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Resumo de Geografia para a 1ª PP
Como a matéria veio se acumulando, vou retificar o resumo de testão, enriquecê-lo com detalhes importantes importantes, e e adicionar a matéria pós-testão, para que todos possam safar a PP.
***Sistema de Estados:
- Origens
	 O Estado, governo que vai estar associado a um território, e nesse território, o governante terá supremacia, soberania sobre este espaço, surge na Europa, contudo já havia existido na Grécia Antiga, as suas cidades-estado, tal como os países atuais, “independentes entre si”, como Esparta, Atenas e outras, entretanto a constituição do Estado como o conhecemos hoje, será marcada pela assinatura do Tratado de Vestfália (1648), que vai definir diversas normas para as relações entre os países, e conceitos como o de soberania nacional (a partir do momento em que um governo é reconhecido como sendo soberano sobre um certo território, suas fronteiras não serão questionadas, reduzindo assim os conflitos por território).
	Vai ser definida como razão de Estado, como um conjunto de interesses e necessidades da nação, da sociedade que deve ser suprida pelo Estado, e por serem necessidades prioritárias, a busca pela defesa desses interesses, se torna crucial, e mais importante que tudo, até mesmo que a moral e a ética.
	Durante o Absolutismo, o Estado estava corporificado na figura do rei, o rei era “tudo”, ele seria acima de todos, e de toda a sociedade, e era responsável por organizar todas as diversas esferas de administração: econômica, politica, religiosa, social, dentre outras. Mas, nessa época não havia ainda um sentimento nacionalista forte como veremos mais tarde, por exemplo, durante a Revolução Francesa. As pessoas se ligavam, relacionavam bem mais com o local que nasceram ou que vivem do que com a nação como um todo. Por isso, só com a queda, o declínio do Absolutismo, a ideia do rei como representante de Deus na Terra vai cair por terra, e o Estado-nação vai aparecer como sendo a sociedade como um todo associada ao território em que vivem, sendo esta sociedade marcada por um sentimento de nação bem mais forte que antes, já que não é o rei que é o Estado, como assim o disse Luís XIV, o Rei Sol, mas agora fica clara a ideia de que a nação, como um todo, será formada pela sociedade integrada como um todo.
	Quando o Estado é reconhecido pelos outros, e suas fronteiras são declaradas como sendo suas, é definido como sendo a condição jurídica de Estado, ou estatidade jurídica (soberania negativa, questões externas) ou seja, juridicamente, “oficialmente” ele existe.
	Quando o Estado tem uma economia forte, uma unidade nacional de território (sem que haja divisões ou territórios tomados por facções contrarias ao governo, e instituições politicas (estatais) fortes e capazes de cumprir as suas funções, define-se como sendo a condição empírica de Estado, ou estatidade empírica, (soberania positiva, realidade interna) ou seja, quando ele existe na prática, e é capaz de se manter independentemente de ajuda externa.
	Durante o século XX, com a descolonização da África, o Sistema de Estados se torna “universal”, já que passa a existir em todo o globo.
- Pensadores do Sistema de Estados
+ Nicolau Maquiavel – Ele escreveu um livro, chamado “O Príncipe”, para um monarca de Florença, uma região da atual Itália, que naquele momento estava em guerra, com diversos pequenos reinos e condados em disputa entre si, cada um buscando vencer os demais, a fim de centralizar o poder na região da península Itálica. No seu livro, ele vai definir o papel do governante/estadista e o do próprio Estado, influenciado pelo contexto de disputas territoriais dentro de sua região, as estratégias e decisões que o príncipe deveria tomar. Maquiavel vai dizer que o Estado tem de poder atuar livre e autonomamente, livrando até mesmo da ética e da moral, e indiretamente cortando a influência religiosa (da Igreja), da condução do Estado. Para ele, a razão de Estado passa pelo contexto militar, dada à necessidade do principado de se defender, garantir a sua própria segurança, e até mesmo, a fim de permitir a expansão territorial. O governante deve ser forte para se manter no comando nesse cenário de conflitos constantes, “o fim justifica os meios”, qualquer medida é válida para se atingir os objetivos, seja ela legal ou não, ética ou não. 
