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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO Curso de Extensão - 2004 Prof. Robledo Fernandes Carazzai FACULDADE PITÁGORAS DE LONDRINA DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES, ELETRODUTOS E ATERRAMENTO INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 1 Esta apostila tem como objetivo orientar como fazer o levantamento de carga elétrica projetada e especificar como fazer as especificações dos condutores e eletrodutos a serem utilizados. "Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou não fazer algo só depende de nossa vontade e perseverança." (Albert Einstein) INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 2 1. Descriminação de cargas projetadas conforme tipo de utilização ............................................... 3 1.1. Iluminação ............................................................................................................................ 3 1.2. Tomadas ............................................................................................................................... 3 1.2.1. Tomadas de uso geral (TUG) ....................................................................................... 3 1.2.2. Tomada de uso específico (TUE)................................................................................. 4 2. Divisão das cargas por circuito .................................................................................................... 4 3. Condutores ................................................................................................................................... 5 3.1. Dimensionamento dos condutores do circuito .......................................................................... 6 3.1.1. Dimensionamento do condutor da fase do circuito por queda de tensão ........................... 6 3.1.2. Dimensionamento do condutor de fase do circuito por capacidade de corrente (ampacidade) ................................................................................................................................ 9 3.1.3. Dimensionamento do condutor neutro do circuito ........................................................... 10 3.1.4. Dimensionamento do condutor de proteção ..................................................................... 10 4. Dimensionamento dos disjuntores ............................................................................................. 10 4.1. Dimensionamento dos disjuntores de circuitos terminais ....................................................... 11 4.2. Dimensionamento do disjuntor de circuito de distribuição .................................................... 11 5. Dimensionamento da entrada de serviço ................................................................................... 11 5.1. Aterramento da entrada de serviço ..................................................................................... 11 6. Dimensionamento de eletrodutos ............................................................................................... 12 7. Dimensionamento do quadro de distribuição............................................................................. 12 7.2. Dimensionamento dos barramentos do quadro ....................................................................... 13 7.1 Configurações de quadros de distribuição ............................................................................... 13 ANEXO A .......................................................................................................................................... 14 ANEXO B .......................................................................................................................................... 