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Resistência dos Materiais PROFESSOR: LEANDRO LOPES HERMSDORFF FORÇAS INTERNAS E TENSÃO 1 Forças internas: Em análises de estruturas é comum fazermos uso do método das seções, que afirma que se um corpo está em equilíbrio estático, qualquer pedaço do corpo também está em equilíbrio. Assim sendo, analisemos o corpo em equilíbrio da figura: Forças internas: O corpo é seccionado segundo o plano mostrado em (a). Para que a seção do corpo mostrada na figura (b) esteja em equilíbrio precisamos considerar as forças agindo sobre a seção (a). Essas forças são as forças internas nessa superfície. Forças internas: A figura (c) mostra a força resultante na superfície e o momento resultante da força distribuída. As condições de equilíbrio devem ser satisfeitas para qualquer seção de um corpo que esteja em equilíbrio! Forças internas: Quatro diferentes tipos de cargas internas (ou carregamentos resultantes) podem ser definidos: Força normal (N): age perpendicularmente a área da seção considerada. Está relacionada com tração ou compressão. Força cortante ou cisalhante (V): age paralelo a área da seção considerada. Está relacionada ao deslizamento entre duas superfícies (ou ao corte!). Forças internas: Momento torcional ou torque (T): esse efeito é desenvolvido quando o carregamento na superfície tende a girar um seguimento do corpo em relação ao outro com respeito ao eixo perpendicular à área. Momento fletor (M): está relacionado ao efeito de flexão (dobramento) do corpo. Esse carregamento é descrito com relação a um eixo sobre a área. Forças internas em sistema de forças coplanares: Exemplo: Determine o carregamento interno resultante na seção que passa pelo ponto C da viga em balanço da figura. Exemplo: O motor de 500 kg é suspenso pelo guindaste mostrado. Determine o carregamento interno resultante agindo na seção que passa pelo ponto E. Exemplo: Determine o carregamento interno resultante agindo na seção que passa pelo ponto C da viga da figura. Tensão: Seja corpo da figura onde aplicamos o método das seções. Desejamos conhecer a situação de carregamento da superfície evidenciada. Para isso definimos o conceito de tensão. Tensão: Primeiro, definimos um elemento infinitesimal de superfície de área Δ𝐴 em um ponto qualquer sobre a superfície evidenciada. A força agindo sobre essa superfície possui módulo Δ𝐹. Tensão: A componente de Δ 𝐹 normal à superfície aponta no sentido do eixo 𝑧. Definimos a tensão normal devido uma componente de força paralela ao eixo 𝑧 (𝜎𝑧) nesse ponto como: A tensão normal pode ser de tração (convencionada como positiva) ou compressiva (convencionada como negativa). 𝜎𝑧 = lim ΔA→0 Δ𝐹𝑧 Δ𝐴 Tensão: Semelhantemente, a tensão cisalhante perpendicular ao eixo 𝑧 possui duas componentes: uma paralela ao eixo 𝑥 (𝜏𝑧𝑥) e uma paralela ao eixo 𝑦 (𝜏𝑧𝑦). A tensão cisalhante está relacionada ao corte da superfície. 𝜏𝑧𝑦 = lim ΔA→0 Δ𝐹𝑦 Δ𝐴 𝜏𝑧𝑥 = lim ΔA→0 Δ𝐹𝑥 Δ𝐴 Tensão: Seja o cubo infinitesimal da figura. Vamos analisar as componentes de tensão que agem em cada face do cubo. Estado geral de tensões: A figura mostra a representação das componentes de tensão em cada face do cubo infinitesimal tomado em algum ponto no interior do corpo. Chamamos essa representação de estado geral de tensões do ponto considerado. Tensão normal média: A figura mostra uma barra cilíndrica submetida a uma carga centrada de tração de intensidade 𝑃. A carga é aplicada nos extremos da barra sobre o eixo desta. Note que a carga (e, consequentemente, a tensão) se concentra em pontos próximos do ponto de aplicação da força. Tensão normal média: Definimos a tensão normal média em um plano da seção transversal a relação: 𝜎 = 𝑁 𝐴 Note que em pontos distantes do ponto de aplicação da força, a carga se distribui bastante uniformemente pela secção transversal da barra. Logo, a tensão nesses pontos é igual a tensão normal média! Tensão normal média: Podemos desenhar