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DUCART, Marcelo Ser palavra que roda, Filosofia, Futebol e Sociedade

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-“Ser palavra que roda” / Marcelo Ducart (UNRC) 
 
Ser palavra que roda 
Filosofia, Futebol e Sociedade 
 
 
 1 Por Marcelo Ducart 
(UNRC-Argentina) 
 
 
 
"Eles atender é sempre a campo de futebol no bairro. Lá mesmo improvisou uma festa com as cores do fim do 
mundo. Pararia o tempo e o mundo espontaneamente começou a girar em torno de que parte da bola de 
couro. Uma revolução copernicana estava nas mentes das crianças. Sem perceber, o ritmo de jogo foi colocar 
uma história diferente. O jogo foi uma oportunidade de dizer as coisas e, consequentemente, diga-se. Depois 
das risadas, pifiadas e, porque não, construíram-se algumas palavras de baixo calão, mitos e metáforas que 
deram conta dos seus medos e certezas. Nenhuma suspeita de que tais vozes traspiradas de carne e suor, 
eles estavam ensaiando novas respostas existenciais; sutis objecções às questões universais que sem dar 
muitos sinais de pulso em seus corações. Porque em última análise, a palavra foi como uma bola gigante, 
abraçando-os no êxtase do jogo... 
 
 
ma bola de futebol é como uma roda gigante de palavra. Um vasto oceano que é 
executado em cujas profundezas cruzam correntes, águas profundas de onda, são 
integradas em quebram as ondas e no momento menos esperado, são 
empurrados para horizontes desconhecidos. 
Futebol é sugestão e evocação, porque quando você decide jogar ele é franquear 
as fronteiras entre realidade e sonhos. Também é um brinquedo que se confunde com os 
corpos sob o ritmo das pinceladas e carícias. Uma desculpa que morde e é oferecida. 
Deixe repousar, animal de estimação e muitas vezes não oferece mais resistência do que 
a aparência exterior. Jogo de batentes, empurrar, aceno; goza quando alguns iluminados 
torna dormir entre os pés, ou também quando ondula é, entre tórax ou, melhor ainda, 
quando ela beija suas mãos sustentados. 
Esta palavra esférica apelidado de "futebol", feliz é a melhor metáfora para o que 
nós somos e o que dizer nesta vida: instrumentos nos pés (e mãos) dos outros. Esta 
muito longe de ser uma tragédia, o sentido mais amplo, que pode acessar um filhote de 
cachorro humano. Um não é um deles, no sentido estrito da palavra. Diga um, ou seja, 
outros, muitos outros, que eles se concretizam em mim; tensas e fundir-se com a minha 
voz. E eu aperto de dentro e de fora para continuar colocando meu sangue na terra como 
adubo da eternidade. E me atraem tecelagem em minha história tão original como 
semelhante unidirecional para os meus antepassados. 
Novos e antigos, o múltiplo e o simples, o passado e o futuro, deixam de se opor e 
não têm mais para jogar o mistério insondável da vida2 quando uma bola fica se 
movendo. Descobri naquele instante que silêncios e diariamente mortes, feridos e uma 
data de vencimento da carreira, eles também são bússolas dos navegantes que orientam 
a estética do campo de jogo. Quanta paixão! Como saber! Quanta magia! Quanto mística! 
Quanto êxtase mundano irradia esta palavra esférica...! 
U 
-“Ser palavra que roda” / Marcelo Ducart (UNRC) 
 