14 ANEXO C .......................................................................................................................................... 14 ANEXO D .......................................................................................................................................... 15 ANEXO E .......................................................................................................................................... 15 ANEXO F .......................................................................................................................................... 16 ANEXO G .......................................................................................................................................... 16 ANEXO H .......................................................................................................................................... 17 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 3 1. Descriminação de cargas projetadas conforme tipo de utilização A seguir serão descritos a classificação dos pontos elétricos de utilização. 1.1. Iluminação A potência consumida em cada ponto de iluminação será a potência indicada nas lâmpadas instaladas multiplicada pelo fator de potência indicado pelo fabricante (no caso de lâmpadas incandescentes o fator de potência é 1, no caso de lâmpadas fluorescentes a especificação está no reator). A potência de iluminação para cômodos ou dependências residenciais e acomodações de hotéis, motéis, dentre outros similares, deverão obedecer as seguintes características. ÁREA POTÊNCIA MÍNIMA ≤ 6 m2 100 W ≥ 6 m2 100 W para os primeiros 6 m2 mais 60 W para cada 4 m2 adicionais. Obs.: Com pelo menos um ponto de luz fixo no teto controlado por interruptor na parede. Em banheiros, caso haja pontos de luz na parede, instalar a uma distância mínima de 60 cm do boxe. 1.2. Tomadas Em projetos de instalações elétricas utilizam-se dois tipos de nomenclaturas para identificar as tomadas. 1. TOMADAS DE USO GERAL, chamadas de TUG; 2. TOMADAS DE USO ESPECÍFICO, chamadas de TUE. 1.2.1. Tomadas de uso geral (TUG) Em residências, hotéis, motéis e similares, as tomadas de uso geral devem der alocadas de acordo com os seguintes critérios: - Banheiros, pelo menos uma tomada junto ao lavatório, a uma distância mínima de 60 cm do boxe; - Cozinhas, copas, copas-cozinha, áreas de serviço, lavanderias e similares, no mínimo uma tomada para cada 3,5 m, ou fração de perímetro, sendo que acima de cada bancada com largura igual ou superior a 0,30 m, deve ser prevista pelo menos uma tomada; - Subsolos, garagens, sótãos, halls de escadarias, varandas, salas de manutenção, salas de bombas dentre outros similares, deve ser previsto no mínimo uma tomada. Os circuitos que atendam estes locais devem-se atribuir no mínimo 1000 VA. - Demais cômodos ou dependências, para áreas inferiores a 6 m 2 , pelo menos uma tomada, para áreas superiores a 6 m 2 , pelo menos uma tomada para cada 5 m, ou fração de perímetro, espaçadas uniformemente. As potências a serem distribuídas às tomadas de uso geral, também dependem das localizações das mesmas: - Banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinha, áreas de serviço, lavanderias e similares, no mínimo600 VA por tomada, até três tomadas, e 100 VA por tomada, para as excedentes, considerando cada cômodo em separado; - Demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por tomada. