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Mercado cultural, formatos de captação e parcerias Aula 1: Economia criativa – um caminho sem volta Apresentação Nesta aula, entenderemos, sob a ótica da cultura, o que é economia criativa. Falaremos ainda sobre como ela está impactando o mundo atual e a maneira acelerada com a qual vem crescendo em todos os setores de nossas vidas, verificando que a estratégia das indústrias da cultura foi profundamente impactada pelo uso crescente das novas tecnologias. Apresentando dados estatísticos no Brasil e no mundo, saberemos também como a economia criativa nasceu, qual é o seu conceito na prática e de que forma ela vem se firmando como uma disciplina de estudo a englobar uma série de áreas de responsabilidade política, privada e administração pública a partir de iniciativas do começo da década de 2000. Objetivo Reconhecer o panorama mundial e nacional da economia criativa; Identificar as oportunidades e os desafios no Brasil neste cenário em crescimento. Panorama global Gostaria de começar, nesta 1ª aula, compartilhando um trecho de uma entrevista do inglês John Newbigin, que dedica sua carreira à economia criativa e é atualmente CEO da Creative London, uma parceria público-privada que investe em negócios criativos e em tecnologia digital. Em entrevista ao portal do MicBR (Mercado das Indústrias Criativas do Brasil), Newbigin defende que a economia criativa, um dos setores que mais cresce – e mais rápido – na economia global, deveria ser central em todos os países, não apenas por gerar empregos, mas por trazer soluções para relevantes questões existenciais do mundo. Segundo o inglês, Criatividade e pensamento criativo são fundamentais para o futuro de todos porque temos problemas massivos nas cidades – habitação, poluição, transporte, água e serviços energéticos – e temos de pensar em formas radicais e criativas de como resolver esses problemas. E, finalmente, estamos destruindo o planeta em que todos nós vivemos, não podemos continuar sendo tão imprudentes. É frequente dizermos que o petróleo foi o combustível que impulsionou a economia do século 20. É a criatividade que conduzirá a do século 21. A diferença entre os dois é que, quanto mais usamos petróleo, menos temos. Mas quanto mais usamos a criatividade, mais criativos nos tornamos e mais rápido conseguimos as respostas para os grandes problemas existenciais que enfrentamos. - MICBR, 2018 Ao avaliar este cenário global, que se apresenta como um caminho sem volta, somos levados a refletir sobre como estamos e seremos impactados por essa chamada economia criativa , que avança rapidamente trazendo novas formas de pensar, de se relacionar com os novos modelos de trabalho, tecnologias, produção, serviços, arte, entre outras. (Fonte: Shutterstock) E, mais do que isso, como nos reinventamos para melhorar nossa qualidade de vida, para entender os novos horizontes profissionais que despontam, e como buscar novas e melhores maneiras de viver e contribuir para as comunidades das quais fazemos parte e até mesmo para o mundo. A criatividade, ainda que saibamos seu significado nominal, passou a ser percebida como uma fonte inesgotável de recursos, por possuir a peculiar característica de ser abundante: quanto mais se explora, mais se tem. A indústria criativa, portanto, tem sido um tema importante, tanto na atuação pública quanto na privada, e é objeto de estudos e interesse por parte da academia, de agências governamentais e organizações multilaterais. Tem tido ainda importância nos processos de formulação das políticas públicas, que almejam o desenvolvimento local e econômico de uma nação. Comentário Informação e literatura adicional: Em 2001, John Howkins (autor e pesquisador inglês) escreveu o primeiro grande estudo sobre o tema: The criative economy: how people make Money from ideas (em português, a economia criativa: como as pessoas transformam ideias em dinheiro). O livro usou o termo pela primeira vez e explicou suas origens. Além dele, tivemos duas obras publicadas nos Estados Unidos nessa área: a do professor de Economia da Universidade de Harvard, Richard Caves, intitulado Creative industries, de 2001, e o de Richard Florida, The rise of the creative class, publicado no ano seguinte. As atividades relacionadas à produção simbólica - aquela cuja criatividade, habilidade e talento (individual ou coletivo) é o ativo essencial na produção de bens e serviços -vem se destacando nas estatísticas. A indústria criativa, que agrega valor e gera empregos ligados à economia do conhecimento, da indústria de games, da moda, do audiovisual - passando pelo design e pela tecnologia -, está em expansão indicam as estatísticas. (Fonte: Shutterstock) Para começarmos, precisamos entender que a economia criativa promove diversificação: econômica, de receitas, de comércio e inovação e que se relaciona de forma associativa, com novas tecnologias, notadamente as tecnologias de informação e comunicação. Comentário Adicionalmente, iniciativas baseadas na abordagem de economia criativa podem promover a revitalização de áreas urbanas degradadas, ou mesmo o desenvolvimento de áreas rurais com herança de patrimônio cultural. Antes dos anos 1980 Estas indústrias eram especializadas por setores de suportes à conteúdos, como por exemplo, uma editora fazia unicamente livros, um produtor de eletrônica fazia apenas televisores, aparelhos de som, mas não discos. Na década de 1990 As novas tecnologias permitiram aos