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DIREITO CIVIL 
CONTRATOS
CURSO A DISTÂNCIA 
MÓDULO VII 
1
CURSO A DISTÂNCIA – MÓDULO VII 
DIREITO CIVIL – CONTRATOS - PROFº FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS
EFEITOS DOS CONTRATOS BILATERIAS 
INTRODUÇÃO
 Os contratos bilaterais perfeitos produzem certos efeitos, 
inaplicáveis aos unilaterias, a saber: 
a. “exceptio non adimpleti contractus”; 
b. cláusula resolutiva tácita; 
c. vícios redibitórios; 
d. evicção. 
 “EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS” 
 A “exceptio non adimpleti contractus” é a defesa pela qual o 
contratante justifica o não cumprimento da prestação no fato de o outro ainda 
não ter cumprido a sua obrigação. 
 De fato, dispõe o art. 476 do CC que “nos contratos 
bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode 
exigir o implemento da do outro”. 
 A “exceptio non adimpleti contractus” é uma exceção de 
inexecução, argüível apenas nos contratos bilaterais de execução 
instantânea, isto é, aqueles em que as obrigações são recíprocas e 
simultâneas. Cumpre observar que as obrigações serão simultâneas sempre 
que a lei ou o contrato não determinar a quem cabe primeiro cumprir a 
obrigação. Nessas obrigações simultâneas, cujas prestações devem ser 
cumpridas ao mesmo tempo, o contratante que ainda não cumpriu a sua 
obrigação não pode exigir o adimplemento da outra parte. Se o fizer, esta 
poderá defender-se com a “exceptio non adimpleti contractus”, também 
denominada exceção do contrato não cumprido, paralisando a ação, 
provocando, destarte, a extinção do processo sem julgamento do mérito, por 
carência de ação, em face da impossibilidade jurídica do pedido.
 Acrescente-se ainda que a “exceptio non adimpleti 
contractus” pode ser invocada ainda que o inadimplemento seja decorrente de 
caso fortuito ou força maior.
 Cumpre ainda mencionar a “exceptio non rite adimpleti 
contractus”, consistente na recusa ao cumprimento da prestação pelo fato de 
a outra parte ter cumprido a obrigação de forma parcial ou defeituosa. Na 
prática, o efeito é idêntico à “exceptio non adimpleti contractus”, com a 
diferença de que nessa última há uma inexecução total da obrigação, que 
sequer é cumprida pela parte que requer o adimplemento da obrigação. 
 Por outro lado, o contratante, que já cumpriu a sua 
obrigação, pode tomar, em relação ao outro, ainda inadimplente, uma das 
seguintes posturas: 
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CURSO A DISTÂNCIA – MÓDULO VII 
DIREITO CIVIL – CONTRATOS - PROFº FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS
a. ajuizar a ação de rescisão contratual cumulada com perdas e danos, 
invocando, para tanto, a cláusula resolutiva tácita; 
b. ajuizar ação visando o cumprimento do contrato, cumulando-a com perdas 
e danos. Trata-se aqui da chamada execução específica, que só não será 
possível nas obrigações personalíssimas. 
 Em contrapartida, o contratante, que ainda não cumpriu a 
sua obrigação, não poderá ajuizar ação em relação ao outro, também 
inadimplente, a não ser que efetue em juízo o depósito de sua prestação. De 
fato, por força da “exceptio non adimpleti contractus”, antes de cumprida a 
sua obrigação, nenhuma das partes contratantes pode exigir o implemento da 
outra. Por isso, não é lícito ao comprador demandar o vendedor para que lhe 
entregue a coisa vendida, a não ser mediante o prévio depósito judicial do 
preço da mercadoria.
 No tocante aos contratos de duração em que as obrigações 
são recíprocas, mas sucessivas, a “exceptio non adimpleti contractus” não 
pode ser invocada pela parte a quem cabe primeiro cumprir a prestação. Se, 
por exemplo, “A” compremeteu-se a efetuar primeiro o pagamento, para só 
depois receber a mercadoria, não poderá obstar o preço alegando que aquela 
ainda não lhe foi entregue. Todavia, se, depois de concluído o contrato, 
sobrevier, à parte que deve cumprir por último a obrigação, diminuição em 
seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela 
qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até 
que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-
la (art. 477). Portanto, nesse caso, duas opções se abrem ao contratante 
incumbido de cumprir primeiro a prestação, a saber: 
a. exigir que o outro cumpra, desde logo, a sua obrigação. Aqui as 
obrigações acabam se transformando em simultâneas. No exemplo acima, 
“A” poderia exigir a entrega da mercadoria mediante pronto pagamento; 
b. exigir uma garantia do outro contratante, como, por exemplo, um fiador. Caso 
o contratante, que está em dificuldade financeira, não atenda a uma dessas 
alternativas, o contrato se extinguirá, sem culpa de qualquer das partes, de 
modo que não haverá indenização pelas eventuais perdas e danos.
 Finalmente, cumpre chamar a atenção para a cláusula “solve 
et repete”, consistente na renúncia ao direito de a parte argüir a “exceptio non 
adimpleti contractus”. Uma vez pactuada essa cláusula, o contratante, 
conquanto as obrigações sejam recíprocas e simultâneas, deverá cumprir a 
sua prestação, a despeito do inadimplemento da outra parte. A cláusula “solve 
et repete” ordena ao contratante que primeiro pague para depois pleitear a 
repetição. Trata-se do único meio de afastar, de antemão, a “exceptio non 
adimpleti contractus”. Assim, por exemplo, numa compra e venda à vista, 
mediante a pronta entrega da mercadoria, o comprador deverá efetuar o 
pagamento, ainda que o vendedor não lhe entregue a mercadoria, ou vice-
versa, conforme quem seja o beneficiário da cláusula “solve et repete”. 
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CURSO A DISTÂNCIA – MÓDULO VII 
DIREITO CIVIL – CONTRATOS - PROFº FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS
CLÁUSULA RESOLUTIVA TÁCITA 
 Em todo contrato bilateral está embutida implicitamente a 
cláusula resolutiva tácita, consistente no poder de se pleitear a resolução da 
obrigação, com base na inadimplência da parte contrária.
 Esse assunto será desenvolvido quando abordarmos as 
formas de extinção do contrato. 
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CURSO A DISTÂNCIA – MÓDULO VII 
DIREITO CIVIL – CONTRATOS - PROFº FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS
QUESTÕES 
1. Quais os efeitos dos contratos bilaterais perfeitos? 
2. O que é “exceptio non adimpleti contractus”? 
3. A “exceptio non adimpleti contractus” pode ser alegada em qualquer 
contrato?
4. Qual a diferença entre “exceptio non adimpleti contractus” e “exceptio non 
rite adimpleti contractus”? 
5. A “exceptio non adimpleti contractus” pode ser alegada no contrato de 
não duração? 
6. Qual o efeito do acolhimento pelo juiz da “exceptio non adimpleti 
contractus”?
7. No caso de força maior é possível alegar a “exceptio non adimpleti 
contractus”?
8. Nos contratos de duração, se diminuir o patrimônio da parte que deve 
cumprir por último a obrigação, quais as providências que a outra parte 
pode tomar? 
9. O que é cláusula “solve et repete”? 
10. O que é cláusula resolutiva tácita?

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