+ Hugo Grotius – Holandês autor de dois livros, um deles tratava sob a liberação dos mares para as rotas comerciais, e o outro, tratava sob as relações entre os países nos períodos de paz e de guerra, ou seja, falava de normas, de leis e regras que deveriam ser estabelecidas para que as nações se relacionassem entre si, a guerra destrói os países, e principalmente a economia. Grotius afirma que a fim de evitar o caos econômico são necessário estas tais regras, para se evitar que os países entrem em colapso. Ao assumir esta posição, o autor diz que a razão de Estado passa pela área econômica – vital para uma nação – e não, a área militar como dizia Maquiavel. Através deste livro, Hugo Grotius lança os fundamentos do Direito Internacional.
+ Thomas Hobbes – Em seu famoso livro O leviatã, Hobbes afirma que a sociedade antes do surgimento do Estado, vivia no chamado “Estado de Natureza”, uma situação em que a ausência de poderes sobre os homens, os levaria a se autodestruírem, no que ele chamou de a “guerra de todos contra todos”. Os humanos então veriam a necessidade de criarem um poder superior a eles, a fim de que pudesse regular os excessos de cada uns dos homens. Os humanos então estariam firmando um contrato, aonde desiste de parte de suas liberdades para o Estado, para que este pudesse intervir e evitar que um indivíduo fizesse mal ao outro, contudo como ele dizia que esse Estado deveria ser despótico e absoluto, ou seja, a sociedade não poderia questionar o governo, já que através do consenso da própria sociedade, foi instituído o Estado. Isso levou Thomas Hobbes a se tornar um dos principais teóricos do absolutismo, já que através de seus pontos de vista defenderia o direito do poder absoluto do rei, que era na realidade a materialização do contrato social feito pela sociedade, já que o monarca era o próprio Estado. A ideia de Leviatã, foi retirada da bíblia, um grande e cruel animal marinho, que impede que os peixes menores e mais fracos sejam devorados pelos maiores.
+ John Locke – Em seu livro, “Dois tratados sobre o governo civil”, vai pegar emprestado as ideias de Hobbes, mas para limitar o poder real. Para Locke, todo homem ao nascer é uma tábula rasa, o que representa que todos os homens nascem iguais, o que tiraria do rei, a ideia do direito divino ao poder. Além do mais, ele afirma que se foi através de um contrato social que foi criado o governo, então a sociedade civil tem o direito e o dever de julgar e avaliar o trabalho realizado pelo Estado, resumindo ao contrário da ideia de Hobbes, que dizia que a sociedade não poderia criticar os seus estadistas, para Locke, a comunidade nacional teria a capacidade e a habilidade de poder criticar ou até mesmo mudar seus governantes, de forma que a sociedade não perca suas liberdades.
+ Montesquieu – Autor da obra “Do espírito das leis” que afirma em seu livro, que a nação deve ser governada por leis e não por homens, afirmando assim, que a população não deve estar sujeita a poder despótico e absoluto de um rei, um homem como qualquer outro que deve decidir sobre todos os aspectos da sociedade, e sim a leis e que deveria haver uma Constituição que regeria não só a população, mas também ao governante. Ele vai pregar a necessidade da separação dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), que seriam interdependentes entre si, e que seriam capazes de regularem um ao outro, evitando assim excessos de um dos poderes, e também o direito ao voto, contudo apenas para uma parcela da população – a burguesia – o restante da sociedade não era considerada apta a participar da vida politica, na democracia representativa.
+ Jean-Jacques Rousseau
– Filósofo que vai se posicionar de forma bem radical, já que sua crítica vai se dirigir à burguesia. Para ele, o contrato social institui o Estado, e ao contrário dos outros pensadores, o “estado de natureza”, era um estágio de inocência, felicidade e harmonia, contrariando a concepção de Hobbes. Ele prega o sufrágio universal, isto é, o direito ao voto por toda a população, e não uma parcela específica da população, como dizia por exemplo, Montesquieu, que apoiava a ideia de privar parcela da população ao voto, baseado na quantidade e qualidade de propriedades. Ele dirige pesadas críticas à sociedade capitalista, afirmando que os problemas do mundo passaram a existir a partir da criação da propriedade privada, criticando assim a desigualdade social.