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 4 1.2.2. Tomada de uso específico (TUE) Para determinar a potência das tomadas de uso específico deve-se atribuir a maior potência conhecida do determinado aparelho a ser alimentado. A alocação das TUE depende da necessidade de cada cômodo ou dependência, como chuveiros, máquinas de secar roupa, ar-condicionado, dentre outros. Devem ser instaladas no máximo a 1,5 m do local previsto para o equipamento a ser alimentado. A seguir encontra-se uma lista de potências médias de alguns equipamentos: Aparelhos Elétricos Potência Média (Watts) Aparelhos Elétricos Potência Média (Watts) ABRIDOR/AFIADOR 135 GELADEIRA 1 PORTA 200 AFIADOR DE FACAS 20 GELADEIRA 2 PORTAS 300 APARELHO DE SOM 3 EM 1 80 GRILL 900 APRELHO DE SOM PEQUENO 20 IOGURTEIRA 26 AQUECEDOR DE AMBIENTE 1550 LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA - 11W 11 AQUECEDOR DE MAMADEIRA 100 LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA - 15 W 15 AR CONDICIONADO 7.500 BTU 1000 LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA - 23 W 23 AR CONDICIONADO 10.000 BTU 1350 LÂMPADA INCANDESCENTE - 40 W 40 AR CONDICIONADO 12.OOO BTU 1450 LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA - 60 W 60 AR CONDICIONADO 15.OOO BTU 2000 LÂMPADA INCANDESCENTE -100 W 100 AR CONDICIONADO 18.OOO BTU 2100 LAVADORA DE LOUÇAS 1500 ASPIRADOR DE PÓ 1000 LAVADORA DE ROUPAS 500 BATEDEIRA 120 LIQUIDIFICADOR 300 BOILER 50 e 60 L. 1500 MÁQUINA DE COSTURA 100 BOILER 100 L. 2030 MÁQUINA DE FURAR 350 BOILER 200 a 500 L. 3000 MICROCOMPUTADOR 120 BOMBA D´ÀGUA 1/4 CV 420 MOEDOR DE CARNES 320 BOMBA D`ÁGUA 1/2 CV 790 MOSQUITEIRO 80 BOMBA D`ÁGUA 3/4 CV 700 MULTIPROCESSADOR 420 BOMBA D`ÁGUA 1 CV 1140 NEBULIZADOR 40 BOMBA AQUÁRIO GRANDE 10 OZONIZADOR 100 BOMBA AQUÁRIO PEQUENO 5 PANELA ELÉTRICA 1100 CAFETEIRA ELÉTRICA 600 OZONIZADOR 100 CHURRASQUEIRA 3800 PIPOQUEIRA 1100 CHUVEIRO ELÉTRICO 5000 RÁDIO ELÉTRICO GRANDE 45 CIRCULADOR AR GRANDE 200 RÁDIO ELÉTRICO PEQUENO 10 CIRCULADOR AR PEQ/MED 90 RÁDIO RELÓGIO 5 CAFETEIRA ELÉTRICA 600 SAUNA 5000 COMPUTADOR/IMPRESSORA/ESTABILIZADOR 180 SECADOR DE CABELO GRANDE 1400 CORTADOR DE GRAMA GRANDE 1140 SECADOR DE CABELOS PEQUENO 600 CORTADOR DE GRAMA PEQUENO 500 SECADORA DE ROUPA GRANDE 3500 ENCERADEIRA 500 SECADORA DE ROUPA PEQUENA 1000 ESCOVA DE DENTES ELÉTRICA 50 SECRETÁRIA ELETRÔNICA 20 ESPREMEDOR DE FRUTAS 65 SORVETEIRA 15 EXAUSTADOR FOGÃO 170 TORNEIRA ELÉTRICA 3500 EXAUSTOR PAREDE 110 TORRADEIRA 800 FACA ELÉTRICA 220 TV EM CORES - 14" 60 FERRO ELÉTRICO AUTOMÁTICO 1000 TV EM CORES - 18" 70 FOGÃO COMUM 60 TV EM CORES - 20" 90 FOGÃO ELÉTRICO 4 CHAPAS 9120 TV EM CORES - 29" 110 FORNO À RESISTÊNCIA 1500 TV EM BRANCO E PRETO 40 FORNO À RESISTÊNCIA PEQUENO 800 TV PORTÁTIL 40 FORNO MICROONDAS 1200 VENTILADOR DE TETO 120 FREEZER VERT./HORIZ. 400 VENTILADOR PEQUENO 65 FRIGOBAR 70 VÍDEO CASSETE 10 FRITADEIRA ELÉTRICA 1000 VÍDEO GAME 15 Obs.: Caso seja utilizado algum aparelho com potência expressa em HP, 1 HP = 750 W. 2. Divisão das cargas por circuito O projeto elétrico deve ser dividido em circuitos, pelos quais serão alimentados os pontos de utilização onde serão instaladas as cargas. Os circuitos devem utilizar sempre o mesmo condutor e devem estar ligados a um dispositivo de proteção (disjuntor termoelétrico). INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 5 Nos sistemas polifásicos, os circuitos devem ser distribuídos de modo a assegurar o melhor equilíbrio de carga entre fases. Na prática, faz-se a divisão dos circuitos de tal forma que cada um tenha uma potência de no máximo 2500 VA na tensão de 127 V ou 4300 VA na tensão de 220 V. Os circuitos de iluminação devem ser separados dos circuitos de tomadas. Em residências, hotéis, motéis e similares devem ser observadas as seguintes restrições: - Prever circuitos independentes para aparelhos de potência igual ou superior a 1500 VA, sendo permitida a alimentação de mais de um aparelho do mesmo tipo através de um só circuito; - Proteções dos circuitos de aquecimento ou condicionamento de ar podem ser agrupadas no quadro de distribuição geral ou num quadro separado; - Quando um mesmo alimentador abastece vários aparelhos individuais de ar-condicionado, deve haver uma proteção para o alimentador geral e uma proteção junto a cada aparelho, caso este não possua proteção interna própria. Cada circuito terá seu próprio condutor neutro. Em lojas, residências e escritórios, os circuitos de distribuições devem obedecer às seguintes restrições mínimas: - Residências: 1 circuito para cada 60 m 2 ou fração; - Lojas e escritórios: 1 circuito para cada 50 m 2 ou fração. 