Aquele não é apenas um, também exclui as justificações mais sutis para ter o 
outro como simples objetos. Além disso, neste contexto, é possível dizer que "um" em si, 
mas apenas completada; há dizer "eu", significa realmente um deles. Desta forma não 
ousou expressar que: "Eu sou", ou "Eu estou contente", é o mesmo que dizer: "Eu sou um 
dos muitos para no encontro...", "eu sou por natureza e essência, destinado a atender a 
você e a nós. O self individual, é o status do seu relacionamento3. E se é verdade que os 
seres humanos "nascem", de alguma forma, para falar no encontro interpessoal, então a 
singularidade é baseada na alteridade. Experiência precoce é a "segunda pessoa, o 
definitivo você encarnando em amor. 
Temos muito a dizer! 
Mas vamos um pouco mais. A bola passa rolando humildemente despercebida 
entre os jogadores e a platéia entusiasmada. Tanto assim, que disse tudo sobre este 
esporte, ainda é para esclarecer a parte fundamental do jogo, o objeto do litígio: a bola. 
Futebol, como o próprio nome da bola, adquire um caráter fascinante ligado à 
perfeição da sua viagem e a incerteza que abre sua queda, em contraste para a euforia 
produzida pela sua ascensão. Finalmente, nossos jogos são resíduos de existência não 
lúdica (ou seja, do não-jogo) que manifestou-se de uma fase antiga da cultura. No futebol 
do que roda e seduz, manifestada antigas fantasias, mais ou menos dormentes, e 
portanto, o que constitui uma descarga. 
Nesta área cheia de símbolos, os monopólios e poderes, é um símbolo que 
alimentou a imaginação e permite a construção de fantasias destinadas a negar a perda 
magicamente satisfazendo desejos, como ocorre nos sonhos. Até o campo de jogo, 
rodeado por soberbos e impressionantes estádios, cai sob os pés e o feitiço desafiador de 
uma bola rolando. Porque é ela que, finalmente, configurar o espaço em que decorre a 
acção. Ela confronta os jogadores reúne dispersa-los, e é a razão para esta estratégia 
que pretende colocar no arco oposto. Uma falha imperdoável, portanto, se torna algo 
tanto desejado e temiam, cuja posse é um privilégio e a perda. 
Enquanto que, se este esporte de multidões chamado futebol é considerado por 
alguns como uma forma de linguagem universal, não é menos verdade que a bola que 
leva seu nome é o conteúdo dessa mensagem. Supõe-se positivo e liderança silenciosa 
mobilizar vinte e dois jogadores em um tribunal e de atraí-los para mais de uma hora 
antes dos olhos e os pensamentos de milhares de espectadores. Não é casual, mas essa 
liderança da bola. Sua forma esférica ligada com um dos símbolos mais antigos que a 
humanidade consegue, lembre-se sua influência em alguns filósofos como Parmenides ou 
poetas como Rilke. 
A esfera significa a maneira perfeita, que a consciência de uma e inteiramente, é a 
imagem do infinito e da eternidade. Desde os tempos mais remotos, homens jogam jogos, 
brutais, primitivos, como se quisessem familiarizar-se com esse objeto quase sagrado 
nessa misteriosa síntese entre a guerra e o partido, a terra e o céu com formas esféricas. 
E se o futebol como um esporte pode ser considerado como uma estrutura, um universo 
em constante movimento, é totalmente relevante para assumir, também, que a estrela 
-“Ser palavra que roda” / Marcelo Ducart (UNRC) 
 
mais acima que todos os planetas giram em dançarinos de órbitas à sua volta, é, sem 
dúvida, a bola rolar. 
Há muito a ser silenciosa 
Rajada de luz, a dor de reciclagem... Esta bola rolando também chamadas nós, 
nos torna desconfortável e desafiamos. Ele não respondeu com gritos, mas faz perguntas 
no silêncio do coração. Não resolve, mas também provoca conflitos. Não fornece fácil, 
mas especialmente difícil. Ele não explica, mas que na maioria das vezes, acabam 
complicando a existência de jogadores, treinadores como espectadores. Começamos de 
nossas inseguranças corporais enfrentá-los para superá-los. Não é um útero que nos livra 
da maioria dos perigos ao redor, mas o cordão umbilical cortado rapidamente vai para o 
deserto, pela luta de liberdade partilhada. 
Uma bola de futebol é a outra margem, medindo a distância e a proximidade com 
os outros. É a vertigem que gera a necessidade de sair de nós próprios, apesar de tantos 
sentimentos de fascinação, medo, desânimo e espanto. Tão temeroso em seus 
contornos, a bola de futebol é deixou domesticar facilmente por todos e, pior ainda, se 
chegamos para dar uma breve experiência estética através de um sentimento de 
harmonia e precisão, é sempre o resultado de momentos dolorosos da desorganização e 
desagregação. No entanto, o valor do sacrifício torna-se o balé. Um exemplo claro da 
disciplina como humano convertido em plasticidadepode subir como vencedor de todas 
as adversidades, ambos os fracassos como o sucesso. 
Mais do que apenas uma desculpa que morde 
Se só podíamos ouvir a mensagem silenciosa e escondida que vai estar chegando 
essa bola desculpa rolando, nós certamente chegaria para compreender o seguinte 
ensinamento de vida: 
"Ouça minha alegria enquanto eu sou apenas um balão de ar remendado, um 
pedaço de couro curtido. Eu sou de outros e ninguém mais. Eu sou um berço de 
ilusões e tristeza. Um monte de desejos Santos misturado com coisas mundanas. 
Eu sou uma massa de bagualas, sambas e tangos. E quando eu começar a rolar 
para fora o bom e o mau que há corações, assim as melhores intenções, nem os 
pensamentos mais sombrios para não morrer. Escute por favor, você que está 
acenando implorando o sucesso de cada ação, ouvir e pensar. Eu sou apenas 
uma costa em busca de sobreviventes perdidos no mar da vida. Não excluo 
ninguém, nem sábio, nem rico. Pobre nem atraente. Eu sou o eterno desejo de 
homens e mulheres que esperam voltar seus desejos. E apesar de tudo o que se 
pode dizer contra mim, eu ainda sou uma boa palavra que faz bem; uma 
oportunidade dos poucos remanescentes liberar tudo o que continha alegria não 
pode conter". 
Claro baixo estas impresso sentimentos na letra ilegível de uma bola, minha 
identidade humana é abrigada e a gosto. Sim, como um professor e um homem deste 
tempo, sinto-me confortável com apenas sendo uma bola silenciosa, comparativo de 
pouco valor no mercado. Utilizados e, em seguida, também sofre negligência como tantos 
-“Ser palavra que roda” / Marcelo Ducart (UNRC) 
 
