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2 Aula 2 Evolucionismo Cultural X Particularismo Historico

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EVOLUCIONISMO CULTURAL X PARTICULARISMO HISTÓRICO
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Evolucionismo Cultural
Primeira corrente de pensamento da Antropologia. Surge no final do século XIX. 
Influenciada pelo discurso cientificista de evolução das espécies, segundo o qual todas as sociedades seguem uma escala de desenvolvimento do mais primitivo ao mais civilizado.
Servia para afirmar a superioridade da cultura europeia sobre todas as outras que se opunham à “ordem natural” das coisas. 
Serviu de justificativa para países ricos no período de exploração de colônias em países pobres 
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“Darwinismo Social” 
Uso do método comparativo.
O “selvagem” era visto como uma peça de museu, ou seja, o que restou do estágio mais primitivo do homem. 
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James George Frazer (1854-1941)
 “Um selvagem está para um homem civilizado assim como uma criança está para um adulto; e, exatamente como o crescimento gradual da inteligência de uma criança corresponde ao crescimento gradual da inteligência da espécie e, num certo sentido, a recapitula, assim também um estudo da sociedade selvagem em vários estágios de evolução permite-nos seguir, aproximadamente – embora, é claro, não exatamente -, o caminho que os ancestrais das raças mais elevadas devem ser trilhado em seu progresso ascendente, através da barbárie até a civilização”. (apud Castro, 2009, pp.107-108) 
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O Evolucionismo Cultural no Brasil
Teve influência na construção da forma como o brasileiro se via, gerando uma baixa autoestima. 
Vendo-se em menor tamanho e importância, perante as sociedades europeias, o Brasil passa a condenar a mestiçagem, característica dominante ao longo da história, já que, de acordo com o método comparativo, a sociedade ocidental, branca e europeia seria o nível mais alto a ser alcançado por uma sociedade e sua cultura. 
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Joaquim Murtinho, o ministro da Fazenda do presidente Campos Sales (1898-1902)
“Não podemos tomar os Estados Unidos da América como tipo por não termos as aptidões superiores de sua raça, força que representa o papel principal no seu progresso industrial". 
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Nina Rodrigues
Tentou provar cientificamente a inferioridade e inadaptabilidade do Africano para a civilização e o progresso. 
Em "O Problema da Raça Negra na América Portuguesa” (1903) disse que “A geral desapparição do Índio em toda a América, a lenta e a gradual sujeição dos povos negros á administração intelligente e exploradora dos povos brancos, tem sido a resposta pratica a estas divagações sentimentaes”.
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Sylvio Romero (1851-1914)
Incorreu em lances em que chama "povos inferiores" aos índios e aos negros;
Afirma ser o mestiçamento uma das causas de certa instabilidade moral na população; 
Chama aos "arianos" "a grande raça", "bela e valorosa raça"; 
Diz que "não... constituiremos uma nação de mulatos, pois que a forma branca vai prevalecendo e prevalecerá".
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Euclides da Cunha(1866-1909)
Livro publicado em 1909.
Ao mesmo tempo que Euclides da Cunha via o sertanejo como "um forte", um "herói nacional", o via também como uma anomalia do cruzamento de raças, perdido entre a civilização e a barbárie. 
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Sobre a típica raça sertaneja: 
(...) o homem do sertão parece feito por um molde único, revelando quase os mesmos caracteres físicos, a mesma tez, variando brevemente do mameluco bronzeado ao cafuz trigueiro; cabelo corredio e duro e levemente ondeado; a mesma envergadura atlética, e os mesmos caracteres morais traduzindo-se nas mesmas superstições, nos mesmos vícios, e nas mesmas virtudes.
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Os Sertões (Cunha, 2009, p.141)
“A mistura de raças mui diversas é, na maioria dos casos, prejudicial. Ante as conclusões do evolucionismo, ainda que reaja sobre o produto o influxo de uma raça superior, despontam vivíssimos estigmas da inferior. A mestiçagem extremada é um retrocesso. O indo-europeu, o negro e o brasílio-guarani ou o tapuia, exprimem estágios evolutivos que se fronteiam, e o cruzamento, sobre obliterar as qualidades preeminentes do primeiro, é um estimulante à revivescência dos atributos primitivos dos últimos. De sorte que o mestiço [...] é, quase sempre, um desequilibrado”. 
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Oliveira Viana (Jurista e Sociólogo)
Para ele, a inferioridade do nosso povo, resultante de sua componente negra, era passageira. Viu as nossas relações de raça não como uma situação definitiva, mas como algo em processo. Neste sentido, escreveu: "... o quantum do sangue ariano está aumentando rapidamente em nosso povo. Ora, esse aumento do quantum ariano há de fatalmente reagir sobre o tipo antropológico dos nossos mestiços, no sentido de modelá-los pelo tipo do homem branco” (O. Viana, Os tipos étnicos brasileiros - in "Dicionário Histórico e Geográfico do Brasil”. Rio, 1922).