3. Condutores Os condutores utilizados em instalações elétricas normalmente são de cobre com isolamento de PVC(cloreto de polivinil), EPR(Etileno-Propileno) ou XLPE(Polietileno Reticulado). A NRB-5410, que é a norma que regulamenta os projetos de instalações elétricas, estabelece que as seções mínimas para circuitos de iluminação e de força são os seguintes: Tipo do Circuito Seção Mínima ( mm 2 ) Iluminação 1,5 Força 2,5 O dimensionamento dos condutores da fase de cada circuito será feito utilizando-se o critério de queda de tensão e o critério de capacidade de corrente. O dimensionamento do condutor neutro e do condutor de proteção depende da seção do condutor da fase. QM QD CARGA Circuito de Distribuição Circuito Terminal QM – Quadro de Medição QD – Quadro Distribuição INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 6 Os condutores de baixa tensão são normalmente comercializados em rolos de 100 metros em várias cores, que em uma instalação elétrica devem seguir as seguintes recomendações: Condutor Cor Fase Preto, Branco, Vermelho ou Cinza Neutro Azul-Claro Condutor de Proteção Verde ou Verde e Amarelo 3.1. Dimensionamento dos condutores do circuito A seguir será exposto como fazer o dimensionamento de cada um dos condutores de um circuito, o condutor da fase, do neutro e do condutor de proteção. 3.1.1. Dimensionamento do condutor da fase do circuito por queda de tensão Antes de iniciar o dimensionamento deve-se apenas relembrar algumas equações que serão utilizadas para deduzir a fórmula final da seção do condutor de cada circuito. A primeira equação é a para determinar a resistência do condutor: S l R . onde R – resistência do condutor em Ω – resistividade em m mm 2 l – comprimento do condutor em m S – seção transversal do condutor em mm2 Obs.: A resistividade do cobre é m mm Cu 2 . 58 1 A segunda equação é a da “Lei de Ohm”: IRU . onde U – tensão em V R – resistência em Ω I – corrente em A A terceira equação é a da potência: IUP . onde P – potência em W ou VA U – tensão em V I – corrente em A INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 7 Fazendo a composição das equações da “Lei de Ohm” e da potência pode-se obter: R P U 2 e IRP 2 . Pela norma NBR-5410 admite-se uma quedade tensão de até 2% para circuitos terminais. Portanto, representando um circuito de uma instalação elétrica como um circuito simplificado, pode-se representar da seguinte forma: onde Us – fonte alimentadora em V Rc – resistência do condutor em Ω Z – resistência da carga em Ω Uc – tensão consumida pelo condutor Uz – tensão na carga Observação: o condutor terá duas vezes a distância do quadro de distribuição até a carga, porque a corrente terá que percorrer o caminho de ida e volta. Por isso a Rc será calculada pela seguinte equação: i S l Rc ...2 Como a queda de tensão e(%) é a tensão no condutor sobre a carga total, teremos que i i ee R R U U t c s c . . %% QD CARGA Circuito Terminal QD – Quadro Distribuição e(%)=2% + Uc - + Uz - Z Rc + Us - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 8 i i S l e i i S l e RR tt . 1 ....2% . ...2 % P S l e S l e UR st 2 . ..2% . ..2% U sS Pl e 2 . . ..2% Portanto teremos que a seção do condutor será: N NN s lPlPlPlP Ue S 1 3322112 ........ .% 1 ..2 Pela norma NBR-5410 admite-se uma queda de tensão de até 2% para o circuito de distribuição. Para o cálculo da seção do condutor de distribuição supõe-se que toda a carga esteja situada dentro do quadro de distribuição, ou seja, a distância a ser considerada é a distância do quadro de medição (QM) ao quadro de distribuição (QD). Caso o circuito de distribuição seja trifásico, a potência que deverá ser utilizada para efeito de cálculo será a potência total dos circuitos terminais multiplicada pelo fator 3 , a tensão utilizada será 220V e o cos considerar igual a 1 que é o pior caso. cos.3..IUPcd Portanto, para se calcular o dimensionamento para circuito trifásico, utilizar a equação abaixo: N NN s lPlPlPlP Ue S 1 3322112 ........ .3.% 1 ..2 EXERCÍCIOS 1 – Para o esboço de um projeto elétrico representado abaixo, calcule qual será a seção do condutor para uma queda de tensão de 2%, utilizando uma alimentação para o circuito de 110 V. QD 100 W 600 W 40 W 15 m 5 m 5 m INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 9 2 – Calcule a seção do condutor para o circuito do exercício anterior se a alimentação for de 220V. 3 – Calcule as seções do condutores dos circuitos abaixo, admitindo-se uma queda de tensão de 1% para o circuito de distribuição e de 2% para o circuito terminal, com uma alimentação de 110V. 3.1.2. Dimensionamento do condutor de fase do circuito por capacidade de corrente (ampacidade) Para fazer o cálculo da seção do condutor de acordo com a capacidade de corrente, deve-se somar todas as potências dos pontos de utilização do circuito e utilizar a equação de potência com fator de potência: cos.U P I onde I – corrente elétrica em A P – potência total do circuito cos – fator de potência O fator de potência para iluminação é 1, já para circuitos de força (tomadas) é de 0,8, ao menos que o aparelho que será ligado a esta tomada seja com certeza totalmente resistivo. Tendo calculado a corrente do circuito, deve-se consultar a tabela do Anexo A. O dimensionamento do condutor da fase prevalecerá o de maior seção, comparando-se os dois critérios, o de queda de tensão e o de capacidade de corrente. Lembrando que o se o circuito de distribuição for trifásico a potência utilizada nos cálculos será a potência total dos circuitos terminais multiplicada por 3 , a tensão utilizada de 220V e o cos igual a 1 que é o pior caso, portanto: cos.3.U P I QD 100 W 200 W 600 W 60 m 15 m 5 m 3 m 2,5 m QM 300 W INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 10 3.1.3. Dimensionamento do condutor neutro do circuito O condutor neutro terá sua seção definida utilizando-se como parâmetro a seção do condutor da fase de cada circuito conforme a tabela do Anexo B. 3.1.4. Dimensionamento do condutor de proteção O condutor de proteção terá sua seção definida utilizando-se como parâmetro a seção do condutor da fase de cada circuito conforme a tabela do Anexo C. 4. Dimensionamento dos disjuntores Para se garantir o bom funcionamento de uma instalação elétrica em quais quer condições, deve-se pensar em proteger as pessoas que a utilizam, os equipamentos nela conectados e a rede elétrica de alimentação de riscos provenientes de alterações de correntes, está é a função de um disjuntor. Os disjuntores podem ser termomagnéticos e diferencial-residuais. O termomagnético tem como função principal proteger a instalação de sobre-correntes, já o diferencial-residual proteger as pessoas que utilizam a energia elétrica, e não, a instalação. O disjuntor termomagnético é tem um disparador térmico, bimetálico de sobrecargas, que com a sobre-corrente o material bimetálico aquece sofrendo uma deformação retirando a alimentação do circuito, ao voltar a temperatura de operação, o mesmo retorna a alimentação do