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CONCEITO TITULOS DE CREDITO “É o documento necessário ao exercício de um direito literal e autônomo nele mencionado. ” (Cesare Vivante) O título de crédito mais conhecido e utilizado no dia a dia é o cheque, porém não é o único. Também o são: a nota promissória, a letra de câmbio e a duplicata mercantil. TITULO Documento que autentica um direito qualquer em justiça. CREDITO •Confiança - crença fundada nas qualidades de uma pessoa ou coisa; segurança de que alguém ou algo é capaz ou veraz. •Transação - em que um comprador adquire um bem ou serviço para pagá-lo posteriormente, em uma ou mais parcelas. •. Troca-se - uma prestação executada por uma prestação futura. CAMBIARIDADE – Troca, prova a relação jurídica de uma relação jurídica, garante a circulação do credito. PRINCIPIOS DOS TITULOS DE CREDITO Cartularidade – (documento necessário) Literalidade: Só vale nos títulos o que neles está escrito, logo, o que nele não está escrito não pode ser alegado. → EX: declaro, com minha assinatura no documento, que pagarei o título se o obrigado principal não o pagar; no futuro, não poderei escusar-me de fazer esse pagamento. Autonomia: Desvincula-se toda e qualquer relação havida entre os anteriores possuidores do título com os atuais e, assim sendo, o que circula é o título de crédito e não o direito abstrato contido nele. Abstração: Decorre, em parte, do princípio da autonomia e trata da separação da causa ao título por ela originado. Não se vincula a cártula, portanto, ao negócio jurídico principal que a originou, visando, por fim, a proteção do possuidor de boa-fé. Não gozam deste princípio todos os títulos de crédito, mas se pode observar ser ele válido para as notas promissórias e letra de câmbio. Inoponibilidade: a segurança do terceiro de boa-fé é essencial na negociabilidade dos títulos de crédito. Daí o devedor não poder alegar em seus embargos matéria de defesa estranha à sua relação direta com o exequente, salvo provando má-fé do referido. EMISSÃO E SEUS EFEITOS A partir do preenchimento do titulo é criada uma obrigação jurídica determinada, representada no papel correspondente, chamado de cártula. (Art. 104, III CC) Ato unilateral: é aquele que gera efeitos jurídicos apenas pela manifestação da vontade de uma pessoa só... São duas vontades e um contrato mais só tem prestação para uma das partes, EX: a doação e uma obrigação de entregar o bem, sem obrigação da outra parte. Efeito PRO SOLUTO – Pagamento Efeito PRO SOLVENDO – Obrigação de pagar PRO SOLUTO Nesse caso, haverá a extinção da obrigação com a mera transferência do título ao credor, pois, aqui, a entrega corresponderá ao pagamento e, por conseguinte, à extinção da obrigação de origem. De forma que o credor terá apenas o direito cambial, não podendo rediscutir a causa debendi. PRO SOLVENDO Significa que a simples entrega do título não dá ensejo à efetivação do pagamento. Representará, apenas, uma quantia em dinheiro que o credor receberá em momento oportuno, quando, aí sim, haverá a extinção da obrigação correspondente. PRO SOLUTO E PRO SOLVENDO Obs. - O pagamento “PRO SOLUTO” é quando o título equivale a dinheiro. No pagamento “PRO SOLVENDO”, primeiramente se recebe o título dado em pagamento e somente após dá-se a quitação. Exemplo – Na compra de um imóvel O pagamento de Notas Promissórias a título “pro soluto” ou “pro solvendo” deverá estar consignado na escritura como pagamento normal do imóvel. Se o vendedor aceitar as Notas Promissórias a título “PRO SOLUTO” o mesmo dará quitação plena, pois tais títulos representam efetivo pagamento do preço. Entretanto, se aceitar a título “PRO SOLVENDO”, em escritura com CLÁUSULA RESOLUTIVA EXPRESSA, configurará um negócio jurídico a ser saldado, não se podendo falar nesse caso em quitação do preço e, no caso de inadimplemento a escritura