o estado geral de tensões de um elemento qualquer do interior da barra. A figura mostra essa representação. Para casos semelhantes a esse, dizemos que a barra está sobre tração pura. Exemplo: A barra da figura tem uma largura constante de 35 mm e uma espessura de 10 mm. Determine a máxima tensão normal média quando ela é sujeita ao carregamento mostrado. Exemplo: A lâmpada de 80 kg da figura é suportada por duas hastes AB e BC como mostrado. Se AB tem 10 mm de diâmetro e BC tem 8 mm de diâmetro, determine a tensão normal média em cada haste. Exemplo: O cilindro da figura é feito de aço, com peso específico 𝛾𝑎ç𝑜 = 490 𝑙𝑏/𝑓𝑡³ . Determine a tensão normal média compressiva agindo nos pontos A e B. Exemplo: O elemento AC da figura é sujeito à força vertical de 3 kN mostrada. Determine a posição 𝑥 da força de modo que a tensão normal compressiva média no suporte C é igual à tensão normal média na haste de ligação AB. A área da seção transversal de AB é igual a 400 mm² e a área de contato em C é igual a 650 mm². Tensão cisalhante média A tensão cisalhante média é definida como a força cortante agindo em uma superfície dividida pela área da superfície: Se a força é distribuída em uma superfície apenas, dizemos que ocorre cisalhamento simples. Caso a força esteja distribuída em duas superfícies, como na figura, dizemos que há cisalhamento duplo. 𝜏 = 𝑉 𝐴 Estado de tensões no cisalhamento: Seja o corpo da figura submetido a cisalhamento como mostrado. Tomamos um elemento de volume do corpo mostrado na figura abaixo. Note que, para que o corpo esteja em equilíbrio, deve haver forças cortantes nas quatro faces mostradas direcionadas como mostrado. Pode-se mostrar que, de ∑𝑀 = 0: 𝜏𝑦𝑧 = 𝜏𝑧𝑦 = 𝜏𝑦𝑧 ′ = 𝜏𝑧𝑦 ′ Estado de tensões no cisalhamento: Ou seja: as tensões cisalhantes devem possuir mesma magnitude e devem agir nas quatro faces como mostrado, apontando para as duas arestas opostas do cubo infinitesimal. Essa propriedade é conhecida como propriedade complementar do cisalhamento. O cubo elementar está sujeito a cisalhamento puro. Exemplo: Determine a tensão normal média no pino de 20 mm de diâmetro em A e no pino de 30 mm de diâmetro em B que suportam a viga AB da figura. Exemplo: A junta de madeira mostrada tem uma espessura de 150 mm. Determine a tensão normal média ao longo da linha a- a e b-b do membro de conexão. Exemplo: O membro inclinado da figura é sujeito a uma força de 600 lb. Determine a tensão normal média de compressão ao longo das superfícies de contato em AB e BC, e a tensão cisalhante média ao longo do plano horizontal BD. Tensão admissível: A carga aplicada em um membro qualquer de uma estrutura precisa ser menor do que a carga máxima que o elemento suporta. Um modo de garantir que isso aconteça é definir um fator de segurança para uma estrutura. Todos os elementos devem respeitar o fator de estrutura. O fator de estrutura é definido como: 𝐹. 𝑆. = 𝐹𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎 𝐹𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 = 𝐹𝑢 𝐹𝑎𝑑𝑚 Tensão admissível: Se há uma relação linear entre a carga ao qual o elemento é submetido e a tensão que essa força gera podemos escrever: Ou: 𝐹. 𝑆. = 𝜎𝑢 𝜎𝑎𝑑𝑚 𝐹. 𝑆. = 𝜏𝑢 𝜏𝑎𝑑𝑚 Exemplo: A haste de controle mostrada é sujeita ao carregamento mostrado. Determine o diâmetro mínimo próximo de ¼ in necessário para os diâmetros dos pinos de aço em A e em C de modo que o fator de segurança para o cisalhamento seja 𝐹. 𝑆. = 1,5 se a tensão de cisalhamento última do material dos pinos é 𝜏𝑢 = 12 𝑘𝑠𝑖. Exemplo: A haste suspensa é suportada em seu fim por uma placa circularfixa. Se a haste passa por um orifício de 40 mm de diâmetro, determine o diâmetro mínimo da haste de a espessura mínima da placa circular para suportar a carga de 20 kN mostrada. A tensão normal admissível para a haste é de 60 MPa e tensão de cisalhamento admissível para a placa é de 35 MPa.
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