Observação 1: O professor comentou sobre tópicos importantes → o primeiro, trata sobre a ideia de soberania territorial e Estado-nação, no contexto de um mundo em processo de globalização e recheado de movimentos regionais (blocos econômicos), passam a ser mais relativos. No caso da União Europeia, os países desistiram de parte de sua soberania, de seus poderes para serem governados pelas instituições europeias (do bloco), sem contar o caso dos “estados-regiões”, áreas que tem uma importância econômica importante para a nação, e que forma um elemento diferente do resto do país, mas que não buscam independência, mas sim autonomia regional, a fim de poderem tomar as ações que melhor satisfizerem os interesses econômicos da região. E as cidades globais, de forma semelhante, atuam como “cidades-regiões” ou “cidades-estados”, em que se diz que elas e relacionam de forma mais direta com o mundo do que com o resto do território nacional, o que pode ser visto, pela quantidade e intensidade de relações que as pessoas nessa cidade fazem com outros locais ao redor do planeta. De acordo, com os teóricos globalistas, haveria uma dissolução do Estado, ou seja, ele deixaria de existir, o que viu-se que não aconteceu, mas pode sim se dizer que o Estado e a ideia de soberania como era antigamente, não existe mais.
Observação 2: Outro tópico importante, vem da questão levantada por um autor, Jackson, que vai decorrer sobre os por ele chamados de “Estados Falidos”, são países que possuem estatidade jurídica, mas não empírica (ver início do resumo), ou seja, existem legalmente e são reconhecidos internacionalmente, mas não têm condições de se sustentarem. Por exemplo, alguns países da África, como a Somália.
- Teoria das Relações Internacionais
	O estudo das relações internacionais existia desde o Tratado/Paz de Vestfália(1648), mas vai se firmar como disciplina a partir da 1ª Guerra Mundial, a partir da necessidade que foi vista de se evitar um outro conflito daquela magnitude, já que até então, nenhuma guerra havia sido tão devastadora, o que ocorreu graças à implantação de diversas tecnologias nos combates (avião, tanque, e outras). As relações internacionais deveriam estar ao acesso mais livre das pessoas, e não somente, aos governantes e militares.
	As analises eram feitas pela História, ou pela Geografia, ou pela Política, ou ainda o Direito e geravam visões parciais sobre as relações internacionais, então elas passam a surgir como disciplina, a fim de se formar profissionais que sejam capazes de analisar estas relações de uma forma mais completa e integrada.
	No pós-2ª Guerra Mundial, os EUA se tornam uma hegemonia, e como o mundo havia mudado e se tornado mais complexo, já que agora havia as armas nucleares, que alteraram as relações de poder entre os países, mas também a descolonização da África, que fez com que emergissem no contexto mundial muitos novos países, além disso, as diversas consequências da globalização e da 3ª Revolução Industrial, se mostra necessário desenvolver a disciplina de relações internacionais a fim de que pudessem se manter como grande potência hegemônica. O que vai fazer com que boa parte do material produzido relacionado à Relações Internacionais seja produzido por lá, relacionado com as mais diversas situações e regiões, tanto que o idioma padrão das RI (relações internacionais) é o inglês.
	Houve um primeiro grande debate de RI, pós 1930, que foi dar origem a duas teorias de relações internacionais. 
	A primeira delas é o LIBERALISMO IDEALISTA/UTÓPICO, que vai pregar uma menor intervenção dos Estados na economia, um comércio mais livre, ideias essas que vão se desenvolver bastante no início do século XX, já que interessavam bastante para os Estados Unidos.
	Woodrow Wilson, foi presidente americano por dois mandatos, na década de 1910. Diversos de seus princípios (as chamadas 14 teses, os princípios wilsonianos) serviram de base para os teóricos da liberalismo idealista. Um deles era a ideia de organizações internacionais, que vão servir para regulamentar juridicamente, através de leis e acordos, para garantir uma paz mais duradoura. A Liga das Nações, vai surgir dessas ideias, e tinha a missão de guiar a política externa dos países membros, a fim de se evitar os conflitos e garantir uma paz mais duradoura.