ficará rescindida de pleno direito (cláusula resolutiva expressa). CLASSIFICAÇÃO DOS TITULOS DE CREDITOS QUANTO A NATUREZA Títulos Causais: Cuja emissão depende da ocorrência de determinada hipótese ou causa específica, prevista na norma que os regule, constituindo tal causa requisito indispensável à sua emissão são aqueles que guardam vínculo com a causa que lhes deu origem. (EX: duplicatas) Títulos de crédito abstratos: não dependem da ocorrência de determinada hipótese ou causa específica. Não se confunde com o princípio da abstração. No princípio é necessária a circulação, aqui não o é. Ex. Se A emite um cheque em favor de B, esse título é abstrato, pois A não necessita explicar o motivo de sua emissão. Referido título, entretanto, não possui abstração cambiária, vindo a adquiri-la somente na hipótese de sua transferência – via endosso – a um terceiro de boa-fé. QUANTO AO MODELO Vinculados – Somente produzem efeitos cambiais os documentos que atendem ao padrão exigido, devem atender a um padrão específico, definido por lei, para a criação do título. É o caso do cheque (fornecido pelo banco) e da duplicata (LD) Livres – não existe padrão de utilização obrigatória. Ex. nota promissória e letra de câmbio QUANTO A ESTRUTURA: Ordens de pagamento - São os estruturados na forma de ordens de pagamento. Comportam três posições jurídicas distintas: o sacador ou emitente (aquele que emite o título pelo saque cambial); o sacado (obrigado cambiário) contra quem é emitida a ordem de pagamento; o beneficiário, aquele em favor de quem deve ser efetuado o pagamento por parte do sacado. Ex. cheque, letra de câmbio. Promessa de pagamento: envolve apenas duas situações jurídicas: promitente, que deve, e beneficiário, o credor que receberá a dívida do promitente. (EX: nota promissória) QUANTO AO MODO DE CIRCULAÇÃO À ordem – são aqueles cuja titularidade se transfere mediante a indicação, por meio de endosso efetuado pelo atual beneficiário. O endosso é efetuado mediante a assinatura do credor (endossante) no verso ou anverso do título e transfere a sua propriedade a terceiro (endossatário), portanto “em preto”, com a expressa indicação do nome do endossatário. Ex. cheque, letra de câmbio, nota promissora. Obs (Se for indicado não a ordem, somente mediante cessão civil) Ao portador – são títulos que circulam por intermédio de quem os portar. Quem apresentá-lo é o credor, não é necessário o endosso para sua transferência. Nominativos – o nome do credor encontra-se registrado em livro de registro próprio e circulam a partir da transferência de sua titularidade no livro de registro específico (Art. 921 a 926). (Não existem esses títulos no Brasil) LETRA DE CÂMBIO É uma ordem de pagamento que o sacador dirige ao sacado para que este pague a importância consignada a um terceiro denominado tomador. Sacador – quem cria a letra. Sacado – é o devedor, que aceitando a letra irá pagá-la na ocasião do vencimento. Beneficiário ou Tomador – terceiro ou o próprio sacador Aceite – é o reconhecimento do débito, obrigando o aceitante cambialmente, através dele o sacado se vincula ao pagamento da letra de câmbio e se torna o seu devedor principal. Ele é facultativo, ou seja, o sacado não é obrigado a aceitar o título. Ele é feito no anverso da letra de câmbio. Na hipótese de recusa do aceite, o sacador deverá pagar o título imediatamente após a recusa, mesmo que o vencimento seja posterior. (A lei art. 22 LU, permite que o sacador introduza na letra a expressão não aceitável, o que não permitiria a antecipação). Endosso – é o meio pelo qual se transfere a propriedadede um título. Só é possível na letra que não contenha a cláusula não à ordem. (Só é possível a cessão de crédito). Endossante – o credor do título que resolve transferi-lo. Endossatário – para quem o crédito foi passado. O endossante será co-devedor perante o endossatário, salvo se utilizar a expressão “sem garantia”. (Art. 914 não se aplica, vide art. 903 – existindo lei que regula não se aplica o código). Divide-se em: 1 – Endosso em branco – não é identificado o endossatário – o credor apenas assina no verso ou anverso. (Vira título ao portador) podendo: - Inserir o seu nome; o nome de outra pessoa; endossar em preto; endossa-la em branco; entregar o título a outro. 