circuito. O disjuntor diferencial-residual mede a corrente que entra e sai do circuito, caso haja alguma fuga para a terra haverá uma diferença entre as correntes que serão detectadas pelo disjuntor que cortará a alimentação do circuito. As sensibilidades destes disjuntores variam de 30mA a 500mA. Mas este dispositivo deve ter sua sensibilidade bem dimensionada, pois a qualidade da instalação pode comprometer seu funcionamento. A NB-3 (Norma Brasileira 3) recomenda: A utilização de proteção diferencial residual (disjuntor) de alta sensibilidade em circuitos terminais que sirvam a: Tomadas de corrente em cozinhas, lavanderias, locais com pisos e/ou revestimentos não isolantes e áreas externas; Tomadas de corrente que, embora instaladas em áreas internas, possam alimentar equipamentos de uso em áreas externas; Aparelhos de iluminação instalados em áreas externas. A NB-3 exige: A utilização de proteção diferencial residual (disjuntor) de alta sensibilidade: Em instalações alimentadas por rede de distribuição pública em baixa tensão, onde não puder ser garantida a integridade do condutor PEN (proteção + neutro); Em circuitos de tomadas de corrente em banheiros. Nota: Os circuitos não relacionados nas recomendações e exigências acima serão protegidos por disjuntores termomagnéticos (DTM). INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 11 4.1. Dimensionamento dos disjuntores de circuitos terminais Os disjuntores de circuitos terminais devem ser determinados através da corrente calculada através da potência dos pontos de utilizaçãodo circuito, tomando sempre cuidado para não ultrapassar a máxima corrente suportada pelo condutor. 4.2. Dimensionamento do disjuntor de circuito de distribuição Os disjuntores de circuitos de distribuição deve ser determinado através da corrente calculada através da potência total dos circuitos, no caso de circuito trifásico não esquecer do fator de potência 3 , a alimentação será de 220 V, levando ainda em consideração o fator de demanda da edificação, que estão relacionados de acordo com o tipo de edificação na tabela do Anexo D. A potência total deve ser multiplicada pelo fator de demanda e por um fator de segurança, podendo ser considerado 1,20, para então poder ser definido a capacidade de corrente do disjuntor em questão, não esquecendo que como será um circuito trifásico, deve-se dividir a corrente por 3 e a alimentação, no caso U, será de 220 V. No Anexo E estão alguns disjuntores comerciais. 5. Dimensionamento da entrada de serviço As entradas de serviço são dimensionadas através da potência total do quadro de distribuição, os padrões monofásicos e bifásicos estão em desuso, com a finalidade de não desequilibrar as fases do transformador da operadora. São utilizadas entradas de serviços monofásicos e bifásicos quando o projetista da rede primária, ou seja, de alta tensão, já define os padrões de entrada de cada terreno, sendo de responsabilidade do projetista fazer o equilíbrio das fases dos transformadores da rede primária. Os padrões de entrada de energia utilizados pela COPEL estão descritos no Anexo F. Portanto as entradas normalmente utilizadas são acima de 50 A trifásica. 5.1. Aterramento da entrada de serviço O eletrodo de terra deverá apresentar a menor resistência de contato possível, devendo ser da ordem de 5 Ω e nunca ultrapassar 25 Ω, durante o ano todo. Deverão ser enterradas quantas hastes forem necessárias interligadas umas com as outras até que se atinja um valor aceitável da resistência de aterramento. As prescrições a seguir são aplicáveis às instalações da entrada de serviço. Para as instalações elétricas internas, deverão ser adotados os esquemas de aterramento que melhor se adaptem a essas instalações, observando as orientações da NBR 5410. - O neutro do ramal de entrada deverá ser aterrado num ponto único, junto com o aterramento da caixa do medidor, empregando-se, no mínimo, um eletrodo de terra. - As partes metálicas da entrada de serviço que estiverem sujeitas a energização deverão ser permanentemente ligadas a terra. - O condutor de aterramento deverá ser tão curto e retilíneo quanto possível, sem emenda e não deverá ter dispositivo que possa causar sua interrupção. - O condutor de aterramento deverá ser dimensionado conforme a categoria de atendimento constante da Tabela do Anexo F. