condenatória a qual a empresa tiver sido condenada a pagar certa quantia e também nos casos de interposição de recurso adesivo. 
- Recursos que exigem depósito recursal: recurso ordinário, recurso de revista, embargos ao TST, recurso extraordinário, agravo de instrumento e recurso ordinário em ação rescisória. 
- Depósito recursal na condenação solidária: havendo duas ou mais empresas condenadas o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, desde que essa que efetuou não tenha pedido exclusão da lide. 
- Dissídios coletivos: não exigem depósito recursal pois a natureza jurídica de sua sentença não será condenatória. 
- Valor insuficiente no depósito recursal: 
OJ-SBDI1-140
DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS PROCESSUAIS. RECOLHIMENTO INSUFICIENTE. DESERÇÃO (nova redação em decorrência do CPC de 2015)
Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco) dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido.

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