2 – Endosso em preto – é identificado o endossatário – “Pague-se a …”. 3 – Endosso posterior ao vencimento – não há coobrigação. 4 – Endosso tardio ou póstumo – posterior ao protesto por falta de pagamento, produz os efeitos de uma cessão ordinária de crédito. Endosso impróprio – lança-se na cambial um ato que torna legítima a posse do endossatário sobre o documento, sem que ele se torne credor. Divide-se em: Endosso-mandato – o endossante imputa a outra pessoa a tarefa de proceder à cobrança do crédito. “Pague-se, por procuração, a …”. Endosso-caução – instrumento para instituição de penhor sobre o título de crédito. É entregue a letra ao credor do penhor com a expressão “pague-se, em garantia, a ...” Aval – é o ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar o título de crédito, nas mesmas condições que um devedor desse título (avalizado). O aval é autônomo. As exceções que possa gozar o avalizado não se estendem ao avalista. Pluralidade de avais – diversos avalistas podem, simultânea ou sucessivamente, obrigar-se cambialmente. O credor pode exigir de qualquer um deles. Assinatura no anverso do título; com a expressão por aval (verso ou no anverso; tem que constar a expressão “por aval”. Também pode ser em branco ou preto Aval X fiança – o aval é autônomo, a fiança é acessória. Benefício de ordem só para o fiador. Outorga uxória – inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu. Pagamento – extingue uma, algumas ou todas as obrigações cambiais nela mencionadas, dependendo de quem paga. Se for o devedor extingue todas as obrigações. Se for o co-devedor que paga, o pagamento extingue a obrigação de quem pagou e a dos devedores posteriores, e aquele que pagou pode exercer, em regresso, o direito creditício contra os devedores anteriores. O primeiro a ter que pagar é o aceitante, apresentada a ele a letra, caso não pague, o credor (depois de providenciar o protesto do título) pode escolher qualquer um dos codevedores para, amigável ou judicialmente, exigir o valor do crédito. Prazo – deve ser apresentada ao aceitante no dia do vencimento, dia não útil (expediente bancário) - dia seguinte. Expirado o prazo para apresentação ou para se fazer o protesto, o portador perdeu os direitos de ação contra os endossantes, contra o sacador e contra os outros coobrigados, à exceção do aceitante. NOTA PROMISSÓRIA É uma promessa solene, direta e unilateral de pagamento, à vista ou a prazo, efetuada pelo promitente-devedor ao promissário-credor, ou à pessoa a quem esse transferir o título. É uma promessa de pagamento, não necessita de aceite do devedor (é promessa unilateral). É abstrato não exige uma causa legal específica, não precisa trazer expresso o motivo que lhe deu origem. Falta de pagamento até dois dias úteis seguintes ao vencimento. CHEQUE É uma ordem direta e incondicional de pagamento emitida pelo titular de conta corrente mantida em determinada instituição financeira (banco sacado) e dirigida a essa mesma instituição, na qual o emitente tenha fundos disponíveis (dinheiro ou uma linha de crédito), a fim de que o banco sacado efetue o pagamento do valor literalmente expresso no título a determinada pessoa (beneficiário). Partes: 1 – Emitente, passador ou sacador; é o titular de conta corrente em uma instituição financeira, que está autorizado a emitir ordens de pagamento dirigidas a referida instituição (cheques). 