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Creatina A creatina é um composto nitrogenado sintetizado pelo organismo e adquirida pela ingestão de alimentos como carne. A síntese desse composto é dada em duas etapas, sendo a primeira referente à transferência de um grupo amino da arginina para a glicina, formando guanidoacetato e ornitina; este composto é sintetizado nos rins e transportado para o fígado, ou no próprio fígado. No fígado, o grupo metil vindo da metionina forma o S-adenosilmetiona. Este processo é seguido pela transferência irreversível de um grupamento metila da S-adenosilmetiona para o guadnidoacetato formando assim a creatina. A partir daí, a creatina é liberada na circulação e captada pelo músculo. No músculo esquelético, encontra-se creatina na ordem de 120mmol/kg, representando cerca de 95% da quantidade total de Cr encontrada no organismo, sendo 60% desse total apresentado sob forma fosforilada (PCr). Os demais 5% são encontrados no fígado, coração, rins e cérebro. Sobre a atividade física, é atribuído à Cr o efeito de melhora do desempenho físico em atividades de alta intensidade e curta duração. Sabemos que a energia que permite a execução de uma determinada atividade física é advinda da perda de um fosfato do ATP. A medida que este ATP perde seu fosfato, sua ressíntese é iniciada, em um processo contínuo a partir do ADP + Pi. Durante o exercício intenso, a primeira via energética ativada é a da ATP-PCr, quando a energia necessária para a ressíntese de ATP é disponibilizada pela desintegração da PCr. A rápida degradação de PCr quando iniciamos uma atividade física moderada ou durante o exercício de alta intensidade é dada pelo maior potencial de transferência de grupamentos fosfato desse composto em relação ao ATP. Desse modo, a energia vinda da quebra de P + Cr é maior do que a energia vinda da quebra de um ADP + P, ou seja, a ressíntese do ATP acontece mais rapidamente quando o substrato que “libera” o grupo fosfato é a PCr. Assim, entendemos o motivo pelo o qual os estoques de PCr são praticamente esgotados no início de atividade moderadas e intensas. A reação da quebra da PCr é conhecida como “reação da creatina quinase”, por ser esta a enzima que catalisa a reação. Esta reação é reversível, ou seja, se a célula não estiver precisando de energia (produção de energia), essa reação ocorre no sentido contrário, produzindo e estocando PCr a partir de Cr e P “cedido” pelo ATP. Reserva de ATP muscular (início do exercício): ATP ADP + Pi PCr + ADP + H+ ATP + Cr Metabolismo oxidativo (recuperação do exercício): ATP ADP + Pi Pi + Cr PCr + ADP + H+ Em suma, a reação reversível da PCr em ATP é: ADP + PCr + H+ ATP + Cr Bobagens pra lembrar a função da creatina! Sabe aquela função de “nitro” ou “turbo” em jogos de corrida de carro? Que você ativa essa função, e ela faz com que o seu carrinho corra mais que os outros instantaneamente? Só que ela dura pouquíssimo tempo e demora um tempo até que você possa usar novamente (ressíntese)? Isso é a PCr no nosso organismo! A PCr é instantaneamente clivada quando o exercício de alta e moderada intensidades é iniciado, com o objetivo de formar uma nova molécula de ATP!
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