industriais combinar várias mídias na produção de suportes e conteúdo. É o que hoje podemos chamar de produtos culturais, que devem ser aceitos, se analisados sob o ponto de vista antropológico social ou no seu sentido funcional. Os bens e serviços culturais seriam obras de arte, apresentações musicais, programas de cinema, literatura, festivais de arte, espetáculos de teatro, canais de televisão, jogos de videogame e outros. Esses bens culturais compartilham as seguintes características: 1 Requerem o uso da criatividade humana e, portanto, de conteúdo simbólico; 2 São veículos de mensagens simbólicas para quem consome, ou seja, tornam-se mais do que simplesmente veículos de comunicação à medida que adicionalmente servem a algum propósito maior; 3 Contêm, pelo menos potencialmente, alguma propriedade intelectual que se atribui ao indivíduo ou a um grupo de produção do bem ou serviço. Portanto, conceitualmente, relaciona-se a economia criativa à noção de conteúdos correlatos, como criatividade, bens e serviços criativos, além de indústrias criativas e culturais. Do ponto de vista da mensuração, são empregadas duas dimensões: 1 Setorial O foco está no ramo de atividade das empresas. 2 Ocupacional Concentra-se na ocupação profissional exercida pelo trabalhador e se ela é criativa ou não. Oportunidades e desafios no Brasil As dimensões que citamos também se dividem em dois tipos de economia: Formal Na qual utilizamos dados de mensuração da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Informal Em que usamos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estes relatórios também nos indicam que a evolução do número de trabalhadores formais da economia criativa, tanto pelo critério ocupacional quanto pelo setorial é a mesma. O número de trabalhadores da economia criativa se situa em torno de 2% de acordo com ambos os critérios. No recorte ocupacional, a economia criativa empregou 575 mil trabalhadores formais em 2010 e, de acordo com o critério setorial, foram 583 mil empregados (últimos dados publicados no relatório do Rais, conforme dito no parágrafo acima). Durante este curso, falaremos sobre o panorama do mercado de trabalho dentro da economia criativa. Saibamais A economia criativa tem obtido destaque no foco das discussões de instituições internacionais como a UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) sendo considerada estratégica no desenvolvimento de diversos países. Comentário No Brasil, o Ministério da Cultura lançou o Plano da Secretaria da Economia Criativa entre 2011 e 2014, porém apesar de ser reconhecido pela sua diversidade cultural e potencial criativo, o Brasil não figura entre os 10 primeiros países em desenvolvimento, produtores e exportadores de bens e serviços criativos, nas pesquisas internacionais, ainda que esteja em franco crescimento. Fonte: (UNCTAD, 2010) Desafios da Indústria Criativa no Brasil Clique no botão acima. Cenário de Reorganização da economia Precisamos estar atentos que, em um cenário de reorganização da economia e da sociedade, as https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0129/aula1.html#complementar1 https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0129/aula1.html#complementar1 empresas estão cada vez mais investindo em inovação. A economia criativa deixa de ser considerada um nicho de mercado e passa a ser parte essencial da cadeia produtiva, um insumo tão relevante quanto o capital, o trabalho e as matérias-primas para uma quantidade cada vez maior de setores. Sua abrangência e capilaridade: viabiliza novos processos produtivos; busca novos mercados; desenvolve um ambiente de criação de novos produtos e serviços; promove a eficiência. A economia criativa renova a capacidade estratégica das empresas e conquista cada vez mais espaço, com foco em inovação e em uma maior demanda por trabalhadores criativos, além do incremento de uma rede secundária de atividades de manutenção. Ou seja, geração de novos e mais empregos e/ou trabalhos informais. (Fonte: Shutterstock) A economia criativa ganhou importância na atualidade em função das possibilidades de futuro que ela conduz. Quer seja em função dos aspectos sociais e culturais, quer em função dos aspectos econômicos e seus transbordamentos para outras áreas da atividade economia. Na próxima aula, vamos mergulhar no mercado cultural, entendendo como ele se posiciona no cenário da economia criativa no Brasil. Até lá! Atividade 1 - Qual a importância da economia criativa atualmente no mundo? Gabarito sugerido 2 - Como a tecnologia impulsionou o desenvolvimento da indústria criativa e como ela se relaciona com a economia criativa? Gabarito sugerido 3 - Discrimine os produtos ou serviços que podem ser considerados bens culturais: I.bObras de artes II.bEdição de livros III. Peças de teatro IV.bTelevisão V.bJogos de vídeos a) I e II b) I, III e V c) III e IV d) II, IV e V Gabarito 4 - Quais afirmações abaixo você considera falsa (F) ou verdadeira (V)? a) Os estados que concentram as maiores participações da indústria criativa nos PIBs estão no Nordeste. VerdadeiroFalso b) Quando consideramos evolução do número de trabalhadores formais da economia criativa, tanto pelo critério ocupacional quanto pelo setorial podemos afirmar que a informal é mais expressiva. VerdadeiroFalso c) Apenas 21% das cidades brasileiras possuem salas de teatro e só 9% possuem salas de cinema. VerdadeiroFalso d) O Brasil não figura entre
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