	Para os liberalistas é necessária uma menor intervenção estatal na economia, menor protecionismo econômico, e de acordo com eles, o comércio teria a capacidade de atrair os povos, mantendo-os num clima de paz mais duradoura, todos estariam crescendo e se desenvolvendo, num ideal de “ajuda mutua”, todos têm a ganhar, o chamado “jogo de soma positiva”, que seria atingido através dessa liberação e expansão do comércio a nível internacional.
	Ironicamente, os Estados Unidos, apesar de aparecerem como um dos grandes idealizadores da Liga das Nações, não participam dela, já que a entrada não foi aprovada pelo Congresso americano, de onde faziam parte congressistas isolacionistas.
	Outra ideia dos liberais utópicos, é que países que vivem em regimes de democracia, não fazem guerra, fazem acordos de paz, e também acordos econômicos. Ou seja, era necessário, que a democracia liberal se espalhasse pelo globo, a fim de que pudesse desenvolver o comércio e assim, obter a paz.
	Um princípio wilsoniano importante, é o ideal de “autodeterminação dos povos”, ou seja, a soberania dos países em primeiro lugar, apoiando a ideia de “não intervenção”, já que os países teriam condições de decidir e tomar as melhores decisões para suas realidades.
	Partindo da ideia de Rousseau de que o homem seria bom, fica claro que as instituições é que o corrompem, afirmando assim que foram as instituições europeias do final do século XIX e do inicio do seculo XX, estavam corrompidas e agindo de maneira errada, o que levou a 1ª Guerra Mundial.
	Assim, o liberalismo utópico vai se basear em três pilares: organizações internacionais, o livre comércio e a democracia, como meio de se obter a paz.
	Mas, as ideias do liberalismo idealista não serão capazes de se sustentar.
	
	A crise econômica de 1929, vão desmontar o contexto que havia até então, e que havia servido de base para o liberalismo idealista. Os Estados em épocas de crise, vão intervir na economia e instaurar um protecionismo econômico, para tentar recuperar a economia. Além disso, conforme se avança na década de 1930, se veem certos ressentimentos que vieram da 1ª Guerra Mundial começam a fazer parte da política de governo, e daí que começa a ser visto ideologias como: nazismo (Alemanha, que havia sido fortemente humilhada no pós 1ª guerra), fascismo (Itália), e outros.
	Tudo isso vai mostrar que nesse primeiro debate, o liberalismo utópico vai ser “derrotado”, apesar de continuar existindo, elas foram deixadas de lado, por grande parte dos intelectuais de RI.
A partir daí, veremos a ascensão de uma outra teoria de RI, o REALISMO. Uma característica importante é que os autores de RI ligados ao Realismo, vão se basear nos autores realistas clássico, por exemplo, Tucídides, com a sua obra, A Guerra do Peloponeso.
	Teremos dois autores que serão fundamentais nesse aspecto, Edward H. Carr, e Hans Morgenthau. O primeiro vai ser a referencia
do realismo contemporâneo, e o segundo vai ser a grande influência na política externa norte-americana.
	O realismo tem uma visão pessimista da realidade, e vai partir dos princípios de que as pessoas são más, e só agem de forma a buscar os seus interesses, e que a realidade é imutável. Os Estados podem colaborar entre si, mas não com o simples ideal de cooperarem entre si ou de maneira altruísta, deve se ver a realidade de maneira realista e sem ingenuidades. As nações podem colaborar entre si, mas somente se isto for beneficiar ambas as partes.
	Para os realistas, os Estados são os atores fundamentais nas relações internacionais, já que são eles que determinam as ações de cada nação, eles que declaram guerras. Tudo isso com o objetivo de ganhar poder e influência. Esse seria o grande objetivo dos Estados, conseguir o máximo possível de poder. Além disso, para eles há uma diferença entre política externa e interna, na verdade, para eles, o realismo deve ser utilizado como princípio para a política externa (High Politics), e o liberalismo para a política interna (Low Politics).
	Sendo assim, podemos resumir o realismo em alguns pontos: o sistema de estados é anárquico, os Estados buscam ganhar mais poder, não importando o que deva ser feito para alcançar o objetivo, análises baseada numa visão realista de mundo, e que a realidade é imutável, os Estados somente cooperam entre si quando há benefício para eles, e quando a relação Custo x Benefício é favorável a eles.