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Monteiro Lobato
“É guerra, e guerra das boas. Não vai escapar ninguém - nem Tia Nastácia, que tem carne negra".
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Cartas de Monteiro Lobato publicada na Revista Bravo!
País de mestiços, onde branco não tem força para organizar uma Kux-Klan (sic), é país perdido para altos destinos. (...) Um dia se fará justiça ao Ku-Klux-Klan; tivéssemos aí uma defesa desta ordem, que mantém o negro em seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca - mulatinho fazendo jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a capacidade construtiva“(carta enviada a Arthur Neiva em 10 de abril de 1928).
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As cartas...
Eram enviadas, sobretudo, para o paulista Renato Kehl (1889-1974) e para o baiano Arthur Neiva (1880-1943) ambos defensores de que negros e mestiços fossem esterilizados para não reproduzir mais por serem considerados “inferiores”.
 Essa política ficou conhecida como “eugenia negativa”, baseada na ideia de que a raça branca/ariana era superior a todas as demais. Foi na eugenia que os nazistas se apoiaram para eliminar mais de 8 milhões de judeus.
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Em 1935, Lobato esteve na Bahia e escreveu uma carta ao cientista Neiva, que então morava em São Paulo.
 Lobato inicia o texto dizendo-se maravilhado com a terra de Neiva, com sua comida, arquitetura e igrejas - "Sua Bahia, dr. Neiva, positivamente enfeitiçou-me". No quarto parágrafo, no entanto, ele fala das pessoas do lugar: "Mas que feio material humano formiga entre tanta pedra velha! A massa popular é positivamente um resíduo, um detrito biológico. Já a elite que brota como flor desse esterco tem todas as finuras cortesãs das raças bem amadurecidas". 
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Franz Boas – Particularismo Histórico
Questionou o evolucionismo unilinear propondo que cada cultura possui sua historicidade que demanda respeito. 
São atacadas as comparações idealistas culturais.
Sustentava que cada cultura continha a sua própria história única.
Cada cultura deve ser estudada separadamente com o objetivo de construir sua história. 
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Gilberto Freyre e Casa-Grande & Senzala
No prefácio de Casa-Grande & Senzala, Freyre irá dizer a profunda impressão que lhe causaram os ensinamentos do mestre Boas:
- Foi o estudo de Antropologia sob a orientação do Professor Boas que primeiro me revelou o negro e o mulato no seu justo valor - separados dos traços de raça os efeitos do ambiente ou da experiência cultural. Aprendi a considerar fundamental a diferença entre raça e cultura; a discriminar entre os efeitos de relações puramente genéticas e os de influências sociais, de herança cultural e de meio. Neste critério de diferenciação fundamental entre raça e cultura assenta todo o plano deste ensaio.
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 O Brasil após o Particularismo Histórico 
Gilberto Freyre atacou, em Casa-Grande & Senzala, as concepções raciais e os determinismos climáticos adotados por intérpretes consagrados do Brasil, como o crítico Sílvio Romero, o escritor Euclides da Cunha e o sociólogo Oliveira Viana, que responsabilizavam o clima tropical insalubre e as populações mestiças, tidas como degeneradas, pelo atraso do país. 
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Gilberto Freyre (1933)Mostrou que a origem do atraso brasileiro estava em causas sociais de alimentação e higiene.
Valorizou a cultura brasileira por seu caráter sincrético.
Criticou os preconceitos sobre a inferioridade dos negros, índios e mestiços e a visão pessimista do país adotada pelas elites e pelos intelectuais. 
Mostrava ser desprovida de fundamento a afirmação da superioridade ou da inferioridade de uma raça sobre a outra, ainda que acreditasse na existência de uma hierarquia entre as diversas formas de cultura.
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A mestiçagem valorizada...
Antes vista com um misto de horror e vergonha, a mestiçagem se convertera em fusão harmoniosa de raças e culturas e em valor a ser preservado, por garantir a especificidade do Brasil diante de outras nações.
Roquete-Pinto lançara ideias semelhantes, ao desmoralizar, no Congresso de Eugenia em 1929, a crença na má qualidade do mestiço brasileiro e a necessidade de sua substituição pelo imigrante europeu, com o objetivo de purificar e branquear a população brasileira. 
Defendia, em seu lugar, o aperfeiçoamento educacional e político, única solução para os males do país.

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