outros. Um brinquedo que alimenta e canalizou-los de você caminhantes e aqueles que 
ficaram sem forças na extremidade da trilha. Uma palavra que assusta a tantos produtos 
de cúmplices de silêncios, de medo. 
Eu quero rolar e expandir o poder do jogo. Compreenda a filosofia de vida como 
uma inteligência não conformista. Porque eu reconheço que a tensão interna que me faz 
aspirar ao afastamento de uma utopia inatingível, como um indicativo de arco sempre 
insatisfeito, mas sedento s sonhos. Como uma bola de futebol, quer saber como o fogo 
que significa estas palavras: bondade e generosidade. Eu não quero ser um estranho 
feliz, cegos e surdos à língua desconhecida dos sinais simples. Eu quero permanecer fiel 
aos outros mesmo na derrota e naufrágio, emborcar para ser digno de sua amizade. 
Eu quero sentir sobre a plenitude da densidade de amizade desinteressada, a 
proximidade e a velocidade do amor partilhado. A carne que devora as distâncias e a 
energia que posso separar uns dos outros como adversários e inimigos. Eu quero 
carregar o peso dos outros como inegavelmente superior a todos os cálculos e don 
troféus humana sem queixas. Uma sabedoria oculta que escapam as razões e 
explicações, entrando sem aviso prévio e, assumidamente, que regimes de pausa, 
bandeiras antigas e agitar fora aqueles tão cheios de prateleiras vazias. 
Eu quero ser capaz de ouvir as vozes de tantos irmãos excluídos de toda a fama, 
desprezada por não ter sido a nível heróico dos poderosos. Tantos homens e mulheres, 
crianças e idosos, que lutam tranquilamente entre as rachaduras do sistema. E se minha 
surdez ainda perto de mim soa, não importa. Vou encher meu coração com silêncio e 
mantê-los comigo. E vou esperar ainda, porque ele virá sem dúvida amanhã e, com isso, 
minhas sombras vão desaparecer. E suas vozes vão se espalhar por todo o céu cantando 
músicas alegres de futebol. 
Em gratidão à inspiração de meus amigos e colegas da lengua portuguesa: Lino 
Castellani Filho, Sergio Manuel e Yara Carvallo, entre muitos outros. 
 
 
 
 
Bibliografia: Ducart, M. (2012) Aprender a desaprender. Acerca de los rituales pedagógicos; Material de Cátedra Epistemología y Educación Física; UNRC, Río Cuarto. Ducart, M. (2012) 
¿El maestro aparece cuando el estudiante está preparado?; Revista Hoja Aparte, Secretaría de Extensión UNRC, Año XVIII - Número 711, viernes 18 de mayo, Río Cuarto – Lochr, J. (1990) 
Fortaleza mental en el deporte; Edit. Planeta, Bs.As., pág. 9 - Manuel Sergio (2011) Filosofía do 
futebol; IDP, 3º Edicao, Portugal – Meszaros, I. (2008) La educación más allá del capital; Clacso, Bs.As. 
Notas 
 
1 Pesquisador e Professor responsável pela cadeiras diferentes: epistemologia, Antropologia e filosofia da 
educação física, departamento de educação física, Universidade Nacional de Río Cuarto (UNRC) Argentina. 
2 Pode-se dizer que, naquele momento de União em ação, a vida é experimentada como biologia (limitações) 
e biografia (talento). Tome consciência que pertence tanto para o registro da natureza e sentido nessa mistura 
de determinação e engenho, escrita e inscrito as histórias originais. Nós somos seres humanos, mas não tão 
mesmo em tudo. Já, mas ainda não... 
-“Ser palavra que roda” / Marcelo Ducart (UNRC) 
 
 
3 Este fato afirma que o ser humano como um projecto dinâmico e aberto rumo ao futuro, no sentido de um 
horizonte de sentido perturbador (ex-centrico), para o que não é. Ela também especifica que não há que nada 
terminou na expressão humana, tudo está em um processo contínuo de auto-realização, aberta para o infinito 
do outro. Estes objetos de dimensão dinâmica e histórica como ela têm sido, para algo mais estática e 
previamente definida (essencial).

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