	Outra corrente do realismo é o NEORREALISMO, que vai possuir uma visão positivista da natureza dos homens, daí vai ser afirmado que a razão pode ser utilizada analisar as RI, e que deve se estudar o sistema de Estados, já que este influencia cada um dos países, daí diz-se que é possível prever os cenários das relações internacionais. Tentando pôr as Relações Internacionais, nos moldes das Ciências Naturais, ou seja, através de experimentação e fatos.
	
	Mais tarde, com o advento da 3ª Revolução Industrial, o avanço da globalização, o desenvolvimento das comunicações, e a Guerra Fria, a realidade do mundo se tornou ainda mais complexa, e começaram a aparecer diversas críticas ao realismo. O mundo se tornou mais interligado, interdependente, contrariando as teses realistas.
	A partir desse período, ganha importância, o NEOLIBERALISMO, que vai retornar com alguns dos preceitos do liberalismo, como a crença na capacidade de dissuasão de conflitos das organizações internacionais, como a ONU, e a ideia de que a área social e o bem-estar são mais importantes que a área militar.
	Outras de seus ideias: a ideia de que os Estados não são os únicos atores nas RI, diversos outros atores como organizações internacionais, grandes conglomerados, dentre outros, teriam participação significativa nas relações internacionais, outra ideia importante é o conceito reutilizado pelos neoliberais, de que democracias não fazem guerras, e buscam resolver seus conflitos de forma pacífica.
	Resumindo os pilares, teremos: democracia como fundamento para a busca da paz, pouca intervenção estatal na economia, colaboração dos Estados entre si sendo necessária já que os Estados são interdependentes, pluralismo de atores participantes nas RI, e a valorização das organizações internacionais.
*** O Liberalismo nas Relações Internacionais, vai se apresentar de algumas formas, sendo elas:
Liberalismo sociológico – Vai falar no pluralismo, isto é, o Estado não é o único ator, o único participante das RI's, mas na verdade existem vários outros, tais como: Organizações internacionais (ex: ONU), mega transnacionais (ex: Volkswagen, Chevrolet, etc...), que quando não atuarem diretamente nas relações interestatais, vão se fazer pressionando o Estado, se utilizando de seu poder e influência.	
	Nesse cenário, repleto de atores, a força militar, o poderio bélico se torna menos eficiente e menos útil, havendo a necessidade então de se vencer os conflitos e os embates através da persuasão, ou pelo poderio financeiro e econômico, por exemplo.
	A esse fenômeno chamamos de “interdependência complexa”, com a maior atuação de nos personagens nas RI's, as nações dependem umas das outras entre si, e também destes novos personagens. Além disso, a modernização e a globalização também contribuem nesse processo, já que as relações econômicas e comerciais se tornaram mais diversificadas e complexas.
	Segundo os liberais, isso vai gerar um espírito geral de cooperação entre os estados, que terá como grande consequência, a redução do número e intensidade de conflitos. As nações nesse momento, seriam aliadas, e portanto não teriam motivos, razões, nem muito menos condições para entrarem em guerra umas contras as outras.
Liberalismo Institucional – Este aspecto vai debater sobre as instituições internacionais, e sua capacidade de ordenar a anarquia do sistema internacional, e evitar que um país possa agredir ou causar algum prejuízo ao outro a seu bel-prazer, até porque como as decisões são tomadas em conjunto, isso incentiva a presença de consenso e cooperação entre os Estados, que devem concordar entre si, para que a instituição como um todos possa progredir.
	As instituições internacionais (UE, OTAN, etc..) detêm um conjunto grande de normas e regras pode ser chamada pelo nome de “regimes”. (regras=regimes)
Liberalismo Republicano – Basicamente vai ser o que vai ser dito em relação a isso, é que as nações democráticas, republicanas, não entram em conflitos, já que a sua própria população não aceitaria a guerra, e imporia a sua vontade sobre o Estado. Além disso, segundo os teóricos que apoiam esta teoria/tese, creem também que as nações democráticas têm uma maior tendência a cooperar com as outras, assinar acordos e tratados, fato este que colaboraria também para evitar ou amenizar os conflitos entre os países.
