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Resumo Antropologia Jurídica A antropologia Jurídica estuda as culturas do homem em suas variedades e convergências e nos leva a uma reflexão de como unir os direitos e deveres dos diferentes povos sem submeter nenhum deles à normas incompatíveis ou ditatoriais. As primeiras manifestações jurídicas surgem juntamente às formas rudimentares de sociabilidade (todas as sociedades que não possuem Estado) e, são muito relacionadas à religião. Estas primeiras relações se davam pelo obligatio, que representava a relação jurídica que existe entre duas pessoas, onde uma (o credor) está autorizada a exigir do outro (o devedor) um determinado valor monetário. Nesse sentido, obligatio significa não só o dever do devedor, mas também o direito do credor. De modo geral, nas primeiras comunidades, havia relações de troca entre os homens e as autoridades sobre-humanas. Estas relações de troca, que se caracterizavam como um fenômeno jurídico criavam uma obrigação a ser cumprida e, se não fosse, haveria uma sanção, normalmente em dimensões mágicas, como por exemplo, o amaldiçoamento dos descumpridores da obrigação. Segundo Nietzsche, a relação entre obligatio e os cruéis castigos primitivos é a criadora de conceitos como a sociabilidade e a moralidade, assim como a noção de culpa, o sentimento de dever e a consciência da responsabilidade e a autonomia. Podem ser consideradas sociedades primitivas todas aquelas que não possuem Estado. A principal diferenciação entre as sociedades primitiva e contemporânea é que as sociedades com Estado são divididas entre dominantes e dominadas, enquanto as sociedades sem Estado, embora também sejam reguladas em relações de força e dominação, não possuem tal divisão, pois, como elas não tem órgão separado do poder, o poder não está separado da sociedade. Nestas sociedades primitivas não se pode isolar uma esfera política distinta da esfera social. As principais características das sociedades primitivas são a falta de consciência do “eu” como base para uma interpretação animista, homogênea e mágica do mundo. Nas relações em comunidade, não havia o diálogo em primeira pessoa e, assim, o homem se identificava plenamente com o grupo e, também por isso, não havia distinção do corpo, ele era visto como uma substância inerente a todos e, com isso, havia a crença de que as qualidades eram transmitidas pelo toque e que as enfermidades eram coletivas. No primitivo, não existe a ideia de um indivíduo sem a sociedade. O que move as relações sociais entre os homens primitivos são o medo e o desejo, ambos causados pela necessidade. Com o início da civilização e das relações entre diversos grupos étnicos, surge o conceito de aculturação, que representa o processo de modificação de um grupo ou povo que se adapta a outra cultura ou retira dela traços significativos. O termo aculturação tem duas definições: Processo de passagem de povos primitivos para a civilização; Comparação entre a cultura de povos que se relacionam e o que decorre disso. A partir do segundo sentido surgem 3 formas de conflito: Dominação, onde um povo (dominador) força o outro (dominado) a exercer a sua cultura. Há culturas que se perdem completamente no processo de dominação, por exemplo, os incas e os maias. Um exemplo desse tipo de aculturação pode ser visto no processo de colonização na América portuguesa, onde os indígenas eram forçados a deixar de lado seus costumes e sua cultura para se adaptar à cultura da metrópole. Assimilação, onde há o aproveitamento de ambas as culturas, mas uma passa a dominar mais que a outra. A forte presença de imigrantes (italianos, alemães, japoneses, poloneses, árabes, entre outros) no Brasil, principalmente a partir do século XIX, é um exemplo muito significativo, bastando considerar a influência dada por suas culturas em aspectos como a culinária e a linguagem hoje presentes na cultura brasileira. Reinterpretação, onde há a união de duas culturas que geram uma nova, com elementos de ambas. Como por exemplo, a nossa sociedade, que apesar de ter adotado o estilo de vida dos portugueses, continua com alguns fragmentos da cultura indígena, como algumas expressões, a culinária, a medicina natural, entre outros.
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