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 12 - O condutor de aterramento deverá ser protegido mecanicamente por meio de eletroduto, preferencialmente, de PVC rígido. - Quando for utilizado eletroduto de aço, o condutor de aterramento deverá ser conectado ao mesmo em ambas as extremidades. - Quando o condutor de aterramento for de cobre, de bitola até 10 mm2, o aterramento do neutro e da caixa do medidor poderá ser feito através deste mesmo condutor. - Quando o condutor de aterramento for de cobre, de bitola superior a 10 mm2, ou de aço- cobre, a sua conexão com o condutor neutro deverá ser feita através de conector do tipo parafuso e a sua ligação à caixa do medidor deverá ser feita com condutor de cobre de bitola 10 mm 2 . Eletrodos de Aterramento TIPO DIMENSÕES MÍNIMAS OBSERVAÇÕES Tubo de aço zincado 2,40 m de comprimento e diâmetro nominal de 25 cm Enterramento totalmente vertical Perfil de aço zincado Cantoneira de 20 mm x 20 mm x 3 mm com 2,40 m de comprimento Haste de aço zincado Diâmetro de 15 mm com 2,00 m ou 2,40 m de comprimento Haste de aço revestida de cobre Haste de cobre Fita de cobre 25 mm 2 de seção, 3 mm de espessura e 10 m de comprimento Profundidade mínima de 0,60 m na posição vertical Fita de aço galvanizado 100 mm 2 de seção, 3 mm de espessura e 10 m de comprimento Cabo de cobre 25 mm 2 de seção e 10 m de comprimento Profundidade mínima de 0,60 Cabo de aço zincado 95 mm 2 de seção e 10 metros de comprimento Cabo de aço cobreado 50 mm 2 de seção e 10 de comprimento 6. Dimensionamento de eletrodutos Os eletrodutos serão dimensionados de acordo com a quantidade de cabos que serão instalados no mesmo. O dimensionamento é feito de acordo com a tabela do Anexo G. Calculando-se toda a área ocupada pelos cabos não deve exceder a 40 % da área útil do eletroduto. 7. Dimensionamento do quadro de distribuição Para dimensionar o quadro de distribuição, é necessário que saiba quantos disjuntores serão utilizados e suas especificações, principalmente sobre dimensões, caso não se enquadre nos padrões. Os quadros utilizados são padrões de acordo com o número e capacidade de disjuntores. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 13 7.2. Dimensionamento dos barramentos do quadro Na saída do disjuntor geral no quadro distribuição para os disjuntores dos circuitos terminais são utilizados barramentos de cobre, que devem ser especificados conforme tabela a seguir. Seção Transversal ( mm ) Corrente ( A ) 12,4 x 1,58 60 25,4 x 1,58 120 25,4 x 2,381 170 7.1 Configurações de quadros de distribuição Ligação Monofásica Ligação Bifásica Ligação Trifásica EXERCÍCIO 1 – Para o seguinte esquemático de instalação elétrica, dimensione os condutores, disjuntores e ramal de entrada. 