***Escola Inglesa ou Racionalista – Resumindo, vai ser outra teoria que vai incorporar princípios realistas e também liberais, numa teoria mista, por assim dizer. Os teóricos que apoiavam essa visão, tinham como maior expoente, Heddley Bull. 	
	Os racionalistas diziam que nas relações internacionais existem vários atores (pluralismo, ideia dos liberais), mas também afirmam que os Estados eram os atores principais (principio realista). Ou seja, as relações não só baseadas no conflito, e a busca do próprios interesses, como diziam os realistas, mas também existia a cooperação, como afirmavam os liberais. 	
	Esses estudiosos viam o mundo, como um agregado de nações interligadas, direta ou indiretamente entre si, através da política, economia, cultura, etc.. E por possuírem valores e as vezes interesses comuns, estes formavam uma especie de sociedade entre si, levando a essa escola a receber outro nome, “Sociedade Internacional”, que mostra bem, essa noção de países interligados, 
regidos por normas internacionais, e participando de organizações internacionais (ONU, por exemplo).
Adendo: --->>>> MARXISMO: As ideias de Marx foram baseadas na luta de classes, por ele declarada, entre a burguesia (a classe rica, detentora do poder e que explora o resto da população), e o proletariado (a classe explorada, a grande massa de mão-de-obra que atende aos interesses da burguesia não só pela coerção desta, mas também pela ideologia, utilizada com o fim de fazer com que esta massa, aceite todas as ordens, e as explorações). Mas, são por vezes, estendidas para o contexto da Relações Internacionais, por exemplo, diz-se que há os Estados, mas também os atores não estatais, mas também baseados na ideia da luta de classes, o combate entre os dominadores e os dominados (no caso da Ri's, as potencias e os países subdesenvolvidos). O homem, tal e qual o liberalismo diz, é bom, mas não é capaz de satisfazer, de se realizar completamente, por causa da exploração que sofre todo o tempo, das camadas sociais mais ricas e poderosas.
	Hegemonia & Ideologia 
----->>> IDEOLOGIA: Um conjunto de ideias e valores que vão definir
uma visão de mundo, e que são aceitos sem hesitação ou questionamento. Por exemplo, se alguém comenta com você sobre a opinião dele em relação a politica brasileira, o que deveria ser feito para melhorá-la, e você ouve e assimila, sem ao menos, pensar se você também acha correto ou mesmo a melhor opção. Em geral, esse conceito vai ser aplicado à massa, ou seja, esse conjunto de valores e ideias vão ser direcionados a população como um todo, de forma a guiar o comportamento desse coletivo. Como por exemplo, no Brasil, se diz que futebol, politica e religião não se discute. É uma ideologia que nos leva a aceitar congressistas cada vez mais corruptos, podemos até não gostar da situação, mas não faremos nada para alterá-la.
	Para Marx, isso será utilizado com o objetivo de gerar uma falsa consciência nas classes sociais, que seriam “oprimidas” pela classe preponderante, a burguesia, de forma que pudesse haver uma relação de dominação da segunda sobre a primeira, sem que esta se rebelasse ou contestasse seu modo de vida.
	Esse conceito de ideologia vai aparecer nas hegemonias.		
	HEGEMONIA --->>> Essa palavra vem do grego “egemón”, e que quer dizer, direção suprema. Aplicando nas RI's, o Estado hegemônico será aquele que vai ter influência sobre os outros, através de sua preeminência (destaque, capacidade destacada) na politica, economia, cultura. 
E dessa influencia, vai surgir a possibilidade de impôr diversas situações ao países mais fracos para beneficiar a potência hegemônica. Através de dois métodos, isso vai acontecer: a coerção e o consenso. A coerção, é o “hard power”, o poder bruto sendo utilizado principalmente nas áreas militar, politica, econômica, através de intervenções militares no território deste outro pais, como também por sanções politicas e econômicas, que vão ser copiadas por diversos países, aliados e subordinados ao “egemón”. Contudo, a potência hegemônica, como guia, líder das outras nações, não pode sempre se utilizar desse poder bruto, senão perderá seu prestígio no meio internacional, e passará a ser visto como um inimigo comum a todos, perdendo assim sua hegemonia. Ele também precisa utilizar o chamado “soft power”, ou poder brando, o convencimento através de formas mais indiretas, tais como: a cultura, as ideologias, valores. Sendo assim, a nação hegemônica tem de saber dosar cada um dos dois, “hard power” e soft power”, para que possa manter seu cargo de líder mundial. 	