2 – Sacado (instituição financeira); é o agente pagador (não é o devedor). Sua obrigação é acatar as ordens de pagamento emitidas pelo sacador ou emitente até o limite dos fundos disponíveis na conta corrente mantida no banco sacado; 3 – Tomador ou beneficiário – é aquele em favor de quem o cheque deve ser pago, podendo ser um terceiro ou o próprio emitente. Requisitos essenciais (art.1º) 1 – Denominação cheque que deve estar inserida no próprio texto do cheque. 2 – Ordem incondicional de pagar quantia determinada. 3 – Identificação do banco sacado, o título deve ser emitido contra banco ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque (art. 3º). 4 – data E lugar de emissão 5 – Lugar de pagamento – onde se encontra o sacador 6 – Assinatura do emitente ou de seu mandatário, com poderes especiais para tanto (Lei 6268/75 – art. 3º) tem que ser identificado, por seu rg, cpf, te, cp. Circulação Transmite-se mediante endosso, tem a cláusula “a ordem” implícita. – O endossante torna-se co-devedor do título. O cheque admite a cláusula “sem garantia”, e o endosso- mandato. A cláusula “não a ordem” pode ser inserida pelo emitente e aí só se transfere mediante cessão civil. Modalidades: Visado – é aquele em que o banco sacado, a pedido do emitente ou do portador legítimo, lança e assina, no verso, declaração confirmando a existência de fundos suficientes para a liquidação do título (art. 7º). Só o cheque nominativo e não endossado. Administrativo ou bancário – é o emitido pelo banco sacado, para liquidação por uma de suas agências. Nele, o emitente e sacado, são a mesma pessoa (art. 9º. III), ou seja, a instituição financeira ocupa, simultaneamente a situação jurídica de quem dá a ordem de pagamento e a de seu destinatário. Cruzado – é o cheque em que o emitente ou o próprio credor traçam duas linhas paralelas na sua frente (anverso). Tem por finalidade tornar possível a identificação do beneficiário da ordem de pagamento representada pelo título. (Art.44) Ele pode ser: Geral – se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir apenas a indicação “banco” ou outra equivalente. Especial – se entre os dois traços existir a indicação do nome do banco. O com cruzamento geral somente pode ser pago pelo banco sacado a banco ou a um cliente do banco sacado, mediante crédito em conta. (Art. 45) O com cruzamento especial somente poderá ser pago pelo banco sacado ao banco cujo nome estiver indicado entre os dois traços. Cheque para ser creditado em conta – é o em que o emitente ou o próprio credor proíbem o seu pagamento em dinheiro mediante a inscrição transversal da cláusula para ser creditado em conta, no anverso do título (art. 46). Tem por finalidade tornar possível a identificação do beneficiário da ordem de pagamento. Cheque de viagem – traveller’s check – emitido pelo próprio banco sacado contra si próprio, para pagamento à vista da quantia especificada ao beneficiário identificado. O seu pagamento pode efetivar-se em moeda corrente do local em que se encontrar o beneficiário, conforme cotação do câmbio em vigor. Endosso – em preto Aval – no cheque ou em folha de alongamento. Prazo de apresentação – em 30 dias se da mesma praça ou em 60 dias se de praças diferentes. (Art.33), perda do direito de executar os endossantes e seus avalistas e perda do direito de ação executiva contra o emitente do cheque, se este dispunha de fundosdurante o prazo de apresentação. Ex. conta conjunta. Depois de prescrita a execução – 6 meses do término da apresentação, não pode mais depositar o cheque. Pós ou pré-datado – não produz efeitos perante o banco sacado, é mero descumprimento do acordo, podendo ser apresentado para pagamento. Sustação do cheque – por comunicação escrita do emitente, antes de sua apresentação. Protesto – com inexistência de fundos, prazo de trinta dias na mesma praça e sessenta em praça diversa.
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