2 – Faça o dimensionamento de condutores, disjuntores e ramal de entrada da planta baixa do Anexo H. QDI QM 750 W 600 W 3500 W 1200 W 3500 W 500 W 600 W 600 W QDS 10m 5m 6m 3m 3 m 6m 3m 2m 4m 25m INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 14 ANEXO A Tabela de dimensionamento de condutores da fase por capacidade de corrente. CAPACIDADE DE CORRENTE (A) Seção Nominal ( mm 2 ) Dois condutores carregados Três condutores carregados 1.5 17,5 15,5 2.5 24 21 4 32 28 6 41 36 10 57 50 16 76 68 25 101 89 35 125 111 50 151 134 95 232 207 120 269 239 150 309 272 185 353 310 240 415 364 300 473 419 400 566 502 500 651 578 ANEXO B Tabela de dimensionamento de condutores neutro, onde S é a seção do condutor da fase. Seção dos condutores-fase ( mm 2 ) Seção mínima do condutor neutro ( mm 2 ) S ≤ 25 S 35 25 50 25 70 35 95 50 120 70 150 70 185 95 240 120 300 150 400 185 ANEXO C Tabela de dimensionamento de condutores de proteção, onde S é a seção do condutor da fase. Seção dos condutores-fase ( mm 2 ) Seção mínima do condutor de proteção ( mm 2 ) S ≤ 16 S 16 ≤ S ≤ 35 16 S > 35 S/2 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 15ANEXO D Tipo de Carga Potência Instalada (W) Fator de Demanda(%) Residência (Casas e apartamentos) Até 1000 1000-2000 2000-3000 3000-4000 4000-5000 5000-6000 6000-7000 7000-8000 8000-9000 9000-10000 Acima de 10000 86 75 66 59 52 45 40 35 31 27 24 Auditórios, salões de exposição e semelhantes 86 Bancos 86 Barbearias, salões de beleza 86 Clubes e semelhantes 86 Escolas e semelhantes Até 12000 Acima de 12000 86 50 Escritórios Até 20000 Acima de 20000 86 70 Garagens, área de serviço e semelhantes 86 Hospitais, casas de saúde e semelhantes Até 50000 Acima de 50000 40 20 Hotéis, motéis e semelhantes Até 20000 21000 a 100000 Acima de 100000 50 40 30 Igrejas e semelhantes 86 Lojas, supermercados e semelhantes 86 Restaurantes e semelhantes 86 Quartéis e semelhantes Até 15000 Acima de 15000 100 40 ANEXO E Disjuntores Termomagnéticos Corrente (A) TQC CÓDIGOS 1 POLO 2 PÓLOS 3 PÓLOS 10 TQC1210 TQC2410 TQC3410 15 TQC1215 TQC2415 TQC3415 20 TQC1220 TQC2420 TQC3420 25 TQC1225 TQC2425 TQC3425 30 TQC1230 TQC2430 TQC3430 35 TQC1235 TQC2435 TQC3435 40 TQC1240 TQC2440 TQC3440 45 TQC1245 TQC2445 TQC3445 50 TQC1250 TQC2450 TQC3450 60 TQC1260 TQC2460 TQC3460 70 TQC1270 TQC2470B TQC3470B 90 TQC1290 TQC2490B TQC3490B 100 TQC12100 TQC24100B TQC34100B INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 16 Disjuntor Diferencial-Residual Sensibilidade (A) Corrente Nominal (A) 2 MÓDULOS 4 MÓDULOS 30 mA 25 BDC225/030 BPC425/030 40 BDC240/030 BPC440/030 63 BPC263/030 BPC463/030 80 BPC280/030 BPC480/030 100 BPC2100/030 BPC4100/030 300mA 25 BDC225/300 BPC425/300 40 BDC240/300 BPC440/300 63 BPC263/300 BPC463/300 80 BPC280/300 BPC480/300 100 BPC2100/300 BPC4100/300 500 mA 25 BPC225/500 BPC425/500 40 BPC240/500 BPC440/500 63 BPC263/500 BPC463/500 80 BPC280/500 BPC480/500 100 BPC2100/500 BPC4100/500 ANEXO F D e m a n d a m á x im a p re v is ta (K V A ) D is ju n to r (A ) Ramal de ligação Ramal Embutido ou Subterrâneo Aterramento Eletroduto do ramal de entrada Cobre Alumínio Cobre F(N) Cobre Aço-cobre PVC nominal Aço- Carbono nominal mm 2 mm 2 AWG Mm 2 mm 2 AWG mm mm 19 50 10 16 6 10 10 8 25 21 26 70 10 16 4 25 16 4 40 33 38 100 16 25 2 35(25) 16 4 40 33 48 125 25 35 2 50(25) 25 2 60 50 57 150 35 50 1/0 70(35) 35 1/0 60 50 76 200 50 70 2/0 95(50) 60 1/0 75 62 ANEXO G Tabela para dimensionamento de eletroduto. NÚMERO DE CONDUTORES Seção Nominal ( mm 2 ) 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1.5 16 16 16 16 16 16 20 20 20 2.5 16 16 16 20 20 20 20 25 25 4 20 20 25 25 25 25 25 32 32 6 16 20 20 25 25 25 25 32 32 10 20 20 25 25 32 32 32 40 40 16 20 25 25 32 32 40 40 40 40 25 25 32 32 40 40 40 50 50 50 35 25 32 40 40 50 50 50 50 60 50 32 40 40 50 50 60 60 60 75 95 40 50 60 60 75 75 75 85 85 120 50 50 60 75 75 75 85 85 - 150 50 60 75 75 85 85 - - - 185 50 75 75 85 85 - - - - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO 2014 Prof. Robledo Fernandes Carazzai UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ – UNOPAR 17 EQUIVALENCIA DE MEDIDAS DE DIÂMETRO DE ELETRODUTO (mm) 16 20 25 32 40 50 60 75 85 (pol) 2/8 1/2 3/4 1 1.1/4 1.1/2 2 2.1/2 3 ANEXO H