	Todavia, a hegemonia passa a ser um modelo a ser seguido, e por vezes, pode ser que uma outra nação, copiando o exemplo do “egemón”, acabe por superá-lo em poder, tornando o novo líder global. A isso, os autores dão o nome de “liderança contra a própria vontade”, ou seja, as hegemonias podem perder seus postos tão somente por serem exemplos a serem seguidos, o que não como se combater.
 	Outra definição de hegemonia, pode ser vista abaixo, dada pelo teórico Norberto Bobbio: 
“O conceito de hegemonia nasceu com Antonio Gramsci, referente,
 principalmente, ao domínio de uma classe social sobre outra.
 Contudo, o termo hegemonia, usado nas relações internacionais,
 se refere a uma supremacia de um Estado dentro de um sistema.
 No caso, a potência hegemônica tem capacidade para exercer
 uma preeminência militar, econômica e cultural, condicionando
 os demais Estados por meio de seu prestígio e/ou de seu poder
 de intimidação e coerção. Assim, o conceito de hegemonia implica 
uma relação interestatal de potência, não necessariamente pelas armas,
 mas também pelos itens citados acima.”
	Antônio Gramsci, foi um filósofo marxista que definiu o conceito de hegemonia, mas como era de praxe, para os marxistas, aplicando a luta de classes, foco do estudo de Marx. Contudo, esses conceitos, podem ser utilizados no contexto das Relações Internacionais, o que fez dele um dos principais teóricos das RI's nessa área de atuação.
	Outro importante pensador nesse ramo de estudo, foi Giovanni Arrighi, um “declinista”, com sua teoria dos ciclos hegemônicos, basicamente para ele, as hegemonias não são eternas, elas tem um começo, meio e fim, num ciclo constante e repetitivo. O nome declinista, indica a crença de que por exemplo, os Estados Unidos, estejam terminando seu ciclo hegemônico
	Esse ciclos estariam constituídos por algumas fases, que se repetem em cada ciclo:
---Caos Sistêmico: O momento que antecede o surgimento da nova hegemonia, destacando-se pela falta de controle, ou de um poder central, fazendo com que os países não tenham parâmetros do que vai ser feito, ou o que deve ser seguido.
---Gestão de uma Hegemonia: É o momento que aparece o novo “egemón”, o líder que vai ajudar a tirar o mundo do caos e da crise em que se encontravam.
---Sustentação da hegemonia: É tão somente, a manutenção da potência hegemônica, no seu posto de “guia” para as outras nações, através do uso do “hard power” e também do “soft power”.
---Hegemonia de um Estado: “Liderança contra a própria vontade”, o poder hegemônico vai servir de exemplo a ser copiado, e algumas nações vão crescer seguindo os passos da hegemonia, as vezes com um destaque especial, um pais que vem crescendo enormemente, e já se pergunta, se esse novo pais teria condições de exercer a hegemonia.
---Crise da hegemonia: A potência hegemônica, começa a ter seu poder questionado, tanto na ambiente externo (outros países) como no interno (a própria população), o que pode levar a uma reformulação do poder hegemônico, ou a perda deste para outra nação, o que reiniciaria todo o ciclo novamente.
Esse sistema de ciclos, apesar de explicar muitos fatos que ocorrem é criticado por diversos autores, já que por esse sistema, nada muda, e não existiriam as revoluções e as mudanças na forma do governo exercer seu poder, só há repetição. Os grandes eventos e fatores que ocorrem no cenário global, não são decorrentes de ciclos repetitivos, mas de eventos específicos, que correspondem a um momento na história e a um local no espaço. Por exemplo: guerras, crises, crescimentos (econômicos, territoriais, etc...), são decorrentes de situações especificas, da constante mudança do sistema global e não de uma repetição.

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